Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 36
Surpresa!!! - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os comentários! Vocês me ajudaram a fazer essa SURPRESA!!!
Lembram quando Félix disse que era bom saber que podia incluir o carneirinho nos seus planos?... Ele só não tinha dito quais planos... Até agora!



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Os primeiros raios de sol apareciam e Niko logo acordou. Em sua casa não havia uma janela tão grande que iluminasse tanto o quarto logo cedo. Acordou, virou e viu, com tristeza, que o outro lado da cama continuava arrumado. Félix não havia voltado para casa. Niko sentiu uma dor profunda, uma vontade de chorar. O cheiro das velas que ele acendera durante a noite permaneciam no ar, o champanhe estava quente... Amanheceu e a noite e sua surpresa foram inúteis. Só lhe restava agradecer a hospitalidade de Pilar, os conselhos de Bernarda, e voltar para casa com o coração partido.

–-------------

Quando Niko estava estacionando seu carro, chegando em casa, Adriana também ia chegando. Ele estranhou e saiu do carro correndo até ela.

– Ei, Adriana, de onde você tá vindo?!

– Do hospital, seu Niko...

– Do hospital?! – A surpresa de Niko foi estranha para Adriana.

– Ué, seu Niko, não lembra que ontem meu tio se acidentou e eu fui ao hospital lá na zona leste?!

– Como assim? Do que você tá falando?

– O seu Félix não avisou?!

– O Félix?! Não... Espera, se você está chegando agora... E os meus filhos, Adriana?!

– Ficaram com o seu Félix!

– O quê?! Espera, me conta essa história direito...

Adriana explicou rapidamente o que aconteceu e Niko entrou correndo em casa. Estava tudo silencioso. Ele foi direto para o quarto de Fabrício, mas seu bebê não estava no berço. Ele se assustou, e confuso, correu para o quarto de Jayminho. Adriana ia atrás dele.

– Ah! Ele está aqui... – Niko se aproximou e chamou o menino. – Ei, meu filho, acorda...

Jayminho abriu os olhos e sorriu ao ver que o pai havia voltado.

– Oi, papai!

– Oi, meu filho... Olha, por acaso, o Félix ficou aqui cuidando de você e do seu irmão?

– Ficou! Ele até me deixou assistir o filme que eu queria e dormir um pouquinho mais tarde! – O menino deu um sorrisinho.

Niko continuava confuso. – Foi?! Tá, sobre isso a gente fala depois, mas... Me fala, o que mais aconteceu? Porque o seu irmão não está no berço? E cadê o Félix?

O menino pensou um pouco e respondeu:

– Ah, o tio Félix deve tá no seu quarto, papai... O Fabrício não queria ficar no berço, toda vez que o tio Félix botava ele lá, ele chorava! Eu disse que você tinha dito que o Fabrício estava com cólicas, e o tio Félix me explicou o que era e disse que meu irmãozinho ia ficar melhor! Ele ficou um tempão na sala tentando fazer o Fabrício dormir e eu vim pro meu quarto... Acho que o Fabrício acabou dormindo depois, porque eu não ouvi mais ele chorar, e o tio Félix veio aqui me cobrir depois, eu vi!

Niko ouvia maravilhado tudo que Jayminho lhe contava.

– Ele... Então... Ele ficou a noite toda mesmo aqui, cuidando de vocês?! Ele cuidou direitinho?

– Sim, papai! Eu achei legal ele ficar aqui com a gente! A Adriana tava chorando e ele disse que ela podia ir ver o tio dela... Ah, eu fui o ajudante do tio Félix, ele me ensinou a trocar a fralda do Fabrício e depois eu ajudei a dar a mamadeira dele que a Adriana deixou preparada! Depois, nós três assistimos Harry Potter, e aí ficou tarde e ele disse que já era hora de eu dormir... Foi aí que ele ficou com o Fabrício na sala!

Niko já estava quase chorando só de ouvir o que o filho falava e como falava de Félix.

– Tá, tá bom, meu filho... Pode dormir mais um pouquinho, senão você fica com sono na aula!

Ele levantou e virou para Adriana. – E, o seu tio, esse acidente... Foi grave? Se quiser eu te dou folga hoje...

