Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 37
Cowboys fora da lei! ---parte 1


Notas iniciais do capítulo

Imaginem Félix vestido de cowboy num cavalo preto, cavalgando ao lado de Niko, também vestido de cowboy, num cavalo branco...
Imaginaram? ... Boa leitura!! ;-)



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Niko chegava em casa depois de mais um dia de trabalho. Beijou o marido e o filho menor que estavam no tapete da sala, rodeados por livrinhos infantis.

– Oi, amores da minha vida!

– Oi, carneirinho!

Fabrício deu um sorrisinho para Niko, dizendo: - Oi, papai...

Niko abriu um sorriso e abraçou o filho. – Oi, meu filhote lindo! – Virando para o marido, perguntou: - O que estavam fazendo?

Fabrício respondeu na frente: - Papai, eu vou ler!

Niko olhou novamente para Félix com os olhos brilhando.

– Você o está ensinando a ler, Félix?! Já, nessa idade?!

– Estou! E ele vai aprender rápido, viu! Você quis colocá-lo na escola quando não tinha nem dois anos ainda, eu vou ensiná-lo a ler com três!

– Ah, mas foi mais para ele se enturmar com outras crianças da idade dele, aprender a conviver com outras pessoas...

– Eu sei carneirinho, mas é bom já ir ensinando as letras e quando menos esperar ele vai começar a ler as primeiras palavras! – Félix não perdeu a oportunidade de brincar. – Não sei a quem o Fabrício puxou ser tão inteligente!

Niko entrou na brincadeira. – Ah, a mim não foi né?! Ele deve estar sendo contagiado por você!

– Ah, com certeza! Só pode ser! – Félix riu. – Mas... Você também é inteligente! Senão, não seria meu carneirinho!

Niko deu um sorriso apaixonado e ficou corado. Adorava quando Félix dizia ou fazia algo romântico.

– E o Jayminho? – Perguntou Niko.

– Está lá em cima tentando fazer um trabalho de geografia! – Respondeu Félix. – Se fosse de matemática ou português eu ajudaria mais, mas geografia nunca foi meu forte! Eu o deixei pesquisando na internet!

– Tá! Depois eu vou ver se sei o assunto para ajudá-lo!

– Você, carneirinho?!

– Sim...

– Se eu que sou o gênio da casa não sei muito bem, você vai saber?!

– Ai Félix, você me chama de inteligente e depois de burro?! Eu não sou burro não, tá! Nem você é tão bom em tudo!

Félix deu um sorriso malicioso. – Me engana que eu gosto, carneirinho!

Niko já ia subindo as escadas quando Félix lembrou: - Ah carneirinho, uma de suas irmãs ligou!

Niko voltou. Ele sempre ficava contente quando alguma de suas irmãs ou seus pais ligavam, já que moravam tão longe.

– Sério?! Qual?

– Foi uma das gêmeas, deixa eu ver... Ah, Mariana! Ela disse que tinha uma novidade para te contar e que ligaria mais tarde!

– Ai O que será?! – Félix percebeu que Niko já havia ficado ansioso com a notícia.

Mais tarde...

– Alô?! Oi, maninha! Não sabe como fiquei ansioso por sua ligação... – Niko conversava com a irmã ao telefone.

A conversa durou quase uma hora. Félix assistia TV com os filhos e olhava de vez em quando se perguntando como seu carneirinho conseguia falar tanto.

Quando desligou o telefone, Niko foi até eles, com uma cara de felicidade.

– Puxa, carneirinho, até que enfim hein?! Vem cá, todos da sua família são assim? Falam, falam, falam...

Niko nem deu bola para o que Félix dizia, se aproximando mais deles e dizendo:

– Tsc... Tenho uma novidade!

– Que novidade?

Jayminho também ficou curioso. – Que novidade, pai?

Niko contou entusiasmado: - A minha irmã comprou uma fazenda com o marido... E nós fomos convidados para ir lá!

Niko e Jayme comemoraram e Fabrício também mesmo sem nem entender direito. Félix levantou.

– Carneirinho, me explica melhor isso...

