Meses depois...

Niko conversava em particular com Jayme. Quando Félix chegou, eles disfarçaram.

– Do que estavam falando, posso saber?!

– De nada Félix! – Niko desconversou. – Ah, o Jonathan chega hoje não é?!

– É, daqui a pouco ele tá chegando... Logo logo é o casamento... Achei ótima a ideia de eles se casarem aqui em Angra, mas não sei por que eles quiseram casar antes do bebê nascer...

– Ah Félix, a Ana vai ser uma noiva linda com o barrigão...

– Por isso mesmo, carneirinho, com o barrigão do meu neto e vestida de branco, não dá... E por falar nisso, Jayme, cuidado viu, você com sua namoradinha Angélica... Eu já aceitei que vou ser avô, mas, por conta do Jonathan que já tem idade e maturidade suficientes!

Jayme riu. - Não se preocupem! Eu pedi uns conselhos pro Jonathan... Eu serei responsável!

– Acho bom! – Niko respondeu. – Porque eu vou te dizer, meu filho, o mesmo que o seu pai Félix disse pro Jonathan quando ele era mais novo: Eu sou muito jovem para ser avô!

– Ah quer dizer que eu posso ser avô carneirinho... Eu não sou tão jovem?!

– Não foi o que eu quis dizer Félix...

Nesse momento, um carro chegou a casa. Era Jonathan e a noiva. Eles correram para recebê-los.

Os dias seguintes foram de intensa correria para os preparativos do casamento. Jonathan e Ana quiseram um casamento na praia como o de Niko e Félix.

– Pai, queria te perguntar uma coisa...

– Pergunte Jonathan!

– Eu me comuniquei com minha mãe esses dias e falei do meu casamento... Só que não disse exatamente onde nem quando seria, porque queria te perguntar antes...

– Filho... A Edith é sua mãe, apesar de tudo... Ela tem todo direito de estar com você nesse dia tão importante, se é isso que você quer!

– Obrigado pai! Eu vou ligar para ela e perguntar se ela vem!

Toda a família Khoury, além da família da noiva, se reuniu outra vez na praia para a belíssima celebração. Félix estava com Niko prontos para levarem Jonathan para a praia para ele esperar sua noiva. A campainha tocou e, como Adriana estava ajudando Fabrício a se arrumar, Niko abriu a porta enquanto Félix apressava Jonathan, que já vinha descendo as escadas.

– Vamos Jonathan, senão a sua noiva chega antes de você! Quem tá na porta carneirinho?

– Edith?!

– Oi! Desculpa, não lembro seu nome...

– Niko!

– Carneirinho, o Jonathan já está aqui! Quem é? – Quando a viu, Félix exclamou: - Edith!

– Oi, Félix! Há quanto tempo... Você está muito bem!

Félix pôs o braço em volta de Niko. – É que eu sou muito bem cuidado Edith!

Niko permaneceu sério, mas, por dentro, adorou o que Félix disse. Jonathan a viu. – Mãe, você veio mesmo?!

– Ah filho, que saudade... – Edith foi abraça-lo. - A mãe do noivo não poderia faltar não é?! Você não sabe minha alegria quando soube que seria avó... Filho, você é meu maior orgulho... Talvez, meu único orgulho!

Foram todos juntos em paz para a praia. Jonathan pediu para que Edith entrasse com ele e o levasse até o altar improvisado na praia, mas, quem ficaria ao seu lado seria Félix. Assim foi, quando a música começou a tocar e sua noiva apareceu na entrada sendo levada até o altar pelo pai dela. Ana preferiu um lindo vestido pérola feito especialmente para uma noiva grávida. Ela e Jonathan estavam radiantes de felicidade. Os convidados também, ainda mais os pais.

Niko sussurrou para Félix durante a cerimônia: - Lembra? O nosso foi neste mesmo lugar... Ai, eu sempre me emociono... – Ele olhou para o amado. Félix tirou os óculos, pois não conseguia conter as lágrimas.

– Eu não me emociono tanto com casamentos carneirinho... Mas... É meu filho... É emoção demais... – Félix chorava e sorria.

Edith estava ao lado e era incrível para ela rever Félix depois de todos esses anos e ser tão notável sua mudança. Ela também sussurrou para ele:

– Também estou muito emocionada pelo nosso filho Félix! E fico feliz por te ver assim!

Félix sorriu e sussurrou: - Obrigado criatura! Obrigado por ter me dado o Jonathan!

Após o casamento e a festa no jardim da casa de praia, todos foram embora e Jonathan e Ana decidiram ficar um tempo em Angra, já que não teriam lua de mel nem tão cedo. Eles voltariam para São Paulo quando já estivesse perto de o bebê nascer.

–--

No dia seguinte, Félix viu outra vez Niko conversando em segredo, dessa vez, com Jayme, Jonathan e Ana.

– Mas será que eu fiz trancinhas nos cabelos de Sansão para estarem todos de segredinho comigo?!

– Félix, que susto... – Reclamou Niko. – Você não pode chegar assustando a gente assim, olha sua nora, susto é perigoso para uma grávida!

– Desculpa Ana... Mas, já que você é minha nora agora, quer me contar o que tanto falavam aí?! Era de mim não era?!

– Ah, eu não posso dizer...

– E você Jonathan, fala! O que estavam falando de mim?!

– Pai... Não era sobre você...

– Ah, mas trancinhas não, eu devo ter feito dreads no cabelo de Sansão... Olha Ana, você tem sorte, se o Jonathan te trair um dia você vai descobrir logo, porque ele não sabe mentir...

– Félix! – Reclamou Niko. – Isso é coisa que se diga do seu próprio filho?! Ainda mais porque eles acabaram de se casar, e se amam!

– Eu sei carneirinho, foi só uma brincadeirinha... Mas, e você Jayme, vai me contar ou vai esconder também?!

– Eu vou te contar uma coisa pai!

– O quê? Me conta vai...

– Eu... Vou sair agora pra me encontrar com a Angélica! Tchau!

Jayme saiu correndo fazendo Félix ficar com cara de bobo. Os outros riram.

– Tá bom... Vocês não vão me dizer o que falavam de mim... Ótimo! Carneirinho, você me paga!

– Tudo bem Félix, você vai me perdoar, eu sei...

À noite, Niko sumiu. Não estava no restaurante, não estava em lugar algum da casa. Félix já estava preocupado. Quando ele estava prestes a sair a procura de seu carneirinho, Jonathan e Jayme o chamaram dizendo que o levariam para um lugar especial. Desconfiado, Félix foi com eles.

Eles foram até a praia. Lá, um barco super moderno e bonito flutuava nas águas a beira-mar, no qual Jonathan e Jayme insistiram para o pai entrar. Félix insistiu para que dissessem o que estava acontecendo, mas, os dois foram mais fortes e conseguiram levar Félix quase carregado para dentro.

– Tudo bem, já estou dentro! Agora, querem me dizer o que significa isso?!

O barco começou a se movimentar se afastando da praia.

– Ei, ei, o que é isso?! Jayme, Jonathan, o quê... – Félix só viu os dois acenando para ele.

– Mas quem está pilotando esse barco?

Félix foi até a cabine e se deparou com o capitão de costas, que ele logo reconheceu e este lhe perguntou:

– Aonde deseja ir senhor Khoury?

Félix riu. – Carneirinho... O que significa isso?!

Niko virou para ele, revelando como estava belíssimo vestido de capitão.

– O senhor disse um dia que queria ser como o dilúvio... Que tal passar quarenta dias e quarenta noites em alto-mar... Comigo?!

– Hum... E a que se deve isso?

– Ah que mais... Esqueceu que daqui a exatos quarenta dias completa dez anos que estamos juntos?!

– Como poderia esquecer?!

– Então, eu preparei tudo... Tenho umas coisas aqui para viagem... O que acha da minha proposta? Vem ou não?

Félix se aproximou daquele belo capitão e o beijou, respondendo em seguida:

– Meu carneirinho... Aonde você for... Eu vou!

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FIM ... de um futuro inesquecível!!!