– Não precisa não, seu Niko! Brigada, mas meu tio vai ficar bem... Ele bateu o carro, e passou por cirurgia de madrugada, mas já tava acordado quando eu saí!

– Então, tá... Mesmo assim, eu vou te dar o dia livre, só deixa eu procurar o Félix com o Fabrício...

Niko pensou, só havia um lugar onde eles podiam estar, como Jayminho tinha dito, afinal, sua casa não era tão grande. Niko foi depressa para seu quarto e não conteve as lágrimas emocionadas ao se deparar com a cena mais linda, a cena com a qual ele tanto sonhara.

Assim como um dia, na casa de Márcia, Félix colocava Merijayne para dormir e acabou adormecendo ao lado dela, Félix, agora, dormia ao lado de Fabrício. Ambos com uma expressão angelical. Félix mantinha um dos braços em volta do bebê, acima da cabecinha dele, protegendo-o.

As lágrimas escorriam incessantes pelo rosto de Niko. Ele respirou e se controlou, enxugando as lágrimas e se aproximando mais dos dois. Se abaixou, fez um carinho no seu filho, e deu um beijo em Félix, acordando-o delicadamente. Félix se mexeu e abriu os olhos, mas quando Fabrício também se mexeu ele ajeitou logo o pequeno antes mesmo de olhar para Niko. Este continuava radiante, em êxtase, vendo o cuidado, o carinho e o amor com que Félix tratava seu bebê.

Fabrício ficou quietinho e Félix, então, levantou devagar para não acordá-lo. Pôs umas almofadas do lado em que estava para o pequeno não cair e só então virou para olhar Niko. O olhou de cima a baixo, o encarou e perguntou:

– Chegou só agora foi?!

Niko tinha um sorriso bobo no rosto e os olhos marejados.

– Foi... Ah Félix, se eu soubesse que você estava aqui, eu...

– Você o quê?! Você teria cancelado a sua noitada fora de casa?! – Félix falava baixo, mas revoltado. – Vamos sair daqui pra não acordar o Fabrício, me deu muito trabalho fazê-lo dormir...

Eles saíram. Félix foi na frente e Niko o seguiu.

– Félix, o quê... – Niko sorriu quando entendeu a desconfiança de Félix. – Não é nada disso que você está pensando...

– Não é nada disso? Você não sabe o que estou pensando... Vai inventar o que, hein?! Você passou a noite toda fora, não me atendeu quando te liguei, você não sabia nem com quem estavam seus filhos...

– Félix, eu já tinha combinado com a Adriana para ela ficar com os meninos, mas ela já me explicou o que aconteceu e... – Niko sorriu de novo. – Meu amor, eu achei tão lindo o que você fez! Por que não me avisou?!

Félix apontou o dedo para ele, chegando mais perto.

– Não me venha com esse seu sorrisinho e com essa sua cara de carneirinho santo me chamando de “meu amor”... – Ele enfatizou as aspas com os dedos. – Pelo visto você tem muitos amores não é?! Porque se você já tinha mandado a Adriana ficar com eles é porque já planejava passar a noite fora!

Apesar das reclamações, Niko só se sentia mais amado por Félix ter ficado preocupado e com tanto ciúme dele assim.

– Sim, Félix, eu já tinha planos de passar a noite fora!

Félix cerrou os punhos e balbuciou alguma coisa incompreensível, até se dirigir de novo a Niko.

– E você me diz isso com esse sorrisinho no rosto?! Com quem você esteve?! Com aquele cara que levou flores pra você lá no restaurante?!

– Flores?! – Niko lembrou e riu. – Félix, aquele era um vendedor... Não tem nada a ver... E como você viu isso?!

– Não interessa como eu vi! Se não tem nada a ver, me explica, vamos! Eu devo ter... Ah! Eu nem sei mais o que devo ter feito pra merecer ser traído por você Niko!

Niko arregalou os olhos. – Traído?! Félix eu nunca traí ninguém, quanto mais você... Eu te amo!

– Ah é?! A Edith também dizia que me amava e me botou um par de chifres...

– Ah, não me compara com a sua ex- mulher, Félix, por favor! Ela até podia jurar que te amava, mas, eu te amo de verdade! – Niko ficou sério e cruzou os braços. – E por falar nisso, por que você estava andando com ela pra lá e pra cá no shopping ontem, hein?!

