Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 13
O Futuro - parte 6


Notas iniciais do capítulo

Penúltima parte!
"O futuro sempre está começando agora." - Mark Strand.



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– O que você quer conversar carneirinho?!

– Eu vi que você ficou chateado quando eu dei a entender que o que eu tive com o Eduardo foi mais relevante que o que você teve com o Anjinho!

– E não foi?! Ele foi seu primeiro amor... O Anjinho eu conheci pela internet...

– Mas, o Anjinho também não foi insignificante para você não foi?! Ele era sua escapatória quando você estava preso a sua ex-mulher...

– Carneirinho... Eu não quero lembrar isso... Eu não quero mais lembrar o passado... Sabe, um amigo do Jayme estava aí, eu conversei com ele e fui lembrando coisas enquanto falava... Eu tomei uma decisão Niko, eu quero viver o presente e... Não quero mais pensar no futuro... Quero deixar acontecer...

Niko sentou na cama ao seu lado com um sorriso no rosto.

– Eu ouvi essa conversa, Félix, já faz um bom tempo que cheguei e... Que bom ouvir isso... É bom pensar no futuro, mas não se preocupar tanto... Muito menos com o passado... Tudo é passado Félix, aquela discussão que tivemos há meia-hora já está no passado... Mas, se você quiser, eu te conto sobre...

– Não, não Niko, eu acho que não quero saber o quão o Eduardo olhos coloridos foi importante pra você...

– Félix, me ouve... Quando eu era mais novo eu não era assim... Tão bonzinho quanto você pensa... Lembra que na noite passada eu disse que o Eron tinha sido meu primeiro relacionamento sério, mas não meu primeiro?

– Sei... O Eduardinho foi o primeiro...

– Foi... Foi meu primeiro namoro, depois você sabe, com o Eron eu fui morar junto... Mas você lembra quando ainda não estávamos juntos, você me perguntou como tinha sido pra mim, contar pros meus pais? Então, foi pouco tempo depois...

Félix ficou interessado em saber da história de Niko. Este começou a contar-lhe.

– Eu tinha dezoito anos. Havia acabado de contar para meus pais que era gay. Minha mãe disse que já sabia, meu pai demorou um pouco, mas aceitou. A minha irmã, a que é mais próxima de mim, ela tinha quinze pra dezesseis anos quando arrumou um namorado. Eu a via e dizia para mim mesmo que queria saber como era. Eu nunca havia namorado ninguém. Esse relacionamento dela durou até os vinte anos, e eu tinha dezoito, por que sou dois anos mais novo que ela. Um dia ela saiu com o namorado e com mais outro casal, uma amiga dela e o namorado da amiga. Esse namorado da amiga era o Eduardo. Eu já o conhecia porque estudávamos juntos, mas nunca tive interesse nele, só o achava bonitinho. Apesar de eu ser mais novo, minha mãe me mandou ir junto pra cuidar da minha irmã. Quando saímos, eu percebi que o Eduardo não gostava muito de ficar com a namorada dele. Eu me senti atraído por ele e decidi... Provocá-lo.

– Você... Provocá-lo, carneirinho?!

– É Félix... Depois que eu contei para meus pais eu me senti livre... Queria experimentar... Enfim, eu... Como eu já estudava com ele, pedi para ele me dar uma ajuda com a matemática com a desculpa de que eu poderia repetir o ano se não conseguisse aprender. De fato, eu nunca fui bom em matemática, mas, não tinha perigo de ser reprovado. Combinamos de estudar na casa dele, ele passava a maior parte do dia sozinho, por causa do trabalho dos pais. Eu notava que ele me olhava, que sentia algum interesse por mim, mas não admitia. Então, um dia, eu fiz o mesmo que fiz com você Félix...

– Como assim, o mesmo que fez comigo? Não gostei nada disso...

– Não Félix, me escuta... Lembra, eu não te perguntei se você queria dormir lá em casa?

– Claro que lembro carneirinho, foi a primeira vez que você me passou uma cantada! Depois você me convidou muitas outras vezes até que resolvi eu aceitar...

