Após falar com Niko ao telefone, Félix desceu decidido a aprender a cozinhar qualquer coisa, o mais rápido possível. Afinal, mais cedo Niko havia lhe pedido um presentinho pelo Dia de São Valentim, e que surpresa seria melhor que Félix preparar um jantar romântico? Só que Félix precisava de ajuda... De uma ajuda poderosa!

– Mami poderosa!

– Filho, que saudade! Você não ligou mais para mim...

– Ah mami, sabe como é... Ainda sou praticamente recém-casado...

– Eu sei Félix! Pela sua voz percebo que você está muito feliz e isso me deixa feliz, meu filho! E por falar na sua felicidade, como está o meu genro hein?!

– Ah mami, seu genro está ma-ra-vi-lho-so, aliás, como sempre!

– Ah meu filho, é tão bom saber como Niko te faz tão bem...

– É mami, o Niko foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida... Além dos meus filhos, claro! E é justamente por causa do carneirinho que eu liguei! Mami, você sabia que hoje é dia de São Valentim?

– Ai é mesmo Félix, eu não lembrava... Agora, vou fazer alguma coisa especial para o Maciel!

– Ah ah mami, tá, depois você fez um agrado para o meu padrasto magia... Mas, por enquanto, você não poderia me ensinar alguma receita fácil, simples e poderosa como você? É que eu queria, eu mesmo, preparar um jantar para o carneirinho... Mas, não faço ideia do que fazer!

Pilar demorou um pouco e respondeu:

– Félix, meu filho, você vai cozinhar?!

– Ai mami, será que eu fiz pipoca enquanto Nero tacava fogo em Roma para ninguém acreditar que eu posso cozinhar?! Não que eu queira, mas... Pelo carneirinho, eu faço o sacrifício!

– Félix... É inacreditável! Mas, olha meu filho, eu vou procurar umas receitinhas bem fáceis e peço para o Jonathan te passar por e-mail! É melhor que você lê, ao invés de ficar ouvindo a receita pelo telefone, não é?!

– Toda moderninha hein mami?! Mas, tem toda razão, vou ficar esperando, não demora! Obrigado, poderosa!

– Tchau Félix! Vou procurar agora mesmo!

–--

– O meu pai vai cozinhar, vó?!

– Pois é isso mesmo que ele me disse Jonathan! Embora seja difícil imaginar o Félix na cozinha... Bom, eu separei essas receitas aqui para ele, você pode copiar e mandar?

– Claro, vó! Não é preciso copiar, eu escaneio e mando para o e-mail dele!

– Bom, isso é com você Jonathan!

Jonathan mandou tudo para Félix, que, ao receber levou o notebook para a cozinha e começou a pegar o que precisaria.

–--

Quando Adriana voltou para a cozinha exclamou:

– Que bagunça é essa, seu Félix?!

– Que bagunça o quê Adriana?! Não se faz uma omelete sem quebrar alguns ovos...

– É, mas o senhor tinha que quebrar ovo em cima do balcão e até no chão?!

Félix pigarreou: - É... Esse caiu sem querer, o outro, eu tentei quebrar, mas acho que foi com força demais... Agora, é minha terceira tentativa, a não ser que você faça isso por mim...

– Ai ai, é fácil seu Félix, olha... – Adriana mostrou como se fazia da maneira mais fácil possível e Félix imitou. - Aí, tá vendo que o senhor consegue se tentar seu Félix!

– Ultimamente, eu ando descobrindo mais sobre mim mesmo do que eu imaginava! Pronto, o resto eu faço sozinho, se precisar de ajuda de novo, eu grito!

Félix continuou seguindo as receitas, tentando fazer o melhor possível. Logo deu a hora de ir buscar Fabrício na creche. Ele viu o relógio e gritou:

– Adriana, vai buscar o Fabrício!

O caseiro estava perto da porta dos fundos, limpando a piscina, e ouviu e foi responder a Félix.

– A Adriana já foi buscar o menino seu Félix!

– Hã... Ah tá...

– Eita seu Félix, tá concentrado hein?! Parece até aqueles cientistas fazendo uma fórmula química!

– E o que você entende de química, criatura?! Eu não quero que nada saia errado nas receitas, estou medindo tudo nos mínimos detalhes!

– Ah... Eu vou continuar limpando a piscina então!

– Espera, vem cá João... Eu vou ser bem direto! Por acaso, você e a Adriana estão... – Félix esfregou seus dedos indicadores.

