Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 54
Felixz Dia Dos Namorados - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que leem Dias Inesquecíveis, que passou dos 6100 acessos! Agradeço especialmente às minhas queridas amigas Feliketes!



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Dia 12 de junho...

Niko voltava do restaurante. Havia fechado mais cedo, pois não era um dia qualquer. Era quatro da tarde, mas já estava cansado por ter ficado com o restaurante lotado de clientes, tanto turistas quanto casais apaixonados, afinal, era dia dos namorados. O trânsito estava um caos e tudo que ele queria era chegar em casa, pois havia prometido a Jayminho que iam assistir o primeiro jogo da Copa do Mundo juntos. No caminho, lembrava-se do dia anterior, e tais lembranças lhe deixavam com um sorriso no rosto e no olhar.

... ... ...

Dia 11 de junho...

Niko chegou em sua casa um pouco mais tarde que o normal e abriu a porta devagar sabendo que Adriana, provavelmente, já tinha posto seus filhos para dormir. Só estranhou a sala estar escura.

– Será que a Adriana foi embora antes de eu chegar? – Pensou.

Pôs a chave do carro na mesinha da sala, quando viu que a luz da cozinha estava acesa. - Ah, então ela ainda está aí... Que bom, vou dizer que ela já pode ir, depois vou dar um beijinho nos meus filhotes e ligar pra o Félix, quero ouvir a voz dele antes de dormir, amanhã o dia será cheio... – Pensava enquanto se encaminhava a cozinha, mas, seus pensamentos foram interrompidos por uma surpresa.

Seus olhos brilharam e seu rosto ficou rosado de emoção. Félix estava na cozinha de sua casa, dando mamadeira a Fabrício enquanto ninava o pequeno, balançando-o em seus braços.

– Vai dormir, vai dormir, vai dormir carneirinho... – Cantarolava Félix, quando ouviu os passos de Niko chegando de mansinho.

Sorrindo, todo orgulhoso, Niko tocou em seu ombro, mas não pronunciou uma só palavra, apenas deu-lhe um beijo no rosto e no rostinho de seu filho, seu sorriso e seus olhos já diziam tudo.

– Oi, carneirinho! – Sussurrou Félix e ambos continuaram sussurrando para não acordar o bebê.

– Oi, amor... O que está fazendo aqui?

– Não tá vendo? Tô botando o Fabrício pra dormir...

– Isso eu estou vendo...

– Então, por que pergunta?

– Félix, não seja assim... Respondão! – Niko lhe deu um tapinha sorrindo e logo Félix respondeu:

– Shh... Quer acordar o mini-carneirinho, quer?!

– Mini-carneirinho? – Niko nunca tinha ouvido esse apelidinho carinhoso para seu bebê.

– É, Niko, eu já disse que ele é sua cara! E também tem outras coisas parecidas com você!

– Tem é?

– Tem... Por exemplo, gostar de dormir nos meus braços, ouvindo minha voz...

– Ah Félix... Isso é verdade... – Niko sorriu ao lembrar que era exatamente ouvir a voz de Félix antes de dormir que ele estava querendo. – Vem cá, e essa canção de ninar que você estava cantando aí, hein, de onde você tirou?!

– Inventei! É a que eu vou cantar sempre para o Fabrício dormir rapidinho! É assim... Vai dormir, vai dormir, vai dormir carneirinho... Que o seu papi vai chegar e quer te ver bem quietinho!

– Oh, que bonitinho!

– Eu sei, carneirinho, sou um poço de criatividade! Agora vou colocar esse mocinho no berço, que ele está ficando pesadinho... Até nisso parece com você!

– Ai Félix, para de fiscalizar meu peso, poxa!

Félix riu baixinho. – Tô brincando, carneirinho! Você tá ótimo!

Foram até o quarto de Fabrício e ficaram observando o pequeno no berço por uns minutos, até que Niko perguntou:

– Ei, você ainda não disse por que está aqui...

– O que você acha, carneirinho?! Vim só botar o Fabrício pra dormir e ir embora! – Félix respondeu com seu sarcasmo comum.

– Sei... Você é um bobo! Sei muito bem o que você veio fazer aqui, tá!

– Ah, bicha burra é assim, faz pergunta já sabendo a resposta!

Niko cruzou os braços emburrado.

– Agora foi demais, né Félix?! Sabe que não gosto quando você me chama de bicha burra!

