Half-Blood Love escrita por BlindBandit


Capítulo 9
Nós visitamos o chalé de Apolo




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Annabeth estava enorme e irritada.

Mas eu não ousava falar isso em voz alta. Se eu dissesse, ela ia me olhar com aqueles grandes olhos cinzentos, e cá entre nós, eu prefiro olhar nos olhos da medusa a escarar uma Annabeth irritada.

Ela estava na mesa da sala, sentada com as pernas pro lado, pois sua enorme barriga a impedia de sentar apropriadamente na mesa. É claro que eu não disse isso para ela.

– Bom dia – eu disse beijando o topo da cabeça dela. Ela me olhou com os olhos cinzentos frigidos. – O que?

– Bom dia para você que está com quilos pendurados no seu corpo e nem consegue andar direito.

– Pelos deuses Annabeth, melhore esse humor – eu disse- ou vou chamar as filhas de Afrodite para virem te fazem companhia enquanto estou fora.

Ela bufou. – Me desculpe. Eu não tenho dormido direito. Isso não ajuda com o humor.

– Não se preocupe, eu já me acostumei - eu disse.

– Percy? – ela disse estendendo as mãos. – Uma ajudinha aqui?

– Claro – eu disse, e ajudei Annabeth a se levantar, a conduzi até o sofá.

–Obrigada querido – ela disse me dando um rápido selo nos lábios.

Eu voltei a me sentar na mesa, e Annabeth ligou a tv. Mas eu a vi fazer uma careta de dor.

– Annabeth? Está tudo bem?

–Sim. Nossa garotinha está chutando forte hoje. – ela disse fazendo outra garota.

– Como você sabe que é uma garota? – eu disse. – Concordamos em só saber o sexo do bebe na hora do nascimento.

–Eu apenas sei – ela disse sorrindo.

A manha passou calma, como varias outras. Eu tinha tirado o dia de folga para cuidar de Annabeth, o bebe chegaria a a qualquer dia. O chalé de Apolo já havia treinado durante toda a gravidez. Era uma grande novidade, a primeira criança nascida no acampamento. Todos estavam ansiosos.

Annabeth deixou em um canal daqueles “ Discovery channel “ em um documentário sobre arquitetura. E é claro, que em menos de cinco minutos, eu estava roncando ao lado dela.

Eu acordei com Annabeth me cutucando. Ela parecia preocupada.

–O que houve? - eu perguntei sonolento.

– A bolsa estourou – ela disse.

– Nós compramos outra mais tarde – eu disse voltando a fechar os olhos.

– Acorde e preste atenção cabeça de alga! A bolsa do bebe estourou! O bebe vai nascer!

Eu me levantei desesperado e meio desorientado.

– Assim é melhor – ela sorriu. – Me ajude a andar até o chalé de Apolo.

– De jeito nenhum que você vai andando, eu vou te carregar. – eu disse.

–Percy, por favor, menos... – ela protestou.

– Não, Annabeth, você não pesa nada – eu disse.

– Percy, sou eu, e uma barriga cheia de líquidos e um bebe! – ela exclamou.

– Moleza – eu peguei ela no colo e carreguei para fora da nossa casa.

Os moradores da Nova Grécia apareciam nas soleiras, e vinham ao nosso auxilio. Quando chegamos ao chalé de Apolo, todos os campistas, sátiros e náiades estavam reunidos em torno de nós.

– Atenção, só é permitida a entrada de uma náiade, uma ninfa, e os campistas de Apolo. O resto de vocês, circulando! – disse Thomas, um garoto loiro bronzeado, chefe do chalé de Apolo. – Percy, Annabeth, por aqui por favor.

O chalé de Apolo definitivamente parecia um hospital. Os caras estavam se preparando a meses para isso. Uma maca de hospital estava no centro, cercada por equipamentos. A luz que invadia o cômodo era dourada, como a luz do fim de tarde.

