Half-Blood Love escrita por BlindBandit


Capítulo 13
Encontramos um Velho Amigo.




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O som da explosão ainda ecoava em meus ouvidos, mas tínhamos que nos distanciar o máximo possível se não quiséssemos que os mortais nos culpassem pela explosão. ( o que, bem, é verdade)
Chegamos a um vilarejo lá perto. Eu coloquei Daniele no chão delicadamente, ela gemeu de dor.
– Dani...- Lucas disse. – Você está legal?
– Estou é só um cortezinho – ela disse com a voz fraca, mas não era isso que parecia. Ela parecia meio verde, meio cinza. Ela suava e parecia muito fraca e enjoada.
– Não é só um corte – eu disse. – Aquela Fúria arranhou você não foi?
Ela fez que sim com a cabeça, pude perceber que ela lutava para manter os olhos abertos, o veneno estava fazendo efeito.
Annabeth me olhou preocupada, e tivemos outra daquelas conversas silenciosas. Ela jogou a mochila na minha direção. Eu abri e tirei um pedaço em ambrosia.
– Ela vai ficar bem? – Lucas perguntou, ele estava muito aflito.
– Vai – eu disse. “ eu espero “ minha mente completou.
Ela comeu a ambrosia com dificuldade, e pareceu recuperar um pouco da cor, Annabeth levantou um pouco o corpo dela e eu coloquei o cantil na boca dela. Daniele tomou alguns goles e eu puxei de volta. Muito néctar poderia mata-la.
Annabeth se encarregou de fazer um curativo no corte dela.
– Não podemos fazer mais nada – eu disse- temos que esperar ela descansar e se recuperar.
Lucas assentiu, desconcentrado. Eu peguei Daniele, ela ainda estava meio mole, e meio inconsciente, mas já não estava tão cinzenta. E fomos para a cidadezinha ali perto.
Nós achamos uma pequena pousada na entrada da cidade. Um senhor gordo e mal encarado nos entregou a chave de um dos quartos depois que Annabeth lhe pagou a estadia inteira.
– Vocês jovens podem ficar no segundo andar – ele disse palitando o dente.

O quarto que alugamos tinham duas camas de casal. Ele tinha cheiro de mofo, as paredes eram bege e as cortinas verde vomito. Eu coloquei Daniele deitada em uma das camas. Annabeth sentou ao lado dela, tirando o cabelo negro do rosto as menina. Ela estava dormindo, mas não parecia estar tendo bons sonhos. Ela tremia e suava.
– Eu fico aqui com ela – Annabeth sugeriu. – Porque você e Lucas não vão achar alguma coisa para comermos?
– Otima ideia – eu disse.
Lucas me olhou um pouco relutante em deixar sua irmã.
– Venha garoto, ela vai ficar legal, mas precisa descansar agora. – eu disse. Ele assentiu e soltou a mão da irmã, me seguindo porta a fora.
Estavamos descendo as escadas quando Lucas sentou-se em um dos degraus. Ele enterrou o rosto nas mãos e começou a chorar. Um terrível soluçar, de partir o coração. Eu me agachei ao lado dele.
– Ei Lucas, não fique assim, sua irmã vai ficar legal.
– Como você sabe? – ele disse com a voz carregada, os punhos fechados. – Como você sabe que eu não vou perder Daniele? Você é um herói! Todos no acampamento falam de você! Aposto que você não sabe como é isso, você só se deu bem.
Aquela raiva e dor vinda de um garoto tão novo, aquela expressão, ele me lembrou muito Nico, na noite que eu contei a ele que Bianca havia falecido na missão. Eu não iria falhar com ele como falhei com Nico.
– Escute garoto – eu disse gentilmente – Eu não sou o grande herói que todos falam. Eu sei como doi, tudo isso. Agora mesmo, minha filha está nas mãos de alguma criatura sombria. Quando eu tinha doze anos, minha mãe foi levada por Hades, ele achou que eu estava com o raio mestre de Zeus. Com treze, eu tive que resgatar meu melhor amigo de um ciclope. Com quatorze, Annabeth foi levada por Atlas, eu tive que resgatá-la. Segurei o ceu por ela. Com Quinze, tive que entrar em um labirinto de onde as pessoas saem loucas, se é que saem. E com dezesseis, eu tive que enfrentar pessoalmente o titã Cronos, depois de defender Manhattan com poucos campistas. Isso sem contar ficar oito meses desacordado, acordar sem memoria, ir para Roma, Atravessar o tártaro.
“ Isso pode parecer grande coisa, mas eu senti medo, senti medo o tempo todo. Eu sei como você se sente garoto. A vida de semideus nunca é fácil, ainda mais sendo filho de um dos três grandes.”
– Eu que o diga – disse uma voz da escuridão. Uma forma pálida se formou na minha frente, de cabelos negros rebeldes, a pele pálida, o casaco de aviador e a espada de ferro estio pendurada ao lado do corpo.
– Nico! – eu exclamei.
– Olá Percy - ele sorriu. – E você garoto, você é?
– Sou Lucas – ele estendeu a mão – Filho de Zeus.
– Sou Nico di Angelo – ele disse examinando o menino – Filho de Hades.
– Eu não me surpreenderia se uma dúzia de monstros aparecesse aqui – eu comentei – com todos nós juntos aqui.
– Eu estou em uma missão para meu pai – Nico disse – As Furias e outras criaturas da escuridão andam se comportando... estranho. As Furias sumiram ontem a noite, meu pai esta louco com isso.
– Nós as achamos – disse Lucas com rancor. Ele contou a historia sobre o ataque das fúrias no trem.
– Espere, então sua irmã foi ferida por uma das Benevolentes?
Lucas assentiu.
– Oh, por Hades! – Nico exclamou – ele se levantou e correu escada acima, em direção do quarto.
Quando eu e Lucas chegamos lá, Nico estava parado ao lado de Daniele. Ela parecia mais pálida. Ele remexia freneticamente e no bolso de seu casaco, que parecia muito mais fundo do que aparentava. Então ele tirou um frasco que continha um liquido arroxeado. Nico levantou um pouco o corpo da garota. Ele tocou o queixo de Daniele, abrindo a boca da garota, e despejou o liquido na boca dela.
A cor começou a voltar para o rosto de Daniele quase imediatamente. Lucas correu até ela e segurou a mão da garota. Ela começou a respirar rápido, e abriu os olhos incrivelmente azuis. Ela fitou o irmão e deu um leve sorriso, antes de seus olhos se fecharem de novo, embarcando em um sono relaxado.
– O que foi isso? – Annabeth perguntou, se referindo a toda a cituação.
– Isso é um soro para o veneno das fúrias, que eu roubei do palácio de meu pai.
– As fúrias atacam seu pai? – Annabeth parecia pasma.
– Só as vezes. O veneno delas não o mata, claro, mas deixa com terríveis dores de cabeça. Eu peguei alguns frascos, como precaução.
– Entendo – ela concluiu.
– Então, porque vocês estão aqui afinal? – Nico perguntou. – Pensei que estivessem no acampamento. Eu ainda não conheci a filha de vocês, Samanta não é?
Os olhos de Annabeth se encheram de agua. Ela respirou fundo, segurando as lágrimas.
– Nico... Samanta foi levada.
Eu contei a Nico toda a historia, Annabeth não estava em condições de contar. Daniele ainda dormia, e Lucas tinha caído no sono ao lado da irmã. Quando eu terminei de contar, ele parecia distraído, um pouco perturbado.
– Isso... isso faz muito sentido – ele disse para ele mesmo.
– Nico? – Annabeth perguntou – O que faz sentido?
– As fúrias, os cães infernais.... o roubo de Samanta.. o sonho de Percy, o meu sonho... – ele estava frenético.
– Nico? – eu perguntei.
– Está tudo ligado Percy...
– Você acha....? – Annabeth começou.
Nico olhou para os gêmeos dormindo. – Vamos conversar lá fora.

