Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 58
Festas Juninas - parte 3


Notas iniciais do capítulo

...e as festas uma hora tem que acabar...
Mas quem disse que esse é o fim?!



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Chegaram e estacionaram em frente à antiga casa de Márcia. Aquela em que Félix já havia morado na pior fase de sua vida, mas na fase em que conheceu o melhor da vida: a amizade, a sinceridade, o amor verdadeiro, o perdão, e uma grande paixão com um amante maravilhoso de cabelos cacheados e olhos verdes que estava ao seu lado.

Ao descer do carro, lembrou seis meses atrás, quando Niko o chamava para passar o natal em sua casa, quando aquele loiro confiou nele quando ninguém mais confiava... Ninguém a não ser seu filho e a dona daquela casa que o acolheu e o protegeu e lhe deu carinho de mãe. E esta estava se aproximando deles enquanto as lembranças surgiam em sua mente.

– Meu menininho! – Gritou Márcia que chegou logo abraçando seu menininho com todo aquele seu jeito de ser, mas depois reclamou. – Você é um ingrato!

– Eu, ex-rainha do hot-dog?! Que foi que eu fiz? – Perguntou Félix.

– O que você fez, não, o que você não fez! Você não foi mais me visitar!

– Mas, Tetê, eu tenho mais o que fazer...

– O que tem tanto pra fazer se nem trabalha?!

– Ai, Márcia, magoei... Será que eu soltei rojões nas pirâmides para ter essa fama de acomodado?!

– Ah, menininho, você toma jeito! – Apertou suas bochechas e enquanto Félix reclamava com um: - Ai! Isso dói! – Márcia foi abraçar Niko. – Oi, carneirinho carneirão! Olha... Mas parece que está ainda mais bonito! – Exclamou pegando na mão de Niko para fazê-lo girar.

Niko deu um sorrisinho tímido e agradeceu quando Márcia cutucou Félix e exclamou: - Tu arranjou um partidão hein, meu menininho?!

Félix riu e abraçou Niko pela cintura. – Ai, Márcia, foi sim... Um partidão! Não poderia ser melhor, né flower queen?! – Ele e Niko deram um breve selinho.

– Oh! Dá pra ver como estão apaixonados! Que lindos... Mas, me diz uma coisinha, menininho... Do que foi que você me chamou agorinha, hein?!

– O que? Ah! Flower Queen? É rainha das flores, criatura! Como eu já vi de longe essa flor enorme na sua cabeça...

– Gostou? É nova! Verde e amarela por causa da Copa!

– Linda... – Seu tom sarcástico foi claro.

– Ai ai ai, menininho, não seja falso, comigo não! Sei muito bem que você falou com ironia, mas ó... – Balançou os ombros em desprezo. – Não tô nem aí, tá! Eu acho linda e uso mesmo! E se reclamar, ponho uma em você!

– Ai, Tetê, nem me lembre desse pesadelo!

– Tá, não vou pôr nada porque vocês já estão bonitões assim... Agora, vamos que a festa já começou e se eu não achar logo o Gentil ele acaba se perdendo atrás de algum rabo de saia por aí!

Eles foram de mãos dadas acompanhando Márcia até chegarem ao local. Bastava atravessar a rua, a festa começava desde o bar de Denizard até o final da rua. Os postes estavam enfeitados e muita gente andava, conversava e se divertia. Podia-se ouvir o som das risadas e da música alta no local, tocando músicas típicas de festas juninas.

– Ai ai, Márcia, só você pra me fazer ir num baile funk, que eu tenho pavor só de lembrar, e agora num forró!

– É uma festa junina, Félix, o que você queria que tocasse? Valsa?

Félix só desviou o olhar com a resposta e preferiu ficar calado, enquanto Niko levava a mão à boca para não rir.

– Isso não é um forró qualquer, é a festa que o pessoal dessa rua faz todo ano, todo mundo junta um dinheirinho, portanto, não menospreze, tá menininho!

– Eu devo ter feito uma fogueira com os ramos de oliveira para não poder nem me expressar! Olha Márcia, nós viemos mais em consideração a você que disse que estava morrendo de saudades da gente, nós também estávamos, mas não ficaremos muito tempo...

