Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 15
Uma data especial... Para quem?!


Notas iniciais do capítulo

Félix provando que aprendeu a lidar com o ciúme de uma maneira estratégica...



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Niko acordou, como todos os dias, mais cedo que Félix. Seu amado dormia com o rosto quase colado ao seu e Niko abriu os olhos sentindo o calor do corpo de Félix que mantinha, mesmo dormindo profundamente, uma mão em cima de seus quadris. Niko sorriu balançando a cabeça e tirando lentamente a mão de Félix de cima dele. Levantou e deu um leve beijo no rosto do marido, indo em seguida escovar os dentes e se preparar para mais um dia de trabalho. Ao sair do banheiro, Félix estava na mesma posição, mas com os olhos abertos, o que fez Niko tomar um breve susto.

– Ai Félix, já acordou?

– Eu senti um friozinho, aí notei que você não estava mais aqui, carneirinho!

– Friozinho Félix? Choveu durante a noite, mas não está frio!

– É que sempre é mais agradável uma cama quentinha... Estava tão quentinho com você aqui...

– Félix, também estava muito bom ficar aí com você, mas a gente precisa trabalhar né?! E têm as crianças, a Adriana não dá conta de tudo sozinha... Você tem que revisar as contas do último mês dos restaurantes, da casa...

Félix levantou num pulo, jogando os lençóis para o lado.

– Ai, tá bom carneirinho, já chega, quando você começa a falar não tem santo que te faça calar!

– Félix, só estou dizendo a verdade...

– Eu sei... Mas será que eu dancei pop music durante o sermão da montanha para ter um companheiro tão sincero assim?!

Niko riu: - Ai Félix, você diz cada coisa... Deveria gostar porque eu sou sincero, você não gostaria que eu mentisse para você!

– Ah ah, você não mentiria para mim carneirinho, você não sabe mentir...

Niko o abraçou por trás, dizendo:

– Eu não sei mesmo mentir pra você... Eu te adoro! Mas, vamos, já que você já levantou, vamos descer e preparar juntos o café da manhã!

Félix gargalhou:

– Ah tá carneirinho, depois diz que eu que solto piadinhas...

Niko ficou sério: - Não foi piada Félix! Vem!

– Nossa... Que séria... – Falou Félix naquele tom de voz irônico que só ele sabia fazer.

Niko desceu e poucos minutos depois Félix desceu. Adriana varria o quintal, enquanto Jayminho, já com o uniforme da escola, tomava seu café da manhã. Félix deu um bom dia para todos e um beijo no filho. Sentou ao lado dele, mas notou que só havia refeição para Jayminho.

– Adriana, cadê meu café?!

Adriana foi entrando e dizendo:

– Ah seu Félix, eu ia preparar, mas seu Niko disse que não era pra botar nada pro senhor...

Félix levantou e foi até a cozinha, onde Niko o esperava.

– Carneirinho, que história é essa de me deixar sem café da manhã? Que eu saiba quem precisa fazer uma dieta aqui não sou eu!

– Ai Félix, que raiva que me dá quando você diz que eu preciso fazer dieta... – Niko abaixou o volume da voz para que não ouvissem. – Quando estamos a sós você nunca reclama do meu peso né?!

Félix deu uma risadinha maliciosa.

– Ah carneirinho... É que você não me dá tempo!

– Quer saber Félix, eu disse para a Adriana não fazer seu café porque eu queria que nós dois preparássemos juntos nosso café da manhã, além de que eu aproveitaria a oportunidade para te ensinar alguma coisa na cozinha! Mas, agora não quero mais, você me irritou Félix... – Niko cruzou os braços e virou de costas.

Félix continuou com o sorrisinho cínico e se aproximando, o agarrou, dando-lhe um beijo na nuca. Ele sabia que aquilo fazia seu carneirinho arrepiar. Niko pretendia continuar mantendo a seriedade, mas não conseguiu muito.

– Para Félix, podem entrar aqui na cozinha...

– E daí, criatura? Somos casados...

– O Jayminho pode vir, ou a Adriana com o Fabrício... Me solta... Ainda estou chateado!

– Se você quiser... Depois que os meninos forem para a escola, eu faço sumir essa sua chateação!

Niko virou de frente para ele, rindo:

– Você não tem jeito hein Félix?! Tá, já passou, não estou mais chateado com você...

– Assim sem eu fazer nada?!

– Não Félix, eu quero que você faça uma coisa sim... Eu vou um pouco mais tarde para o restaurante hoje, se você me ajudar a preparar o almoço hoje!

Félix arregalou os olhos. Antes ele passava longe da cozinha, quando ele imaginou que trabalharia em uma.

– Ah carneirinho, será que eu salguei a santa ceia pra você brincar comigo essa hora da manhã?!

– Hum... Salgar... Ótimo! Você vai ficar com a parte dos temperos...

Niko saiu, mudando de assunto, apressando Jayminho para ir à escola, deixando Félix na cozinha com cara de bobo, pensando no que ele iria inventar dessa vez.

