Graecus escrita por Duplicata


Capítulo 3
O escolhido, o herói


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo para vocês lindos nove que me acompanham, obrigada mesmo. Estou com dificuldade de postar, pois tenho que escrever e isso leva tempo e a escola não me permite tanto tempo livre, então irei postar de quatro em quatro dias, começando a partir de hoje, espero que entendam e me acompanhem.
Enfim, aproveitem e comentem e me amem. Bjs



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“Por um breve momento de clareza Alec se lembrou do pai treinando-o, como ele havia sido preparado para todo tipo de situação e então seu momento de torpor parou e ele saiu de seu esconderijo, levantou a espada e gritou seu grito de guerra improvisado.”

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Alec estava tremendamente entediado. Desde pequeno ele se acostumara com a rotina dos pais e nela, ficar sem fazer nada não era uma opção. O garoto de 14 anos sabia seu lugar no mundo, sabia o que queria ser quando crescesse e estava treinando arduamente para isso. Ele era um semideus muito bom, mas queria ser um herói, assim como seus pais.

Mas no primeiro dia ensolarado de Junho os pais haviam saído de casa, para tratar de negócios e o garoto ficara sozinho, com uma pizza para esquentar para o almoço e um livro enorme de latim para traduzir, por mais que ele soubesse grego, sua mãe insistia em ensiná-lo latim e ele odiava a língua, era muito complexa.

Alec sentou-se à mesa da cozinha com o livro aberto em sua frente, ao lado uma caneta e um caderno e então ele começou a árdua tarefa de casa, por mais que o garoto amasse os pais, ele não gostava do fato de ter que estudar em casa com a mãe e de treinar com o pai. Eles eram ótimos no que faziam, mas Alec sentia falta de outras pessoas, de amigos e de enfrentar o mundo como ele é, com monstros e tudo mais. Mas os pais o mantinham protegido de tudo isso desde que nascera, era muito raro ele sair de casa para fazer qualquer coisa.

Quando ele já estava na quinta folha do livro, ele ouviu um barulho que fez a casa sacudir e instintivamente correu para a porta, pegou a primeira espada que estava ao lado, uma lâmina de ferro Estígio que pertencia a seu pai. Alec nunca tivera a chance de lutar contra um monstro de verdade, pois seus pais nunca o deixavam sair de casa sem companhia de um deles e agora ele sentia a adrenalina da luta invadindo cada pedaço de seu corpo, era a dolorosa espera da luta.

Alec apurou a audição e esperou para atacar e a cada segundo o barulho de passos ficava mais alto, mais amedrontador, mas ele fora treinado para não ter medo então respirou fundo e esperou. Um urro invadiu toda a casa e a porta voou para longe em mil pedacinhos, Alec protegeu o rosto das farpas de madeira e se escondeu atrás do pilar que levava da sala para cozinha.

O Lestrigão entrou furioso para a sala arrastando sua maça de madeira, farejando um forte cheiro de semideuses. A criatura de dois metros de comprimento, toda tatuada e terrivelmente forte começou a destruir a casa, urrando para chamar a atenção dos moradores, porém ninguém apareceu.

Alec continuou escondido, estático de choque pelo que estava acontecendo, ele sabia que a casa era protegida com feitiços de Hécate, e foi isso que o deixou sem a reação instantânea a luta que todos os semideuses têm.

Por um breve momento de clareza Alec se lembrou do pai treinando-o, como ele havia sido preparado para todo tipo de situação e então seu momento de torpor parou e ele saiu de seu esconderijo, levantou a espada e gritou seu grito de guerra improvisado:

– Hei monstrinho! Vem me pegar!

O Lestrigão virou para o semideus e mostrou um protótipo de sorriso macabro com seus dentes pontudos e amarelos. Alec correu para fora, queria lutar, mas sem destruir a casa inteira, pois sabia que a mãe ficaria furiosa se isso acontecesse.

Assim que o semideus saiu de dentro de casa ele ficou apavorado, não era apenas um Lestrigão que estava ali, mas cerca de cinco criaturas diferentes. Uma Empousai, com seu gosto para o vampirismo, a Equidna, a monstruosa mulher-cobra que é considerada a mãe de todos os monstros, mais um Lestrigão e um Centímano, com seus cem braços e cinquenta cabeças.