– Coloque Annabeth ali – Thomas apontou. – Agora, eu preciso que você faça um sacrifício para Artemis, como a deusa do parto, e um para Apolo, o deus da medicina.

–Mas... – eu comecei.

– Annabeth vai ficar bem, ainda falta tempo para o parto começar. Vamos só fazer os preparativos.

Eu corri até o refeitório. A fogueira ardia fraca. Haviam algumas frutas no buffet, eu peguei algumas e joguei no fogo.

– Para Artemis e Apolo,que vocês ajudem no parto de Annabeth. - eu disse – Espero que gostem de salada de frutas.

O ar se encheu com um cheiro doce, e eu torci para isso ser um sim, antes de voltar correndo para o chalé.

Eu entrei como um desesperado, mas Annabeth estava deitada, pacificamente, rindo com uma das filhas de Apolo. Ela olhou para mim e seu sorriso aumentou.

– Isso pode ser feio cabeça de Alga. – ela advertiu. – Tem certeza que não quer esperar lá fora?

– Eu atravessei o Tartaro com você, acho que posso aguentar um pouco de sangue e alguns gritos.

Ela assentiu e segurou minha mão.

– Néctar e Ambrosia? – Thomas perguntou.

–Ok!- alguém respondeu.

–Aparelhos?

– Ok!

–Anestesia?

– Ok!

– Tudo bem, então vamos começar. Pronta Annabeth? – disse Thomas.

Ela assentiu e apertou minha mão mais forte.

Otimo Annabeth, empurre - disse Thomas.

Uma garota loira limpava a testa de Annabeth com um pano úmido, mas eu não acho que isto estava ajudando de qualquer maneira. Ela suava e estava vermelha. Gritava como se tivessem rasgando-a. o que não deixava de ser verdade.

– Respire – eu disse.

– Eu estou respirando! –ela urrou de volta, acho que ela quebrou um dos meus dedos.

– desculpe – murmurei.

– Annabeth, preciso que você empurre mais uma vez – disse Thomas. Ela me olhou, em busca de força, e eu assenti.

A partir daquele dia, eu passei a admirar Annabeth como nunca.

– Vamos Annabeth! – ele exclamou feliz. – Estou vendo uma cabecinha! Ombrinho, outro, barriguinha, perninhas! Pronto Annabeth, pode descasar.

Ela reencontrou nos travesseiros, fechando os olhos, ela soltou minha mão.

– Annabeth? – pergutei preocupado. – Você está bem?

– Pare de ser paranoico Perseu, e traga nosso bebe aqui.

Eu fui até o bebe.

Os filhos de Apolo davam o primeiro banho e enrolavam em uma manta branca.

– É uma menina. – disse Thomas me entregando o embrulho.

O bebe estava com os olhos fechados. Tinha um tufo de cabelos loiros, quase brancos. Os bracinhos branquinhos se agitavam enquanto ela chorava vigorosamente. Uma garotinha.

De repente minhas visões ganharam rosto. Uma menininha, uma linda garotinha. Eu mal podia acreditar que eu era pai.

Eu dei a garota nos braços de Annabeth, e ela abriu os olhos. Olhos verde vivos.

– Ela tem seus olhos, cabeça de alga. – Annabeth observou.

– Vamos rezar para ela ter herdado a inteligência da mãe – eu disse.

– Que os deuses te ouçam, cabeça de alga.

Depois de algumas horas, Annabeth recebeu alta. Nós acrescemos ao chalé de Apolo e fomos para nossa casa.

Se fomos parados cem vezes, foi pouco. Todos os campistas que passavam por nós vinham felizes. Diziam como a garotinha era linda e nos davam os parabéns. Dentro de casa, nós não paramos de receber visitas. Annabeth estava deitada em nossa cama. Os campistas de Apolo lhe recomendaram repouso.