– Ué, explicar o quê, Félix? Minha irmã agora é dona de uma fazenda, não é enorme, mas é uma boa fazenda, e ela queria muito que eu fosse lá ver e visitá-la! Nossos pais não podem ir agora e nenhuma das nossas outras irmãs, elas têm as famílias delas, o emprego...

– É... Niko, você também tem família e emprego, meu querido!

– Eu sei Félix, mas eu sou meu próprio chefe, eu posso me dar uns dias de folga! Além disso, eu levaria minha família!

– Tá... Já perguntou se sua família quer ir?

– Meus filhos querem, não é meninos?!

– Sim! – Os dois gritaram. Fabrício, claro, só acompanhou o irmão.

– Viu, Félix...

– Você pode não ir ao trabalho, mas os meninos têm escola!

– Ah Félix, nós vamos no final de semana! Você não vai fazer essa desfeita com sua família, vai?!

Niko se juntou aos meninos. Os três faziam carinha de pidão para Félix. Ele não resistia àquilo.

– Ah, carneirinho, assim não dá! Você está ensinando nossos filhos a serem chantagistas iguais a você!

Fabrício olhou para os pais. – O que é chantatita?

Eles riram. Félix explicou: - É chantagista, meu filho! E é tudo que eu não quero que você aprenda a ser com seu papi carneirinho, tá!

– Ai, Félix, eu não sou chantagista...

– Sei... Tenho certeza que você ainda vai me provar que é! Só vou te dizendo uma coisa, eu não tenho a menor vontade de ir a uma fazenda, no meio do mato...

– Ai Félix, não é no meio do mato, é no interior do Rio de Janeiro, não é muito longe daqui... São só algumas horas de carro! E olha, também vai ser bom pra o trabalho que o Jayme está fazendo! É sobre o relevo dessa região, e não ficaria muito melhor se ele mesmo tirasse fotos das paisagens em vez de copiar da internet?!

Félix cruzou os braços. – Já vi que você está preparando todos os argumentos para me convencer...

Niko também cruzou os braços. – Estou mesmo!

____

À noite, no quarto do casal, Niko estava deitado de lado, quando Félix saiu do banheiro, indo direto para a cama. Deitou atrás de Niko, passou um braço em volta dele, puxando-o para mais perto e beijando seu pescoço. Niko mal se mexeu e disse:

– Me deixa quieto, Félix! Tô com sono...

Félix se surpreendeu. – Você com sono, carneirinho?! O que deu em você?

– Nada! Só quero dormir...

– Você, só querendo dormir?! Aí tem coisa errada, você nunca foi de negar fogo!

– Você nunca faz o que eu quero, porque eu tenho que fazer o que você quer!

– Espera... – Félix pausou e pensou. – Carneirinho, você está me chantageando, é isso?!

– Eu?! Não...

– Ah não... Eu devo ter cortado as unhas do pé na mesa da santa ceia pra você estar me chantageando dessa maneira!

Niko apenas deu com os ombros e virou de lado de novo.

– Ah é assim, Niko?! Eu sabia, eu já estava prevendo, eu disse que você ia me provar que é chantagista!

Niko virou para ele. – Quer saber, sou mesmo tá! E se você não quer fazer o que eu peço, também não faço o que você quer, pronto! Divirta-se sozinho! – Ele voltou a virar de costas.

– Ahh... Coisa geniosa! Não tô nem aí pra você... – Félix virou de costas para ele também.

Ficaram os dois assim por alguns minutos até que Niko ouviu Félix ressonar. Ele virou para ver se ele estava dormindo.

– Que coisa, ele dormiu e nem ligou pra mim! – Voltou a virar, mas dessa vez ficou mais próximo de Félix.

Félix se mexeu e acabou se aproximando mais ficando com as costas quase tocando as costas de Niko. Quando Niko pegou no sono, Félix abriu os olhos e virou. Chegou mais perto até ficar com o corpo colado ao dele e passou o braço em volta de sua cintura. Dormiram de conchinha sem que Niko percebesse.

De madrugada, Niko acordou e sentiu os braços de Félix envolvendo seu corpo. Na verdade, sentiu o corpo inteiro de Félix junto ao seu, e sua respiração na sua nuca. Ele adorava aquilo, mas tinha que insistir. Se afastou e empurrou Félix para ele se virar, mas ele acordou.

