Depois de uma longa viagem, eu finalmente havia chegado ao Acampamento meio-sangue. Eu ouvia vários gritos e risadas, eu senti uma energia ótima ao sair do carro de Matt. De repente, eu ouvi uma voz grossa dizer:

– Seja bem-vinda, eu sou o Sr. D!

– Obrigada, Sr D. - Respondi.

Eu entrei lá, e tinham pessoas correndo, rindo, discutindo, chorando, lutando, e eu estava parada imaginando como essas pessoas podiam estar tão bem tendo uma vida tão diferente. Eu sentia vontade de sair correndo e fingir que eu sou completamente humana e que minha mãe nunca se relacionou com um deus.

Eu vi um menino muito bonito: moreno de olhos verdes, tinha boca fina e sorriso fofo. Eu fiquei observando ele conversar com um menino que parecia ser um sátiro, ele tinha pernas peludas, assim como Matt. Vi também uma menina linda de cabelos loiros e olhos cinzentos, que estava olhando para o menino moreno. Eu fiquei olhando para o menino, até que ele olhou para mim, e ficou sorrindo. O sorriso dele me destruía por dentro, era lindo. Eu fiquei sorrindo, mas eu queria gritar, ele era surpreendentemente bonito. Eu olhei para a menina loira, e ela estava me encarando, como se fosse queimar meus olhos. Eu olhei pro lado, e eu vi um homem que era um cavalo, eu já sabia o que ele era: um centauro. Ele me disse:

– Olá! Meu nome é Quíron, seja bem-vinda ao Acampamento!

– Obrigada! - Eu falei, sorrindo.

Eu vi uma menina lutando com alguns meninos, ela detonava todos, alguns desistiam antes de lutar com ela. Ela me lembrava muito Esther, tinha cabelos pretos, com mechas roxas, assim como ela. Eu olhei novamente e pude ver o rosto da menina, e eu fiquei pasma, de boca aberta, eu estava morrendo calada: Ela era Esther.

– ESTHER! - Eu gritei, era um grito agonizante, eu estava chorando, prestes a cair no chão.

Esther parecia me procurar, até que ela me viu, e veio correndo me abraçar:

– O que você faz aqui? Como me encontrou?

– Esther, eu sou semideusa. - Respondi.

– O que? Meus deuses, de qual deus você é filha? - Perguntou Esther.

– Eu não sei, não faço a menor ideia! - Exclamei.

– Eu sou filha de Ares, deus da guerra. - Falou Esther.

– Não fiquei surpresa! - Falei rindo.

– Hum. - Falou Esther, emburrada.

Eu abracei Esther, eu chorava muito. Esther nunca gostou de expressar seus sentimentos (Exceto a raiva) ela segurou o choro, mas logo ela desabou e molhou minha blusa com suas lágrimas.

– Eu te amo. - Falei.

– Eu também te amo. - Falou Esther.

Esther me mostrou o Acampamento, até que nós passamos pelo moreno, e ele falou com Esther:

– Oi Est!

– Oi Percy! - Respondeu Esther.

Nós andamos mais um pouco, e Esther não parava de rir, eu já estava ficando irritada, ela ria e me encarava, e nem sequer dizia o motivo. Eu gritei:

– O que foi?

– O Percy e você, nossa. - Respondeu Esther.

– Como assim? - Perguntei.

– Sinto que Afrodite está shippando vocês dois. - Respondeu Esther.

– Meus deuses. - Falei, era a primeira vez que eu falava isso, foi divertido.

– Quente como Apolo. - Falou Esther, rindo.

– Cale a boca. - Falei.

– O que eu posso fazer se vocês dois estavam namorando por olhar? - Perguntou Esther, quase caindo no chão de tanto rir.

– Você pode ficar quieta! - Falei, eu também estava rindo.

Nós continuamos andando, conversando. Até que eu percebi que eram 20:40, e Esther falou:

– Meus deuses, vamos! Hora da janta!

– Vamos! - Respondi, fomos correndo até as mesas.

Lá os filhos de Ares ficavam olhando para os filhos de Poseidon com cara de nojo, filhas de Afrodite jogavam charme para os filhos de Apolo, mas eles não perceberam, pois estavam cantando The Only Exception, do Paramore:

Maybe I know, somewhere
Deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone
Or keep a straight face

Eu adorava a música, eu sentia vontade de cantar junto. Esther olhou para mim e falou:

– Ari, você deve ir até a fogueira e jogar metade de sua comida lá, como oferenda para algum deus.

– Tudo bem. - Respondi.

Eu me levantei, fui até a fogueira, joguei metade da comida e falei:

– Apolo, eu acho que você é meu pai.

Eu voltei até a mesa, e percebi que Esther não estava com os filhos de Ares, ela estava comigo. Finalmente Esther havia me procurado, eu estava tão feliz. Eu gostei da comida, comi em 10 minutos.

Fomos dormir, eu coloquei meu pijama: uma blusa azul de gola canoa e um short de lycra preto. Eu fiquei no chalé de Hermes, pois lá ficavam os novatos. Antes de eu entrar no chalé, Percy me parou na porta, e falou:

– Oi! Qual é seu nome?

– Ariana, Ariana Darling. - Respondi, sorrindo.

– Seu chalé é mesmo de Hermes? - Perguntou o filho de Poseidon.

– Não sei, eu sou novata, cheguei hoje. - Falei.

– Entendo. Sua blusa é azul! Eu amo azul, é incrível! - Falou Percy.

– Azul é minha cor favorita! - Falei.

– Eu como comida azul, é bem mais divertido. - Falou o menino, ele sorria muito.

– Eu imagino. Eu quero te fazer uma pergunta um pouco indiscreta... - Respondi.

– O que? Pode perguntar! - Falou Percy, seus olhos verdes me conquistavam cada vez mais.

– Aquela menina bonita loira, de olhos cinzentos, é sua namorada? - Perguntei.

– Não, eu estou solteiro! Fique tranquila. - Respondeu o menino, ele piscou pra mim, e deu aquele sorrisinho fofo.

– Então, eu vou dormir. - Falei.

– Boa noite! - Falou o menino, com a mão no meu ombro.

– Boa noite, filho de Poseidon. - Falei.

– Você pode me chamar assim para sempre? - Perguntou Percy, sorrindo.

– Posso, filho de Poseidon. - Respondi.

Ele me deu um beijo na bochecha e foi embora, eu estava tão feliz, eu queria soltar fogos de artifício. Quando eu entrei no chalé, eu vi um menino bonito, alto, magro, parecia abatido. As pessoas falavam com ele o tempo todo, o chamavam de Luke. Minha cama ficava no final do chalé, embaixo da janela, era o melhor lugar de lá. Eu fui dormir pensando em Percy.