Eu levava as visitas para lá, nunca subi aquelas escadas tantas vezes em um só dia.

A campainha tocou. Eu abri, e lá estavam Piper e leo.

– Ei! parabéns pelo bebe cara! – disse leo.

– Percy! – piper me abraçou.

Eu levei eles para o andar de cima. Piper sentou-se ao lado de Annabeth e pegou a bebe no colo, cantando uma doce canção. Leo entregou um chocalho de metal para Annabeth.

– Ele vai se transformar no brinquedo que sua filha quiser. Quer dizer, os brinquedos recomendados para menores de um ano. Também não respinga óleo nem nada disso, garantia Leo Valdez.

– Obrigada Leo – ela sorriu e passou as mãos no cabelo dele, afagando. E ele sorriu acanhado. – Você tem certeza que isso não se transforma em uma faca?

– Tenho – ele disse- Mas posso acrescentar, daqui a alguns anos.

– Obrigada Leo – Annabeth sorriu.

Clarisse também foi nos visitar. Ela segurou o bebe com uma delicadeza incrível, que eu não pensei que fosse possível para ela. Ela e Chris sorriam, como se fossem os próximos a ter um desses nos braços. Os irmãos Stoll também apareceram, seguindo as ordens de Annabeth de permanecer com as mãos onde ela pudesse ver.

No final do dia, quando eu pensei que nossas visitas tinham acabado, eu tive uma surpresa. A visita mais inesperada apareceu na minha sacada. O homem usava uma camisa de pesa e bermudas, os chinelos gastos, a barba negra e os olhos divertidos. A mulher tinha cabelos loiros, e olhos cinzentos severos. Usava calça jeans e uma blusa branca, mas por cima disso um peitoral de armadura. Atena e Poseidon vieram nos fazer uma visita.

–Mãe! - Annabeth exclamou.

–Pai! - eu exclamei.

– Eu sei. Eu e esse velho pescador juntos aqui – disse Atena. – Mas nossas brigas diminuíram quando você ficou grávida querida. Talvez essa criança seja uma boa trégua.

– Eu vim conhecer minha netinha! – meu pai exclamou. Ele estendeu as mãos e Annabeth lhe entregou o bebe. Ela riu e tocou o rosto dele. – Uma criança especial, sim. – ele sorriu.

Atena se aproximou dela, e tocou a testa do bebe. – Eu te presenteio com a sabedoria de Atena criança - ela disse.

– Mãe. Obrigada. – disse Annabeth.

–Não há de que minha querida. Sua filha será muito especial.

– HUNF, benção de sabedoria! Quem liga para isso! –Poseidon exclamou. – eu trouxe para essa garota algo muito mais legal!

Poseidon fez um movimento com a mão, e a espuma do mar entrou pela janela, diretamente para ele, como uma nuvem. Ele moldou, cantarolando, então deu um toque, e um pequeno cavalinho, do tamanho da minha filha. Ele era branco, inteiramente. Os olhos eram de um azul marinho. As asinhas muito pequenos.

– Essa é Tsunami – ele sorriu com o nome. – Ela vai acompanhar o crescimento de sua filha, e partirá quando sua filha partir. Elas estão ligadas. Ela deve crescer nos estábulos com os outros Pégaso, mas a visite de vez em quando.

Eu assenti. Tsunami voou desajeitadamente até minha filha e roçou nela. A bebe riu.

– Temos que ir agora – Atena disse. Zeus disse para não demorarmos, mas voltaremos assim que puder. – Ela entregou a bebe para Annabeth e sumiu.

– Cuide bem da pequena Samanta. – ele disse.

– Samanta? –eu perguntei. – Porque esse nome.

– Não sei, só um nome que eu gosto – ele disse antes de sumir.

– Samanta. – eu disse, tomando a bebe no colo. Ela bocejou. –Minha pequena Samanta.


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Notas finais do capítulo

proximo capitulo para dia 1 :)