– Ah... Era só o que faltava, agora você quer virar o jogo contra mim?! Pois eu vou dizer, apesar que do mesmo jeito que você não me deve satisfações, eu também não te devo satisfações, mas aí vai... A Edith queria me apresentar o bofe magia dela que por acaso era o mordomo da mami e também, nas horas vagas, o amante da Edith quando ainda éramos casados! Além disso, ela também foi a única que me parabenizou pelo meu aniversário, que é hoje, e que por acaso, ninguém lembrou!

– Félix, todo mundo lembrou... – Niko já falou mais calmo outra vez. – Inclusive, eu nem sabia até ontem... Mas, quando eu fiquei sabendo, eu quis dar algo especial pra você e...

Félix o interrompeu: - E resolveu dar um belo par de chifres para enfeitar minha cabeça?!

Niko riu. – Ai Félix, eu já disse que não... Eu estou contente assim por ter te encontrado aqui, dormindo na minha cama, cuidando do Fabrício, do Jayminho...

– É carneirinho, eu estava aqui, na sua casa, na sua cama... Eu cuidei dos seus filhos a noite toda... E o senhor?! Posso saber em que cama o senhor dormiu?!

Niko sorriu de novo, abaixou a cabeça e levantou com os olhos brilhando.

– Eu dormi na cama do homem mais maravilhoso que eu já conheci... O homem que eu amo!

Diante da expressão indignada de Félix, ele continuou: - E eu nunca vou amar outro homem como eu amo o dono da cama em que dormi essa noite!

Félix aumentou levemente seu tom de voz. – E você me fala isso assim nessa cara de pau?! – Ele estava quase chorando e trincava os dentes de raiva.

Niko, porém, mantinha a mesma suavidade na voz. – Falo! Por que a cama em que dormi hoje, você conhece muito bem... Ela tem seu cheiro, seus lençóis, seus travesseiros, e fica no seu quarto!

A expressão de Félix mudou de raiva e indignação para surpresa e confusão.

– C-como é que é, carneirinho?!

Niko balançou a cabeça e riu com a mão na boca.

– Ufa, pelo menos já me chamou de carneirinho... Pensei que você ia me bater... – Ele se aproximou mais de Félix para olhá-lo de frente. – Félix, eu quis te fazer uma surpresa de aniversário e te esperei na sua casa, a noite inteira! Eu comprei umas coisas e preparei uma surpresa especial no seu quarto, seria só pra nós dois... Mas, você não apareceu... E agora eu sei por que... Enfim, ficou tudo lá no seu quarto! E, aquela hora que você me viu falando ao telefone, ontem, no restaurante, eu falava com sua mãe...

– Chega... Espera... – Félix parecia atordoado com tudo que acabara de ouvir. – É... Tá me dizendo que você passou a noite toda no meu quarto, enquanto eu dormi aqui, no seu?!

Niko só confirmou com a cabeça, sorrindo, com aquele sorriso que Félix conhecia tão bem. Félix virou, esfregou as mãos no rosto, abriu a boca para tentar falar alguma coisa, mas nada saiu. Então, estendeu as mãos abertas para Niko e pediu: - Espera... Vinte minutos... Eu volto em vinte minutos no máximo, fica aí!

Félix correu para seu carro que estava estacionado mais a frente, do outro lado da rua e foi rápido para casa. Chegou e subiu correndo as escadas. Entrou em seu quarto. Viu tudo, tudo que Niko havia lhe preparado. Tudo estava lá do jeito que ele deixou.

Uma voz na porta reclamou: - Está vendo tudo que você perdeu, Félix?! Onde você passou a noite, meu filho?!

– Mami... É... É uma longa história... Só posso dizer que... – Félix ainda passeava com seus olhos pelo quarto, quando virou para Pilar com os olhos marejados e um sorriso aberto. – Eu adorei essa surpresinha que o carneirinho aprontou! Que lindo! E você foi cúmplice que eu sei...

– É, ficou muito lindo... Mas, você perdeu...

– Não, não perdi não, mami... Não deixa ninguém entrar aqui, não deixa ninguém mexer em nada... Meu dia está só começando e eu ainda quero aproveitar isso aqui...

