Ooops! Bebê a Bordo! escrita por AllieC


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

N/A: Capítulo dedicado à ThaynaLima. Muito obrigada pela recomendação.
Aproveitem o capítulo. Boa leitura.

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BELLA POV

Edward cuidaria de mim?  O que isso significava? Mordi o lábio inferir, tentando não sorrir e gritar devido à repentina alegria a que eu estava sentido. Porém, eu queria que ele tomasse essa atitude por amor e não por sentir pena da pobre vizinha grávida.

E porque é que ele vivia citando o nome de Jacob? A minha vida ficaria tão mais fácil se ele simplesmente se esquecesse daquele fatídico nome...

Pretende cuidar de mim, Einstein? E pretende fazer isso como? Foi você que, meses atrás me disse que a única maneira de eu conseguir evitar entrar em problemas é ter alguém vinte e quatro horas por dia ao meu lado. Pretende fazer o que então? Morar na minha casa? Contratar uma babá para cuidar de mim?

Eu faço qualquer coisa. Caso com você se for preciso.

Caso com você se for preciso. Caso com você se for preciso. Caso com você se for preciso.

Sempre imaginei como seria quando Edward parasse ao meu lado e me pedisse em casamento. Sempre idealizei a cena, imaginando mil e uma fantasias, mas ouvir aquelas palavras não havia causado em mim a reação que eu gostaria. Eu não casaria com ninguém apenas por obrigação.

Não quero ninguém ao meu lado porque se sente em débito comigo. Quero alguém que me ame, não quero um casamento sem amor. Quero o meu conto de fadas, quero uma casa grande com um jardim florido onde os meus filhos possam brincar, quero uma aliança em meu dedo anular e um homem que ame.

Você não pode pensar só em você.

Não estou, Edward. Acredite em mim quando digo que não faço isso só por mim mesma - respondi. Por mais que amasse Edward, não o condenaria a uma vida que ele não desejava para si.

Peguei Heatcliff, que a essas alturas já estava no chão, correndo atrás de uma borboleta, a fim de continuar a minha caminhada. Eu precisava ficar longe de Edward, precisava pensar. Precisava me afastar dali e evitar acabar contando toda a verdade, algo que eu me arrependeria profundamente no futuro.

Simplesmente dei-lhe as costas e comecei a me afastar, quando estava me afastando de meu gramado, senti a mão de Edward em meu cotovelo, segurando-me.

O quer agora? Mais algum sermão ou talvez queira me ensinar a melhor rota pata uma caminhada? perguntei, irônica.

Está zangada comigo, boneca?

Boneca?

Argh!

Calma, vim em paz! ele dissera, levantando os dois braços, em sinal de rendição. Quero me desculpar pelo que disse antes. Que tal vir jantar em minha casa, hoje à noite?

Meu ritmo cardíaco instantaneamente se acelerou e eu esqueci que estava irritada com Edward. Um jantar na casa dele era o flerte que ele utilizava para conquistar as suas namoradas, seria aquilo um flerte?

Sim, sim!, gritava meu coração. Diga que sim!

Hoje à noite? perguntei, sem ter certeza do que deveria responder.

Sim, hoje à noite Edward respondera, forçando-me a encará-lo.

Assim que eu encarei aquelas lindas orbes verdes, eu soube que estava perdida.

Combinado.

Eu não deveria ter vindo, eu não deveria ter vindo, eu não deveria ter vindo.

Arrependi-me assim que pus os meus pés na varanda e vi Edward, de braços abertos me esperando. A calça jeans escura e a camiseta branca o tornavam tão tentador quanto quando ele trajava um de seus caríssimos ternos.

Respirei fundo e resisti aos meus impulsos de pular em seu pescoço e beijar-lhe os lábios. Abri o melhor sorriso que consegui e procurei focar meus pensamentos em coisas mais ortodoxas.

Obrigada pelo convite.

Obrigada por vir ele dissera, encarando-me. O jantar está quase pronto. Preparei, uma lasanha de strogonoff de frango, espero que goste.

Edward Cullen cozinhando? Quem diria que um dia eu presenciaria esta cena.

Sou bom em muitas coisas, Bellinha. ele respondera, o sorrido malicioso. Se ele era um bom cozinheiro eu não sabia, mas tinha certeza que ele era bom em outras coisas...