– Shh... Vai acordar o Fabrício!

– Não vou não e não me manda calar a boca! Se eu sou bicha burra você... É uma bicha chata! Pronto, falei! – Saiu do quarto do bebê ainda com os braços cruzados, chateado.

Félix foi atrás dele, já na sala.

– Ei... Coisa geniosa! – Segurou-o pelo braço e puxou para junto de si. – Vem cá... Meu carneirinho lindo, você sabe que eu não perco meu senso de humor, vai, para... Quer mesmo ficar chateado comigo? – Félix falou tudo com ar de arrependimento.

Niko não ia ceder tão fácil, mas era difícil resistir ao charme do namorado.

– Não, não quero ficar chateado com você, até porque achei lindo te ver ninando o Fabrício quando cheguei, mas... Ah, Félix, você me tira do sério!

Félix deu seu sorriso habitual, mas com mais malícia, e juntou mais seu corpo ao de Niko.

– Quem tira quem do sério aqui, hein?!

Félix o beijou e logo Niko pôde sentir aquelas mãos grandes segurando-o forte, seus beijos se intensificando. Félix roçou a boca em seu rosto até beijar-lhe o pescoço, e o loiro não resistia quando o namorado agia como um gatinho manhoso esfregando-se em sua pele, provocando-lhe arrepios.

Ambos foram andando para trás, com cuidado para não fazer barulho, mas Niko esbarrou na mesinha da sala. Depois de um “shhh” de um para o outro, andaram até perto da poltrona, para a qual Félix puxou seu carneirinho para sentar em seu colo e continuaram aos beijos.

– F-Félix... Ai, Félix espera... – Pedia Niko tentando se desvencilhar daqueles beijos apaixonados, pois faltava fazer uma coisa. – Félix, amor... Eu ainda não vi se o Jayminho tá dormindo... Deixa eu ir...

Niko pedia, porém, sem muita força de vontade de levantar do colo de Félix. Conforme as mãos de Félix apalpavam seu corpo e ele o beijava com paixão, Niko ia perdendo ainda mais as forças. Foi quando ambos ouviram uma voz infantil familiar.

– Pai?

Félix o soltou e Niko levantou num pulo. Jayminho ia saindo do quarto.

– O-oi, meu filho? O que está fazendo acordado? Já é tarde! – Niko tentava normalizar a respiração rápida, tanto pelo susto quanto pela excitação.

Jayminho chegou na sala ainda esfregando os olhinhos como se tivesse acabado de acordar.

– Oi, pai! Você chegou só agora?

– É... Só agora, meu filho! É que estava muito cheio hoje o restaurante! Mas, por que o senhor não está dormindo, hein?!

– Eu estava, mas acordei agora por que ouvi um barulho aqui na sala e pensei que fosse você!

– Ah, um barulho... Desculpa se te acordei, filho, é que eu esbarrei na mesa... Faz tempo que você dormiu?

– Faz um pouco! Eu dormi antes do final do filme que o Félix trouxe...

Niko lançou um olhar carinhoso para o amado sentado na poltrona atrás dele.

– Você trouxe um filme para os meninos assistirem?

– Trouxe! O Jonathan disse que é um lançamento e que o Jayminho devia gostar! Eu trouxe um pra gente também! – Félix deu uma piscada ao dizer isso que Niko entendeu muito bem. Pigarreou e virou de novo para seu filho.

– É... Jayminho, filho, você tem que voltar pra cama, porque já é tarde e amanhã tem escola! Senão você fica com preguiça pra acordar!

– Não, pai... Esqueceu que amanhã não tem aula por causa da Copa?

– Ah, é mesmo... Mas, mesmo assim, já tá ficando tarde!

– Tá, pai, eu já vou! – Dirigindo-se para Félix, perguntou: - Félix, amanhã você me conta como terminou o filme?

– Eu te dou o DVD de presente, Jayminho! Aí você pode assistir de novo!

– Que legal!

Niko olhou para o namorado de novo com um sorriso e voltou para o filho.

– Ah... Como que se diz pra o Félix, Jayminho?

– Obrigado, Félix!

– De nada, Jayminho!

O menino já ia voltando para o quarto, mas virou por um instante para dizer:

– Ah, Félix... Sim, eu ia gostar muito sim se você também fosse meu pai!

Jayminho voltou para o quarto e aquela resposta fez Niko e Félix se olharem. O loiro, confuso e alegre; o moreno, surpreso e aliviado.

– E-eu já volto... – Disse Niko antes de ir ao quarto de Jayminho.

Félix ficou lhe esperando. No quarto, Niko cobria o filho e lhe dava boa noite, mas antes de sair e deixar-lhe dormir, perguntou:

– Filho... Por que você disse aquilo?

– O quê?

– Que ia gostar se o Félix também fosse seu pai...

– Ah! É que ele me perguntou enquanto a gente assistia se eu ia gostar se ele se tornasse meu pai também, como você!

– E-ele... Ele perguntou isso a você?! – Os olhos de Niko brilhavam pela felicidade e pelas lágrimas que já chegavam.

– Perguntou! Aí, ele me pediu pra pensar pra responder, e pra responder pelo Fabrício, já que ele ainda não fala... Mas eu estava com sono e acabei dormindo lá no sofá, acho que foi ele que me trouxe pra cá... E eu lembrei agora da pergunta!

Niko suspirou para conter a vontade de sorrir e chorar ao mesmo tempo pela emoção de saber sobre o interesse de Félix em finalmente fazer parte de sua família.

– E... A que horas o Félix chegou aqui, hein, meu filho?

– Hum... Não lembro... Mas, eu já tinha vestido o pijama e a Adriana tinha feito a mamadeira do Fabrício, aí ele chegou com o DVD e pediu a ela pra assistir com a gente! Ele disse que sabia que era cedo pra gente dormir!

– E a Adriana?

– Ele disse pra Adriana que se ela quisesse ela podia ir que ele ficava com a gente, que ele mesmo dava a mamadeira do Fabrício depois! Quando ela saiu, a gente ficou vendo o filme! Era em 3D, pai! Era o que eu queria ver! O Félix é muito legal!

Em seus pensamentos Niko só imaginava o quanto Félix era amável e fofo com seus filhos. Cada vez mais ele tinha certeza de que Félix era capaz de amá-los e ser o pai deles também e seu companheiro. Seus pensamentos foram interrompidos por uma pergunta.

– Pai... O Félix vai ser nosso pai também? Meu e do meu irmãozinho?

Sua felicidade não o permitia articular as palavras muito bem. – E-eu... Eu ainda não sei, não sei, filho... Mas, eu quero... Quero muito que o Félix seja seu pai também, e do seu irmãozinho... Ah, meu amor, é o que eu mais quero, sabe?!

– Eu sei! Você gosta muito do Félix, né pai?

Era incrível como Jayminho já demonstrava certa maturidade e compreensão na idade dele.

– Gosto, meu filho! É... A gente já conversou sobre isso... Você entendeu, não foi?

– Entendi! E acho que o Félix também gosta muito de você, pai!

Niko sorriu e passou a mão na cabeça do filho, respondendo suspirando:

– Eu também acho... Acho que o Félix aprendeu a gostar de todos nós, de verdade, meu filho... Mais do que ele mesmo imagina! E um dia, quem sabe, ele pode fazer parte da nossa família!

– Eu ia gostar!

Niko sorriu ainda mais. Deu um beijinho no filho e saiu do quarto apagando a luz para que ele voltasse a dormir.

Ao sair, Félix ainda o esperava na poltrona, mas estava tão distraído em seus próprios pensamentos que não viu seu carneirinho se aproximando, só viu quando Niko sentou outra vez em seu colo.

– Meu amor... Onde paramos? – Niko perguntou com um sorriso malicioso e os braços em volta do pescoço do namorado.

Félix apenas sorriu, e Niko notou que ele estava meio distante. Então, lhe perguntou: - Está pensando no que o Jayminho te disse?

– Estou...

– Por que você resolveu fazer essa pergunta a ele agora? Ele me contou...

– Ah, carneirinho, eu... – Félix suspirou profundamente e continuou: - Eu preciso ter certeza que seus filhos vão gostar de mim quando formos morar juntos...

Niko se emocionou outra vez.

– É tão bom ouvir o morar juntos com um quando, não com um se! Fico tão feliz que você tenha cada vez mais certeza disso!

– Eu nunca tive certeza de nada do que fiz na minha vida... Mas... Eu não tenho dúvida nenhuma de que não quero te perder, carneirinho!

– Ah Félix... Não sabe como meu coração bate forte quando ouço isso!

– Bate é? – Félix já transformou a conversa num tom mais malicioso.

– Bate... – Niko correspondeu.

– Muito forte?

– Muito! Acelerado!

Félix levou a mão para dentro da camisa de Niko.

– Olha! Não é que está acelerado mesmo!

– Você que faz isso comigo!

– Hum... Eu sei como fazer seu coração acelerar ainda mais, carneirinho!

– Eu sei que sabe!

Recomeçaram os beijos.

As mãos de Félix apalpavam a pele branca de Niko, uma dentro da camisa, em suas costas, e a outra que se encaminhava ligeira para dentro da calça. O loiro também não deixava por menos, com uma massagem na nuca de Félix, o que sabia que o deixava louco.

Aquela poltrona já estava pequena para tanto desejo, fora que Jayminho podia acordar de novo. Niko tirou as mãos de Félix de dentro de sua roupa, puxando seu amado para o quarto.

Mais tarde, estavam os dois deitados na cama, ainda recobrando o fôlego, quando Niko saiu de cima de Félix e pegou o relógio na cômoda. Ao ver a hora, riu e exclamou:

– Já passou de meia noite!

– E?

– Já comemoramos adiantado! – Niko riu ao falar, mas Félix ainda não tinha entendido.

– Do que você tá falando, carneirinho?

Niko o olhou estranhamente por um segundo e exclamou:

– Espera... Você não sabe que dia é hoje? Não acredito! Pensei que você tinha vindo ficar comigo por isso... Não acredito, Félix!

Sem saber o motivo daquela reação e conhecendo o gênio que seu carneirinho tem, Félix sentou na cama, pedindo:

– Ei, ei, ei... Pelas barbas do profeta, carneirinho, o que deu em você?

– Nada, Félix... Só... – Niko suspirou. – Pensei que você fosse dar um pouquinho mais de importância ao nosso namoro!

Mais confuso ainda, Félix perguntou: - E eu não dou? O que foi que eu fiz de errado agora?

Niko o encarou e com um meio sorriso, disse: - Não fez nada de errado, pelo contrário, você é maravilhoso... É que eu fiquei surpreso por você não lembrar que dia é amanhã, ou melhor, hoje já...

– Hoje é... O quê? Doze de junho? E... – Félix arregalou os olhos quando acabou de lembrar.

Niko apenas balançava a cabeça e confirmou: - É, meu amor... Doze de junho! Dia dos namorados!

Félix levou a mão à cabeça e com uma expressão que dizia: Droga! Como fui esquecer?! Deitou de novo.

– Não se preocupa, Félix, eu não vou ficar chateado, tá! – Félix o olhava pensando no que fazer, enquanto Niko continuava a falar: - Eu entendo que você nunca deu importância mesmo a essas coisas, e, como é nosso primeiro dia dos namorados juntos, bom... Tudo bem se você não me der nada...

Niko foi calado repentinamente com um beijo do seu amado que praticamente pulou em cima dele. Félix percebeu que as palavras de Niko eram da boca pra fora, e que ele obviamente havia ficado chateado por conta do desleixo de Félix com datas importantes.

– Do jeito que o carneirinho é todo romântico, claro que ele quer que eu faça algo especial! – Pensava Félix enquanto o beijava.

Quando finalmente o fôlego se fez necessário, descolaram os lábios e se encararam, ofegantes. Félix sorriu e demonstrando claramente suas intenções, comentou:

– E quem disse que eu não vou te dar nada, meu carneirinho lindo?!

– Vai?

– Por acaso, não estou aqui?!

Niko deu uma risada, percebendo o que era verdade. Seu maior presente de dia dos namorados era seu próprio namorado ali com ele.

...

Pela manhã, tomavam o café e Niko se apressava para chegar mais cedo ao restaurante. Despediu-se dos filhos e do namorado e foi saindo.

– Tchau amores...

– Você vem ver o jogo comigo, não vem pai?

– Claro, filho, eu venho! O restaurante fecha cedo hoje, tudo fecha né?! Nem aula tem...

– Dessa parte você gostou né, Jayminho?! – Perguntou Félix.

– Félix! O Jayminho gosta de ir a escola, tá!

– Tô brincando com ele, carneirinho!

– Bom, eu já vou! Félix, espera só mais um tempinho com os meninos que a Adriana vem já, tá! Tchau!

– Ela vem? É que parece que o país parou hoje, ninguém trabalha...