– Hã... Carneirinho? Que foi?

– Como assim que foi? Você que estava quase em cima de mim...

– E...

– E eu quero que você fique quieto, eu estou tentando dormir...

Félix esfregou o rosto. – Carneirinho, deixe de ser genioso... Eu estava tendo um sonho tão bom...

– Tô nem aí pra os seus sonhos... – Niko voltou a deitar de costas para Félix.

Félix girou os olhos e riu em silêncio. – Tá, então eu não conto... Não conto que eu estava sonhando com nós dois, deitados assim coladinhos, numa relva verde, com uma paisagem campestre à nossa frente, assim como se estivéssemos numa fazenda... Mas, deixa pra lá, você não está nem aí né?!

Niko virou para ele. – Félix... Você está querendo dizer que nós vamos?!

Félix já estava de costas para ele e deu com os ombros como ele tinha feito antes.

Niko insistiu: - Félix, fala comigo! Por favor... Eu sei que sou genioso às vezes... Desculpa! Mas, eu quero tanto ir... Você vai ver a gente vai se divertir tanto...

Félix, sem olhar para ele, respondeu: - Divirta-se sozinho!

Niko apertou os olhos e entendeu que Félix estava lhe fazendo pagar na mesma moeda. Mas, ele ainda tinha seus truques.

– Tudo bem, eu sei me divertir sozinho! Só que... – Ele foi passeando com as mãos contornando o corpo de Félix. – Eu preciso de um incentivo... – Ele parou uma mão nos quadris do marido, ao mesmo tempo em que lhe dava uma mordidinha na orelha. Félix fechou os olhos e tentou se controlar, mas Niko continuou o passeio com as mãos, agora, indo para dentro da roupa dele. Ficou impossível de Félix aguentar.

– Ahh... Ok, você venceu, carneirinho! Nós vamos! Mas, você vai ter que ser muito bonzinho comigo!

Niko sorriu, mordendo os lábios. - Eu sempre sou bonzinho com você...

____

No dia seguinte, Jonathan chegou de carro na casa de praia.

– Filho, você nem ligou para dizer que vinha! Aconteceu alguma coisa?

– Não pai... Eu só vim dar um tempo aqui mesmo!

– Dar um tempo... De quê?!

– É... Como as aulas na faculdade ainda não voltaram, então eu tive vontade de passar uns dias aqui com vocês... Posso?

– Claro que pode, mas... É só isso mesmo?! Você também não é muito bom para mentir!

– É, não é só isso... É que meu relacionamento com a Ana não estava indo muito bem...

– Vocês terminaram?!

– Não, não foi bem um término, mas nós demos um tempo! Essa coisa de namorar à distância é bem difícil, pai! Eu estudando em São Paulo, ela no Rio Grande do Sul... Nós resolvemos dar liberdade um ao outro até nos encontrarmos de novo no final do ano e aí vemos como ficamos...

– Ah... Bom, não sei se isso dá muito certo, meu filho, mas se vocês decidiram assim... A verdade é que vocês já estão há um bom tempo juntos e com a convivência você acaba aprendendo como é o gênio e cada truque do outro e...

– Pai, ainda está falando de mim e da Ana ou de você e do Niko?!

Félix riu. – Acho que as duas coisas, filho! Ah, você não sabe... Se for ficar muitos dias aqui você corre o risco de, em vez de curtir a praia, acabar ordenhando uma vaca numa fazenda...

– Por quê?!

– Eu vou te contar a última do carneirinho, vem...

____

Dias depois...

– É aqui! Ah, nem acredito que chegamos! Parece ser um lugar lindo!

– Carneirinho... Até agora só vi mato!

– Ai Félix, nós acabamos de chegar, por favor... Os meninos estão super animados!

Jayminho, no banco de trás do carro, se pronunciou: - Eu quero ver os bichos da fazenda!

Fabrício, na cadeirinha, olhava para tudo sorridente.

– Viu só, Félix! Ah, e foi ótimo você ter vindo com a gente, Jonathan!

– Valeu pelo convite, Niko! Eu precisava me distrair mesmo!

Eles entraram, desceram do carro, e a irmã de Niko junto com o marido foi recebê-los.