– Se vocês não passarem pelo menos uma hora aqui, não tem graça, Félix!

– Uma hora?! Acho muito...

– Não... Uma hora é tão pouquinho... - Márcia segurou no outro braço de Niko. – E se o seu carneirinho aqui quiser ficar mais tempo, hein?!

Niko parou e olhou para Félix. – É, Félix, e se eu quiser ficar mais tempo? Você vai embora e me deixar aqui?

– Claro que não! Mas...

– Amor... Já estamos aqui, vamos nos divertir...

Félix parou olhando para aqueles olhos por um segundo e logo agitou as mãos para cima, exclamando:

– Ai! O que eu fiz para merecer isto? Quando você faz essa carinha de carneirinho pidão eu não consigo dizer não!

Niko e Márcia riram. – Esse meu menininho cai de quatro por você né, carneirão?!

– Ah... É... - Niko voltou o olhar para Félix e continuou rindo. Félix logo deu um jeito de retrucar.

– Ei! Olha aqui, Tetê, nada de frases com duplo sentido, ok! – Félix começou a andar na frente deles.

– Frases de duplo sent... Ei! Menininho, você que é maldoso...

Algum tempo depois...

A festa continuava e Márcia já havia reencontrado Atílio e dançava com ele, quando Niko decidiu chamar Félix para dançar.

– Vem, Félix, só um pouquinho...

– Não, carneirinho... Nem sei dançar isso!

– É a coisa mais fácil do mundo, vem... Olha só, é assim... – Niko o puxou para que ele levantasse e pegou em suas mãos e começou. – Dois pra lá, dois pra cá, dois pra lá, dois pra cá... Fácil... É só ir mais rápido...

Félix permanecia quase sem se mexer.

– Carneirinho, definitivamente, dançar forró não é comigo!

– Mas, Félix... – Niko fez cara de emburrado. – Se você vai ficar só sentado aí eu vou arrumar alguém pra dançar...

Mal Niko virou Félix agarrou em seu braço.

– Ei, que negócio é esse de arrumar alguém pra dançar? Nã na não! Nada disso... O senhor fica aqui!

– Ai, Félix, me larga! Eu sou independente, maior de idade, posso fazer o que quiser...

Nesse momento, Félix notou como a voz de seu carneirinho estava um tanto estranha.

– Niko... O que é que você estava bebendo, hein?!

– Hã?! Ah, é um quentão! A Márcia me disse que tinha ali naquela mesa... – Apontou para uma mesa na calçada. – E que podia se servir à vontade! Tem vários pratos típicos também, quer alguma coisa?

Félix o olhava desconfiado. – Não, não quero nada... Mas, tem certeza que o que você andou bebendo foi só isso mesmo?!

– Foi, tô dizendo...

– Você sabe que isso é alcoólico, não sabe, Niko?

– Dãã... Félix, eu sou um chef! Óbvio que sei! Ah, é que eu fico assim, meio tonto, assim, muito rápido... Mas, não vou exagerar, até porque os meninos estão lá com sua mãe e eu não quero abusar...

– Tá...

– Félix... – Voltou a chamá-lo todo manhoso.

– O que é?

– Vem dançar comigo, vem... Não seja mal... Não quero ficar aqui parado!

Félix girou os olhos, suspirou, mas achou melhor atender ao pedido.

– Tá bom... Vem! Mas, vou logo avisando, não me culpe se eu pisar no seu pé!

Niko o puxou todo contente para onde os demais casais dançavam. Todos olharam, e a maioria acabou achando bonita a sintonia dos dois. Niko claramente se divertia ensinando Félix a dançar, e Félix reclamava, mas sorria o tempo todo. Um segurava a cintura do outro e as mãos do outro lado, e acabaram dançando três músicas seguidas sem que se dessem conta do quanto se divertiam.

Depois de tanta dança, eles finalmente se soltaram.

– Ai carneirinho, agora cansei... Sério... Tô até suando... Odeio suar!