– É, né, Félix?! É a Copa, não é algo que acontece sempre, e duvido que aconteça de novo tão rápido no Brasil... Enfim, hoje também é dia dos namorados e o restaurante vai lotar! Tô indo!

Félix o acompanhou até a porta e pegou em sua mão antes dele sair e falou quase como um pedido:

– Vê se não chega muito cansadinho, tá carneirinho!

Niko sorriu e deu um beijo na bochecha dele e saiu.

... ... ...

– Finalmente... – Falou Niko com alívio ao chegar em sua casa. Se apressou para abrir a porta, esperando que Jayminho corresse para abraçá-lo todo entusiasmado. Mas, quando abriu, isso não aconteceu.

– Ué, cadê os meninos? Cadê a Adriana?

A sala estava vazia, foi até os quartos, mas também não tinha ninguém. Já estava ficando preocupado. Olhou na cozinha e nada. Voltou para a sala já pensando em pegar o telefone e ligar para a polícia, porém, viu um bilhete colado com durex no cantinho da TV. Arrancou-o de lá e leu, se acalmando ao reconhecer a letra de Jayminho.

“Papai, o Félix levou eu e o Fabrício e a Adriana pra assistir o jogo na casa dele. Quando você chegar, pode ir também.”

Do outro lado do bilhete estava escrito com a letra de Félix.

“Niko, quando chegar venha à casa de mami, os meninos estão comigo. Beijos.”

Niko sorria com aquele bilhetinho e foi imediatamente para a casa de Pilar.

Chegou e foi recebido pela sogra que lhe mostrou onde todos estavam. Niko se sentiu imensamente feliz ao ver como estavam. Félix, Jayminho, Jonathan e até Maciel estavam sentados no chão, de frente para a enorme TV da sala, fazendo um verdadeiro festival de pipoca. Todos se divertiam, inclusive Adriana que estava numa poltrona com Fabrício no colo.

– Oi, gente... – Disse Niko entrando na sala de TV.

Félix e Jayminho levantaram no mesmo instante.

– Pai! – Correu o garoto para abraçá-lo.

– Carneirinho! – Félix o abraçou logo após.

– Vem, pai, senta aqui com a gente! Olha, a TV é maior que a nossa! Vem assistir... – Pedia Jayminho entusiasmado enquanto voltava a sentar perto de Jonathan e pegar a tigela de pipoca.

Jonathan e Maciel também o cumprimentaram. Niko ia, mas Félix o puxou primeiro para a outra sala.

– É... Carneirinho, eu não dou a mínima pra futebol...

– Ah, eu sei... E daí?

– Criatura, ontem, ou melhor, hoje de madrugada você não me lembrou de que hoje é dia dos namorados?

– Foi!

– Então... Já passou boa parte do dia, e eu pensei que, enquanto ficavam distraídos aí com o jogo, nós podíamos subir e fazer outro joguinho...

Niko deu uma risada. – Ai Félix... Só você hein?! Olha, eu sei que disse que não chegaria cansado, mas o restaurante lotou mais do que eu pensei, e também eu prometi ao Jayminho que ia ver o jogo com ele...

Vendo que não teria acordo, Félix se conformou.

– Tá bom, carneirinho, que seja... Só acho o ó ficar vendo televisão em pleno dia dos namorados!

Niko parou por um momento como se estivesse lembrando algo e riu de novo.

– É... Eu sei como é, Félix! Eu sei bem como é... Mas, vamos ficar com eles, vai... Quem sabe, depois, eu não te faço um show do intervalo...

Aquele tom de voz de segundas intenções completamente reconhecível por Félix foi o bastante para ele aceitar e voltar para a sala.

_

No intervalo do jogo, Félix puxou Niko para o seu quarto.

– Carneirinho, vem, eu tenho uma surpresa pra você!

– Surpresa de dia dos namorados?

– Óbvio! O que mais seria, surpresa de natal?!

– Ai Félix, você tem que aprender a responder com menos grosseria!

– Tá, tá bom... Preparado? Fecha os olhos!

– Félix, olha aqui, se você vier com aquela de novo de “tenho uma surpresa” e eu te ouvir abrir o zíper dessa calça...

– Não, carneirinho... Dessa vez não é essa a surpresa, ok!

Niko fechou os olhos e sentiu Félix pegar em sua mão e tirar um de seus anéis e colocar outro. Quando abriu os olhos, se emocionou. Era um anel de compromisso.

