Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 16
Um encontro para... - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Adriana tem namorado?
Félix na cozinha?
O que tem no dia catorze de fevereiro?



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– Adriana!

– Pois não, seu Niko! Já vai tomar seu café?

– Não, esse é para o Félix! Vou levar o café na cama pra ele pelo dia de hoje!

– Ué, e o quê que tem de especial hoje seu Niko?

– Ora, é dia de São Valentim! Não sabia Adriana?

– Eu não, não sabia nem que tinha esse santo!

– Ai Adriana... O dia de São Valentim é comemorado em muitos países, é parecido com o dia dos namorados, como temos no Brasil, em junho!

– Ah... Ah entendi porque o senhor vai levar o café na cama pro seu Félix né?!

– Adriana! Só te chamei pra avisar que não vou ao restaurante hoje, mas quando os meninos acordarem dá o café da manhã deles, e apressa o Jayme que ele sempre demora se arrumando para a escola!

– Tá bom seu Niko... Vai passar o dia todinho com seu Félix hein?!

– Ele é meu marido, mas não deixa de ser meu namorado também né Adriana! E você, está esse tempo todo aqui nesse paraíso que é Angra e ainda não arrumou namorado?!

– Ah eu não seu Niko... Eu fico o tempo todo cuidando dos meninos, não penso nessas coisas não?!

– Por que não, mulher?! Devia pensar... É tão bom...

– Ah seu Niko, não fala essas coisas que eu fico envergonhada...

– Você fica mesmo toda vermelha quando flagra o Félix e eu namorando né?! Tá, não falo mais, deixa eu ir logo pro quarto antes que o Félix acorde!

Niko foi levando a bandeja com o café para o marido.

Naquela manhã, Félix acordou com um carinho a mais. Niko lhe fazia um suave cafuné enquanto lhe distribuía beijinhos pelo rosto, pescoço e ombros. Logo que abriu os olhos sorriu, inspirou o ar da manhã e sentiu o cheirinho do café que Niko havia trazido.

– Hum... A que se deve tudo isso, carneirinho?

– Você é meu namorado há mais de dois anos e meu marido há quase cinco meses, e ainda não se acostumou com os meus mimos, Félix?! – Disse pegando a bandeja com o café.

Félix sentou e Niko ajeitou a bandeja em seu colo.

– Para ser sincero ainda não carneirinho! Eu ainda posso ser mimado muito mais! – Ambos riram e Niko lhe deu um selinho estalado. - Mas, me diz... Ser acordado com beijinhos, cafuné, café na cama, não é por qualquer motivo né?!

– Não é mesmo Félix! Você não sabe que dia é hoje?

Félix olhou no celular na cômoda.

– Catorze de fevereiro! E daí?

– É dia de São Valentim, seu bobo!

– E... – Félix não fazia ideia do que representava o dia de São Valentim. – Daí?!

– Félix, não diga que não sabe o que é o dia de São Valentim?! É comemorado no dia catorze de fevereiro em muitos países, e é tido como o dia do amor e da amizade!

– Ah... Eu não sabia! Que coisa... Melosa!

– Ai Félix, não é meloso, é romântico! É como se fosse o dia dos namorados!

– Ah... Entendi o porquê desse agrado todo carneirinho... Você quer devolução não é?! Eu vou ter que fazer algum agradinho pra você também!

– Imagina Félix, eu faço isso porque te amo! Mas... Se você tiver vontade de fazer alguma coisa para mim...

– Ah ah! Eu sabia... Nem pense, carneirinho, que eu vou te dar um presentinho só por você me acordar cheio de mimos... – Félix falou com a voz maliciosa: – Vai ter que fazer muito mais que isso pra merecer um presente meu!

Niko se fez de ofendido e tirando a bandeja do colo de Félix disse: - Então me dá aqui essa bandeja Félix, se nem um cartãozinho você é capaz de me dar... – Niko colocou a bandeja na mesinha ao lado.

– Mas, mas, carneirinho...

Niko deixou a bandeja e voltou olhando com um olhar safadinho para Félix.

– Eu não pedi nada... – Ele foi se aproximando em cima da cama sem desviar o olhar. - Mas, se preciso fazer muito mais para merecer um presentinho seu então...

–--

– Os meus pais ainda estão dormindo Adriana?

– É... Acho que estão resolvendo umas coisas Jayminho! Seu papai Niko disse para você não demorar pra não se atrasar pra escola como sempre viu! – Respondeu Adriana enquanto dava a papinha para Fabrício que estava em seu colo.