– Mas, meu filho, você brigou com o Niko? Por que você não veio pra casa? Você encontrou com ele?

– Encontrei sim, mami... Eu estava na casa dele! Nós não brigamos, muito pelo contrário... Mas, depois eu conto tudo tá! Saiba que entre mim e o carneirinho está tudo bem agora, e vai ficar melhor que nunca!

Félix deu um beijo na mãe e já ia sair correndo de novo, mas Pilar o interceptou.

– Ei, meu filho, espere... – Ela o abraçou. – Parabéns por mais um ano de vida!

Félix a abraçou também. – Mami poderosa... Eu pensei que todos tinham esquecido meu aniversário!

– Félix... Ninguém esquece você!

Félix sorriu e uma lágrima rolou. Ele a abraçou mais forte. Nesse momento, Bernarda e Jonathan apareceram. Eles iam andando no corredor e ouviram.

– Pai?!

– Jonathan...

Eles se abraçaram. – Parabéns, pai! Mas, por que você não veio? O Niko ficou te esperando...

– É, eu já sei... Mas, já está tudo esclarecido entre nós...

Bernarda foi abraçar o neto.

– Félix, meus parabéns, e eu desejo que você ganhe de presente, finalmente, a felicidade que você precisa, meu neto... Parabéns por mais esse ano de vida, por que agora eu sinto que você está vivendo de verdade, não apenas existindo!

– Ah, muito obrigado vovó! E, olha, antes que vocês me perguntem mais sobre o Niko, eu vou logo dizer que ele e eu não brigamos, não nos separamos e, agora, mais que nunca, eu quero ir comemorar meu aniversário com ele, ok!

– Ah, então não se esqueça de levar o bolo que ele fez e trouxe para você e deixou lá embaixo na geladeira!

– O carneirinho fez um bolo pra mim, vovó?! Ah que lindo... – Félix olhou para o relógio. – Ih, tenho que ir, disse que eram vinte minutos... Eu vou dar um beijo no papi, a enfermeira vem ficar com ele e, mais tarde, eu trago um pedacinho do bolo pra vocês! E, pelas contas do rosário, não desarrumem nada nesse quarto!

–-------------

Félix saiu e Niko ficou parado na porta sem entender porque ele tinha pedido vinte minutos.

– Mas... Pra onde ele foi agora?!

Ele voltou para seu quarto e sentou na cama, do lado em que Félix estava antes, pertinho de Fabrício e, olhando para o filho, Niko pensava em Félix, se perguntando: - Será que ele seria um bom pai pra você?!

Os minutos passaram e a campainha tocou. Niko levantou e foi abrir a porta e se deparou com Félix na sua frente, com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso radiante, e com o bolo de aniversário que ele mesmo havia feito em suas mãos.

– Félix... – Niko abriu um sorriso apaixonado.

– Me atrasei?

– Não, não, meu amor, entra! Gostou do bolo que eu te fiz?

– Não sei carneirinho... Ainda não experimentei...

– Ah, então vamos cortar esse bolo... Hoje o dia é todo seu, Félix!

Niko pegou o bolo com uma das mãos e com a outra puxou Félix para o quarto de hóspedes.

–-------------

Enquanto ia para a casa de Niko, Félix recebeu uma ligação.

– Alô, Félix?!

– Paloma, meu doce... – Ele falou de modo sereno. – Oi?!

– Tudo bem?!

– Tudo... Por quê?!

– Nada... Sua voz está diferente... Enfim, eu só te liguei por que lembrei que era seu aniversário e uma pessoa aqui insistiu muito para eu te ligar... Mas, eu já ia mesmo te desejar um feliz aniversário, meu irmão!

Félix respondeu emocionado: - Muito obrigado... Minha irmã!

– De nada! Não quer saber quem insistiu para eu te ligar?

– Quem?!

– Alô... Tio Félix!

Félix se surpreendeu: - Paulinha?!

– Parabéns, tio! Você disse que ia ser meu amigo e nem me ligou, que coisa! Mas, eu ligo pra você, tá!

Félix já estava chorando. – P-pode me ligar quando quiser, viu! Eu... Eu quero muito ser seu amigo...

– Eu também, tio! Parabéns, viu!

– Obrigado... Minha sobrinha!

