Half-Blood Love escrita por BlindBandit


Capítulo 8
Novos Campistas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476049/chapter/8

Os gêmeos, Daniele e Lucas, me davam calafrios.

Daniele me olhava questionadora, com os olhos azuis elétricos frios e calculistas. Seu irmão batia os dedos na coxa, e me fitava com aquele sorriso de encrenca. Mesmo que eu tivesse tido um ótimo mês como professor deles, ainda temia que em qualquer deslize eles pudessem me incendiar. E com razão.

Eu suspirei. Eles esperavam uma explicação. Eu não tinha ideia por onde começar. Eu nunca fora tão bom nessas coisas como Annabeth. Felizmente, Lucas disse:

– O que era aquele bicho?

– Uma Quimera. Um terço dragão, um terço leão, um terço cabra e uma cauda de serpente.

– Você está brincando, certo? – Daniele disse. – Isso é algum tipo de teste psicológico?

– Infelizmente não. O que vocês sabem sobre Deuses Gregos?

– Como Zeus, Hades, Hermes.... – disse Daniele.

– Baco, Vênus... – completou Lucas.

– Esses, são os deuses romanos – eu disse a lucas. – Baco e Vênus são chamados de Dionisio e Afrodite na Grecia. A forma romana dos Deuses é assunto para uma outra hora.

Eles assentiram, curiosos.

– Bem, eles existem. Eles seguem as grandes potencias mudiais, e hoje, eles habitam os estados unidos. Eles ainda se apaixonam por mortais, e tem filhos com eles. Que são chamados de meio-sagues, ou semi-deuses. Como os antigos heróis das historias.

– Como Perseu! E Hercules. – disse Daniele.

– Sim. Eu disse. Como eu, e como vocês.

– Você está querendo dizer que nós somos filhos de algum deus? – Lucas perguntou desconfiado.

– Sim. Pensem bem. Vocês nunca tiveram contato com o pai de vocês. Não há nenhuma foto, nada. Vocês tem problemas de hiperatividade e defti de atenção, o que é comum para semi-deuses. Somos feitos para um campo de batalha, não para uma sala de aula.

Daniele sorriu, como se gostasse da ideia.

– Você é filho de algum deus? – ela perguntou.

– Sim. – eu disse. – Sou filho de Poseidon.

– O cara dos mares.

Eu sorri. – ele mesmo.

– Você tem muitos irmãos? – Lucas perguntou.

– Não,que eu saiba, sou filho único. Os três grandes, prometeram não ter filhos. Mas sempre cometem uns deslizes. Há um filho de Hades, Nico, e uma filha de Zeus, Thalia.

– Então, para onde você está nos levando?

– Para o acampamento meio sangue. O único lugar seguro para pessoas como nós.

– E Grover, ele também é um semi-deus? – Lucas perguntou.

– Bé-ée- ele baliu. – Eu sou um sátiro!

Ele mostrou as pernas peludas. Daniele deu um grito de horror e Lucas uma gargalhada.

– A mulher com quem você estava falando, sua esposa, ela é uma semideusa também? – Lucas perguntou.

– Sim – eu disse. Annabeth. Ela é filha de Atena.

Lucas bocejou.

– Que tal vocês descansarem um pouco? Ainda temos uma longa viajem até o acampamento.

Os gêmeos assentiram, encostaram um no outro e adormeceram.

Eu fiz o mesmo assim que encostei a cabeça no banco.

Eu acordei com Grover sacudindo meu ombro.

–Percy, estamos chegando.

Eu me espreguicei, reconhecia aquele lugar. Quantas mil vezes eu já tinha feito aquela mesma viajem.

– Ei, acordem – eu disse para os gêmeos. Eles me fitaram com olhos azuis confusos. – Chegamos.

O sol estava nascendo no acampamento, tornando tudo dourado. Sátiros começavam a colher os morangos, o ar ainda estava frio, alguns campistas saiam do chalés.

– Uau – disse Lucas. – Lugar legal esse aqui.

– Muito – concordou Daniele.

Quiron veio trotando até nós, Daniele arregalou os olhos.

– Você é metade cavalo! – ela exclamou.

Ele sorriu, divertindo-se.

– Sim, eu sou um centauro – ele se voltou para mim. – Percy, fico contente que concluiu a missão com êxito total, agora se não se importa, vou cuidar dos nossos novos campistas por um tempo, introduzi-los ao acampamento. Sei que você tem outras coisas para fazer.