– E o meu papai Niko não vai pra o restaurante hoje não?

– Vai não, Jayminho!

O menino se alegrou, levantando imediatamente da mesa e correndo.

– Legal! Então eu vou lá perguntar se ele pode me levar pra escola hoje!

– Ih! Não, espera aí menino! – Disse Adriana, colocando Fabrício na cadeirinha para poder correr atrás de Jayme.

O menino foi muito mais rápido e bateu na porta do quarto dos pais.

– Papai Niko, é verdade que você não vai pra o restaurante hoje?!

Imediatamente, Niko e Félix ficaram parados tentando não fazer nenhum barulho. Tentaram responder normalmente ao menino, mas, considerando a situação em que se encontravam aquilo não era tão simples. A resposta demorou um pouco e Jayminho insistiu, girando a maçaneta. Por sorte, Niko havia lembrado de trancar a porta.

– Papai Niko, você tá aí?

– O-oi Jayminho, filho... O que você quer... Saber?! – Perguntou Félix.

– Papai Félix, queria saber se o papai Niko não vai mesmo pro restaurante hoje, aí ele podia levar o Fabrício e eu pra escola!

Adriana chegou e tentou levar o menino de volta, mas ele queria ouvir a resposta dos pais.

– Vem Jayminho, não incomoda seus pais! Já já eles descem!

Lá dentro, eles sussurravam: - Responde logo ao menino carneirinho!

– Tá... Calma!

– Ah filho... E-eu não vou... Não vou não... Ao... Restaurante... – Gritou Niko para Jayminho.

– Mas, vai poder levar a gente?

– N-não sei...

– Ah papai Niko, vai... Você nunca leva... – O menino falava do outro lado da porta, mas os dois podiam imaginar o rostinho dele pelo tom “pidão” em sua voz.

Adriana ainda tentava levá-lo.

– Ai menino, vem... Quando seus pais descerem eles te respondem!

Mas, Niko gritou novamente:

– Tá... Tá bom filho, eu l-levo!

– Oba! E você papai Félix também vai?

– V-vou... Assim que p-puder...

– Tá! Vou ficar esperando lá embaixo!

– Vamos logo Jayminho, vem... – Disse Adriana puxando-o pela mão.

Quando desceram, Adriana tomou um susto.

– Ah meu santinho, o Fabrício derrubou a papinha todinha em cima da roupa!

–--

Minutos depois, Jayminho os esperava com a mochila na mão.

– Adriana já tá na hora, e o papai Niko não desceu, será que ele esqueceu?

– Olha Jayminho, é melhor eu levar vocês e teus pais vão buscar...

– Ah não... Eu vou lá chamar o papai Niko de novo...

– Não precisa Jayminho, já desci! – Niko veio descendo as escadas, quase correndo, com os cabelos molhados. – Então, meu filho, tá pronto? E o Fabrício?

– Ele tá aqui seu Niko!

– Eu não tinha deixado outra roupinha para ele?!

– É, foi seu Niko... – Adriana coçou a cabeça, meio envergonhada para falar. – Mas, quando eu subi atrás do Jayminho, deixei o Fabrício na cadeirinha e ele tomou um banho de papinha sabe!

– Ai ai, entendi... Então, vamos meninos que já está ficando tarde! Não deu tempo nem de eu secar os cabelos...

Niko saiu com os dois. Adriana ficou aliviada por ele não ter reclamado com ela. Realmente, Niko raramente reclamava de alguma coisa, mas, Félix...

– Ah! Seu Félix, que susto! Como que o senhor aparece assim de repente?! - Exclamou Adriana quando se virou e deu de cara com Félix.

– Susto, criatura?! Imagina o susto que a gente teve quando o Jayminho bateu naquela porta! Eu não sabia que o carneirinho tinha trancado, por sorte né?! Não sabe segurar uma criança aqui não é?!

– Seu Félix, desculpa! É que o menino saiu correndo de repente e eu tava com o Fabrício no colo e tive que botar ele na cadeirinha antes de ir atrás do Jayminho e...

– Tá tá tá, já chega! Para de falar, que coisa, parece um papagaio... Eu vou subir, secar os cabelos, trocar de roupa, e enquanto isso, faz um suco de laranja para mim!

– O seu Niko já não tinha levado o café?

– Tinha, mas ele não me deixou tomar e... E esfriou! Enfim, faz um suco mesmo que eu desço em cinco minutos!