– Odeia suar... Tá! – Foi irônico. – Vai, não reclama, Félix, que eu sei que você gostou! Nessa última até chegou mais junto, apertou mais minha cintura...

– Isso eu faço sem precisar de música, meu querido carneirinho!

Ambos riam quando Márcia chegou perto.

– Meu menininho, gostei de ver! Dançou bem, viu!

Félix deu seu sorriso orgulhoso. – Minha querida Tetê, eu sou bom em tudo que faço!

– Olha só... – Balançou a cabeça com a mão na cintura. – Você só dançou bem porque estava com esse professor lindo te ensinando! – Pegou no ombro de Niko. – E já que é assim, vamos ver se você já aprendeu, vem, vem dançar comigo agora! – Estendeu a mão para Félix, mas ele reclamou.

– Ah não, Márcia, prefiro dançar com o Niko... – Brincou, mas parou quando viu que os dois o olhavam sérios. – Ai gente... Eu danço com você, Márcia, mas agora não... Vai dançar com o carneirinho, vai, ele tem mais fôlego que eu...

Ela pegou na mão de Niko. – Tudo bem, você que está perdendo! Eu já fui e continuo sendo uma grande dançarina, viu!

– Dançarina? Criatura, você não era chacrete?!

– E você acha que eu ficava só mostrando meu corpão de Tetê para-choque para-lama? Não, meu filho, eu dançava... E muito!

– É... Agora só te resta dançar, né... Com o para-choque caído e o para-lama amassado...

– Ai ai ai... – Lhe deu um tapinha no braço. – Fica aí que eu já volto com seu carneirão!

Márcia e Niko foram para o meio das pessoas que dançavam. Pouco tempo depois, alguém sentou numa cadeira logo atrás e tocou em seu ombro.

– Oi!

– Você?!

– Nossa, há quanto tempo... Lembra de mim? Juscelino...

– É claro que lembro... Mas, não fica me olhando assim como se fosse tirar um pedaço...

– Não, eu não mordo não... A não ser que caía na minha rede...

– Olha aqui, mecânico de carrinho de mão... – Félix passou a mão no rosto, impaciente, e olhou para cima. – Ah, será que eu ensinei Salomé a dançar forró para merecer que essa criatura ainda dê em cima de mim depois de tanto tempo?!

– Ei... Eu não tô dando em cima de você!

– Não?! – O próprio Félix estranhou.

– Não! Mas... Se quiser que eu dê... – Juscelino deu um sorriso malicioso, tirando o casaco que vestia e colocando na cadeira.

Félix se afastou sentando na outra cadeira mais próxima.

– Não quero que me dê nada! Estou muito bem, obrigado! E só pra você saber, meu namorado está aqui!

– Ah... – Juscelino fez uma expressão de decepção. – Você tem namorado? Sabe, eu também estava namorando, mas a gente terminou... Ela era muito exigente, a gente não combinava...

– Hum... – Félix não demonstrava interesse algum nas confissões do mecânico, mas ficou curioso. – Ela?

– É, minha namorada, ou melhor, minha ex...

– Uma... Mulher?

– Transex!

– Ah, tá... – Félix se surpreendeu, e apesar de não querer demonstrar mais interesse algum, a curiosidade falou mais alto, além da inexplicável vontade de ser uma pessoa mais simpática e compreensível para com os outros.

Juscelino continuou contando e ele ouvindo.

– Nós terminamos há mais de um mês... Mas, eu ainda sinto falta dela...

– Olha... Não sou o melhor para dar conselhos, mas, só vou dizer uma coisa... Não fique remoendo o passado! Bola pra frente! Você ainda pode até conseguir coisa boa, quem sabe... Quando não está sujo de graxa, até que é bonitinho, aceitável, então... Continue tentando!

– Obrigado! Agora, com esse clima de festas, de Copa, eu já tô até me sentindo melhor...

– Percebi... Tanto que até já deu em cima de mim!

– Já disse que não dei em cima de você! Além do mais, eu agora prefiro os loiros...

– Como é que é? – No mesmo instante Félix se lembrou de Niko.