Jayminho terminou o café e correu para a escola, seguido por Adriana levando Fabrício para a creche. Niko e Félix ficaram a sós.

– Carneirinho, quer parar de brincadeirinhas e fazer alguma coisa para a gente comer, eu estou morrendo de fome!

– Félix, você é muito acomodado! Aí tem torrada, café, geleia, pão, suco, tudo prontinho, é só você levantar e pegar! Vamos tomar o café logo que depois eu vou te ensinar umas coisinhas na cozinha!

Félix levantou com um suspiro conformado e foi pegar as coisas na cozinha. Tomaram o café e Niko arrastou Félix para a cozinha.

Algum tempo depois, Adriana voltou. Niko estava de um lado da cozinha de costas para Félix que estava claramente chorando. Quando Adriana viu o patrão com os olhos vermelhos foi logo perguntando:

– Minha nossa! Seu Félix, vocês brigaram foi?!

Félix se afastou do balcão respondendo:

– Que brigar o quê criatura?! Embora eu esteja quase brigando mesmo com o carneirinho por ele ter me feito cortar cebola! Onde já se viu, eu, Félix Khoury, um homem de negócios, chorando por cortar cebola... E ele ainda quer que eu faça mais coisas Adriana, vê se pode!

Niko virou para eles. - Ah Félix, deixa de drama vai, todo mundo chora quando corta cebola... E olha, eu também sou um homem de negócios se você esqueceu, e faço isso todo dia...

– É carneirinho, mas seu negócio é fazer isso, cozinhar, é o que você sabe fazer! O meu não, meu negócio é mexer com dinheiro, porcentagem, lucros, enfim! Não pense que porque você abriu sozinho aquele restaurante lá de São Paulo você é um grande empreeendedor...

– Tá, tá bom Félix, quer saber... – Niko jogou o pano de prato que estava em seu ombro no balcão. – Não precisa fazer nada, se você não quer! Eu vou indo logo pra o restaurante que eu ganho mais!

Félix o segurou pelo braço. – Não, carneirinho, volta aqui... Não quero que você passe o resto do dia chateado comigo! Vai que você começa a esfaquear um peixe enquanto se lembra de mim!

Por mais que Niko tentasse permanecer sério, as piadinhas e o sorriso de Félix afastavam qualquer traço de mau humor. Ele voltou pondo os braços em volta do seu amado.

– Félix, se você não quer, eu não te peço mais para me ajudar na cozinha, tá bem! Eu só achei que seria mais uma maneira de passarmos mais um tempinho juntos!

– Eu sei, carneirinho... Mas, pra quê eu vou aprender a cozinhar se tenho o melhor chef aqui em casa! E quando falo melhor, não é só pelos pratos que faz...

Iam se beijar, mas foram interrompidos por um suspiro de Adriana que assistia tudo e exclamou:

– Ah, que coisa linda gente!

– Ô criatura! Eu já tinha até esquecido que você estava aqui!

– Ah desculpa seu Félix... É que é tão bonito o jeito que vocês se reconciliam... Eu vou até sair pra não atrapalhar!

– Adriana, meu doce, você precisa viver um amor assim...

– Ah, mas que nada, seu Niko. Tá difícil viu... Licença!

Adriana saiu da cozinha deixando os dois a sós. Niko ficou rindo, quando Félix lhe roubou um beijo. Foi tão repentino e intenso que eles deram alguns passos para trás até baterem contra a parede. Niko sentia Félix quase se moldando ao seu corpo, pressionando-o contra a parede. Pararam para recuperar o fôlego e Niko pediu:

– Félix, meu amor, para porque senão eu acabo nem indo para o restaurante hoje!

– E se for esse meu objetivo, meu amor? – Indagou Félix dando beijinhos no pescoço dele.

Por mais que Niko estivesse gostando daquilo, era sexta-feira, um dos dias mais movimentados no restaurante, e ele realmente tinha que ir. Ele levantou a camisa de Félix e passou as unhas em suas costas. Félix se animou ainda mais, mas Niko olhou para o calendário na cozinha e sussurrou em seu ouvido:

– Félix... Hoje é sexta e...

– Amanhã é sábado, e daí?!

– Félix... – Niko o afastou um pouco de si. – Você sabe que hoje é um dos dias mais movimentados no restaurante, eu preciso mesmo ir!

– Tá bom, carneirinho, eu deixo você ir, mas só vou te pedir uma coisinha que eu nunca peço... Fica mais um pouquinho?!

Niko riu e lhe deu um beijo apaixonado. – E eu vou te dizer uma coisinha que eu nunca digo... Eu vou ficar o dia inteiro pensando em você!

Trocaram mais alguns beijos, até a hora de Niko sair. Antes, Niko olhou mais uma vez para o calendário.

– Que foi, carneirinho? Tá conferido se hoje é sexta mesmo? Eu queria que fosse segunda...

– Ah Félix, só porque é o dia que eu fico em casa! Eu estava vendo a data de hoje, achei que tinha alguma coisa, mas não lembro o quê!

Niko foi para o restaurante.

Félix ficou algumas horas no escritório até que voltou para a cozinha.