– Tá seu Félix... – Quando ele subia, Adriana se virou e falou baixinho: - Mas a culpa não é minha se ficaram se pegando a essa hora da manhã!

Félix gritou para ela de cima da escada: - Criatura, eu ouvi viu!

Ela saiu toda envergonhada para a cozinha e Félix foi para o quarto.

Niko chegou logo, afinal a escola era bem perto. Entrou pela porta da cozinha e viu Adriana um tanto nervosa, preparando o suco para Félix. A cadeirinha de Fabrício ainda continuava suja por causa da papinha.

– Adri... O Fabrício derramou a papinha toda não foi?! Isso tem que ser limpo logo senão seca, mancha...

– Eu sei, eu sei, seu Niko... Eu vou só terminar esse suco que seu Félix pediu e... – Ela virou puxando o pano para limpar, sem notar que tinha colocado o copo com o suco em cima.

Niko notou e gritou: - Cuidado! – Ele se debruçou por cima do balcão e conseguiu segurar o copo antes que caísse e fizesse mais sujeira. Ele soltou um suspiro aliviado e perguntou: - Ah Adriana, é impressão minha ou você anda meio estressada?!

– Não, eu não, imagina seu Niko!

– Tá... Eu vou levar o suco do Félix, aproveito para conversar com ele, e você limpa aqui!

Quando Niko começou a subir, Adriana sussurrou: - Levar o suco pra conversar? Sei...

Niko ouviu, mas não deu bola. Subiu com o suco e quando chegou Félix estava com uma toalha enrolada nos cabelos e ainda de roupão, comendo as torradinhas com geleia que Niko havia levado antes com o café.

– Olha aqui seu suco meu amor... Ah tá comendo as torradas?! – Perguntou Niko pegando uma das torradinhas.

– Hum... Só estou comendo porque estou com muita fome! Ainda bem que você trouxe o suco já que não me deixou tomar o café, ficou tudo gelado aqui...

– Ficou gelado Félix? Pois, eu achei que ficou foi bem quente aqui...

– Carneirinho, será... – Félix pegou o potinho de geleia da bandeja. – Que eu derramei geleia nos pães multiplicados para você estar ficando tão danadinho?!

Niko riu e pegou a geleia da mão de Félix. Melou o dedo na geleia e passou nos lábios, perguntando:

– Você gosta muito de geleia de framboesa Félix?!

Félix deu aquela ajeitada na sobrancelha com a maior cara de cínico, respondendo: - Você é mesmo um lobo em pele de cordeiro, né?!

Beijaram-se calorosamente e Félix até mordeu o lábio inferior de Niko. Mais do que o sabor da geleia ele adorava o calor dos lábios do seu carneirinho. Pararam quando já não tinham mais fôlego para continuar.

– Já passou o intervalo, quer ir para o segundo tempo carneirinho?!

– Ah ah Félix, você é demais... Não, agora não! Toma seu suco... – Niko mudou a expressão.

– Nossa carneirinho, que foi? Você estava tão animadinho, ficou pra baixo de repente!

– É que, infelizmente, eu não vou poder ficar o dia todo com você como eu queria! Quando eu deixei os meninos na escola, me ligaram do restaurante pra avisar que meu assistente sofreu um acidente na cozinha!

– Que tipo de acidente?!

– Foi a esposa dele que me ligou, dizendo que o coitado foi até para o hospital! Ele levava uma panela quando escorregou em óleo que ficou derramado no piso e acabou sofreu uma queimadura no braço! Parece que não foi muito grave, mas eu vou ver como ele está e vou ter que ficar no restaurante, já que o outro sushiman só pode ir à tarde!

– Ah, que pena carneirinho, eu já estava até planejando comemorar esse tal dia dos namorados fora de época com você...

– Eu também meu querido, mas fazer o quê... Eu prometo que volto pra casa assim que puder! – Eles se beijaram de novo e Niko levantou. – Agora deixa eu me arrumar e secar logo esse cabelo senão...

– Senão esses cachinhos ficam todos desgrenhados né carneirinho?!

– Ah ah, Meus cachos são super definidos, quem me deixa de cabelo desgrenhado é você tá!

Niko se arrumou, abriu a porta, mas antes de sair pediu:

– Félix, eu estava pensando... Já que você não tem nada pra fazer hoje, porque você não desce e ajuda a Adriana com a casa, sei lá, de repente, passa o aspirador, tira o pó...

Félix deu uma gargalhada. – Carneirinho, às vezes você sai com cada uma...