Tinha certeza que não me deixaria trazer uma garrafa de vinho, então trouxe suco de maçã para bebermos. Comentei, indicando a garrafa que eu segurava em minhas mãos.

Ótima escolha ele dissera, sorrindo, enquanto voltava para a cozinha, a fim de guardar a garrafa de suco na geladeira e terminar o jantar. De fato, o cheiro que se espalhava pelo ambiente era muito bom.

Hum... Que cheirinho delicioso!

Obrigado. Se conseguisse os mesmos resultados com meu discurso eu seria o homem mais feliz do mundo.

Você vai se sair bem com o seu discurso, Edward, apenas tenha mais confiança em você mesmo.

Sentei em uma das cadeiras disponíveis no ambiente e pus-me a observá-lo enquanto ele terminava o nosso jantar. Ele, ao contrário da maioria dos homens que eu conhecia, não se sentia incomodado em ter que fazer a própria comida. Muito pelo contrário, parecia contente com isso.

Em meu íntimo, eu esperava que aquela noite fosse esquecível, positivamente falando, claro. Quem sabe um novo começo romântico para nós dois?

Mas, a casualidade com que Edward me tratava me fazia pensar que toda essa expectativa de um envolvimento emocional era bobagem da minha cabeça.

Eu já não sabia mais ao certo o que pensar...

Disse a Edward que iria até a sala, deitar-me em seu sofá. Eu realmente sentia dor nas costas - a minha gravidez ainda estava no inicio e eu já me sentia uma velha corcunda – mas, o que eu realmente queria era distrair-me com alguma coisa.

Atirei-me em seu sofá de qualquer maneira, não me importando com o fato de ter deitado sobre as roupas dele.

Não, aquilo definitivamente não era um encontro. Se fosse, ele pelo menos teria tirado as roupas do sofá e guardado-as em outro lugar.

Afundei meu rosto das peças jogadas sob o sofá e aspirei o perfume contido nelas. O perfume de Edward. Ah Cristo, se ele soubesse a vontade que eu tinha de beijá-lo, tocá-lo e repetir aquela noite em que...

Acorda, Bella Adormecida. O jantar está pronto. Não está com fome? ele dissera, divertido, brincando com o trocadilho.

Oh, Deus, se ele soubesse o quanto...

Endireitei-me no sofá e dei de cara com a virilha de Edward. Engoli em seco ao me lembrar da maravilha que ele escondia debaixo daquela calça. Se a noite que havíamos tido havia sido apenas um aperitivo, eu preferia nem pensar no que ele seria capaz de fazer quando estivesse sóbrio...

Um aperitivo? Edward perguntara.

Céus, será que eu havia pensado em voz alta?

Em um átimo, me levantei do sofá. Devido a minha afobação, acabei batendo com a cabeça na bandeja que o mesmo segurava.

Ei, eu sei que as bruschettas que eu preparei estão muito boas, mas não precisa se jogar em cima da bandeja, carinho. Tem mais de onde essas vieram.

Suspirei de alívio. Felizmente ele estava falando das pequenas fatias de pão que havia posto sobre a mesinha de centro a minha frente.

Parece que a senhorita acabou se sujando de molho. ele comentara.

Acompanhei seu olhar a fim de descobrir onde estava a mancha. Maravilha, eu tinha molho no espaço logo acima ao decote da blusa.

Deixe-me ajudá-la com isso ele dissera, com os olhos luxuriosamente brilhosos. Cristo, eu iria enfartar.

Meus olhos acompanharam os movimentos de Edward, desde o momento em que ele pegara uma toalha verde na pilha de roupas ao meu lado até o momento em que ele se pôs entre as minhas pernas. Eu já sentia o meu coração bater mais rapidamente a essas alturas. Compenetrado na ação que desempenhava, ele nem piscara quando aproximara a toalha da área suja de molho e passara a esfregá-la, limpando o local.

Ele estava se aproveitando da situação, eu tinha certeza. Eu havia visto como a mancha havia ficado e ele estava limpando sujeira onde não existia, mas quem era eu para reclamar? O roçar da toalha gerava uma sensação agravável, mas nada comparado ao frisson que aqueles dedos ágeis provocavam, despertando todo o tipo de reações em meu corpo.

Considerei a possibilidade de virar a bandeja de bruschettas em meu colo. Relutantemente, abandonei a idéia. Se eu já estava em um estado deplorável com tão pouco, morreria se algo mais acontecesse.