– Então... Só que, na ocasião, os pais do Eduardo iam viajar a negócios e eu que perguntei se não podia dormir lá na casa dele! Eles passariam alguns dias fora... E eu notei como o Eduardo ficou depois da minha proposta. Ele falou que era melhor não... No outro dia, eu repeti a proposta e ele titubeou, mas aceitou, me deixou dormir lá... No quarto de hóspedes, claro! Durante a noite, eu estava acordado, quando vi alguém entrando no quarto, só podia ser ele, só estávamos nós dois na casa. Eu fingi que dormia e o ouvi chamar meu nome para ver se eu estava dormindo mesmo. Depois, ele se aproximou de mim na cama e me deu um beijo de leve e sussurrou: queria que você sentisse por mim o que sinto por você! Aí, ele saiu do quarto. Eu abri os olhos e fiquei pensando no que ele tinha feito!

– E você foi atrás dele e se declarou não foi, carneirinho?

– Não Félix! Eu te disse que eu não era assim tão calmo e romântico como sou hoje... Eu quis fazer alguma coisa para que ele tivesse coragem de dizer aquelas mesmas palavras, mas, comigo bem acordado!

– Hum... Carneirinho... Estou vendo uma veia maléfica aí?!

Niko riu. – É... Pior que sim, você não vai acreditar no que eu fiz... De manhã, eu desci já arrumado para irmos para o colégio juntos... Mas, eu pretendia faltar naquele dia! O Eduardo estava tomando o café e eu sentei para comer olhando para ele para ver se ele criava coragem de repetir o que disse durante a noite. Ele me olhava desconfiado. Aí, eu tive a ideia de derramar café em mim mesmo, como se fosse sem querer. Comecei a fazer um escândalo, porque estava quente e tirei a camisa. Mas, minha calça também estava molhada do café, e eu comecei a abri-la lá mesmo. Ele me parou, sugeriu para eu ir tomar um banho e trocar aquela roupa, ele iria me emprestar uma roupa dele. Eu fui e, quando ele foi ao banheiro me entregar a roupa limpa, eu apareci completamente nu na frente dele!

Félix se surpreendeu. – Carneirinho!

– Pois é Félix, eu fiz isso... Eu tirei toda a roupa e abri a porta para ele... Ele me olhou por um momento, desviou o olhar e depois voltou a olhar. Acho que naquele instante ele respirou fundo e finalmente se decidiu. Largou a roupa que trazia e começou a tirar a dele, se aproximando de mim, dizendo que estava louco por mim. Fomos para baixo do chuveiro... Acabamos na cama dele...

– Tá, já chega carneirinho, já deu, já entendi, não quero ouvir mais...

– Félix, só te contei porque durante esses anos que estamos juntos você conseguiu se abrir comigo, falar tudo sobre sua vida... Você já passou por tanta coisa e eu sei de tudo... Félix, eu te conheço nos mínimos detalhes, acredite, além da dona Pilar eu sou a pessoa que mais te conhece e mais vai te conhecer nessa vida! Só que você nunca demonstrou interesse em saber sobre a minha vida, sobre o que eu já aprontei, sobre meu passado...

– Eu não precisava carneirinho... Desde que você foi capaz de confiar em mim a ponto de dizer que iria comigo para qualquer lugar que eu fosse, eu não precisava saber de mais nada do que eu já sei... Até porque para mim a vida só fez sentido depois que te conheci! Pra que saber de antes?!

– Ah Félix... – Niko não segurou a emoção. Abraçou Félix com toda força e confidenciou várias vezes ao seu ouvido o quanto o amava, com a voz embargada pelo choro de felicidade.

– Félix você foi, é, e sempre será, o amor da minha vida!

– Você também carneirinho... Meu único amor!

–--

A mesma luz dourada do pôr do sol que entrava pela fresta da janela do quarto de Niko e Félix, iluminava dois jovens que caminhavam pela praia.

– Nossa! Jayme, você teve uma ótima atitude com o Lucas!

– Eu só disse o que achei certo... Mas, e você... O que me diz?

– C-como assim?

– Você sabe do estou falando Angélica... – Jayme parou de caminhar e ficou de frente para Angélica. – Quando você foi para o intercâmbio, nós fizemos uma promessa...

– Eu lembro Jayme... Eu só não sei o que dizer...

– Seja sincera... Apenas seja sincera comigo... Como eu fui com você há seis meses... Eu disse que estava apaixonado por você Angélica... Eu disse que te amava... E você não foi indiferente...

– Eu... Eu sei Jayme... O que houve entre nós foi a prova disso!

– A prova de que? De que você sente o mesmo?

– Eu... Sim Jayme! Eu... Eu te amo! Se não tivesse certeza, não teria ficado com você... Você foi o primeiro Jayme... O único...