– Niko, que bom que vieram! Que saudade!

– Eu também estava morrendo de saudade de você, Mariana! Que pena que as outras não puderam vir!

– Pois é, a Marcela e a Samantha estão muito longe daqui... O papai e a mamãe, já sabe como é difícil para eles viajarem, mas, a Ana conseguiu vir de última hora!

– Não me diga! Aquela irresponsável apareceu?! Não sei como vocês duas podem ser gêmeas e tão diferentes...

– É, somos bem diferentes... Ah, mas deixa eu dar um beijo nos meus sobrinhos... – Ela foi cumprimentar os meninos. – Oi, Jayminho, tudo bem?!

Niko riu e interrompeu: - Ah, maninha, esse mocinho prefere ser chamado só de Jayme agora... Sabe como é, onze anos...

– Ah, claro... – Ela riu e o abraçou, depois pediu para pegar Fabrício que estava nos braços de Félix. – Oh, e esse Fabrício lindo, como está grande!

Fabrício olhou para ela e Niko pediu: - Diz oi pra tia, filho!

– Oi... Tia!

– Ah, meu irmão, não vejo a hora do meu bebê começar a falar...

A outra irmã de Niko vinha correndo, chegando onde estavam.

– Niko! Maninho fofo!

Apesar de serem gêmeas, Ana parecia mais jovem que Mariana. Seu comportamento, modo de se vestir e personalidade eram bem diferentes da irmã.

Niko a abraçou. - Oi, Ana! Minha linda... Me diz onde você estava metida dessa vez, hein?!

– Por aí... Sabe como eu sou, não sei viver num lugar só! Gosto de aventuras!

– Sei, sei muito bem, sua danada... Olha, eu trouxe toda a família!

– Oi Félix, tudo bom?! E esses meus sobrinhos lindos... – Ela abraçou os dois.

Niko lembrou: - Ah gente, me esqueci de apresentar a vocês o Jonathan, o filho do Félix! Acho que vocês não tiveram oportunidade de se conhecer no nosso casamento, não foi?!

Mariana o cumprimentou educadamente: - Olá, Jonathan, seja bem vindo! Pode ficar a vontade!

Ana sorriu e o cumprimentou com um aperto de mão. – Muito prazer... Quer dizer que você é o enteado do meu irmão?

Niko riu, ele nunca havia pensado em Jonathan como seu enteado. Mas, era mesmo. Jonathan respondeu: - É, pode se dizer que sim!

Félix se pronunciou: - Era só o que faltava você começar a chamar o Niko de padrasto!

– Não vejo problema nisso, Félix... Eu só não tenho idade pra ser pai do Jonathan!

– Você sempre dá um jeito de me chamar de quarentão, né carneirinho?!

Todos riram.

Arthur, o marido de Mariana, os chamou para entrarem. – Bem, vamos entrar pessoal?! Daqui a pouco, se quiserem, os levo para conhecer a fazenda!

____

Mais tarde, Jayme estava ansioso para montar a cavalo. Niko, cheio de cuidados.

– Meu filho, nós vamos nos arrumar para passear na fazenda, mas você não invente de subir num cavalo sem ninguém por perto! É perigoso!

– É, é verdade, Jayme! – Completou Félix. – Eu mesmo já levei cada tombo de cavalo...

– Você, Félix? – Niko estranhou.

– É, carneirinho! Antigamente a vovó morava numa chácara, e lá perto havia umas pessoas que criavam cavalos numa chácara bem maior que já não existe mais! Eu tinha uns quinze anos da última vez que fomos... O papi me fez aprender a montar, disse que era bom para mim, entende?! No começo eu tinha medo, mas depois de algumas quedas eu consegui!

Jayme se pronunciou: - Então, pai Félix, você pode me ensinar a montar a cavalo!

– Ah não, Jayme... Faz muito tempo que eu nem chego perto de um cavalo, nem sei se ainda sei como se monta...

Niko olhava para ele sorrindo. Félix notou. – Que foi carneirinho?

– Não, nada...

– Não, agora me diz...

– Félix, é que... Eu sempre me impressiono com você, sabe... Quando eu penso que você não pode ser melhor, você me aparece com uma novidade!