Pronto, já estou limpa. lhe empurrei para longe de mim. Se esfregar mais um pouco, vai acabar causando danos a minha blusa e vou terminar nua.

Essa não seria uma má idéia Edward dissera com um sorrisinho tipicamente canalha estampado no rosto.

Don Juan, guarde esse tipo de comentário para uma das suas namoradinhas, está bem?

Peguei mais uma bruschetta na bandeja a fim de me entreter com algo. Se eu continuasse falando, sabe-se lá o que eu poderia acabar contando...

Já não está na hora de tirar a lasanha do forno? perguntei.

Faltam mais alguns minutos. O queijo precisa derreter bem para que ela fique no ponto.

Remexi-me inquieta no sofá, ficar no mesmo cômodo que Edward me causava diversas sensações, mas nenhuma era adequada para o momento. Infortunadamente acabei me virando molho novamente, o que qual fora parar sobre a pele da minha barriga - eu havia aderido à moda das mulheres grávidas de exibir a barriga, embora a minha ainda não se mostrasse tão presente ainda.

Antes que eu pudesse me mover, vi Edward se abaixar e lamber o líquido suavemente. Chocada demais para me mover, ou mesmo raciocinar, limitei-me a contemplar a já familiar visão daquela cena.

Se eu não estivesse sentada, certamente teria caído, pois meus joelhos não me sustentariam. O roçar dos lábios de Edward sobre a minha pele fizera incendiar o meu já sensível corpo, fazendo-me recordar das maravilhas que ele era capaz de fazer.

Instantes depois, ele levantara o rosto e pôs-se a me encarar. Eu queria beijá-lo. Céus, como eu queria beijá-lo. Aproximei meu rosto do seu, até que nossas testas estivessem coladas. Ele por sua vez, afastou o rosto, levantando-se do chão.

Acho melhor irmos para a cozinha. O jantar está pronto.

O jantar estava pronto? Era aquilo que ele tinha para me dizer depois de ter feito o que fez?

Sim, eu estava com fome, mas não era a lasanha que eu queria. Santo Deus, lamber a barriga nua de alguém não era exatamente o que um amigo faria. Aquilo definitivamente não era um gesto fraternal, no mínimo podia ser qualificado como uma investida.

Antes que pudesse decidir, ele retornara, parecendo ainda mais atraente, mais másculo e tudo mais que podia desejar em um homem. Senti vontade de chorar com a injustiça da vida. Edward era perfeito em todos os sentidos, com exceção de sua falta de interesse por filhos.

Eu sempre deixei claro, tanto para ela quanto para todas as outras, que não estava interessado nem em filhos, nem em nenhum tipo compromisso. Tenho sorte por não ter filhos. Caso contrário, eu não conseguiria me dedicar ao meu trabalho.

Aquelas palavras me vieram à mente. Se tinha algo a que Edward realmente se dedicava era ao seu trabalho. Como é que eu poderia contar-lhe a verdade e acabar com todos os sonhos de progresso dele? Simples. Eu não podia. Resista Bella, resista. Repeti para mim mesma. Ele é apenas um homem.

  

EDWARD POV

Pobre Jacob.

Eram nessas palavras que eu havia ficado pensando durante todo o jantar e o período em que Bella e eu ficamos lavando a louça.

Como pode ter tido uma mulher tão perfeita para si e ter conseguido ir embora?

Talvez fosse tamanha resistência que o fizesse um homem adequado para servir a Marinha Norte Americana. Eu ainda não sabia o que havia acontecido comigo para ter lambido a barriga de Bella, eu simplesmente havia observado o molho sobre o ventre nu da mesma e imaginei como seria o gosto, mas eu ainda não sabia de onde havia tirado coragem para realizar o ato.

Estávamos os dois em minha varanda, observando o céu estrelado. O único barulho que era ouvido era o farfalhar das árvores e o uivo ao longe de alguns cães. Era uma noite comum, como qualquer outra.

A única diferença era que eu nunca havia parado para observar Bella saboreando uma taça de sorvete de baunilha com morangos, colherada por colherada, como eu estava fazendo nos últimos dez minutos. A cena era tão... erótica!

Isso é tão bom, Edward ela dissera, pela quinta vez, enquanto levava a boca mais uma colherada de sorvete.