– É, eu tô procurando um loiro agora, sabe, tem tanto turista loirinho por aí, quem sabe...

– Ah... Quer que um turista caia na sua rede agora?! Boa sorte... – Falou meio incrédulo.

Juscelino tocou em seu ombro de novo e saiu dizendo: - Gostei de te ver de novo! Tá mais bonito, hein?! Tchau!

– Tchau! – Respondeu Félix pensando: - Será que estou mesmo mais bonito? Deve ser... O carneirinho faz um bem pra minha pele...

Niko e Márcia voltaram.

– Agora vai você, Félix!

– Hein?! Eu vou o quê?!

– Dançar comigo, menininho, vem! – Falou Márcia puxando-o pela mão.

Niko pegou mais uma bebida e ficou sentado onde Félix estava, os observando. Juscelino voltou, dizendo:

– Esqueci meu casado na cadeira... – Quando percebeu que não era mais Félix que estava ali, sentou perto daquele belo loiro e começou a puxar conversa. – Ei, oi... Te conheço de algum lugar?

– Não, acho que não... Não me lembro de você... – Respondeu Niko.

– Ah, que pena... Gostaria de te conhecer...

Niko percebeu seu tom de voz.

– Err... Que coisa né?!... Licença...

Niko se dirigiu à mesa e enquanto via qual prato típico ia experimentar, Juscelino foi até a outra mesa ao lado e pegou dois copos com uma bebida que Niko ainda não tinha visto e foi até ele.

– Já experimentou isso aqui? É muito bom!

Niko pegou um dos copos que ele oferecia.

– Não, ainda não experimentei desse... Obrigado!

– Você vai gostar... Fui eu que fiz!

– Ah é? Quer dizer que você faz receitas, essas coisas?...

– Eu cozinho bem... E sei preparar algumas bebidas!

– Que bom... Eu sou chef e, geralmente, reconheço quem gosta de cozinhar...

– Chef? Que delícia...

Niko corou e pigarreou, se afastando um pouco. Juscelino continuou: - Eu queria ter mais tempo para me dedicar à aprender a cozinhar mais, fazer mais coisas... Eu sou mecânico! Aí, como todo mundo me conhece aqui no bairro, me pediram pra preparar essa bebida para a festa!

Ah, mecânico é?! Tá... - Niko tomou um gole. – Nossa! É forte... Mas, é gostosa!

Juscelino sorriu vendo que o belo loiro gostou e continuou tomando.

– É uma mistura de algumas bebidas, eu aprendi a fazer uns drinks quando trabalhei num bar quando era jovem...

– Hum... – Niko tomou tudo e Juscelino logo lhe deu o outro copo de que ainda não havia bebido. – É bem legal, diferente... Mas, acho que já chega, não posso beber demais, sabe...

– Só mais um não faz mal a ninguém!

– É... Pode ser... – Niko tomou mais um pouco, mas estava um tanto constrangido, pois percebeu que aquele cara estava paquerando-o descaradamente.

– Então... Eu vou voltar pra lá... Obrigado pelo drink, viu! – Niko ia se afastando, mas Juscelino foi mais rápido ficando na sua frente.

– Espera, a gente ainda nem conversou direito!

– Err... Eu não tenho nada pra conversar com você, desculpa, eu nem te conheço...

– Sabe, quando te vi pensei que você fosse um turista...

– Eu? Não, eu sou brasileiro...

– Mas, não mora aqui por perto, né?! Senão não teria passado despercebido...

– Não, eu moro longe... E vim acompanhado! – Enfatizou o “acompanhado” para tentar afastá-lo.

– Ah... Acompanhado? – Olhou para sua mão e viu a aliança que Niko havia ganhado de Félix no dia dos namorados. – Quer dizer... Você é casado?

– Não, mas, tenho namorado!

– Namorado? – Sorriu. – Gostei... Se o namoro não for muito sério, pode acabar a qualquer momento, sabia?! Às vezes, a gente tá com uma pessoa, mas acaba encontrando a pessoa certa...