Jayme saiu. – Eu vou chamar o Jonathan pra gente ir!

– Tá, vai lá, meu filho, vista a roupa que eu separei! – Respondeu Niko. – Ah, e Félix... Eu quero só ver o que mais você sabe...

Félix respondeu com um sorriso cínico e malicioso: - Depende... Está falando de cavalinhos ou de carneirinhos?!

– Ai Félix... – Niko o repreendeu, ficando todo corado. – Vem, vamos nos arrumar...

____

Algum tempo depois eles desceram. Félix já ia atrás de Niko, reclamando.

– Carneirinho, eu devo ter roubado as trinta moedas de Judas, para você me fazer me vestir parecendo um cantor sertanejo!

Niko deu uma gargalhada. – Ai, Félix, você diz cada coisa! Você não está parecendo um cantor sertanejo, meu querido! Essa é uma roupa que combina com o clima de fazenda! Camisa xadrez, calça jeans levinha, se quer saber, você está lindo, está parecendo um cowboy!

– Hum... Cowboy soou melhor... – Jonathan vinha com Jayme e Fabrício. – Não acredito que até com nossos filhos você fez isso, Niko!

– Ah Félix, olha como estão lindos! O Fabrício com esse macacãozinho... Olha, o Jayme, que charme... E até para o Jonathan eu sugeri uma roupa, não foi Jonathan?!

– Foi, pai, o Niko me deu essa sugestão... Mas, agora eu estou percebendo que nós estamos parecidos né?!

Félix olhou para a roupa do filho e para a sua. Eram mesmo parecidas. Virou para Niko, com as mãos na cintura e balançando a cabeça. – Ih, pelo jeito essa coisa de padrasto subiu a sua cabeça! Só você hein, carneirinho... Só está faltando o chapéu para completar nosso look!

Mal acabou de falar, as irmãs de Niko apareceram.

– Olhem o que trouxemos pra vocês!

Mariana pôs um chapéu de cowboy em Jayme que comemorou. – Oba, agora tô pronto pra montar num cavalo!

Ela disse: - Tem mais para vocês também se quiserem! – Entregou para Niko que logo colocou um e pegou outro para Félix.

– Ah não, carneirinho, é melhor não... Vai desarrumar meu cabelo...

– Félix, nem que fosse o meu que é cacheado... O vento desarruma seu cabelo, ele é muito liso! Vai coloca o chapéu vai ficar lindo em você!

Félix pegou meio contrariado. – Ok, me dá isso aqui... – Depois de colocar ele se viu num espelho. – Hum... Pior que eu fico lindo mesmo!

Ana chegou perto de Jonathan e pôs um chapéu nele. – Também vai ficar muito bem em você!

Jonathan, meio sem jeito, apenas agradeceu com um sorriso.

Niko não pôde deixar de perceber certo interesse da irmã por Jonathan.

____

Todos saíram conhecendo a fazenda até chegarem ao local onde um peão treinava alguns cavalos. Arthur, que estava guiando todos pela fazenda, foi apresentá-los.

– Aquele lá é o Caio! Ele já trabalhava aqui na fazenda antes de a comprarmos e achamos melhor mantê-lo no emprego! Ele cuida dos animais, ainda temos poucos, mas pretendemos ter mais no futuro! Vocês querem montar?

Jayme, que já estava encantado com os bichos, pediu: - Eu posso pai?!

Niko olhou para Félix que fez um gesto como se dissesse “deixa”, então Niko deixou. – Pode meu filho! Mas, vai com calma! E muito cuidado!

Eles entraram no cercado e Arthur pediu para Caio selar os animais e ajudar o menino a montar. Logo estava tudo pronto e Jayme subiu entusiasmado num dos cavalos. Os pais olhavam para ele, orgulhosos.

– Olha, nosso pequeno cavaleiro, carneirinho! Devíamos tirar uma foto...

Antes que Félix acabasse a frase, Niko já estava filmando com o celular.

Félix só balançou a cabeça sorrindo. Niko estava mesmo muito feliz de estar ali. Jayme gritou para o pai: - Pai Félix, vem mostrar se você sabe montar!

Niko o incentivou: - Vai lá Félix! Eu quero ver se é verdade!