–-------------

Niko e Félix passaram o dia juntos. Niko deu folga para Adriana, mas Félix fez com que ele pedisse para ela voltar à noite. Tomaram café da manhã com direito a bolo de aniversário e Niko e Jayminho cantando parabéns para Félix. Até Fabrício bateu palminhas com a ajuda do pai. Jayminho foi para a escola e os dois ficaram com Fabrício. Algum tempo depois, Fabrício voltou a dormir. Eles o levaram para o berço.

– Ah Félix, olha pra ele...

– Ele deve estar cansado, carneirinho... Eu também estou, nós dormimos pouco...

– É, mas agora que eu dei a mamadeira pra ele com o remedinho que a Paloma me indicou ele vai dormir mais tranquilo... Mas, me diz uma coisa... – Niko olhou para com um sorrisinho malicioso. – Você está tão cansado assim?!

Claro que Félix entendeu as intenções de Niko. – Não... Não é pra tanto...

– Aham... Vamos ver se não... – Niko o levou para a sala. Já lá começaram uma sessão de beijos e uma trilha de roupas jogadas que acabou no quarto.

No quarto, minutos depois, Niko sorria fazendo um cafuné em Félix, enquanto este ressonava aninhado em seus braços.

– E disse que não estava cansado... É, até que não estava... Agora, até eu estou! – Niko lhe beijou a cabeça e saiu vagarosamente para recolher as roupas que haviam deixado pelo chão e para deixá-lo descansar.

–-------------

Enquanto Félix e Fabrício dormiam, Niko pensava em toda aquela felicidade que estava vivendo com o homem da sua vida. Mais do que nunca, tinha certeza que amava Félix de todo o coração.

Ele se lembrou de algo que o fez ligar para a quase sogra.

– Oi, Pilar! Eu queria saber se já tiraram todas as coisas que eu deixei aí no quarto do Félix...

– Não, Niko! O Félix disse para ninguém mexer em nada... Mas, o que aconteceu, ele está aí com você?!

– Está sim... Estamos passando um dia maravilhoso juntos, como eu havia planejado, só que acabou sendo aqui em casa mesmo...

– Que bom que está tudo bem entre vocês!

– Melhor que nunca... Melhor que sempre... Mas, então, não mexeram em nada mesmo não é Pilar?! Por que eu acabei deixando, além de tudo, outro presentinho que eu comprei para o Félix... E está escondido aí...

– Não se preocupe, ninguém vai sequer entrar naquele quarto!

–-------------

Mais tarde...

– Meu amor... Acorda... – Niko chamava Félix deitado na cama ao seu lado.

Félix acordou e sorriu. Rapidamente abraçou Niko se aninhando nos seus braços como gostava de ficar.

– Ah meu amor, vem pra sala com a gente... O Jayminho já veio da escola, tá brincando com o Fabrício... Daqui a pouco vamos almoçar...

Niko foi interrompido por um beijo repentino.

– Félix...

– Carneirinho, este é o melhor aniversário que eu já tive... Você é o melhor presente que eu poderia ganhar!

Niko o olhou apaixonado e sorriu. – Que bom saber... Você também me deu um presente lindo hoje!

– Que presente?!

– Um sonho realizado! Saber que você cuidou dos meus filhos como se fossem seus, é a melhor surpresa que você poderia me dar!

– Hum... Se é meu aniversário e eu estou te dando surpresas, espere só no seu aniversário... Eu ainda quero realizar muitos sonhos seus, meu amado carneirinho!

– Você já é um dos meus sonhos! Mas, vem, levanta, vamos ficar com os meninos...

– Tá, mas lembre-se carneirinho, que a Adriana volta à noite para ficar com eles e você vai comigo lá para a casa de mami poderosa, realizar meu último desejo de aniversário! Aproveitarmos aquele quarto lindo do jeito que você deixou!

– Claro... Eu não poderia esquecer... – Niko pensava: - Eu ainda tenho mais uma surpresa para você, Félix... Espero que aceite...

–-------------

À noite, no quarto de Félix...

– Já pode entrar, Félix! – Gritou Niko para o namorado que esperava do lado de fora pudesse entrar.