– Ah, mas meu namoro é sério, sim! Muito sério! Eu estou com a pessoa certa e eu amo essa pessoa!

Juscelino deu um sorriso conformado e disse antes de se afastar.

– Já que é assim... Desculpa! Eu te achei muito bonito, atraente, mas não mexo com ninguém que já tenha alguém! Tchau!

Niko voltou a sentar e deu um suspiro de alívio.

Félix e Márcia voltaram, agora, com Mary Jane.

– Olha quem estava dançando comigo, carneirinho! – Disse Félix vindo com a pequena nos braços.

– A Val acabou de passar pra deixar a Mary Jane aqui um pouquinho! A minha filha está mais maluca ainda com essa segunda gravidez!

– Oh, como a Mary Jane está linda... – Niko brincava com a menina.

Félix achou que era a oportunidade perfeita para se livrar um pouco daquela festa.

– Querem saber? Acho que esse ambiente com tanta agitação não é muito bom para a Mary Jane!

– E pra onde você quer ir com minha netinha, Félix?

– Ah... Por que não pra sua casa?! Ainda não é sua?!

– É, eu ainda não aluguei, ela tá só trancada...

– Ah, mas deve estar tudo empoeirado lá, né, Márcia?! Depois desse tempo todo... Se você já não limpava bem quando morava lá, agora então...

– Olha aqui, menininho, pra sua informação, tem uma menina aqui do bairro que vem limpar minha casinha toda semana, que eu pago a ela e ela vem, tá! Pra no caso de a gente conseguir alugar, ela já estar prontinha!

– Se é assim, vamos?! Vamos que, eu gosto de festa, badalação, mas pra mim essa aqui já deu! E pra Mary Jane também!

– E você já quer ir, carneirão? – Perguntou Márcia a Niko.

– Ah... Se o Félix quer... Tudo bem...

– Não parece muito que você já quer ir... – Disse Márcia notando que Niko não estava com muita vontade de ir embora.

Félix logo interveio. – Não tenta fazer a cabeça do carneirinho, Márcia!

– Félix! – Reclamou Niko. – Ninguém faz minha cabeça, tá! Se quiser, nós vamos, pronto!

Félix o encarou por um minuto, e aquela sensação de não poder dizer não ao seu carneirinho voltou à tona. Era como se aquele rostinho angelical exercesse um poderoso fascínio sobre ele.

– Vamos fazer uma coisa? Você fica aqui mais um pouquinho com a Márcia e eu vou para a casa dela com a Mary Jane que está morrendo de sono aqui no meu colo, ok?! Daqui a uma meia hora mais ou menos eu volto pra te buscar e nós vamos embora!

Niko ficou sem entender, mas achando tão bonito aquela atitude de Félix que lhe deu um beijo no rosto e perguntou baixinho, carinhosamente:

– Tem certeza, amor? Se quiser eu vou com vocês, sem problema! Não faço questão de ficar aqui, eu só faço questão de ficar com você!

Félix sorriu e lhe respondeu: - E eu, carneirinho, só faço questão que você seja feliz!

Niko o encarou com o olhar mais carinhoso possível e lhe deu outro beijo. Félix, então, levantou e Márcia lhe entregou a chave da casa.

– Vai lá, meu menininho...

– Qualquer coisa, liga, Félix... – Falou Niko enquanto ele saía.

– Vem, Niko, vamos dançar de novo? Ou quer comer alguma coisa? Já provou o bolo de milho que eu trouxe?

– Não... Ah, eu quero provar...

Enquanto isso, na mesa das bebidas, Juscelino havia acabado de voltar.

Estava misturando o que havia sobrado de algumas bebidas para levar.

Rinaldo estava por perto.

– Ei, rapaz, porque que tá misturando tudo, tá doido?

– Não, Rinaldo, eu já vou pra casa... Só estou juntando pra jogar fora!

– Ah tá bom... Mas, cuidado pra ninguém beber isso aí, porque misturado desse jeito, é bem capaz de qualquer um passar mal, até eu!

– Pode deixar, só vou guardar tudo e ir embora! Hoje o mar não tá pra peixe...