– Não, carneirinho... Eu já disse que faz tempo que eu não monto... O Jonathan nem era nascido da última vez que cheguei perto de um cavalo...

Mas, os argumentos de Félix não foram suficientes e todos começaram a incentivá-lo junto com Niko.

– Tudo bem, tudo bem, eu vou...

O peão Caio puxou um dos cavalos para mais perto e ajudou Félix a subir.

– Quer que eu segure as rédeas para o senhor? – Perguntou Caio.

Félix o olhou bem pela primeira vez e notou como ele era um homem bonito. Moreno, alto, sarado, sensual e com um ar cínico.

– É... Não, não precisa... – Félix mesmo segurou as rédeas e começou uma cavalgada lenta.

Niko o observava e não parava de sorrir. Seu marido e seu filho estavam lindos em cima dos cavalos. Félix ficava extremamente elegante e, por incrível que pareça, estava sendo modesto antes quando dizia que não sabia mais montar, ele ainda fazia isso muito bem.

Félix foi com o cavalo até ficar ao lado do que Jayme estava. Caio foi segurar as rédeas do cavalo de Jayme para que ele não ficasse agitado com o menino que não sabia muito bem como ficar. Quando Jayme desceu, correu para Niko.

– Pai, vai você agora! Olha, o pai Félix sabe mesmo montar, que legal!

– Não é que ele sabe! Eu já tirei várias fotos de vocês e até filmei...

Enquanto falavam o cavalo de Félix começou a ficar meio agitado. Caio se aproximou para tentar acalmá-lo, mas não conseguia nem chegar perto.

Todos se assustaram e pensaram que Félix ia cair, mas ele conseguiu se segurar bem e puxou com força as rédeas do bicho fazendo-o levantar as patas dianteiras. Então, não conseguiu mais se manter e escorregou, caindo em cima de Caio. O peão o segurou, mas ambos foram ao chão. Sem querer, Félix acabou com as mãos no peito do peão. Por um segundo ele o olhou, mas voltou a si e levantou-se limpando a roupa.

– Ai, eu devo ter penteado os cabelos de Sansão com escova de crina de cavalo para me acontecer uma coisas dessas... Eu estava indo tão bem...

Caio pôs uma mão em seu ombro. – Está mesmo bem?

– É... Claro, claro...

– O senhor me desculpe... Eu vou ver o que deu nesse cavalo!

– Tá... – Félix havia ficado mesmo impressionado com a beleza daquele peão, mas seu carneirinho já vinha em sua direção.

– Félix! – Ele o abraçou. – Você está bem?!

– Hein?! Ah sim... Claro, estou ótimo, carneirinho, não foi nada! Eu te disse que já levei um monte de tombos... Eu aprendi a cair!

Niko o abraçou de novo: - Ah Félix, que susto! Mas, eu fiquei orgulhoso de te ver montando... Tão lindo!

Félix riu. – Eu sou lindo de qualquer jeito!

– Ai ai... Dessa vez eu deixo passar por que você foi modesto antes... Mas, pior que é verdade, você é lindo de qualquer jeito! – Niko lhe deu um selinho rápido e ambos voltaram para onde os outros estavam.

O peão os observava enquanto se afastavam.

____

Depois do almoço, Félix decidiu:

– Agora, carneirinho... É sua vez!

– Minha vez de quê?

– Ora, de montar num cavalo! Não insistiu para que eu fosse? Mas, você ficou só lá na boa tirando fotos...

– Ai Félix, não sei... Eu tenho um pouco de medo! Se você que é mais experiente caiu, imagina eu que nunca subi num cavalo...

– Carneirinho, eu não sou experiente, eu apenas já fiz aula de montaria numa época da minha vida, e obrigado por papi! Eu não tenho culpa se sou bom em tudo que faço!

– Quanta modéstia... Mas, e se eu cair, Félix!

– Eu só caí por que o cavalo se agitou... E, não se preocupe, se você cair eu te seguro...

____

Voltaram, então, algum tempo depois para a estrebaria. Apenas Niko e Félix. Niko estava muito ansioso.

– Não fica nervoso, carneirinho! Eu vou lá ver se aquele peão bonitão está... Como é mesmo o nome dele?