Eu assenti, e corri colina abaixo, em direção a nova Grécia.

Eu passei por Chris Rodriguez, sentado na varanda de sua casa. Ele acenou para mim.

– Ei Percy! Bom te ver de novo!

Eu acenei de volta, sem diminuir a velocidade, em direção ao meu chalé. Meu coração palpitava, eu respirava ofegante, mas entrei sem fazer barulho, subi silencioso ate o quarto.

Annabeth estava dormindo. O sol entreva por uma fresta na cortina, iluminando o quarto o suficiente para que eu visse seu rosto relaxado. Os cabelos cacheados loiros estavam espalhados pelo travesseiro.

Eu sorri e me aproximei dela, me ajoelhando ao pé da cama. Toquei seu rosto com a ponta dos dedos. Ela sorriu, sem abrir os olhos e murmurou.

– Percy.

Ela levantou os braços, me puxando para um abraço, e eu deitei ao lado dela.

– Estou tão feliz que você está de volta – ela sussurrou. – Como você sobreviveu sem mim, cabeça de alga?

– Você está insinuando que eu não sou capaz de me virar sem você? – perguntei, fingindo tom de ofendido.

Ela assentiu.

– Você já se mostrou um desastre sem mim Perseu.

Eu revirei os olhos.

– Como foi a missão? Trouxe os semi-deuses?

– Sim, e eles são... curiosos. Você precisa conhece-los.

– Tudo bem. – ela disse. – Vou dar aula de mitilogia hoje, quem sabe você não os leva lá?

– Ou quem sabe eu não os levo la quando a aula acabar, depois que eu tiver ensinado-os a lutar.

– Você não tem jeito. – ela disse, se levantando e caminhando eu direção ao banheiro.

Eu troquei de roupa e decidi acompanhar Quiron com os novos campistas.

– Isso. É. Incivel! – Lucas exclamou quando me viu. Ele usava uma armadura um pouco grande para ele, e um pouco torta, tinha um elmo debaixo do braço e segurava uma espada torcida e gasta, usada em treinamentos. Mas o brilho em seus olhos era inspirador.

– Eu te disse – eu sorri afagando seus cabelos.

Daniele também estava lá, e usava armadura. Outros campistas começaram a chegar no anfiteatro.

– Já que estão aqui, porque não ficam para a aula? – eu disse sorrindo.

– E quem vai ser o professor? – Daniele perguntou.

Eu tirei contracorrente do bolso, tirei a tampa, e girei a espada em minha mão.

– Eu.

A aula de esgrima passou voando. Um garoto do chalé de Ares cortou o braço de um garoto de Hermes, que teve que ir para a enfermaria, mas tirando isso, tudo estava bem. Daniele e Lucas eram espetaculares na esgrimas.

– Eles me lembram um certo filho de Poseidon nessa idade – disse-me Quiron.

Eu sorri.

– Você era um garoto especial Percy, com muito em suas costas para alguém tão novo.

– Mas graças aos Deuses, esses dois pelo menos não tem tantas responsabilidades por vir.

– Eu não contaria com isso. Essa calmaria me parece estranha – quiron comentou.

– Annabeth e eu conversamos sobre a mesma coisa- eu disse. – Você acha que eles?

– Não sei Percy. Eu disse. – Vamos esperar até a fogueira, conversamos mais tarde. – e com isso ele trotou em direção da casa grande.

– Ei cabeça de Alga! – Annabeth gritou, entrando no anfiteatro. – ela usava o uniforme do acampamento e sua faca estava pendurada do lado do corpo. – que tal mostrarmos para os campistas mais novos como se luta?

– Eu até aceitaria sua oferta, sabidinha, mas você não está em condições de lutar agora.

Ela bufou.

– Annabeth! É verdade que você está grávida? – perguntou uma das crianças do chalé de Apolo.

Ela sorriu, olhando para mim.

– Sim, é verdade.

Todos correram até ela, murmurando e tocando a barriga dela. Os gêmeos vieram até mim.

– Então, essa é sua esposa? – Daniele perguntou.

– Sim.

– Ela é linda! – Luca exclamou. Daniele deu um tapa no ombro dele.

– Ai! – ele exclamou.

– Perdoe meu irmão – ela rosnou olhando para ele.