– Nico, você acha que pode ser... ele? – Annabeth disse receosa.
– Talvez – ele concordou com um ar de pesar.
– Espere – eu disse – De quem vocês estão falando?
– Ébero – disse Nico sombriamente.
– Quem é Ébero?
– Ébero é irmão de Gaia – disse Annabeth, ela soava cansada. – Ele é o pai do Caos. Grande inimigo de Zeus.
– Isso faz sentido!- eu exclamei. – Por isso os gêmeos foram citados na missão. De alguma maneira, eles vai nos ajudar.
– Quais foram os versos da profecia? – Nico perguntou.
– “ Gêmeos do relâmpago, devem buscar/O presente divino que aos velhos heróis foi concedido/Roubado, sequestrado pelo amante da noite. /Deve ser recuperado até o dia do solstício.”- Annabeth recitou. – Oh céus, faz muito sentido.
Nico estremeceu.
– Gente, eu queria muito poder ajudar vocês a recuperar Samanta, mas se for mesmo Érbero que está com ela.... ele e os filhos de Hades não se dão nada bem. Ele e meu pai... os dois sempre brigaram pelo controle do caos. E eu estou em missão para Hades.
– Nós entendemos Nico – Annabeth sorriu docemente.
– Boa sorte com sua missão – eu disse – E vá nos visitar, você precisa conhecer a Sam, e tem uma filha de Hécate, que fala muito bem de você.
– Pode deixar – ele disse, antes de sumir na sombra. Eu juro que pude o ver corar quando mencionei a campista.
– Vamos – eu disse a Annabeth. – Vamos subir, precisamos descançar.
Ela assentiu e nós subimos as escadas.
Antes de se deitar, Annabeth colocou uma coberta por cima de Lucas e Daniele, que estavam encolhidos de frio.
– Eles são tão novos – ela disse.
– Nós tínhamos a idade deles quando fomos atrás do raio mestre de Zeus – eu disse.
– Eu sei... mas não parece. – ela sussurrou. E logo depois disso caiu no sono, e eu logo me juntei a ela.

Quando acordei na manha seguinte, Annabeth estava acordada, ela estava sentada no peitoril da janela, com lágrimas nos olhos de uma foto na mão. A foto de Sam que ela carregava com ela.
– Annabeth – eu disse com a voz sonolenta – Nós vamos acha-la.
– Eu sei – ela limpou as lágrimas. – Só estou com saudades. Vamos acordar os gêmeos, precisamos ir. O solstício é daqui a dois dias.


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Notas finais do capítulo

* musica de suspense * hahahaha
o proximo capitulo sai dia 09 (: