Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 3
O Natal da Família Khoury - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Continuação... O que vai acontecer com Félix? E na ceia de natal?



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– Tudo preparado, doutor Lutero! O doutor André já está na sala de cirurgia!

Falou a enfermeira Joana anunciando que já levariam Félix para a sala de cirurgia. Antes de entrar, Félix, deitado na maca, sentiu sua mão ser segurada e beijada pelo seu carneirinho. Félix, antes de ser levado, olhou para Niko e apenas conseguiu dizer: te amo muito.

...

As horas se passavam. Paloma desceu de sua sala para ficar junto a Pilar, Bernarda e Niko esperando notícias. Ela chamou Joana para perguntar sobre Félix, mas tudo que Joana pôde informar foi que a cirurgia seria demorada. Depois de algum tempo, Lutero finalmente saiu da sala de cirurgia para lhes contar o que estava acontecendo.

– E então Lutero, a cirurgia acabou? – Perguntou Bernarda.

– Não, ainda não! O doutor André está finalizando a cirurgia do Félix nesse momento!

– E como ele está? – Perguntaram Pilar e Niko quase ao mesmo tempo.

– Como eu pensei, a situação estava se agravando! O apêndice estava bastante inflamado e houve um pequeno rompimento, o que fez com que a infecção começasse a se espalhar! Por sorte, o rompimento deve ter acontecido de ontem para hoje, pois, tinha pouco líquido solto na cavidade abdominal! Se tivesse demorado mais, o quadro infeccioso seria bem pior! Mas, não se preocupem mais, o Félix não corre perigo! Se sua recuperação for boa, ele estará bem para sair em alguns dias!

– Ah, eu estou muito mais aliviada agora! – Falou Pilar com a mão no coração.

– Ele vai ficar bem mãe, o Félix sempre foi muito forte! – Paloma a confortou.

– Foi culpa minha ele ter piorado... Eu devia ter falado com vocês sobre essas dores que ele vinha sentindo antes... – Niko se culpava choroso.

Paloma o confortou também:

– Não Niko, ninguém pode prever quando uma coisa dessas vai acontecer! Isso é um problema mais comum do que se pensa, que pode ocorrer com qualquer pessoa, e é assim, de repente... De uma hora para outra a pessoa pode estar bem e piorar... O importante é que o Félix não teve um quadro infeccioso pior e, portanto vai ficar bem!

– Obrigado, Paloma! Obrigado, Lutero! – Dizia Niko enxugando as lágrimas. – Será que ainda vai demorar muito?!

– Não! Só mais alguns minutos! – Respondeu Lutero. – Mas, depois que acabar a cirurgia o Félix vai precisar ficar no pós-operatório se recuperando da anestesia! Somente quando ele acordar, poderá ser levado para o quarto!

Paloma pensou em algo para tirar-lhes um pouco daquela tensão. Ela sabia que Félix poderia demorar um pouco para acordar da anestesia.

– Porque não vamos tomar um café lá no tio Amadeu enquanto esperamos o Félix poder ir para o quarto?! Nós aproveitamos e contamos para o tio o que está acontecendo, vamos?!

Bernarda achou melhor ir ver o filho e convenceu Pilar a ir junto.

– Você também quer vir Niko?! Para não ficar o tempo todo nesta sala de espera!

– Não, obrigado Paloma, mas, eu prefiro ficar! Eu também vou ligar para saber como os meninos estão!

Elas foram e Lutero voltou para dentro do centro cirúrgico. Niko pegou o celular e ligou para Jonathan para perguntar-lhe sobre os filhos e contar tudo. Quando acabou a ligação, ouviu alguém chamar seu nome.

– Niko?!

Niko olhou com os olhos tristonhos para quem o chamava.

– Eron?! O que faz aqui?!

– Bem, eu vim ver se o André já estava de saída... Mas, e você?! Aconteceu alguma coisa?!

Niko levou as mãos ao rosto.

– É o Félix! Ele está sendo operado... Ele teve uma apendicite... Mas, a infecção ficou mais grave, sei lá... – Niko começou a chorar, quando sentiu a mão de Eron sobre seu ombro lhe confortando.

– Calma Niko, não fica assim! Foi por isso que a Paloma saiu da sala dela e não voltou... Eu não sabia... A família dele está aqui?

– Está... E eles também são minha família Eron!

– Eu sei disso Niko... Onde estão?

– Foram no café daqui do hospital... Iam falar com o tio do Félix e da Paloma!

– E já sabem sobre o estado de saúde do Félix?!

– Faz pouco tempo que o doutor Lutero veio nos dizer que o quadro dele poderia ter ficado mais grave, mas, agora ele já está fora de perigo e deve se recuperar em alguns dias!

– Pensei que o doutor Lutero não fizesse mais cirurgias, só supervisionasse!

– Não, não foi ele, foi o André que foi o cirurgião, o Lutero só supervisionou mesmo!

– Ah tá! Então, Niko... Eu não entendo de medicina, mas, posso garantir que o André entende e muito! Ele e eu já estamos bem íntimos e... Bom, eu posso garantir que ele é um dos melhores profissionais de São Paulo, se não fosse, a Paloma não o contrataria como cirurgião-chefe! Pode ter certeza que o Félix está em boas mãos, ele vai ficar bem!

Niko sorriu. – Obrigado Eron! Obrigado por essas palavras!

Eron sorriu de volta. – De nada Niko! Afinal, somos amigos não somos?!

Niko afirmou com a cabeça.

Alguns minutos depois, Pilar, Bernarda e Paloma voltaram. Lutero saiu do centro cirúrgico com a notícia de que Félix logo seria transferido para o quarto.

Madrugada do dia 13 para o dia 14 de dezembro.

Os olhos abriam lentamente de um sono profundo. De repente, aqueles olhos castanhos escuros abriram de uma só vez, como se tivesse um susto.

– Meu filho, que bom que você acordou!

Félix ouvia a voz de sua mãe perto dele, mas ainda estava um pouco confuso, sob efeito dos antibióticos que tivera de tomar. Ele fechou novamente os olhos e abriu com algumas piscadas pesadas.

Pilar se aproximou e lhe beijou a bochecha. Bernarda fez o mesmo do outro lado e por último, Paloma lhe beijou a testa. Puderam ver sair um sorriso de Félix, que disse:

– Será que eu morri para ter tantos anjos me beijando assim?!

Todos sorriram e puderam perceber que ele já estava ficando bem.

Niko foi para perto dele, emocionado, dizendo: - Falta eu Félix!

Félix olhou para ele e sussurrou: - Seu beijo é outra coisa carneirinho!

Niko lhe deu um beijo na boca. Um selinho terno e cheio de amor, desabafando toda a preocupação que havia passado.

Félix o olhou sorrindo. – Você não vai se livrar tão cedo de mim, carneirinho!

– Eu não quero me livrar nunca de você Félix! – Suas mãos esquerdas se cruzaram deixando tocar as alianças que tinham trocado três meses atrás. – Estamos juntos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, para o resto de nossas vidas!

Dia 21 de dezembro.

– Meu filho! Que bom te ter de volta aqui em casa! – Falava Pilar, entusiasmada, com Félix entrando em casa outra vez depois dos dias que passou se recuperando no hospital.

– Todos estavam ansiosos com sua volta! – Falou Bernarda assim que Félix entrou com Niko abraçado a ele para que ele não fizesse muito esforço.

– Ai vovó, eu sei... Afinal, eu voltei no dia certo! Solstício de verão, porque eu brilho como o sol!

Todos sabiam que, se Félix havia retomado seu humor, ele já estava muito bem.

– Foi muito boa sua recuperação Félix! – Disse Lutero. – Mas, lembre-se da dieta!

– Ai ai Lutero... Eu devo ter roubado palha da manjedoura para ter que fazer dieta justo quando a ceia de natal na casa de mami me espera! Eu vou ficar mais magro do que já estou!

Paloma continuou o que Lutero dizia: - Você já emagreceu um pouco, mas por causa da inflamação... A dieta é necessária e deve ser seguida direito, Félix!

Lutero continuou: - Pois é, por enquanto você continua tomando mais líquidos e já pode começar com alguns alimentos pastosos... Quem sabe, daqui para a noite de natal, você já não pode comer um pedacinho do Peru...

– Já chega pessoal, estou ficando com fome só de ouvir! Mas, estou sentindo a falta de umas pessoinhas... Vovó não disse que estavam todos ansiosos por minha volta?!