– Félix, é sério, achei a Adriana meio estressada, e não é de hoje! Quando nós estávamos de lua de mel, ela praticamente ficou sozinha cuidando de tudo e até hoje não tirou férias! Temos que planejar bem em que período podemos dar férias pra ela, mas enquanto isso, por que você não dá uma mãozinha?! Não custa nada Félix, vai amor, faz isso por mim...

Niko passava a mão em sua nuca enquanto falava, subindo e descendo os dedos por aqueles cabelos negros, e Félix não resistia.

– Ai, mas será que você aprendeu a falar com a serpente do paraíso para ser tão irresistível assim?! Tá carneirinho, eu vou ver o que posso fazer!

Niko sorriu e lhe deu mais um beijo despedindo-se. – Ótimo Félix! Sei que você pode se surpreender se tentar fazer alguma coisa, vai que você tem jeito para dono de casa e nem sabe! Ah, e eu disse para o Jayminho que você que vai buscá-lo na escola!

– Carneirinho, você conseguiu me transformar num pai de família, mas dono de casa já é querer demais! Vou tentar só porque você sabe como me convencer!

Eles se despediram e Niko saiu.

–--

Algum tempo depois...

– Adriana! Como que se encaixa isso? – Gritou Félix da sala, segurando as peças do aspirador de pó na mão.

– Ah seu Félix, o senhor é tão inteligente, não sabe montar um aspirador?!

– Não, eu nunca nem pensei em pôr as minhas mãozinhas em um!

Adriana pegou e encaixou tudo rápido.

– Pronto, aqui seu Félix! Mais alguma coisa?

– Não... O quê que você tem hein, criatura?! Parece que já tá na menopausa...

– Poxa seu Félix, eu ainda não tô na idade da menopausa não ora!

– Não está mais aqui quem falou... Mas, você anda nervosinha, o que está acontecendo?

– Nada... É nada não seu Félix!

– Quem nada é peixe criatura! Fala logo!

Antes que Adriana pudesse dizer alguma coisa, tocaram a campainha. Félix aproveitou para largar o aspirador que ele ainda não havia nem ligado e foi atender.

– Ah é você João... Já estava mesmo na hora de aparecer, o jardim está o ó e a piscina está a ponto de virar o Hulk de tão verde!

– Desculpe seu Félix, eu não pude vir a semana passada! – Dizia o caseiro. – Mas, eu mandei avisar pela Adriana!

Félix olhou para Adriana. – Ô criatura, porque não deu o recado dizendo que o João não vinha?!

Adriana disfarçou, voltando para a cozinha e dizendo apenas:

– Ah, eu esqueci seu Félix! Desculpa viu!

Félix, vendo a reação estranha de Adriana, falou consigo mesmo:

– Essa está mais estranha que sempre...

O caseiro o interrompeu:

– Ela está muito estranha é seu Félix?!

– E o que isso te interessa criatura?! Ou... Você está interessado...

– É... Não seu Félix... Eu vou fazer meu trabalho, licença!

O caseiro foi para o jardim deixando Félix desconfiado. Félix sabia muito bem notar as reais intenções de uma pessoa. Pensou: - Aí tem coisa! A Adriana e o João... Sei não...

Depois de algum tempo “brigando” com o aspirador de pó na sala, Félix o largou indo para a cozinha.

– Eu devo ter poluído as águas do rio Jordão para ter que aprender a usar uma coisa tão chata e barulhenta quanto um aspirador de pó!

– Prefere usar a vassoura seu Félix?!

– Nem pense que eu vou tocar numa vassoura Adriana, é demais para minha cútis! Quer saber, eu vou tentar cozinhar alguma coisa para fazer uma surpresa ao carneirinho, que tal?!

Adriana virou para ele com o olhar cético. – O senhor cozinhando seu Félix?!

– Eu sim... Não deve ser tão difícil, fora que eu tenho um Q.I altíssimo, aprendo assim! – Estalou os dedos para ilustrar sua “eficácia” em aprender. – Além de que, como você mesma me disse uma vez, não posso ser casado com um grande chef como o Niko, sem saber nem fritar um ovo, não é?! Então, mãos a obra! Mas, vai fazer alguma coisa lá fora porque não quero que me atrapalhe, quero fazer isso sozinho!

– Tem certeza que não quer ajuda seu Félix?! Tenho mesmo que ir lá pra fora?!

– Tenho certeza e você tem que ir sim! O jardim tá precisando de uma boa limpeza, pode ir para lá... Tá com medo de ir lá fora é?!

Adriana tentou disfarçar. – Eu seu Félix? Porque eu ia tá com medo?

Félix olhou para cima dizendo: - Ah Eu sou o único que sei mentir nessa casa... – Então virou para Adriana. – Você não está querendo ir lá fora por causa do João, é criatura?!

– Ai seu Félix, quê que eu tenho a ver com esse homem aí, por favor... – Adriana pegou a vassoura do jardim e saiu. Félix notou claramente que ela ficou mais nervosa ao falar do caseiro. Alguma coisa estava acontecendo entre eles.

Mas, como Félix tinha coisas mais importantes a fazer do que bisbilhotar a vida dos empregados, ele lavou as mãos, deu umas voltas pela cozinha, parou, olhou para tudo e se perguntou:

– O que eu vou fazer... Se não sei fazer nada?!

–--

Lá fora, Adriana varria as folhas do jardim quando o caseiro se aproximou.

– Psiu... Adrianinha... Psiu...

– Ah, mas que é que você quer hein?! Não fala comigo e não me chama de Adrianinha!

– Adrianinha, você ainda tá com raiva de mim?!

– Ai, e como é que não ia tá hein, seu mentiroso?!

– Adrianinha, eu já tentei te explicar, mas você não quer me ouvir...

– E continuo sem querer ouvir! Dá licença, que eu tô muito ocupada!

O caseiro segurou em seu braço.

– Adrianinha, eu só quero conversar... O que eu te disse é verdade, eu gosto de você!

– Ah é?! Diz que gosta e todo mundo te vê andando com outras por aí?!

– Adrianinha, não são outras, foi uma só e...

– Tá vendo, e ainda admite!

– Mas, deixa eu te explicar...

– Não quero saber de explicação... – Adriana voltou chorando para dentro de casa. Félix não estava mais na cozinha e ela se sentiu aliviada pelo patrão não vê-la assim. Mas, Félix havia visto... E ouvido tudo!

–--

Félix pensava no que ia fazer na cozinha se não sabia fazer nada, não sabia nem por onde começar. Então, pensou:

– Vou chamar a Adriana de novo e ela me ensina alguma coisa, é melhor!

Félix saiu e viu quando João segurou no braço dela, então se escondeu para ouvir o que falavam.

Após Adriana entrar, Félix só pensou em uma coisa:

– Preciso contar essa fofoca para o carneirinho!

–--

Félix entrou na cozinha e Adriana disfarçou enxugando as lágrimas e perguntando:

– Desistiu de cozinhar, seu Félix?

– Não... Depois eu vejo o que vou fazer!

Félix subiu rapidamente e pegou o telefone.

– Alô Niko!

– Oi Félix! Já está com saudades?!

– Sempre carneirinho... E aí, o que aconteceu com seu assistente?

– Ele vai ficar bem, a queimadura foi mais superficial, só deixou uma marca, e o sushiman disse que vem às três da tarde, então por essa hora eu tô voltando pra casa!

– Ótimo carneirinho... Ah, mas eu te liguei porque tenho um babado importantíssimo para te contar! Eu descobri a causa do stress da Adriana!

– Sério Félix, e o que é?!

– A nossa querida Adriana, simplesmente, está apaixonada! E você não imagina por quem!

– Por quem Félix? Não diz que... Ah! Ela sabe que somos gays!

– Quê carneirinho?! Não seja burro, não tem nada a ver... Ela está apaixonada pelo caseiro, o João!

– Ah... O João é boa gente...

– Talvez nem tanto... Eu ouvi uma conversa entre eles e parece que o João fez promessas para ela e depois lhe botou um par de chifres!

– Puxa Félix, coitada! Será que é verdade?!

– Não sei, e nem quero saber! Só achei a fofoca boa e quis te contar, mas eu não vou me meter, eles que se resolvam!

– Félix... Pois eu acho que seria legal se promovêssemos um encontro para os dois! O que você acha?!

– Acho que você pirou carneirinho! Só você mesmo pra querer bancar o cupido... Vão te chamar de São Valentim das empreguetes!

Niko deu uma gargalhada no outro lado da linha: - Félix, você é muito palhaço! Ah, e você fez alguma coisa mais que ficar ouvindo as fofocas?!

– Claro que sim Niko, aliás, você vai se surpreender com o que eu vou fazer!

Muito tempo depois...

Félix olhava para a cozinha e dizia:

– É... O carneirinho vai mesmo se surpreender... Só não sei se vai gostar!

–--

...


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Notas finais do capítulo

continuação na parte 2!



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