– Sabe Adriana, eu estava pensando... Acho que vou tentar, um dia, talvez, aprender a fazer alguma coisa na cozinha, na casa, para agradar o carneirinho... Já que é tão importante para ele, não é?!

– Ah, o seu Niko vai gostar muito de saber disso, seu Félix! Imagina o senhor ser casado com um chef de cozinha e não aprender nem a fritar ovo!

Félix não gostou nada do comentário de Adriana, mas sabia que ela tinha razão. Então, chamou sua atenção:

– Criatura, presta atenção, não está quase na hora de ir buscar o Fabrício não?!

Ela olhou para o relógio. – Ai, é verdade seu Félix, eu vou indo logo pra chegar cedo!

– Tá vai, como o Jayminho já está no sexto ano e é em horário integral, ele só sai mais tarde! Eu vou almoçar com o Niko e de lá vou buscar meu filho!

Depois que Adriana voltou com Fabrício, Félix ficou brincando com o filho até dar a hora do almoço.

– Não quer dar a comida do Fabrício não, seu Félix?! – Perguntou Adriana.

– É melhor não! Lembra quando tentei dar aquela papinha e ele jogou tudo na minha camisa branca?! Isso é tarefa sua, eu troco as fraldas e o carneirinho o põe pra dormir cantarolando! Eu vou indo para almoçar com o Niko! Até mais tarde!

– Até, seu Félix!

– Tchau, meu carneirinho bebê! – Disse Félix dando um beijinho em Fabrício que lhe respondeu com um sorrisinho.

Félix chegou feliz ao restaurante e olhou diretamente para o balcão, mas Niko não estava lá. Ele rodou com os olhos o restaurante, até que avistou seu carneirinho, numa mesa... De mãos dadas... Com outro homem...!

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Logo cedo, Niko chegou ao restaurante imensamente feliz. Estava radiante por causa das investidas de Félix. Seu amado fazia questão de pedir para ele ficar todas as manhãs e demonstrar o quanto era apaixonado. Naquela manhã não foi diferente; todos os beijos, as carícias enquanto Félix pressionava o corpo contra o seu... Niko se sentia plenamente realizado.

Pouco tempo depois, já havia clientes no restaurante, a maioria das mesas estava ocupada. Tudo corria bem e o horário de maior movimento ainda nem havia chegado.

Niko havia acabado de preparar mais um barco de sushi e frutos do mar e servia uma mesa, quando um homem entrou no restaurante e sentou em uma das mesas ao lado da porta, uma das poucas que estavam desocupadas. Niko voltou para o balcão para preparar mais um prato e olhou para as mesas como sempre fazia para ver se estava tudo bem, quando se deparou com um cliente que o olhava insistentemente.

– Eron?!

Eron acenou para ele e Niko pediu para um garçom atender sua mesa. O garçom voltou para Niko dizendo: - Seu Niko, aqui está o pedido daquele senhor, mas ele perguntou se o senhor podia ir lá falar com ele!

– Ah tá... Bem, eu vou preparar o prato dele e vou lá... Enquanto isso entrega esses outros...

Niko acabou de preparar tudo e foi até a mesa onde Eron estava.

– Oi Eron! Aqui está seu pedido!

– Oi Niko! Eu passava por aqui, quando vi o símbolo do restaurante, imaginei que fosse o seu!

– E o que faz aqui em Angra? Como você está?

Eron deu um profundo suspiro. – Estou mais ou menos Niko! Você parece estar bem melhor que eu! Como está sua vida com o Félix?!

Niko olhou para cima e sorriu. – Minha vida com o Félix é maravilhosa! Eu não poderia estar melhor!

– Fico feliz por você!

– Você não parece muito feliz, Eron... Aconteceu alguma coisa?

Eron pigarreou. – É... Sim! Eu briguei com uma pessoa de quem gostava muito e... É isso, estou aqui!

– Ah! – Niko ficou curioso. – Da última vez que te vi, você e o cirurgião-chefe do San Magno pareciam estar se dando tão bem!

– Pois é Niko, foi com o André mesmo que eu briguei! Justo quando eu pensei que nossa relação ficaria mais séria... Nós terminamos!

– E por que terminaram Eron?

Eron ficou com os olhos vermelhos. Disfarçou abaixando a cabeça, mas Niko o conhecia, então puxou a cadeira e sentou de frente para ele.

– Eron, você está quase chorando... O que houve?

– Eu... Ai Niko... Eu estou pagando na mesma moeda o que eu fiz pra você!

– C-como assim Eron?!

– Niko... – Eron pegou em sua mão. – Eu sei que já se passou muito tempo, mas, não deixo de lembrar o mal que te fiz! Você tinha planos, confiava em mim, e eu acabei te traindo!

– Eron... – Niko soltou sua mão da dele. – Eu já esqueci e quero que você esqueça também!

– Niko, como você conseguiu esquecer...

– Não, Eron, escuta, não é que eu tenha esquecido tudo, pelo contrário, lembro muito bem... Mas, é que simplesmente eu agora vivo outra vida, uma vida completa, com tudo que eu sempre quis, por isso, prefiro deixar o passado no passado!

Eron voltou a segurar sua mão. – Eu sei Niko, até quem não te conhece vê de longe o quanto você está feliz, quanto mais eu que te conheço tão bem... Posso ver o brilho dos seus olhos...

Niko voltou a tirar a mão. – Esse brilho nos meus olhos Eron, se deve ao Félix e aos meus filhos!

Eron fechou os olhos, suspirou e olhou para cima com os olhos vermelhos, piscando para tentar conter as lágrimas.

– Me dói tanto Niko, pensar que poderia ser eu a compartilhar contigo essa felicidade...

– Não, não poderia ser Eron! Porque, enquanto você destruiu a família que formaríamos e quase me destruiu também, o Félix me reconstruiu, me ajudou em cada momento, tratou meus filhos com amor...

– Niko, eu amava o Fabrício como se fosse meu...

Niko levantou. – Eron! Chega! Se você veio aqui para falar do passado pode se retirar...

– Não, não Niko, por favor, eu não falo mais do passado... Mas, por favor, não sai... Eu preciso conversar com alguém! Eu pensei que fossemos amigos!

Niko respirou, sentou e pôs as mãos embaixo do queixo para ouvi-lo e para que ele não pudesse pegá-las de novo.

– Ok Eron! Estou aqui, fale!

– Niko, eu só disse que estava pagando na mesma moeda por que... Por que é verdade! Assim como eu fui capaz de te trair um dia... O André me traiu!

Niko permaneceu calado ouvindo o que Eron tinha para dizer.

– O André me traiu, justo quando eu queria consolidar minha relação com ele! Justo quando eu, finalmente, consigo me apaixonar por outra pessoa quase tão maravilhosa quanto você Niko... Ele me trai! Só pode ser um castigo pelo que eu te fiz!

Eron não conseguiu mais conter o choro e Niko percebeu que ele não estava totalmente sóbrio. Eron, provavelmente já havia bebido antes de ir para lá. Niko tentou confortá-lo. Pegou em seu braço dizendo:

– Eron, se acalma, você não está nada bem... Você andou bebendo?!

– Não, eu não... – Eron enxugou as lágrimas. – F-foi apenas uma cerveja, só isso!

– Eron, você veio dirigindo? Você é um cumpridor das leis, sabe que não pode beber e dirigir...

– Eu sei Niko, eu sei! – Ele pôs uma mão em cima da mão de Niko que estava em seu braço. – Que bom que você ainda se preocupa comigo!

Niko tirou a mão dizendo: - Eron, eu me preocupo como me preocuparia com qualquer cliente meu que chegasse aqui bêbado e viesse dirigindo! Isso não põe em perigo só sua vida, mas a vida de outras pessoas...

– Ah Niko, você é tão bom! Eu tenho que te contar que, na verdade, eu não vim pra aqui à toa... Eu vim te procurar, precisava de você!

– Eron, tudo que eu posso te oferecer é um tempo para te ouvir como estou fazendo agora e talvez uma palavra amiga, um conselho... Só isso! E você sabe!

– Eu sei Niko, eu sei! É que, eu fiquei tão confuso quando tudo aconteceu, quando descobri que o André ficou com outra pessoa... Eu lembrei que eu já fiz a mesma coisa e pensei tanto nisso... Pensei que estava sentindo na pele o que você sentiu... E, pensei, que você me entenderia se eu viesse falar com você, desabafar...

Dessa vez, Niko pegou em sua mão. – E eu entendo Eron! Pode desabafar comigo! Nós podemos ser amigos, você pode confiar em mim!

– Eu sempre pude confiar em você! Fui eu que destruí a confiança que você tinha em mim! – Nesse momento, Niko soltou sua mão e Eron continuou: - Desculpa, eu disse que não falaria mais do passado e não vou falar... Vou falar do presente, do que está me acontecendo! Depois de brigarmos, eu pedi uns dias de férias do San Magno, pra esfriar a cabeça e não encontrar com o André nos corredores! Mas, ele me procurou, me pediu perdão, disse que se deixou levar por um impulso, que está arrependido e que quer voltar comigo... O que eu faço Niko?!

– É... Eron, eu não sei... Não sei como era a relação de vocês, não posso opinar... Mas, se você está realmente apaixonado por ele acho que deve, pelo menos, ouvir suas explicações e ver se vale a pena perdoá-lo... Quando há uma traição, a confiança é quebrada em mil pedaços e leva muito tempo para reconstruí-la... Algumas vezes, não se reconstrói jamais...

– Foi o que aconteceu conosco, não foi?!

– Foi, Eron! Mas, não estamos falando de nós, até porque, o nós não existe mais! Estamos falando de você e André, e eu acho que se vocês tiverem um sentimento mais forte por parte de ambos, podem sim ter uma segunda chance! Por que não?!

Eron voltou a chorar e estendeu os braços em cima da mesa segurando nas mãos de Niko.