Félix não entendeu porque Niko havia pedido para ele esperar. Ele já havia visto a arrumação do quarto. Mas, quando entrou, ele entendeu. E abriu um largo sorriso com a visão: Niko o esperava deitado em sua cama, coberto, apenas, pelas pétalas de rosas.

– Gostou Félix?! Eu pretendia ficar desde ontem à noite aqui assim com você, mas...

– Mas, meu aniversário ainda não acabou, carneirinho... – Félix tirou a camisa e foi engatinhando para cima de Niko. – Me surpreenda!

Eles se beijaram, mas Niko sorria ao mesmo tempo. Ele ainda tinha mais uma surpresa.

Félix foi puxando Niko, deitando para o lado, mas sentiu algo na cama por baixo das pétalas.

– Ai... Que negócio duro é esse?! – Perguntou tirando uma caixinha que estava escondida por entre as pétalas.

Félix a abriu e se deparou com duas alianças. Fitou os olhos de seu carneirinho e perguntou sorrindo: - O que significa isso, carneirinho?!

– São dois anéis de compromisso, Félix!

– Isso eu sei, Niko... Mas... – Félix balançou a cabeça sorrindo. – Tá me pedindo em casamento é?!

Niko sorriu. – Se você entendeu assim... Estou!

Félix o olhou surpreso. Não esperava por isso. Niko levantou um pouco o corpo para olhar no fundo dos olhos de seu amado e continuou.

– Mas, você não precisa aceitar agora... – Niko riu e depois falou sério. - Eu te dou todo o tempo necessário para você pensar... Sei que você tem muita coisa ainda para resolver na sua vida, mas, Félix, esses anéis representam o compromisso que eu tenho com você! O compromisso de nunca te deixar ir embora... De nunca te deixar partir! Eu quero usar isto e que todo mundo veja que estamos juntos e que assim vamos ficar... Por que eu te amo demais!

Félix o olhava sem dizer uma só palavra. Apenas o olhava ouvindo cada palavra que ele dizia e parecia que seu pensamento viajava.

– Não vai colocar o anel, Félix?

Félix não disse nada. Apenas sorriu e pegou os anéis da caixinha. Colocou um em seu dedo da mão direita e viu como ficou. Niko pôde ver seus olhos se tornarem brilhantes e marejados, quando Félix pegou o outro anel e perguntou: - Me dá sua mão?

– Claro... – Niko estendeu a mão para que Félix pusesse o outro anel em seu dedo, mas antes de colocar o anel até o fim, Félix parou.

– Carneirinho... Eu não pedi sua mão só para colocar o anel... Eu... Eu estou perguntando se você quer se casar comigo!

Félix segurava em sua mão, mas mesmo assim, Niko estremeceu. Estremeceu por fora e por dentro. Arrepiou-se. Seus olhos brilharam. Félix estava mesmo aceitando seu pedido?! Ele deu o mesmo sorriso de quando Félix pediu para dormir em sua casa pela primeira vez. Nenhuma palavra inteira saía de sua boca.

– É... F-Félix... Hã... H-hein?!

Félix sorriu e explicou. – Calma, carneirinho, não é bem casar, casar... Acho que exagerei um pouquinho nas palavras... Eu quis dizer morar junto... – Niko ainda não acreditava no que estava ouvindo. Félix continuou: - Sabe carneirinho, é que eu não vou desistir de ir embora daqui de São Paulo! Mas, você se lembra da pergunta que eu te fiz na festa da Paloma?

Niko finalmente conseguiu falar. – C-claro que eu lembro Félix...

– E eu me lembro da sua resposta, carneirinho! E é por essas palavras que você já me repetiu tantas vezes que eu estou tentando guiar minha vida! – Félix não segurou mais uma lágrima que pesava em suas pálpebras. – Niko eu... Eu te quero demais... Um dia você me disse “Félix, para onde quer você for, você vai carregar a si mesmo”! Então, eu penso, carneirinho... Mesmo que eu vá para o fim do mundo, eu vou carregar a mim mesmo e... E vou carregar meu amor por você!

Os dois já estavam banhados em lágrimas, mas o sorriso não saía de seus rostos.

– Então, carneirinho, eu... Eu estava tentando encontrar o momento certo para te falar dos meus planos e... Acho que chegou a hora! Você fez esse momento acontecer! Sabe, eu estou negociando com a mami a casa de praia da família lá em Angra dos Reis e, claro, seria um meio também para eu tirar o papi daqui e levá-lo para morar comigo, para eu cuidar dele e... Niko, eu queria saber uma coisa...