Senti meu corpo tencionar enquanto observava os lábios carnudos de Bella envolverem a colher. Remexi-me na cadeira, inquieto, tentando pensar em qualquer coisa menos em minha vizinha devorando o sorvete. A última que eu queria era uma ereção com ela ao meu lado.

Fico feliz de saber que está gostando. comentei, enquanto a observava, hipnotizado, passar o dedo na tigela e lamber os resquícios do sorvete que havia em seu dedo.

Quer assistir a um filme? perguntei, enquanto me levantava e retirava da mão de Isabella a tigela vazia de sorvete. Eu precisava caminhar para aliviar a tensão. Aluguei Um Corpo Que Cai.

Alfred Hitchcock novamente? Você realmente é fã desde cara.

Os filmes dele são os melhores, Bella. Um Corpo Que Cai é de 1958, mas ainda assim é um clássico dos filmes de suspense.

Certo, gênio. Vamos assistir ao filme - ela dissera, levantando-se da cadeira. Infelizmente, ela o fizera no instante em que eu estava passando pela sua frente, fazendo com que nós dois colidíssemos.

Opa! exclamei, segurando Bella pela cintura, evitando que a mesma caísse.

Sinto muito. Minha noção de equilíbrio não anda muito boa essa semana. As minhas tonturas aumentaram devido à gravidez e eu estou mais tonta que o normal. ela dissera, gargalhando.

Senti a mão delicada de Bella em meu antebraço enquanto ela seguia falando sobre hormônios e gravidez. Suspirei, enquanto sentia o formigamento que o seu toque causava em minha pele. Senti o estúpido impulso de erguê-la e prensá-la contra a parede. Mostrar-lhe que eu poderia ser tão forte e vigoroso quando Jacob.

Que bobagem! De onde esses pensamentos haviam vindo afinal? Eu não cederia a esses impulsos, muito menos Isabella. Não agora que ela havia encontrado um homem por quem era apaixonada e de quem estava grávida e ainda por cima eu era o seu melhor amigo.

Melhor amigo o escambau. A parte rebelde da minha alma gritava. Jacob foi embora, abandonou Bella. Você, pelo contrário, está aqui, ao lado dela, uma oportunidade dessas pode não se repetir novamente.

Felizmente eu estava aqui para segurá-la, não é verdade? comentei, a voz mais calma do que eu realmente estava.

Ela erguera o rosto e me fitara, sorrindo. Seus lábios a apenas centímetros dos meus. Inconscientemente, minha mão foi parar em sua nuca, a receptividade dela ao meu gesto me deu o encorajamento que faltava.

Ela ficara imóvel, os olhos fechados, apenas esperando pelo que eu faria e tudo o que eu consegui fazer foi ficar admirando-lhe. Como é que eu nunca havia reparado em como os seus cabelos castanhos emolduravam seu rosto, destacando as orbes marrom chocolate que ficavam divinamente bem nela? Como é que eu nunca havia reparado nos lábios avermelhados e bem delineados, extremamente convidativos ao beijo? Lábios, aliás, em que eu me peguei pensando se teria gosto de baunilha ou de morangos.

A brisa voltara a agitar as folhas das árvores e fez com que o perfume de Isabella me invadisse as narinas, inspirei fundo, sentindo o aroma doce que vinha da mesma, beijá-la era inevitável. Eu precisava sentir a textura de seus lábios junto dos meus, aproximei meus lábios dos seus e subitamente seus olhos se abriram.

Muito obrigada Edward. Graças a você não bati de cara no chão, mas que tal irmos assistir ao filme agora? ela exclamara, afoita.

Senti minha expressão desmoronar enquanto a acompanhava para dentro de casa.

(Continua...)

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° Alfred Hitchcock: cineasta anglo-americano, considerado o mestre dos filmes de suspense.

° Bruschettas: aperitivo típico da culinária italiana, feito a base de pão, que é tostado em grelha com azeite e depois esfregado com alho. Existem diversas variações, sendo bastante conhecida a bruschetta de tomate, que leva, por cima da fatia de pão, pedaços pequenos de tomate e manjericão.


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Notas finais do capítulo

N/A: Não vou comentar muita coisa hoje, mas já aviso: o próximo capítulo vai deixar algumas de vocês LOUQUINHAS da vida u.u