– Muito obrigado Niko! Você não sabe como eu estou agradecido por você ter me escutado, me aconselhado... Você é maravilhoso! O Félix tem mesmo muita sorte! Sabe, eu até mexi escondido na agenda da Paloma pra descobrir o endereço de vocês... Quando eu pensei em vir falar com você, eu pedi o endereço, mas ela não quis me dar... Com razão, você está casado com o irmão dela agora, ela disse que não queria que eu lhes causasse problemas, porque vocês estavam vivendo em paz e muito felizes!

Dessa vez, Eron estava mais calmo. Niko deu um voto de confiança e continuou segurando nas mãos dele.

– A Paloma tem razão Eron... Eu preciso ser sincero com você... Eu nunca fui tão feliz como sou hoje!

– Verdade... Eu nunca te vi tão alegre nem tão bonito quanto você está agora! Quem diria que logo o Félix te faria tão bem!

– Para mim, o Félix sempre fez bem! O tempo que nós passamos juntos Eron, faz parte da minha história, mas o Félix é quem está me fazendo viver os dias mais inesquecíveis da minha vida, principalmente, depois que aceitou meu amor... – Nessa hora, Niko parou e olhou para o lado como se tivesse se lembrado de alguma coisa.

– Que foi Niko?

– Nada, só lembrei uma coisa muito boa que estava tentando lembrar quando vi o calendário hoje...

Eron sorriu para ele – Então você ainda lembra? Quem sempre se lembrava das datas especiais era você mesmo...

Niko ficou confuso. – Espera Eron, do que você está falando?

– Ora, da data de hoje... Não foi isso que você lembrou? Hoje seria véspera do nosso aniversário de namoro!

– Quê?! – Niko imediatamente soltou as mãos de Eron. - Mas, eu... Não foi disso que me lembrei...

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Félix sentia seu sangue ferver com aquela cena. Ele viu Niko largando as mãos de Eron, mas eles estavam de mãos dadas quando ele chegou.

Niko olhou para a porta e viu Félix se aproximando com a expressão de raiva e ciúme que ele conhecia muito bem.

– Não sabia que seu restaurante andava infestado de insetos rastejantes venenosos!

– Félix! – Niko levantou. – O Eron apareceu aqui e só estávamos conversando! Ele está com problemas, só pedia um conselho meu...

– Eu estou pouco me lixando para os problemas dessa lacraia! Ele que procure um psicólogo, carneirinho...

– Félix, por favor, senta... – Niko ia colocando a mão no ombro de Félix, mas ele a repeliu.

– Não toca em mim, Nicolas Corona Khoury... – Ele enfatizou o Khoury. – Lava essas mãos que devem estar impregnadas do veneno dessa lacraia! E, se você, lacraia, não lembra que o Niko é um homem casado eu vou lembrar...

Félix bateu na mesa com as palmas das mãos e Niko pediu:

– Félix, por favor, não faz escândalo, não tem por quê!

Félix olhou para ele e saiu. Niko foi atrás. Eron também foi.

– Félix, espera... Não vai embora assim! Não aconteceu nada!

– Aconteceu, aconteceu sim! Eu cheguei aqui para almoçar com você e te encontro de mãozinhas dadas com essa bicha venenosa, lacraia peçonhenta!

Eron se pronunciou: - Félix, para de me xingar... Eu e o Niko só estávamos conversando, aliás, eu até pedi um conselho amoroso a ele!

– Ah ah ah, tá bom , agora o carneirinho virou cupido?!

– É sério Félix, eu me separei do André e...

– E veio atrás do carneirinho... Lacraia desgraçada... Sua profissão não devia ser advogado, devia ser papa-chefes, porque você adora um chefe, é chefe cirurgião, chefe de cozinha...

Niko chegou bem perto de Félix e o interrompeu: - Félix, meu amor, para com isso! Não tem por que ter tanto ciúme, eu te amo, você sabe que eu te amo!

Niko o olhava profundamente nos olhos o que fazia Félix acreditar em suas palavras, mas ele não conseguia ignorar a presença do seu ex.

– Como você quer que eu não morra de ciúmes se quando chego você está conversando todo íntimo com essa lacraia furta-cor?!

Niko segurou em seu rosto, notando que Félix estava se acalmando.

– Eu entendo seu ciúme, meu amor... Eu até gosto... Mas, confia em mim?! Eu só consigo amar você!

Félix respirou e deu um rápido beijo em Niko, mas disse:

– Tá bem carneirinho... Mas, tira as mãos de mim, que agora eu que vou ter que lavar o rosto!

– Ai Félix... Vem, vamos almoçar em paz! Hoje não é um dia para brigarmos, pelo contrário, temos que comemorar, eu lembrei o que a data de hoje significa para nós...

Eron os interrompeu: - Espera, Niko... Então a data de hoje é significante pra vocês dois? Eu pensei que você tivesse lembrado...

– Não Eron, eu juro que não me lembrava disso que você falou! Nossas datas importantes ficaram para trás... Hoje é um dia especial para mim e para o Félix!

