Half-Blood Love escrita por BlindBandit


Capítulo 7
Vou atrás de Pirralhos Problematicos




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– Eu vou ter que usar isso? – Perguntei assim que ganhei as roupas. Era um conjunto do estilo “ professor de educação física” com direito a boné e apito.

– Bé-éé – baliu Grover. Ele usava uma camiseta do capitão américa, boné do Hulk. Estava com seu disfarce de humano, que incluía calças, sapatos e muleta. – Vai sim Percy. Você vai ser o professor de educação física.

– Eu geralmente sou o professor de educação física! – exclamou Hedge, decepcionado. – Aqueles cupcakes me adoram!

– Mas você vai ser algo muito mais importante dessa vez! – eu disse com um entusiasmo forçado. – Você vai ser nosso.... chefe da segurança. Se alguma coisa acontecer, contamos com você, então fique de olho!

– Ficar de olho! – ele repetiu- Pode crer que eu “ vou ficar de olho”! – E saiu trotando em direção a porta.

– Bom trabalho Percy- Grover me deu tapinhas no ombro. – Quiron e eu manipulamos a nevoa, e o professor antigo decidiu tirar umas férias. Você assume a partir de agora.

– E você?

– Eu vou ser seu aluno cara! – ele disse batendo nas minhas costas. – Vou tentar fazer com que essas crianças não te odeiem!

– Maravilha.

– Ei cara, você é um exemplo no acampamento, crianças problemáticas são a sua especialidade.

Eu sorri, sabia bem o que aqueles meio-sangues estavam passando. Eu empurrei a porta da sala, preparado para o pior.

O lugar estava totalmente desgovernado, como era de costume. A escola Mrs Hilton para crianças com problemas sociais, era bem o que o nome dizia.

Crianças corriam pela sala, bolas de papel e de cuspe voavam por toda parte. Algumas crianças gritavam, outras, choravam. No fundo, via se duas crianças sentadas nas cadeiras, com olhares quase mortíferos. O garoto tinha os cabelos bagunçados, muito negros, olhos azuis frenéticos não paravam quietos, registrando tudo. Um sorriso de lado que fazia os professores gritarem de desespero. Ele lembrava aquelas crianças que tacavam bombas nas escolas. A garota do lado dele, não era menos perturbadora. Ela tinha os mesmos cabelos escuros, lisos e compridos. Olheiras em volta dos olhos azuis, como se não dormisse a varias noites, o que era bem possível. Ela não esboçava nenhum sorriso, como se pudesse colocar fogo em qualquer uma daquelas crianças. O que eu não duvidava nada.

É claro que aqueles eram os semi-deuses que eu viera buscar. Podia sentir a aura dos gêmeos de longe. A garota sorriu quando ele entrou, eu tentei me decidir se ela sorria como “ Oba um professor novo, quanto tempo esse vai durar?” ou como “ de que jeito posso queimar esse dai?”

– Bom... Olá! – eu disse, soou horrível, mas os alunos olharam para mim, curiosos. – Meu nome é Sr. Jackson, e eu serei seu novo professor de Educação física. – eu escreveu o nome na lousa

– Perdedor! – Alguma das crianças gritou do fundo, e arremessou uma bolinha de papel com uma velocidade impressionante. Eu nem me virou, apenas peguei a bolinha, e arremessei em direção ao lixo, sem sequer olhar. As crianças soltaram um “ Uuuuh “ conjunto, e eu sabia que tinha ganho o respeito delas.

– Bom, vamos todos para o ginásio, já. – eu disse, e as as crianças saíram correndo, como uma manada. Só os gêmeos ficaram na sala, saindo lentamente. Era a minha chance.

– Belo lançamento Sr Jackson. – o garoto se pronunciou para Percy.

– Obrigada – eu disse. – Pode me chamar de Percy, se quiser.

– Percy? – a garota perguntou, franzindo as sobrancelhas. Ela parecia muito menos aterrorizante sem aquele olhar mortífero. – é a abreviação de algum outro nome?

– Perceu – eu disse dando de ombros.

– Como o herói da Grécia – a garota disse, e eu percebi que essa ai iria aceitar muito bem sua realidade.

– Sim. – eu disse. – E quais são os seus nomes?

– Eu sou Lucas – disse o menino com o sorriso maldoso. – e essa cabeça de vento aqui é minha irmã, Daniele.

– Eu não entendo porque você está interessado em saber algo sobre a gente. – Daniele franziu as sobrancelhas, desconfiada. – Você é da policia? Olhe, eu já disse, não fomos nós que colocamos fogo naquela loja!

– Ei, eu não sou da policia, sou só um professor interessado em meus alunos. Agora venham, temos trabalho a fazer.

Depois de passar uma serie de aquecimentos, eu decidi treinar essas crianças da maneira que eu sabia. Grover arranjou para um uma dúzia de espadas de madeira, eu dei uma para cada, e formei pares. Instruindo cada um deles. Eles voltaram para a sala sorrindo, mesmo exaustos, e eu sabia que tinha feito um bom trabalho.

A menina Daniele falou alguma coisa para o irmão, e depois me lançou um sorriso do tipo. “ talvez eu não queime esse professor. “

Eu estava exausto. Fora instalado em um quartinho de professores, com uma cama e uma pequena escrivaninha. Eu liguei a torneira do banheiro e acendi a luz. Eu movi a agua até um pequeno arco-íris se formasse. Eu joguei um dos meus dracmas.

– Oh deusa Íris, aceite minha oferta. Annabeth Chase, acampamento meio sangue.

A imagem tremeluziu, e Annabeth apareceu sentada com uma de suas irmãs, Lyssa. A garota que ela tinha apresentado para Leo. Elas riam, sem prestar atenção em mim.