O caseiro entendeu o que ele queria perguntar: - Não, não seu Félix... Bom... Ela que não quer saber de mim!

– Hum... Eu ouvi por aí que você teria a enganado com outra, estou certo?!

– Não, não foi isso não seu Félix! A verdade é que eu perguntei a Adrianinha se ela queria ser minha namorada, e ela disse que ia pensar e me daria a resposta na semana que eu voltasse pra trabalhar, no caso, a semana passada...

– E por que você não veio semana passada?

– É que semana passada, uma prima minha lá de Minas que eu não via há muito tempo chegou e eu fui passear com ela, porque ela nunca tinha vindo aqui em Angra! Aí comentaram com a Adrianinha que eu tava saindo com outra e ela agora não quer mais falar comigo! Mas, essa minha prima é como se fosse minha irmã, não tem nada a ver, o povo é que é muito fofoqueiro, sabe seu Félix...

– Sei... E você gosta mesmo da Adriana?!

– Gosto mesmo seu Félix! Mas, ela é muito tímida, além de teimosa feito uma mula...

– Faz alguma coisa então! Ou você vai deixar por isso mesmo, que o que os outros falam seja mais forte que o que você sente?!

– Tem razão seu Félix! Eu vou fazer alguma coisa pra a Adrianinha acreditar em mim! Brigado viu seu Félix!

– De nada criatura, agora vai trabalhar que é pra isso que te pago!

–--

Adriana voltou com Fabrício.

– Tá dando tudo certo aqui seu Félix?

– Certíssimo, Adriana! Eu disse que aprendia rápido! Eu sou um gênio!

– O seu Niko vai gostar de ver!

– Vai mesmo! Só não sei se isso tudo vai ser almoço ou jantar, porque vai ser entre os dois! Mas, agora leva o Fabrício para longe da cozinha porque eu vou tentar algo mais difícil do que essas receitinhas que a mami mandou!

– Mais difícil seu Félix... Mas, não era melhor não fazer um monte de coisas de uma vez só?!

– Não são muitas coisas, uma omelete, uma carne grelhada, um arroz com um molho aqui, tá tudo muito simples... E faltou a sobremesa! E eu já sei o que vou fazer, mas esse só pode ser quando estiver perto da hora do Niko chegar... Será um prato digno de restaurante cinco estrelas, ele vai ficar até com inveja de mim!

Adriana fez de novo aquele olhar cético. – Bom, então, boa sorte seu Félix!

–--

Eram por volta das duas da tarde, quando Jayminho ligou para Félix.

– Papai, pode vir me buscar agora?! A turma foi liberada mais cedo, porque à noite vai ter jogo aqui na escola!

– Agora, meu filho? – Félix olhou para o relógio. – Tá, eu vou rapidinho!

No carro, Jayminho contava sobre os jogos que estavam havendo na escola.

– Até minha turma participa! Eu vou jogar pelo time de futsal, pai!

– Que bom, meu filho! Mas, esse jogo não é hoje é?!

– Não, o do meu time é amanhã! Mas, hoje eu queria assistir os outros jogos papai Félix! Será que eu posso vir?!

– À noite Jayminho?! Não sei... Vamos ver o que seu pai Niko diz!

–--

Ao chegarem em casa, Félix entrou pela porta da cozinha e sentiu um cheiro estranho.

– Alguma coisa está queimando... A carne! – Exclamou quando notou que havia deixado o grill ligado.

– Mas, cadê a Adriana que não viu isso?! – Ele abriu rapidamente o grill, desligando-o da tomada.

Jayminho subiu para os quartos e desceu dizendo: - Pai, a Adriana tá dando banho no Fabrício!

– Então foi isso... Bom, espero que o carneirinho prefira carne bem passada!

Félix pediu para Jayminho ficar brincando com Fabrício e que nenhum dos dois se aproximasse da cozinha.

– Eu deixo vocês lancharem na sala, contanto que não me atrapalhem aqui na cozinha ok!

Jayminho ficou olhando para o pai sem entender o que ele estava fazendo ali.

– Que foi Jayminho? Já disse pra você ir brincar com seu irmãozinho depois que ele acabar o banho!

– Eu já vou... Mas, papai Félix, você vai cozinhar?!

– Ah, mas eu devo ter... Esquece! Eu vou cozinhar sim, aliás, já estava cozinhando antes de ir te buscar tá! Quando seu papai Niko chegar vai ter uma surpresa!

– Mas, pensei que você não sabia cozinhar...

– Também pensei que não sabia... – Félix riu de si mesmo. – Agora, vai brincar com seu irmão e me deixa terminar aqui, que o Niko chega daqui a pouco!

O menino saiu.

Félix ficou sozinho na cozinha e aproveitou para ver se estava tudo em ordem antes de fazer a grande receita que estava preparando.

– Pronto, a carne passou um pouco do ponto, mas vamos ver o arroz!

Ele mexeu o arroz que já havia feito antes com uma espátula e se surpreendeu:

– Olha... Não está tão soltinho como o do carneirinho, mas parece bom!

Depois, foi a vez da omelete. – Todos os ingredientes da receita que a mami mandou já estão aqui, agora só preciso misturar tudo e levar ao microondas... Facílimo! – Disse para si mesmo enquanto misturava tudo: - Félix, definitivamente, não há nada que você não faça!

– Pronto, já misturei, mas não vou levar ao microondas agora, quero que esteja quentinho quando o carneirinho chegar! Vou deixar aqui e fazer a sobremesa que vai deixá-lo boquiaberto!

–--

Niko chegou depois das três horas como havia dito. Estacionou o carro e entrou pela porta da frente.

– Félix, já cheguei... – Os meninos estavam brincando na sala. – Oi, Fabrício! Jayminho, filho, veio mais cedo da escola? – Perguntou, dando um beijinho em cada um.

– Sim, papai, é que à noite vai ter jogo lá na quadra e eu queria pedir permissão pra ir assistir! Até o meu amigo Paulinho, que mora aqui perto, me convidou pra eu dormir lá na casa dele depois que o jogo acabar!

– Não sei Jayminho, à noite pode ser perigoso!

– Mas, o pai do Paulo é professor lá da escola e vai estar lá o tempo todo, e o papai Félix disse que me deixava ir se você deixasse também!

– Hum... Tá, eu deixo, mas quero ligar para o pai do Paulinho pra saber se você pode ficar lá mesmo! E por falar no Félix, cadê ele?

– O papai Félix tá na cozinha, ele disse que tinha uma surpresa para você!

– Para mim... Na cozinha?!

Enquanto isso, na cozinha Félix olhava para tudo e pensava:

– É... O carneirinho vai mesmo se surpreender... Só não sei se vai gostar!

Ele ouviu Niko conversando com os meninos e correu pedindo: - Adriana, João, tentem dar um jeito aqui, nem que precisem fazer milagre!

Niko foi andando em direção à cozinha quando Félix apareceu de repente e o impediu de entrar.

– Carneirinho, já chegou... – Félix dava um sorriso forçado. – Dá um abraço!

– Abraço? – Niko o abraçou. – Félix, o que você tem? O que você estava fazendo na cozinha?

– Nossa, carneirinho, não posso te abraçar não?!

– Claro que pode querido, só estou estranhando... O que você tem Félix? – Niko observou que a mão direita de Félix estava enrolada com uma gaze. – E o que foi isso na sua mão?!

– Ok! Você está relaxado hoje não é, carneirinho? É... Eu tentei... Cozinhar...

– Você?! – Niko arregalou os olhos verdes. – Mas... E... E aí?!

– Então... Estava indo tudo bem, eu pedi umas receitinhas a mami... Mas, aí... Eu pesquisei uma receita de uma sobremesa super chique pra fazer pra você carneirinho e... Acho que exagerei um pouquinho...

Niko andou rápido para a cozinha e Félix foi atrás. Adriana e João seguravam um pano que cobria o fogão. Niko logo viu que eles escondiam alguma coisa e puxou o pano. Ficou boquiaberto quando viu o estrago.

– Félix! Você pôs fogo na cozinha?! O fogão tá acabado!

Félix teve que explicar tudo, lembrando o que havia acontecido.

–--

– Agora, a sobremesa que vai deixar o carneirinho boquiaberto... Deixa ver... Açúcar, bananas e conhaque, temos aqui, e chantilly, já tem aquele que vem pronto na geladeira! Ótimo, ele vai adorar...

Alguns minutos depois...

– Isso! O açúcar derreteu, já coloquei as bananas, agora é a vez do conhaque para flambar... Mas, antes vou levar a omelete ao microondas que é mais rápido...