– É Caio... Você o achou bonito foi?! – Niko já o olhou enciumado.

– Hã... Ah, mais ou menos... Nem se compara a você...

Niko cruzou os braços.

– Ai carneirinho, eu vou ver se ele está lá dentro para selar um cavalo pra você...

Félix entrou e Niko ficou esperando do lado de fora.

Dentro da estrebaria, Félix preferiu não gritar o nome do rapaz que ele nem conhecia direito e saiu procurando-o, quando o viu, em cima de um monte de feno, deitado, com os braços atrás da cabeça. Sem camisa, o homem mostrava seus músculos suados.

Félix olhou por um instante, mas virou a cara, pensando: - Nossa! Se concentra, Félix... – Ele pigarreou para que o peão ouvisse que ele estava ali.

O homem levantou na hora e o viu.

– O senhor precisa de alguma coisa?

– É... Sim, preciso! Você poderia selar um dos cavalos?

– Claro! – Ele saiu do monte de feno e foi para perto de Félix. – O senhor vai montar de novo?

– Não, não é para mim, é para o irmão da sua patroa... Vê se sela um cavalo mansinho, viu!

– Pois não...

Caio olhava muito para ele enquanto falava.

– É... Então, eu vou esperar lá fora...

– O senhor não quer escolher a sela?

– Eu?! Não, não entendo disso... Se eu for escolher, vai ser só por qual é mais bonita...

– Pode escolher pela mais bonita, sem problema! Eu vou mostrá-las...

Ele indicou o local onde estavam guardadas as selas e Félix o seguiu para vê-las. Era um local apertado. Félix escolheu uma e disse: - Pronto, gostei dessa! Pode ser está aqui?

Caio se aproximou dele, enquanto ele estava de costas, e disse atrás dele: - Pode... Deixa que eu pego...

Ele ficou atrás de Félix e estendeu o braço para pegar a sela. Ele podia ter pedido licença para pegar, mas preferiu roçar o corpo no dele. Claro que Félix percebeu suas intenções. Quando tentou se afastar, Caio pegou no seu braço, fazendo Félix se virar e ficar de frente para ele. O local parecia mais apertado, eles estavam mesmo muito perto.

– O-o que é?

– Não quer o senhor mesmo levar a sela para seu companheiro?

– M-meu... Não! Não, você leva... Esse é seu trabalho! Além disso, eu não sei selar um cavalo...

O peão o olhou nos olhos e na boca.

Félix, um pouco mais alto que ele, desviou antes que ele resolvesse se aproximar mais e saiu. – Vou esperar lá fora...

____

Poucos minutos depois, o cavalo ficou pronto. Caio o levou para fora e Félix ajudou Niko a subir. Caio se ofereceu para ir andando na frente, segurando as rédeas, já que se notava que Niko não tinha nenhuma experiência. Mas, Félix mesmo quis cuidar de seu carneirinho.

Ele ia andando, puxando o cavalo, e Niko em cima como se fosse um menino.

– Ah Félix, você bem que podia vir comigo, na frente, aí eu segurava na sua cintura e você me ensinava...

– Carneirinho, isso é um cavalo não uma moto! Você acha que o bichinho aguenta tanto peso?!

– Félix! O que você quer dizer com isso, hein?!

Félix notou que escolheu as palavras erradas. – Eu... Não faz essa cara, Niko! Eu só quis dizer que nós dois em cima do cavalo fica desconfortável... Não é assim que se aprende!

– Eu não vou aprender nada se você ficar puxando o cavalo pra mim o tempo todo!

– Ai, tá bom... Segura as rédeas, então... Agora, não faz nenhum movimento brusco, eu vou ficar aqui perto dizendo o que você tem que fazer...

Félix ia ensinando com toda calma e Niko ia fazendo o que ele mandava.

O peão os observava de longe, pensando: - O irmão da patroa é bem bonito... Mas, o parceiro dele faz mais meu tipo!

...


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...
(+ de 4100 acessos é uma honra pra mim! Muito obrigada a todos que leem e acompanham até agora! É um sonho realizado ver que tem gente gostando. Mesmo que algumas vezes demore mais para ser atualizada, essas histórias não vão parar nem tão cedo!)



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