– Olá? - eu disse, e Annabeth se virou instantaneamente, procurando por mim. Assim que ela me viu, seus olhos se iluminaram.

– Percy! – ela exclamou.

– Oi Annabeth, e olá Lyssa – eu disse, e juro que a irmã de Annabeth corou um pouco, mas ela nem notou.

– Como vão as coisas por ai? Já achou os semi-deuses.

Eu contei a ela sobre como tinha sido o dia, e sobre Lucas e Daniele.

– Eles lembram... alguém – ela disse.

– Eu sei – concordei. Alguém bateu a minha porta. – Tenho que desligar querida. Lyssa, cuide dela, e do bebe. – e então a imagem sumiu.

– Senhor Jackson? – disse a voz de Lucas na porta.

– Entre – eu disse.

– O senhor estava falando sozinho? – ele perguntou.

– Não, estava conversando com a minha esposa – eu sorri.

– Ah – ele disse. – Bom, eu vim aqui para agradecer, sabe, por você ter sido tão legal comigo e com minha irmã. Ninguém nunca fez isso.

– Ei garoto, eu te entendo, acredite, crianças de escolas para problemáticos é minha especialidade. Eu mesmo, já fui expulso de muitos.

– Sério?

– Aham – eu disse. – Ei garoto, se quiser conversar...

Ele abriu a boca, como se fosse dizer alguma coisa, mas decidiu ficar calado, ele balançou a cabeça.

– Tenho que ir agora, muito obrigado mais uma vez, senhor Jackson, mas minha irmã esta me esperando, e eu não gosto nadinha de deixa-la brava.

As duas semanas passaram voando. Eu dava aula para eles três vezes na semana, mas os gêmeos me visitavam quase todos os dias. Eu descobri que a mãe deles nunca ligara para eles, era uma executiva ocupada. Eles passavam os dias pulando de escola para escola, e os verões, eles iam para uma casa de fazenda, onde ficavam com uma baba velha. Crianças carentes de atenção. Daniele e Lucas não tinham ninguém sequer um ao outro.

Eu sentia pena deles. Sabia que a maioria dos semi- deuses tinha problema com os pais, até mesmo Annabeth, que tinha fugido de casa com sete anos. Mas eu sempre tivera uma ótima mãe, que cuidara de mim. Eu estava ansioso para levar os gêmeos para o acampamento, mas Grover disse que ainda não era tempo.

– O que você esta esperando? – eu disse a ele. – Um monstro ataca-los? Podemos leva-los agora!

– Ainda não é a hora – disse Grover sabiamente, e me deixou sozinho no ginásio.

A hora chegou dois dias depois.

Eu estava dando outra aula de educação física. Os alunos estavam subindo nas cordar. Uma das garotas, Layla, sorria para mim, para os gêmeos e para Grover.

– Bé-ée- baliu Grover, devorando uma latinha de alumínio. – É ela, eu posso sentir o cheiro de longe. Fique atento, a qualquer momento...

A aula chegou ao fim, os outros alunos se dissiparam pelos corredores. Os gêmeos vieram até mim e Grover. Layla fingia arrumar os equipamentos, eu estava nervoso. Assim que todos os alunos saíram, as portas do ginásio se fecharam com um estrondo.

– Finalmente, Perseu Jackson – disse Layla, com uma voz que com certeza não pertencia a uma garota loira de quatorze anos. – Terei minha vingança sobre os heróis, começando por você e pelas crianças do ceu.

– Ela nos chamou de crianças do ceu? – Daniele perguntou.

– Sr. Jackson, o que esta acontecendo? – Lucas pergutou.

– Fiquem atrás de mim – eu disse.

Layla começou a se transformar. Eu preciso adicionar essa garota a lista dos monstros mais esquisitos que eu já enfrentei. Definitivamente.

Ela tinha o corpo de um leão, pelo menos a parte da frente dele, a de trás era uma cabra, vermelho e cheio de escamas. Sua cauda fora substituída por uma cobra, sim, uma cobra imensa. E no lugar da cabeça, haviam três, que disputavam pela liderança. A cabeça de uma cabra, que espumava, a de um Leão, e a de um dragão.

– Qui... qui... qui.... QUIMERA! – Grover gritou.

– Que droga é essa? – Lucas perguntou.

– Parece que alguém passou por um erro no laboratório – eu disse para a quimera. – Você andou nadando em poços radioativos?

A quimera rugiu, e investiu contra mim.

– Grover! – eu gritei, tirando Contracorrente do bolso. – Leve os gêmeos daqui!

– Mas Percy! – ele baliu.

– AGORA! – eu gritei.

A quimera me alcançou. Eu desviei, e ela investiu novamente, furiosa. Daniele e Lucas me olhavam com enormes olhos arregalados, enquanto Grover tentava leva-los discretamente até a porta.

– Aqui gatinho – eu disse. Ela investiu contra mim, dessa vez, eu girei, e tentei subir em suas costas, sem sucesso, eu cai no chão.

– A porta está trancada! – Grover gritou.

Nesse momento, A quimera deu sua ultima investida, e eu finquei contracorrente em seu peito. Ela se transformou em poeira. Grover correu até mim.

– Agora é a hora? - eu perguntei arfando.

– Agora é a hora.

– Venham crianças, vamos levar vocês a um lugar seguro.

Os gêmeos nem questionaram. Eles me seguiram para fora da escola. Treinador Hedge assistia a luta, gritando. Entramos na van, e eu suspirei. Daniele e Lucas me olhavam com aqueles mesmos olhares mortíferos.

– Comece a explicar tudo, Senhor Jackson. – Daniele disse.


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Notas finais do capítulo

proximo capitulo dia 25 (: por favor comentem!