– F-félix... O que é isso?!

– Carneirinho... Nós vamos morar juntos, não é?! Então, eu pensei... Sei lá, você vai acabar me transformando num pai de família e... Assim, é como se fossemos noivos... Ou será que você mudou de ideia?! Por favor, Niko, se você não tiver certeza, diz logo e me devolve o anel que foi caro...

– Não, não, não! Eu... Eu tenho certeza... Eu amei...

– Que bom! Eu já sabia! – Félix pegou em sua mão e Niko viu que ele estava com um anel igual. – São anéis lindos, né?!

– Félix... Não estou falando só do anel, mas de você ter dito que somos noivos... – Ambos sorriram. Niko pela emoção, Félix por ver a emoção de seu carneirinho, mas também pela sua própria embora não demonstrasse tanto quanto o outro.

– Esse é seu presente do dia dos namorados... Foi meio assim de última hora, mas, vou contar, foi a mami que me deu a ideia!

– E eu amei, Félix! Amei! – Deu um abraço forte em Félix. - Também vou dar um abração na minha sogrinha...

– Sogrinha? Olha só... Vai chamar mami poderosa de sogrinha agora só porque me deu a ideia de te dar uma aliança...

– Não, é porque ela é maravilhosa! Mas, ainda digo que você é o meu maior presente! Eu te amo!

Félix ainda sentia certa dificuldade de pronunciar tais palavras, então, só demonstrou o que sentia, aproximando seu rosto ao dele, sem soltar sua mão, acariciando-o e beijando-o.

Estavam sentados na cama, mas antes que Félix se adiantasse a ter qualquer outra intenção além de beijar seu carneirinho, bateram na porta.

– Pai, já vai começar o segundo tempo! – Gritou Jayminho.

– Pai, Niko, vocês vem? – Perguntou Jonathan.

– Já vai! – Gritou Félix. – Não acredito, carneirinho! Vou ficar na vontade por causa de um jogo de futebol?

Niko sorriu. - Adivinha! – Disse como se fosse contar um segredo.

Notando o sorriso de satisfação no rosto do seu carneirinho, Félix sorriu junto. - Que foi que você aprontou para estar com essa carinha, hein?!

– Eu fiz um acordo com o Edgar para ele ficar no meu lugar no restaurante amanhã o dia todo, e no fim de semana ele fica de folga!

– E pra quê?!

– Como pra quê?! Como não dá pra passar hoje o dia todo com você, amanhã eu fico livre...

– Livre? – Indagou Félix em tom de brincadeira, pondo as mãos na cintura.

Niko riu. – Ai... Livre do trabalho, amor! E aí nós podemos passar a sexta-feira juntos!

Félix riu e fez mais uma de suas piadinhas contraditórias.

– Será que eu fiz pão doce para a santa ceia para merecer um carneirinho tão doce e cheio de ideias?!

– Sabia que você ia gostar...

Beijaram-se de novo e esqueceram que os meninos já os haviam chamado.

Niko ergueu-se da cama e ia sentar no colo do Félix quando este reclamou:

– Carneirinho, querido, é melhor a gente inverter... Minhas pernas não aguentam tanto...

Niko apertou os olhos negando com a cabeça, mas levantou puxando Félix pela mão, invertendo suas posições.

– Melhor agora, senhor Khoury?!

Sentado agora no colo do seu carneirinho, Félix passou as mãos pelo seu pescoço, respondendo: - Ótimo!

Estavam quase deitando quando lembraram da família lá embaixo os esperando ao ouvirem um grito de gol alto.

– Ai, vamos descer, Félix! Senão daqui a pouco vão vir nos buscar!

– Carneirinho... – Protestou. – Só mais um pouquinho... Vai, você sabe que eu faço muito mais gols que qualquer seleção!

Niko riu alto. - Ah Félix, eu sei... Mas, vem de uma vez!

Desceram e ficaram o resto da tarde e começo de noite com o resto da família, e por mais que aquilo fosse um jeito diferente de passar o dia dos namorados, Félix estava se sentindo bem, se sentido feliz por estar ali com o homem que o estava ensinando a amar e com seus filhos. Os dois pequenos que ele aprendeu a amar e Jonathan, seu filho querido, que também foi um dos grandes responsáveis pelo novo Félix, aquele Félix que todos gostavam de ter por perto.

...


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...
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