– Eu... Eu sei... E eu... Eu te amo Angélica! Eu não via a hora de você voltar para... Para cumprir a promessa que te fiz! E falando nisso, posso te fazer uma pergunta?

– Todas que você quiser!

– Aceita ser minha namorada?!

Aquele pôr do sol na praia estava deslumbrante, romântico, inspirador.

Ambos sorriram. Ficaram de olhando. E a moça se aproximou de Jayme com os olhos brilhando, pela alegria, pelas lágrimas.

– S-sim! Sim, sim, sim...

Se abraçaram. Se beijaram apaixonados. Ficaram contemplando aquele fim de tarde até as estrelas começarem a aparecer no céu.

–--

– Amor, vamos descer que a Adriana já deve ter preparado o jantar...

– Não carneirinho, eu gosto tanto de ficar assim...

– Eu também... Mas, se a gente não descer daqui a pouco o Fabrício bate na porta perguntando se não vamos jantar e reclamando que está com fome!

Félix, deitado sobre o peito de Niko, depois de fazerem amor, insistia:

– Só mais um pouquinho carneirinho, por favor...

Niko abraçou mais forte com pernas e braços e disse:

– Só mais dois minutinhos...

– Dois minutinhos carneirinho?! – Félix levantou a cabeça para olhar para seu amado. – Sabe, eu queria ser o dilúvio agora...

– O dilúvio?

– Só para ficar quarenta dias e quarenta noites direto aqui com você!

Ambos riram. Niko falou baixinho:

– Até que não seria má ideia...

– O que você disse carneirinho?

– Não, nada... Pensei alto...

–--

Félix e Niko desceram. Estavam na mesa de jantar, Fabrício, Jayme, Angélica, Jonathan e Ana. Adriana estava acabando de pôr tudo na mesa. Jonathan logo se pronunciou:

– Pai, Niko, vocês não sabem o que eu e Ana encontramos na praia...

Jayme e Angélica sorriram.

– O que filho? – Félix perguntou.

Jonathan se dirigiu para Jayme e perguntou-lhe:

– E aí, maninho... Vai contar ou eu conto?

– Não... Deixa que eu conto! Pai Niko, pai Félix, lembram-se da Angélica?

– Claro filho, você me falou tanto dela... – Niko respondeu.

– Ah não é a filha da Milena e da Fernanda?! Somos quase vizinhos, claro que lembro... – Continuou Félix.

Jayme lhes contou:

– Eu e a Angélica... Estamos namorando!

Niko e Félix se olharam boquiabertos com a notícia. Logo correram para abraçá-los e parabenizá-los e desejar-lhes um ótimo namoro e que tudo desse certo para eles.

Até que Fabrício se dirigiu a Angélica:

– Agora que você é a namorada do meu irmão, você pode ir para minha festa também, eu convido...

Félix lembrou a conta do cartão de crédito que havia visto no e-mail e o interrompeu:

– Fabrício, meu filho, de que festa você está falando?!

– Do meu aniversário... – Fabrício parou de falar quando percebeu que havia falado demais.

– A gente não organizou nada ainda sobre sua festa, não foi Niko?

– É... Ainda não organizamos...

– Onde você gostaria que fosse sua festa Fabrício? No jardim... Na praia... Num parque aquático?

Fabrício olhou para Félix com os olhinhos assustados e, sabendo que foi descoberto e ia levar bronca, fez biquinho e saiu correndo da mesa.

– O que aconteceu para ele sair assim?

– Carneirinho, ele provou que puxou a você! Esse menino, definitivamente, é sua cópia, é o mini-carneirinho!

– Ué, Félix, por que, não entendi?!

– Vou te explicar... Além das características físicas, porque o Fabrício é sua cara... Ele também sabe esconder umas travessuras, sabe fazer manha, e, não sabe mentir! Igualzinho a você Niko!

– Ah ah ah Félix! Vem, vamos atrás dele e você me conta direitinho o quê que esse moço andou aprontando...

–--

– Fabrício, meu filho, não acredito que você mexeu nos cartões de crédito do seu pai! Sabia que isso é perigoso, menino?! Você podia ter mexido com um site não confiável, as informações do seu pai podiam ser roubadas... – Reclamava Niko.

– Desculpa papai Niko... Eu não sabia...

– Ah você sabia muito bem o que estava fazendo Fabrício?! – Retrucou Félix. – Você pagou o aluguel de um dia no parque aquático e justamente no dia do seu aniversário!

– É que o Jayme teve uma festa na piscina quando fez dez anos e eu queria a festa lá porque tem várias piscinas e ia ser bem maior...

– Mas, meu filho... – Continuou Niko sentando ao lado dele. – Você não pode ficar se comparando aos seus irmãos, você é você, o Jayme teve a festa dele, você vai ter a sua, não tem que ficar vendo se vai ser maior ou menor, ou melhor...

– Eu sei papai Niko... Papai Félix, desculpa... Eu não faço mais! – Fabrício olhava para ele fazendo biquinho, Niko ficou ao lado dele e também fez biquinho para Félix.

– Ah não, assim não dá... Vocês sabem que eu não resisto a essas carinhas, carneirinho pai e carneirinho filho! Mas, não pensem que eu vou pegar leve... Fabrício o que você fez foi errado, vai ficar de castigo!

Depois de conversarem muito, Fabrício terminou o jantar e ficou de castigo no quarto sem computador até o aniversário. Niko concordou com o castigo que Félix deu, e nada mais justo para o levado Fabrício.

–--

No dia seguinte, Jayme passou pela casa da namorada para irem juntos à escola. No meio do caminho, encontraram Lucas e foram todos juntos. Quando chegavam, viram um movimento estranho no beco perto da escola, o mesmo em que Gustavo prendeu Lucas e o beijou. Os três se aproximaram e viram o que acontecia. Gustavo estava no chão, encostado à parede, encurralado pelos seus amiguinhos seguidores que pareciam mais estar contra ele. E realmente, aquele bando tinha outro líder, que ameaçava Gustavo naquele momento. Eles o chamavam de mariquinha, entre outras coisas. Estavam avançando para bater nele, mas dava para ver que ele já tinha algumas marcas no corpo. Quando o novo líder avançou com os outros dois e deu um soco em Gustavo, que parecia indefeso e assustado, completamente diferente do que era, Lucas interveio.

– Chega! Por que estão batendo nele? – Lucas também estava assustado, mas criou coragem para defender Gustavo.

Enquanto Lucas foi, Jayme pediu para a namorada ir para dentro da escola.

– Três para bater em um?! Vocês são uns covardes! – Gritava Lucas.

– Ele virou um mariquinha... Quis sair da equipe e ainda disse que queria mudar... Ele é um idiota e a gente não gosta de idiotas...

– Então vocês não se gostam né... Idiotas!

– Olha aqui... Se não batermos nele... Vamos bater em você!

Eles avançaram, mas Jayme interveio. – Vocês não vão bater em ninguém!

– E o que você vai fazer Jayme? Esse novato é um fracote e você sozinho não pode com a gente!

Angélica voltou acompanhada de Paulo, um dos amigos de Jayme e falou: - Quem disse que ele está sozinho?

– Vamos acabar com vocês! – Continuou Paulo.

– Ah ah ah... Uma garota e um nerd... O que vão fazer contra nós?! – Ficaram rindo deles, mas logo seus sorrisos se fecharam.

– E o que vocês três vão fazer contra nós hein?!

Todos os colegas de Jayme do time de basquete se juntaram logo atrás deles. Os covardes fugiram. Os jogadores voltaram para dentro da escola após essa vitória e ficaram Jayme, Lucas, Angélica e Paulo.

Gustavo levantou e perguntou:

– Por que fizeram isso por mim?! Depois de tudo...

– Porque não gostamos de injustiças Gustavo... Você está contra nós, ou está conosco?!

Jayme falou, estendendo a mão para Gustavo. Gustavo olhou para todos eles, e apertou a mão de Jayme, dizendo:

– Estou com vocês! Me perdoam por tudo que eu fiz?!

– Se estiver do nosso lado, e arrependido, e quiser mesmo mudar... Está perdoado!

Eles deram um aperto de mão para selar uma possível nova amizade e a redenção de Gustavo.

Depois, Jayme entrou com Angélica na escola e Paulo foi logo atrás deles. Lucas ficou parado e Gustavo lhe perguntou:

– E você... Me perdoa?

– Eu... Claro... Não há nada para perdoar...

– Espera... Eu preciso saber de uma coisa!

– O quê?

– Se... Você... Gostou...

– Do beijo?

– S-sim...