Félix, mesmo sem saber do que Niko estava falando, passou um braço pelos ombros dele. Eron os olhou e afirmou:

– Vocês... Vocês formam um belo casal! – Ele deu umas batidinhas no ombro de Félix. – Parabéns!

Eron foi indo em direção ao carro. Enquanto andava notava-se mais que ele havia bebido mais do que só uma cerveja. De repente, ele parou e voltou, dizendo: - Lembrei que saí sem pagar a conta... – Ele entrou novamente no restaurante. Niko pensou e pediu a Félix:

– Félix, ele bebeu, ele não pode sair dirigindo assim...

– E o que você quer que eu faça Niko? Que dirija o carro pra essa lacraia até São Paulo?! – Félix falou ironicamente e com o ciúme voltando.

– Claro que não Félix... Até porque te quero comigo essa noite... Mas, sei lá... De repente, a gente podia deixar o Eron descansar num quarto de hóspedes lá em casa até passar o efeito do álcool...

– Aí já é absurdo Niko! Você, melhor que ninguém, sabe as consequências de se ter um animal como aquele em casa!

– Félix, não fala assim... Eu sei que você não gosta dele, mas, amor, o Eron tá sofrendo por causa do André... Ele não veio atrás de mim, apesar de ele sempre lembrar uma coisa ou outra, ele só veio atrás de um conselho, uma palavra amiga... - Chegou mais perto e falou baixinho: - Acontece que o André traiu o Eron...

Félix tentou, mas não segurou uma gargalhada.

– Félix, não ri assim...

– Ah carneirinho, nem que eu tivesse infestado de lacraias as árvores do paraíso para não rir dessa lacraia com uma coisa dessas... Quer dizer que ele levou chifres do médico... Ah, eu achei muito bem feito!

Eron ia saindo e ouviu. – Eu também acho bem feito para mim, Félix!

– Ai, Eron... – Niko tentou remediar. - Olha, eu estava conversando com o Félix e nós pensamos se não seria melhor você descansar um pouco lá em casa, pra passar um pouco o efeito do álcool e aí poder viajar!

– Não Niko, não quero incomodar, eu estou bem...

Eron passou por eles. Félix colocou o pé na frente, fazendo-o tropeçar, caindo com a palma das mãos no chão. Félix tirou o pé rapidamente e Niko nem percebeu. Então, ele levantou Eron dizendo:

– Ih... Você está péssimo, lacraia! Não consegue nem se equilibrar em pé, quanto mais enxergar o volante!

– O Félix tem razão, Eron! Para você cair desse jeito deve ter bebido mais do que eu pensei! Vem, vamos entrar!

Eles voltaram para o restaurante. Niko entregou um paninho para Eron limpar as mãos e foi para o balcão preparar o almoço de Félix. Eles permaneceram calados até que Niko voltou, dizendo para Félix:

– Amor, você vai ter que almoçar sozinho, por que chegaram mais clientes e é horário de almoço, sabe como é...

– E você não vai comer nada, meu amor?

Félix enfatizou o "meu amor" para que Eron ouvisse bem ele chamando Niko assim. O loiro, como sempre, sorria ao ouvir seu amado tão carinhoso.

– Não, agora não, meu amor... Depois tá? Eu sempre almoço mais tarde mesmo por causa do movimento dessa hora! É... Fiquem aí e conversem... Em paz, por favor!

Niko voltou ao trabalho e Félix ficou saboreando seu almoço, enquanto Eron continuava sentado de frente para ele, apenas olhando.

– Hum... Vai ficar olhando eu comer agora, lacraia?!

– Félix... Por que você botou o pé para eu tropeçar?!

– Olha lacraia... Eu nunca concordaria com essa ideia do Niko de te levar para nossa casa, mas...

– Mas, você concordou! Por quê?!

– Porque Eron... Eu não consigo dizer não para o carneirinho! Eu tinha que ter uma desculpa para concordar com a ideia caridosa que ele teve e, por isso, quase te fiz beijar o chão! – Félix sorria enquanto falava.

– Quer dizer que você está se tornando um coração mole, mas não quer admitir?!

– Eu só não preciso demonstrar nada para ninguém, lacraia! O Niko me conhece verdadeiramente como sou e isso me basta!

Eron se calou. Não perguntou mais nada e deixou Félix terminar de comer. Niko se aproximou.

– Pronto, a maioria dos clientes já está saindo! Até que não foi tão movimentado hoje... – Ele pôs a mão no ombro de Félix. - Que tal, nós irmos pra casa, e eu como alguma coisa lá?! Agora à tarde vem meu outro assistente que é sushiman também, então, vai dar pra eu passar esta tarde de folga!

Félix segurou em sua mão em cima dos seus ombros e perguntou: - Já lavou né?

– Ai, claro Félix!

– Tá bom então... - Félix beijou sua mão. – Ah carneirinho, eu disse para a Adriana que ia buscar o Jayminho mais tarde!

– Que bom, nosso filho adora quando você vai buscá-lo! Então, vamos?!

Foram os três.

– Muito bonita a casa de vocês!