Eu não pude deixar de rir. – Venham, pestinhas, vou apresenta-los a Annabeth.

Quando os outros campistas foram embora, eu levei os gêmeos até Annabeth. Ela sorriu, mas o examinou com os olhos cinzentos, como se decidisse a melhor maneira de derruba-los em uma batalha.

– Daniele, Lucas, essa é minha esposa, Annabeth.

– Você é filha de um deus também? – Lucas perguntou.

– Sim, eu sou filha de Atena, a deusa da sabedoria.

– Então quer dizer que você é inteligente? – Lucas perguntou.

Annabeth riu. – Pode-se dizer que sim.

– Ela está sendo modesta – eu murmurrei.

– Quando nós vamos saber quem é o nosso pai? – Daniele perguntou.

– Provavelmente hoje a noite, na fogueira. Enquanto isso, porque vocês não vão se enturmar um pouco?

– As outras crianças não costumam gostar da gente – disse Daniele.

– Esse é o acampamento das crianças que as outras costumavam não gostar. Vocês estão em casa agora, vão se divertir.

– Pensando bem, tenho umas contas a acertar com aquela garota do chalé de Ares que me xingou quando cheguei – disse Luca.

Então eles saíram correndo do anfiteatro.

– Arrumar briga com o chalé de Ares no primeiro dia de acampamento? Ele me lembra alguém.

–Cale a boca Annabeth – eu disse rindo. – Quiron nos pediu para colher alguns morangos.

– O ultimo a chegar, toma banho por ultimo – ela disse.

– Ei, Annabeth, você não pode... – eu disse, mas ela já estava longe, eu corri para alcança-lá.

Nos sentamos no chão, um ao lado do outro. Annabeth colocava morangos na minha boca todas as vezes que eu tentava falar alguma coisa, eu fazia o mesmo. Acabamos todos sujos e mortos de tanto rir.

– Sabe Percy, eu meio que sinto falta de sair em uma aventura. – ela disse encarando o chão.

– Eu também. Por mais que nossas vidas tenham sido exaustivas dês do começo, parece errado ficar parado aqui, colhendo morangos.

Ela assentiu.

– Mas sabe, Annabeth, nós não vamos ficar parados por muito tempo, eu sinto isso. Somos semi-deuses, atraímos encrenca.

– Espero que você esteja certo, cabeça de alga. Já tivemos dos anos de paz. Agora é hora de chutar alguns traseiros monstruosos.

Eu ri, e Annabeth encheu minha boca com morangos.

A noite chegou. Eu e Annabeth jantamos na nossa casa, e depois fomos até a fogueira.

Os gêmeos estavam sentados entre um grupo de filhos de Hefesto. Leo estava lá, sentado em um trono de engrenagens que ele mesmo tinha feito.

Quiron apresentou os novos campistas com o discurso de sempre, e antes que ele terminasse de falar, um símbolo azul elétrico começou a brilhar em cima da cabeça de cada um. Um raio. O símbolo do poder de Zeus. O mesmo artefato que eu e Annabeth tínhamos resgatado tantos anos antes.

– Salve Daniele e Lucas, filhos da tempestade, filhos do céu e do Relâmpago. Salve filhos do grande Zeus.

Um trovão ricocheteou no ceu. Os campistas se ajoelharam. Os gêmeos pareciam apavorados. Eu levantei o rosto e lancei um olhar encorajador a eles. Lucas sorriu para mim.

Eu e Annabeth voltamos para nossa casa depois que o toque de recolher tocou. Ele não valia dentro da cidade, então encontramos todos os antigos campistas por la. Sentados nas praças iluminadas, sátiros tocavam flautas. Os irmãos Stoll tingiam uma fonte de vermelho.

– Travis! Connor! – Annabeth gritou. – Tratem de limpar essa bagunça agora se não quiserem perder todos os dentes da boca!

Travis e Connor nos olharam aterrorizados – S-Sim Annabeth!

Nós entramos no chalé e Annabeth foi até a fonte de agua, e jogou uma moeda no arco íris.

– Sabe. Thalia deve estar ficando irritada com a quantidade de vezes que ligamos para ela.

– Ela precisa saber que acabou de ganhar irmãozinhos – Annabeth sorriu e jogou a moeda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

proximo capitulo dia 27! por favor deixem sua review!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Half-Blood Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.