Félix pôs a travessa com a omelete no microondas e fechou. Voltou ao fogão então para flambar as bananas.

– Agora, o toque final...

Adriana descia as escadas quando sentiu a fumaça e correu para a cozinha.

– Seu Félix! Tá pegando fogo! Vai incendiar a casa!

Félix estava com a mão dentro do congelador.

– Que incendiar mulher?! Rápido, pega uma toalha molhada, me ajuda!

João entrou. – Mas, que é isso?! É incêndio?!

– Vai virar incêndio se ficarem só olhando!

Adriana pegou uma toalha e João umedeceu na pia e ambos jogaram por cima da frigideira para apagar o fogo. Quando estava tudo sob controle, estranharam por que Félix estava quase dentro da geladeira.

– Além disso aqui, o que aconteceu com o senhor seu Félix?

Ele respirou profundamente, tirando a mão de dentro do congelador.

– É... Eu tentei fazer bananas flambadas, mas quando eu joguei o conhaque... Eu... Acho que exagerei e...

– Seu Félix, o senhor queimou a mão?!

Adriana correu para a dispensa e pegou gaze e enrolou na mão de Félix.

– Não queimou muito não, só vai ficar ardendo, seu Félix!

Nesse momento, ele ouviu a voz de Niko chegando a casa.

– O carneirinho chegou! – O próprio Félix acabou de enrolar a gaze na mão e pediu: - Adriana, João, tentem dar um jeito aqui, nem que precisem fazer milagre! – E correu ao encontro de Niko na sala.

–--

– E foi isso carneirinho...

Niko o abraçou depois de saber de tudo.

– Ah, meu amor, que lindo você ter tentado cozinhar para mim! Mesmo que não tenha dado muito certo, só isso já foi uma surpresa maravilhosa!

– Ah carneirinho, só você mesmo... Que lindo que você é! Mas, olha, nem tudo foi um desastre, isso era a sobremesa, mas eu fiz o prato principal!

Félix foi mostrá-lo o que havia feito e Niko olhou para Adriana com aquele mesmo olhar cético que todos fizeram, mas seguiu Félix.

– Olha carneirinho, tem carne grelhada... Bem passada... – Ele mostrou a carne queimada no grill. – Tem arroz, que por sinal já esfriou... – Ele mexeu com a espátula no arroz que estava muito grudado. – Enfim... E tem omelete! Ah! Eu esqueci a omelete no microondas... – Ele rapidamente abriu o microondas sem luvas.

Niko logo se aproximou dizendo: - Félix, você vai queimar a outra mão se pegar assim... – Todos se surpreenderam, até o próprio Félix, quando ele pegou a travessa e ela estava fria. Félix entendeu o que tinha feito e riu de si mesmo.

– Carneirinho, eu acho que não tenho um Q.I tão alto quanto eu pensei! – Ele tirou a travessa com a omelete ainda crua. – Eu me esqueci de ligar o microondas!

Todos na cozinha começaram a rir.

– Ai... Tudo bem Félix... Pelo menos você tentou meu amor, e eu estou orgulhoso de você! – Niko o beijou carinhosamente.

Adriana e João assistiam a tudo e achavam bonito ver um casal que se amava tanto. João foi chegando perto e deu um jeito de pegar na mão dela. Quando ela notou, o mandou soltar rapidamente e saiu de lá. Niko e Félix viram e tiveram uma ideia.

–--

Os quatro passaram duas horas limpando tudo na cozinha. Já passava das cinco e logo ia começar a anoitecer. Deram o jantar dos meninos mais cedo e depois Niko pediu:

– Adriana, meu doce, pode ajudar o Jayminho a arrumar a mochila com o pijama, a escova de dentes?! Hoje ele vai dormir na casa do amiguinho depois que assistir aos jogos na escola!

– Oba, Papai Niko! Então você vai deixar?!

– Deixo! Eu já liguei para o pai do seu coleguinha e ele disse que não tem problema e que vai cuidar de vocês! Só não vá dormir muito tarde viu!

Adriana subiu com Jayminho e Niko e Félix se olharam com cumplicidade.

–--

– Já tô pronto! – Disse Jayminho descendo as escadas correndo. Adriana vinha logo atrás dele.

– Tá bem, meu filho, não corre! Eu vou te levar ao jogo, enquanto isso Félix, mostra para a Adriana o que você conseguiu!