– O que, Félix?

– Aquela sua proposta de emprego ainda tá valendo?

– Pra você ser o gerente do meu restaurante?! Claro que sim, Félix!

– Então... Naquele dia que você me pediu para ver as contas do restaurante, ver se estava tudo certinho, eu aproveitei para analisar melhor tudo e acho que posso te ajudar a abrir outro restaurante como você quer...

– Félix... É meu sonho! – Niko continuava extremamente surpreso com tudo aquilo. Ele que havia preparado uma surpresa para Félix e acabou sendo surpreendido por ele.

– Eu sei carneirinho... E eu já disse que quero muito realizar seus sonhos... Por que... Quando estou com você, eu sinto como se estivesse sonhando, sem querer acordar...

Niko pulou em cima dele, abraçando-o forte. – Ai Félix, que coisa tão linda... Você é que é o homem dos meus sonhos, eu não quero te deixar nunca mais e para onde você quiser ir, eu vou junto!

Félix olhou para ele e riu. – Ah carneirinho, com você assim em cima de mim, desse jeito, eu não vou pra lugar nenhum...

Ambos riram e Niko ficou todo vermelho. – Ai Félix, para! Desculpa, você sabe como eu sou emotivo...

– Eu sei... Você é sensível e... Eu tenho até um pouco de medo de te magoar...

– Como assim me magoar, Félix?! Você nunca me magoaria...

– Não por querer, mas... Niko, se a gente for morar juntos, eu vou levar meu pai comigo! Você sabe que ele não pode ficar pra sempre aqui e eu já disse pra mami e pra Paloma que estava pensando em cuidar dele, bem mais do que estou cuidando agora! E, eu quero refazer minha vida, você sabe, longe daqui...

– Eu entendo que você queira cuidar do seu pai, Félix, e acho isso muito nobre da sua parte! Não entendo ainda a parte de você me magoar com isso...

– Como não entende, carneirinho?! O papi nunca vai nos aceitar! Se nós formos viver juntos, vai ser muito difícil de eu convencê-lo a ir comigo, apesar de ele saber que eu sou a única opção, afinal, a mami tem a vida dela, a Paloma está grávida e tem a família dela... E, se já vai ser difícil do papi aceitar morar comigo, imagina quando ele souber que eu tenho um companheiro...

Niko o olhou daquele jeito apaixonado. – Adorei te ouvir dizendo que serei seu companheiro! Eu entendi Félix... Você acha que seu pai vai me desprezar, né?! É com isso que você está preocupado?

– É, Niko! E se nossa vida juntos não for como a gente imagina? Se não for tão boa como é nosso namoro? E se um dia você se cansar de mim? E se meu papi nunca ficar numa boa comigo, com a gente? Eu já aprendi a aguentar o desprezo dele, Niko, mas... – Félix não conseguiu mais controlar o choro. – Se isso afetasse você também e você fosse embora... Eu não sei o que eu faria...

– Meu amor... – Niko o abraçou forte de novo. – Eu estou ciente de tudo que pode acontecer, e... Quantas vezes eu tenho que repetir para que você se convença?

– De quê?!

– De que para onde você for... Eu vou! E olha bem nos meus olhos... – Ele segurou no rosto de Félix. – Eu vou com você! Você quer refazer sua vida? Eu quero ser seu recomeço, seu apoio, seu companheiro... Félix, eu já te ofereci um destino... Hoje, que é seu aniversário eu quero te dar meu destino em suas mãos!

– Não diz isso... É responsabilidade demais pra mim! Carneirinho, o seu destino não implica só você... Você tem uma família...

– Sim... E que pode ser sua família também! Só falta você entrar! – Ambos sorriram. – E tudo que importa é se você gosta de mim!

Félix lhe beijou a mão e lhe beijou a boca ao ouvi-lo repetir aquelas palavras. Dessa vez, ele não respondeu o mesmo:

– É claro que eu... Eu não gosto!

Niko fez uma expressão confusa. – N-não gosta?!

– Não... Eu amo!

–-------------


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Notas finais do capítulo

FIM!
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