– Obrigado Eron! Félix, porque você não o leva para um dos quartos de hóspedes, eu vou comer alguma coisa na cozinha...

Adriana estava com Fabrício na varanda. Ela não viu que Eron estava com eles e pensou que apenas Félix tinha voltado, ao ouvir o som do carro dele. Ela botou Fabrício no chão e foi caminhando atrás do menino que sempre saía entusiasmado ao encontro dos pais. Como ele já estava com mais de dois anos, já caminhava mais direitinho e quando sabia que um dos pais havia chegado, praticamente corria para eles.

Eles estavam prestes a entrar quando o menino surgiu do outro lado da varanda com Adriana atrás dele. Quando ela viu Eron, parou, mas o menino continuou até chegar perto de Félix. Ele olhou para cima e deu um sorrisinho para o pai, estendendo os bracinhos para ele. Félix se agachou e o pegou, enquanto Niko sorria.

– Esse é meu carneirinho bebê... – O menino dava gargalhadas enquanto Félix o suspendia no ar. – Dá um beijo no papai!

O pequeno obedeceu dando um beijinho no rosto de Félix. Depois, Félix o colocou perto de Niko e pediu: - Agora dá um beijo no papai Niko!

O menino deu um beijinho no rosto de Niko também.

– Que beijo gostoso Fabrício, meu amor... – Disse Niko brincando com ele.

– Como o Fabrício está grande! – Exclamou Eron. Félix virou os olhos para cima quando lembrou que ele ainda estava lá.

Félix se agachou colocando Fabrício no chão, mas o menino não queria largá-lo. Segurando no seu pescoço, o chamou: - Papai...

– Oi Fabrício... Vai com a Adriana meu amor, papai vai já... Ele não quer me largar carneirinho, porque você não leva nosso convidado para o quarto de hóspedes?!

Niko estranhou a decisão de Félix. Deixá-lo a sós com Eron?

– Tem certeza Félix?

– Claro carneirinho, vai lá! Eu confio em você!

Essas simples palavras encheram Niko de felicidade. Félix ficou brincando com Fabrício, enquanto Niko entrou com Eron.

– Bom, Eron, é por aqui... Pode entrar... – Disse Niko abrindo a porta de um dos quartos.

– Obrigado mais uma vez... – Eron sentou na cama e começou a chorar.

– Eron, você tá muito sensível por causa da bebida e pelo que aconteceu entre você e o André, então eu vou te deixar aqui... Descansa o tempo que for necessário e depois você pensa no que vai fazer!

– Eu não estou chorando por causa do André, Niko! É por sua causa...

– Minha causa?! Tá maluco Eron?!

– Não... É que... Me dói ver tudo que eu perdi... Você... O Fabrício...

– Eron, se eu quis que você viesse pra cá, foi para você descansar, deixar passar o efeito do álcool, pra você poder ir embora... Se eu não estivesse vendo que você está mal, não teria te trazido! Não faço isso só por você Eron, mas porque sei os perigos de uma pessoa bêbada ao volante; se você veio dirigindo e bebendo desde São Paulo até Angra, você colocou em risco a vida de muita gente, inclusive a sua, e eu não poderia deixar isso acontecer de novo no caminho de volta! Eu penso em outras famílias como a minha que podem estar viajando por essas estradas e correndo riscos por causa de irresponsáveis assim!

Eron fechou os olhos, respirou profundamente e disse:

– Eu entendi... Você é mesmo maravilhoso Niko! A maior burrice que eu fiz na vida foi te perder! Agora, não tem mais volta...

– Jamais terá volta! O que eu mais amo no mundo é minha família... E minha família, eu tenho graças ao Félix!

– Você nunca pensou que o que você poderia ter sentido por ele fosse agradecimento?

Niko balançou a cabeça negativamente. – Não Eron! No começo eu fiquei muito agradecido ao Félix por todo o bem que ele me fez, mas acho que esse agradecimento durou muito pouco... Se transformou em admiração, depois em paixão e enfim, em amor! Eron... Eu sempre vou me lembrar de você com carinho... Mas, o Félix é, definitivamente, o amor da minha vida!

– Eu fico realmente feliz por vocês! E repito o que já disse, você é maravilhoso Niko... Obrigado por tudo!

– De nada! Descansa... Quando acordar, estaremos aqui!

Niko saiu, fechando a porta, quando deu de cara com Félix que o olhava com ternura.

– Félix, você ouviu tudo?

– Ouvi... E tenho que concordar com a lacraia numa coisa... Você é mesmo maravilhoso carneirinho!

Félix o beijou apaixonadamente. – Vem, carneirinho, você deve estar morrendo de fome!

Foram para a cozinha. Meia hora depois, Félix saiu para pegar Jayminho como havia dito.

– Não está cedo Félix?!

– Não, já está quase na hora de ele sair... E eu tenho que fazer outra coisa antes! Vou indo, carneirinho!

Eron acordou e caminhou pela casa até chegar à cozinha.

– Oi Niko!

– Oi Eron! Como acordou?

– Estou melhor, só com dor de cabeça! E o Félix?

– Foi buscar o Jayminho na escola! Aliás, já faz um tempo, já deviam ter voltado... Mas, e você, quer um café, ou alguma outra coisa?

– Só um café... Para acordar de vez e sair logo daqui, não quero mais ser um incômodo!

– Ninguém aqui disse que você era um incômodo! – Respondeu Niko colocando o café numa xícara e entregando para Eron.

Eron tomou um gole do café e respondeu: - Eu sei que não... E é isso que eu acho mais incrível... o Félix não é mais o mesmo, graças a você Niko!

– Isso é recíproco... Eu também não sou mais o mesmo, graças ao Félix!

– Você o ama muito, não é?!

– Muito... Muitíssimo!

Eron suspirou: - Queria encontrar alguém que me amasse assim...

Félix chegou sorridente com Jayminho. Ao entrarem, Jayminho abraçou Niko e estranhou a presença de Eron.

– Oi Jayminho!

– Oi... – Respondeu ainda estranhando e virando para Félix. – Pai Félix, depois me ajuda a estudar matemática?!

– Claro que ajudo, mas vai tomar banho agora!

Jayminho subiu. Eron acabou de tomar o café e disse a Félix:

– Parabéns! Você tem muita sorte!

– Se eu aprendi uma coisa durante esse tempo, é que isso tudo não é sorte... É amor!

Niko olhou para Félix com um sorriso orgulhoso, ele retribuiu o olhar.

Aquele clima foi quebrado pelo toque do celular de Eron. Ele logo exclamou: - Nossa! Parece que sempre atrapalho vocês...

Félix se afastou dizendo: - Nisso tenho que concordar, lacraia!

Eron olhou para o celular. – É o André!

Niko aconselhou: - Atende Eron!

Eron atendeu, saindo da cozinha para falar. Alguns minutos depois, voltou, com os olhos vermelhos, mas sorrindo.

– Eu vou embora... Vou voltar para São Paulo... O André me ligou, me pediu perdão, me pediu pra voltar pra ele... Disse que sente minha falta... E, pela primeira vez, disse que me ama!

– Já está em condições de voltar Eron?

– Sim, estou Niko, muito obrigado! Acho que aquela nossa data especial, vai passar a ser uma data especial para mim e para o André! Amanhã, eu vou perguntar se ele quer namorar comigo, oficialmente! Afinal, já estamos nos conhecendo há quase dois anos!

– Espero que dê tudo certo!

– Obrigado Niko, e Félix, muito obrigado! Eu sei o que você fez... Muito obrigado mesmo Félix!

Félix fez cara de desentendido e respondeu: - De nada, lacraia! Apesar de que eu não sei por que me agradece tanto!

– Se quer assim, que seja! Eu vou buscar meu carro no restaurante e de lá vou! Tchau pra vocês e um abraço para os meninos!

Eron foi embora. Félix sabia muito bem porque ele o havia agradecido.

–--

–--

Minutos antes...

– Alô, Paloma irmãzinha!

– Félix! Oi, como você está?!

– Estou bem Paloma, mas, será que o doutor André está aí? Gostaria de falar com ele!

– Com o doutor André? Por que Félix? Algum problema...

– Não, não Paloma... Só preciso ter uma longa conversa com ele! É pessoal...

– Pessoal?!

– Sim, Paloma, não estranhe, por favor, eu nunca colocaria chifres no carneirinho tá! Mas, eu preciso tirar um inseto da minha casa e só o doutor André pode fazer isso!

– Não entendi Félix!

– Depois eu te explico Paloma, mas manda chamar ele logo, que eu tô aqui esperando o meu filho na saída da escola e depois não dá pra falar...

–--

–--

Depois de ajudar Jayminho a estudar matemática pelo resto da tarde, Félix estava no quarto, na cama, sentado com as pernas esticadas e segurando na cabeceira da cama. Niko entrou.

– Ai carneirinho, cansei... Vamos ver se esse menino agora aprende matemática...

Niko trancou a porta. Tirou a calça ficando só com a cueca boxer e a camisa. Sentou por cima das pernas de Félix, de frente para ele, ajoelhado na cama.

– Hum, carneirinho, quê que você quer hein?!

– Comemorar...

– Comemorar o quê?

– Nossa data especial...

– É... Que data, carneirinho? Você falou isso desde aquela hora no restaurante e eu ainda não sei o que é!

– Félix, na data de hoje, há três anos, você me fez imensamente feliz, com uma pergunta... A mesma que vou te fazer agora!

– Que pergunta carneirinho?!

–... Posso dormir aqui hoje?!

Félix lembrou e sorriu, assim como Niko sorriu naquela noite em que Félix lhe fez essa pergunta.

– Eu só não posso fazer o mesmo que você fez, carneirinho...

– Por quê?

– Porque já estamos no quarto...


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Notas finais do capítulo

Hum... Mais uma noite inesquecível!
Mas, quando será que o Félix vai aprender a cozinhar? Talvez em um próximo capítulo...
Enquanto isso, espero que gostem! Comentem, critiquem, opinem... E, obrigada.



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