– Estavam sim Félix! As pessoinhas já estão vindo! – Respondeu Bernarda e para provar o que ela dizia, Jonathan desceu as escadas com Fabrício nos braços, seguido por Jayminho.

Ao ver Félix sentado Jayminho correu para abraça-lo. O menino disse ao pai que estava com saudade. Antes de Jayminho soltar Félix, Jonathan aproximou Fabrício dele para que o pequeno o abraçasse e depois o abraçou também. Vendo os três abraçados a Félix, Niko não conseguiu conter as lágrimas, e todos na sala também estavam emocionados.

– Mas será que eu... Eu... O que eu... – Félix até tentou fazer mais uma de suas piadinhas, mas desta vez foi impossível segurar a emoção e ele deixou as lágrimas de felicidade tomarem conta do seu rosto. Abraçou os três de uma só vez. – O que eu... O que eu fiz para merecer três filhos tão lindos assim hein?!

Dia 23 de dezembro.

Era manhã de antivéspera de natal. Todos tomavam o café da manhã na enorme mesa de Pilar.

– Félix, meu filho, tenho uma novidade para você!

– Coisa boa, mami poderosa?!

– É sim! Niko disse, e todos nós vimos, o quanto você reclamou da sua dieta durante esses dias! Mas, o Lutero disse que hoje você já pode comer um pouquinho de alguns pratos da ceia de natal tranquilamente!

– Ah! Que bom mami, porque eu já estava pensando em deixar a administração e virar modelo!

Paloma chegou com mais uma novidade.

– Oi! Só vim para perguntar uma coisa a vocês, principalmente a você mãe... Eu pensei em chamar o papai para vir passar a noite de natal com a gente! Lá na casa de repouso devem fazer um jantar especial para eles amanhã, mas ele passaria o natal tão melhor se estivesse com a gente! Eu pensei, se não for causar um incômodo...

– Não minha filha! Não é incômodo nenhum, pelo menos, não para mim, nem para ninguém nessa casa! O único que ainda pode se sentir incomodado é seu pai! Mas, se ele aceitar seu convite, pode trazê-lo! Você, Félix e o Júnior ainda são filhos dele e são sua família!

Félix pediu: - Paloma, maninha, quando for falar com o papai pelo telefone, também quero falar com ele!

Depois do café, Paloma ligou para o pai na casa de repouso. Ela e Félix ficaram horas ao telefone tentando convencer César. Acabaram conseguindo com todos seus argumentos e quando Félix teve a ideia de colocar Junior ao telefone. O pequeno não disse nada, mas César ouvia como Félix e Paloma tratavam o irmão, com tanto carinho, tanto amor, tentando fazer com que o menino dissesse simplesmente “papai” ao telefone, que César acabou dizendo:

– Não precisam mais insistir com o Junior... Se é o querem... Eu irei... – Ele titubeou um pouco antes de revelar: - Eu... Eu também estou com saudades de vocês, meus filhos!

Desligou o telefone. Paloma e Félix olharam para Junior e se olharam. A amizade entre eles havia voltado, mas, agora não era só uma amizade forçada pelo convívio como irmãos, era um amor fraternal, com base no perdão e no respeito.

Dia 24 de dezembro.

– Já está anoitecendo... – Pilar andava de um lado para outro na casa. – Os meninos não descem, a mamãe não aparece e a Paloma que não chega!

– Calma, meu amor... – Falava Maciel. – Ainda é cedo! Daqui a pouco estão todos aqui festejando, você vai ver!

Bernarda chegou com Lutero.

– Não regule meus horários Pilar! Eu e Lutero fomos passear com nossa cachorrinha para vermos as luzes da cidade! – Disse Bernarda depois que Pilar tentou reclamar com ela por ela ter saído.

Aos poucos foram chegando os demais convidados para a grande ceia de natal que Pilar organizara há dias. Jonathan desceu para receber a namorada. Em seguida, Jayminho com Adriana e Fabrício. Já haviam chegado Amadeu e Neide, Linda e Rafael. Logo depois, vieram Márcia e Atílio levando Merijayne. Priscila, irmã de César chegou com seu filho Pérsio e a esposa Rebeca.

Minutos depois, Félix e Niko desceram. Estavam lindos, extremamente chiques de acordo com a ocasião. A casa de Pilar era puro glamour aquela noite. Félix já estava bem melhor, mas Niko não o largava por um só minuto, e, de qualquer maneira, Félix gostava do seu carneirinho assim, tão prestativo.

Todos se cumprimentavam, quando Ciça chegou com Paulinha. Em seguida, entrou Bruno com Bernardo no colo. Ele abriu a porta para Paloma passar, ela vinha acompanhada.

– Olha quem veio!

Félix se levantou na hora. Paloma entrou empurrando a cadeira de rodas de César.

Pilar o olhou e respirou profundamente antes de dar um sorriso acolhedor. – Seja bem-vindo César!

– Obrigado, Pilar!

Félix foi abraçar o pai. Depois contaram para César o que havia acontecido com Félix. Félix ficou muito feliz quando o pai disse: - Que bom que você já está bem Félix!

César pediu para ver Junior. Pilar o colocou no colo dele e César fez um carinho no menino. Depois, Paloma lhe mostrou Bernardo, que ele via pela primeira vez pessoalmente.

No começo, César ficou sem jeito pelo tanto de gente que estava lá. Ele havia aprendido a usar bem mais a mão esquerda, mas, não podia deixar de se sentir envergonhado, inferior aos outros. Félix notou e disse ao pai algo que o fez retomar a confiança: - Pai, você sempre será soberano! Não importa como esteja, todos aqui te respeitam, porque você é e sempre será soberano papi!

César respondeu: - Obrigado, meu filho... – Voltando ao tom carrancudo: - Mas, eu já disse para não me chamar de papi, por favor, Félix!

Félix sussurrou sorrindo: - Desculpa pap... Quer dizer, desculpa pai!

Priscila, sua irmã, seu sobrinho, Pérsio e todos os outros convidados também cumprimentaram César.

Em seguida, foram todos, enfim, para a mesa de jantar saborear a deliciosa ceia.

A noite passava. Horas depois, todos estavam festejando aquela bela noite no jardim. Brindavam e conversavam. Linda, Rafael, Jonathan e Ana já estavam combinando a melhor hora para pularem na piscina naquela noite quente de verão. Jayminho brincava correndo pelo jardim e brincando de esconder com Adriana, Fabrício e Merijayne.

César já havia pedido para descansar num dos quartos de hóspedes. Paloma e Bruno o haviam trazido da casa de repouso na manhã do dia 24 e ele voltaria com Félix e Niko, após o feriado, no dia 26.

Em um momento, Félix e Niko se afastaram dos outros convidados e saíram andando pelo jardim.

– Ah carneirinho, quanta coisa aconteceu hein?!

– Foi Félix, eu fiquei muito assustado quando você teve que se submeter a cirurgia! Mas, graças a Deus, você está aqui comigo e está tudo bem!

– Será que está mesmo carneirinho?

Eles sentaram num banco no jardim de Pilar.

– Como assim, Félix?! Claro, que está bem!

– É que... Ah, carneirinho, eu sei que você queria que a gente passasse o natal lá na casa da praia, nosso primeiro natal casados, com nossos filhos...

– Félix! – Niko o parou. – Será que você não lembra que eu te disse que onde você for, eu vou?!

– Claro que eu lembro, meu amor! Mas, você até comprou nossa árvore e tem aquele enfeite tão lindo que é só nosso...

Niko o beijou para ele parar de falar.

– Félix... Você também não lembra quantas vezes eu já disse que te amo e que eu disse que se eu estivesse com sua família eu estaria em família e que eu também disse que, contanto que eu estivesse com você, meu amor, qualquer lugar era bom?!

Félix lhe fez um carinho no rosto.

– Claro que lembro! E você lembra o primeiro natal que passamos juntos? Com a Márcia, a Merijayne, os garotos e o Papai Noel baiano...

– Como poderia esquecer... Se você estava comigo!

Eles se olharam e, como sempre, se perderam no olhar um do outro.

– Feliz Natal, carneirinho!

– Feliz Natal, Félix!

Se beijaram, provando que aquele era o natal mais cheio de amor de suas vidas. Um dia para não se esquecerem jamais.


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Notas finais do capítulo

Deixei um mistério no ar: O QUE SERÁ O ENFEITE MISTERIOSO? É algo que combina com a família de Niko e Félix. Podem sugerir o que é nos comentários e a melhor sugestão vai aparecer no próximo episódio que será o Réveillon.



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