– O que o senhor conseguiu seu Félix?

Niko saiu com Jayminho e Félix continuou: - Você não vai acreditar criatura! Eu consegui salvar aquela omelete! E o carneirinho fez uns acompanhamentos com queijos, frios e vinho! Você tem que ver!

– E cadê tudo isso seu Félix?

– Está na mesa lá de fora! Mas, fecha os olhos que é uma surpresa! Vem... Fecha os olhos... – Félix levou Adriana até a mesa do jardim. – Agora, pode abrir criatura!

Adriana abriu os olhos enquanto Félix saiu de fininho. Tamanha foi a surpresa que Adriana levou as mãos à boca e ficou emocionada. A mesa estava pronta para um jantar romântico ao anoitecer e João a esperava com um ramalhete de flores. Ela ficou sem saber o que dizer, enquanto João se aproximava e dizia: - Adrianinha, os patrões me ajudaram a fazer essa surpresa! Eles também deram folga pra gente essa noite! Senta aqui e deixa eu te explicar tudo que aconteceu?!

Ela olhou para os lados vendo que Félix já havia sumido dali e entendeu o que seus patrões tão queridos haviam feito por ela. Então, sentou dizendo: - Ah! O seu Niko e o seu Félix são muito bonzinhos mesmo! Mas... Não pense que eu vou me deixar levar por você assim fácil não, viu seu João!

– Olha, essas flores são para você! Sabia que hoje é dia de São Valentim? É o dia do amor, Adrianinha!

– Ora, foi um dos patrões que te disse isso foi?!

– Não, Adrianinha! Isso eu já sabia! – Disse pegando em sua mão.

Adriana finalmente sorriu para ele e eles ficaram conversando e jantando.

Niko voltou e os viu. Foi até lá sussurrando: - Hum... Que romântico!

– Ah seu Niko, como que o senhor e o seu Félix fazem uma coisa dessas?!

– Adriana, meu doce, você é como se fosse da família, e o João aqui gosta mesmo de você viu! Só vim para dizer para você aproveitar a noite e não se preocupar com os meninos! Agora, vou deixá-los a sós, tchauzinho!

–--

Niko e Félix passaram o tempo assistindo filmes no quarto e brincando com Fabrício até o pequeno ficar com sono.

– Olha, Félix, ele tá quase dormindo! Eu vou niná-lo um pouquinho no quarto dele, até ele pegar no sono!

– Tá, carneirinho, vai lá...

– Eu vou e quando voltar eu vou curar essa sua mãozinha queimada! – Disse Niko beijando os dedos da mão de Félix, até dando uma mordidinha.

– Ai carneirinho! Minha mão quase assou, mas você não precisa comê-la!

Niko sussurrou: - Eu estou faminto Félix... Mas, não é sua mão que eu quero!

Ele piscou para Félix e levou Fabrício para o quarto. Félix desligou o filme que viam e desceu rápido. Quando Niko voltou para o quarto, ele ainda não estava lá.

– Ué, para onde o Félix foi?! Será que foi espiar a Adriana com o João?! Como ele é curioso...

– Será que eu fiz churrasco com a única vaca da Arca de Noé para você pensar tão mal de mim! – Félix o olhava pela fresta da porta.

– Félix, o que você faz aí?! Pra onde você foi?!

– Eu fui me aventurar de novo na cozinha, carneirinho! E você não vai acreditar... Eu descobri algo que realmente sei fazer!

– Félix! Não acredito! Tão rápido assim?! O que é?

Félix lhe mostrou o que trazia na mão. Niko caiu na risada.

– Ai Félix... Pipoca de microondas?! Qualquer um faz isso!

Félix se aproximou dele com um sorrisinho malicioso, abrindo o pacote de pipoca.

– Mas, eu não sou qualquer um né carneirinho... Eu sou seu marido! Como você disse que estava faminto, eu pensei: porque a gente não assiste a um filminho mais picante e fazemos nosso cineminha particular?! Com direito a pipoca quentinha e tudo!

Félix pôs umas pipocas na boca e Niko logo o beijou intensamente. Ao se separarem, Niko mastigou e exclamou:

– Hum! Félix... Delícia de pipoca!

– Pois é carneirinho... Mais deliciosas seriam as bananas flambadas com chantilly! Pena que não deu certo, mas... Eu trouxe o chantilly!

–--

FIM de um dia de São Valentim inesquecível... E não só para os dois!