– Mas, hein?! Ah, tá falando de um peixe pra cair na tua rede, né?! Tô sabendo... Tchau!

– Tchau! – Enquanto Juscelino pegava tudo, lembrou que havia deixado outra vez o casado largado. – Mas, onde foi que eu deixei? - Deixou o pote com a mistura de bebidas na mesa e foi procurar o casaco.

Perto dali, Márcia havia deixado Niko só por um minuto e ele passou em frente à mesa das bebidas, e resolveu pegar mais um copo daquele drink que o tal mecânico o havia oferecido. Bebeu e achou que estava com um gosto estranho e logo se arrependeu. Então, voltou a sentar.

Márcia voltou e ficaram conversando.

– Ai, Márcia, o Félix está cada vez mais fofo, amável, gentil, carinhoso...

– Dá pra ver nos olhos do meu menininho o quanto ele é apaixonado por você, Niko! E você fez um bem tão grande a ele, desde que ele morava aqui comigo, vendendo hot-dog...

– Ah... Tudo que eu fiz pelo Félix foi... Foi por amor, Márcia! Eu não sei dizer quando comecei a amar o seu menininho... Mas, eu o amo demais! E o bem que ele fez a mim também, não tem tamanho!

Márcia tinha um olhar compreensivo, mas resolveu brincar. – Hum... Será que você ainda não mediu o tamanho desse bem...

Niko ficou todo vermelhinho, mas riu muito.

– Ai, Márcia... Já está meio tarde, acho que vou agora!

– Mas, não faz nem vinte minutos que o Félix foi com a minha netinha...

– Eu sei, mas não quero que o Félix fique chateado por eu demorar aqui...E também não me sinto muito bem, acho que bebi demais...

– Meu filho, tem gente que bebeu dez vezes mais que você por aqui...

– Sim, Márcia, mas eu não costumo beber, e quando passo um pouco da conta, eu acabo me sentindo mal...

– Tá bom, Niko! Vai indo que eu vou procurar o Gentil que foi lá pra o bar do Denizard e já vou pra casa pra me despedir de vocês, tá!

– Obrigado, Márcia, querida, foi ótimo passar esse tempo aqui com você!

Márcia lhe fez um carinho no rosto. – Oh, carneirinho lindo... Só podia meu menininho ficar caidinho assim! – Sorriu e lhe deu um beijo na testa.

Márcia saiu e Niko levantou para ir, porém, assim que ficou de pé se sentiu tonto. Se apoiou na mesa e levou a mão ao rosto.

– Ai ai... Eu sabia que aquela bebida era forte... – Falou com tom de arrependimento.

Respirou fundo e saiu andando em direção à casa de Márcia.

Na festa, Juscelino apareceu correndo.

– O que foi, homem? – Perguntaram.

– Saí pra procurar o meu casaco e me esqueci de levar o resto da bebida que eu misturei... Tomara que ninguém tenha bebido!

Saiu.

Niko ia andando, sentindo-se enjoado. Ao chegar à esquina, sentiu-se tonto de novo e se segurou na parede. Juscelino passava por lá e o viu.

– Ei, você... Tá se sentindo mal?

– Hã?! Ah, é você de novo?! Olha, eu já disse que... – Niko parou de falar e pôs a mão na boca como se fosse vomitar.

– Espera, calma... Eu só quero te ajudar! Verdade... Olha, minha oficina fica ali na outra esquina, se quiser vai lá, até se sentir melhor...

Niko viu que ele carregava a bebida. – Acho que foi esse seu drink que me fez mal...

– Você bebeu isso aqui há pouco tempo?

– Bebi... Por quê?

– Por que não era mais pra ninguém beber, eu misturei com um monte de coisa, ela tá estragada... E muito forte!

– Não acredito... – Niko encostou-se à parede de novo e fez como se fosse vomitar.

– Vem, vem comigo... Você tá mal! Deixa eu te ajudar! É minha responsabilidade por ter deixado a bebida lá!

Niko aceitou a ajuda do mecânico senão não conseguiria chegar.

...


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Notas finais do capítulo

Continua...
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