Lucas se aproximou dele e lhe confidenciou:

– Não gostei do jeito como você fez... Mas... – Lucas deu-lhe um selinho. - Gostei! Deu um sorriso tímido e saiu dizendo: - Não vai entrar na escola?!

Gustavo ficou surpreso por uns instantes, mas depois seguiu Lucas e entrou com ele. Já na sala, durante a aula, Gustavo escreveu um bilhete, fez uma bolinha de papel e jogou em Lucas. Gustavo sempre fazia isso para chatear os colegas, mas dessa vez foi por outro motivo. Lucas pegou a bolinha de papel e abriu e leu o bilhete, no qual dizia: Eu também gostei!

Lucas ficou ruborizado ao ler, eles se olharam e sorriram disfarçadamente um para o outro. Aquilo não era só o início de uma amizade, mas de algo a mais.

–--

Os dias passaram e o aniversário de Fabrício chegou. Os dias que passou sem o computador fizeram Fabrício refletir. Após o término do castigo, Niko e Félix notaram o filho até mais calmo.

– Fabrício, filho, temos um presente pra você!

– O que é papai Niko?

– Seu pai Félix vai dizer...

– Bom, Fabrício, você se comportou muito bem durante seu castigo e eu andei fazendo umas contas e... Nós vamos te levar para o local do seu aniversário agora...

Levaram. Ao descerem do carro, Fabrício gritou surpreso:

– O parque aquático! Obrigado papai Félix, obrigado papai Niko! – O menino abraçou os dois e correu para o parque onde já estavam seus irmãos e os amiguinhos da escola.

–--

À noite, depois da festa de Fabrício, Niko e Félix tomavam café na cozinha. Fabrício já tinha ido dormir exausto pela festa, Jayme e Jonathan haviam saído com suas namoradas.

– Hum... Esse cafezinho que a Adriana fez está ótimo não está Félix?!

– Até que está bom carneirinho... Falta açúcar! Mas, me dá, deixa eu levar para a pia... – Félix tropeçou e derrubou o resto do café em si mesmo. – Ah! Como eu sou desastrado!

– Félix, vem, passa um paninho, tira essa camisa...

– Tem razão Niko, eu acho melhor tirar essa camisa, o café ainda estava quente... – félix tirou a camisa e entregou-a para Niko. – Olha, também molhei a calça... Acho melhor tomar um banho...

Félix subiu para o quarto e Niko foi logo depois. Félix estava no banheiro e a calça molhada de café jogada no chão do quarto. Niko bateu a porta.

– Félix, precisa de alguma coisa?

– Niko, me esqueci de pegar outra roupa, pode pegar pra mim?!

– Aqui, Félix, já peguei...

– Entra carneirinho, a porta tá aberta...

Niko entrou e se surpreendeu, soltando uma gargalhada quando compreendeu a surpresa que Félix havia lhe preparado. Félix abriu a porta, com um sorriso claramente malicioso, e completamente nu, vestindo apenas... os óculos.

– Então carneirinho, foi assim que você fez?

Niko não conseguiria parar de sorrir. – Foi, foi assim Félix... Agora eu sei por que foi tão excitante...

– Não é pra tanto carneirinho, você já me viu assim tantas vezes...

– Claro, mas poucas vezes você fez essas surpresinhas... Que eu adoro! Ah! E como você ficou lindo de óculos de grau, ficou mais charmoso, mais intelectual...

– Você acha?! Eu sempre fui charmoso e intelectual carneirinho, mas também posso ser romântico, às vezes... Principalmente, porque está chegando o nosso aniversário de dez anos de namoro...

– Que lindo que você é Félix! Há dez anos você me conquistou!

– Eu quero continuar te conquistando sempre carneirinho! Eu comprei óculos escuros, comprei os óculos de grau e até pensei em comprar lentes coloridas só para te satisfazer...

– Félix, não seja bobo! Saiba que os dois de olhos coloridos que eu já tive, me decepcionaram...

– E olha só, carneirinho, eu sei que nem poderia dizer piadinhas quanto a isso né?! Porque, afinal, eu me apaixonei por uns olhinhos coloridos tão meigos, tão lindos...

– E eu, Félix, adoro mergulhar nos seus olhos castanhos escuros profundos, misteriosos, sensuais...

– Continua que eu amo ser elogiado!

– Ah, eu sei... E já que você quer comemorar, a próxima surpresa deixa por minha conta tá!

...


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Notas finais do capítulo

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