O jovem semideus rapidamente se pôs a lutar, atacou o Lestrigão que vinha saindo da casa e fez um corte no peito da criatura, que não se abalou e continuou avançando brandindo a maça contra o jovem, o semideus atacou novamente e dessa vez deixou a mão que segurava a arma do Lestrigão pendurada por centímetros de pele.

Alec viu os outros monstros correndo para cima dele e dessa vez não paralisou de medo, ele sabia o que tinha que fazer. Ergueu a arma e correu contra os monstros, assim que chegou perto deslizou por baixo das pernas do Centímano e levantou o mais rápido que pode, cravou a arma bem fundo nas costas do cem braços e girou-a, como seu pai tinha ensinado, o monstro virou pó.

Equidna não pareceu muito feliz em ver um de seus “filhos” desaparecer e correu para cima do semideus deixando suas garras a mostra, pronta para eviscera-lo. Alec deu uns passos para trás, mas uma mão o puxou para longe e viu que seus pais haviam voltado dos negócios.

– Droga! Não tínhamos proteção aqui Darling?- Disse o pai.

– Eu achei que tínhamos. Vamos Alec, precisamos sair daqui- Disse a mãe enquanto o pai lutava contra três criaturas e a quarta vinha atrás dos outros dois semideuses.

– Não mãe! E o papai?- Disse Alec bloqueando um ataque do Lestrigão.

– Eu te levo em lugar seguro e volto. Vamos Alec!

– Mas...

– Alexander! Vamos agora ou todos nós vamos morrer!- Os olhos da semideusa brilhavam pelas lágrimas, não por medo de morrer, pois ela sabia que morreria, mas por não ter conseguido evitar o que Hécate lhe dissera uma vez.

– Não mamãe. Vou ajudar o papai.

Alec saiu de perto da mãe e foi ajudar o pai, juntos, os dois pareciam uma dupla invencível, desferindo golpes ritmados e planejados por anos de treinamentos juntos, porém ainda assim eles eram pouco contra as quatro criaturas, então a mãe veio ajudar com sua espada Gladio e Alec teve uma leve esperança de que juntos podiam vencer, mas se enganou.

Equidna desferiu um golpe violento contra a cabeça da semideusa e ela caiu de um lado, desacordada, o semideus mais velho correu para ver se ela estava viva e levou uma pancada forte nas costas, voando para longe. Quando Alec ficou sozinho na luta e viu seus pais machucados ele ficou com um pouco de medo, mas lutou pela família.

Depois que ele acabou com um Lestrigão, o outro veio para cima dele, agora sem a mão e muito mais machucado, mas deu um golpe em Alec que o fez cair perto do pai, ao longe, viu a mãe levantando e indo lutar novamente. O pai pegou o braço do menino e dolorosamente o levou para uma sombra, abraçou o garoto o mais forte que pôde e juntos os dois viajaram pelas sombras.

– Corra para aquele pinheiro, não olhe para trás e não volte. Apenas Corra Alexander. Por mim e pela sua mãe. Adeus.

Alec nem teve tempo de falar nada, pois assim como surgiram, o pai desapareceu viajando pelas sombras e não restou nada ao garoto a não ser correr. Ele correu o mais rápido que pode em direção ao pinheiro, assim que chegou ao Acampamento ele caiu no chão e chorou desesperadamente.

– Mas o que?- Uma voz feminina disse a suas costas.

– Hei garoto, o que houve?- Outra voz feminina perguntou.

Alec não respondeu, não conseguia.

– Está bem. Apenas me diga, qual o seu nome?- A primeira voz feminina insistiu.

– Alec. Alec Stephen.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é maior que o 2, gostam mais assim? Com mais linhas ou menor?
Espero que tenho surpreendido vocês que já leram minhas outras fics quanto ao Alec e ao longo da história vocês vão ver toda a origem e a vida dele.
Espero realmente que tenham gostado e que comentem e curtam e façam tudo que tem de bom asjias
Até breve com:
“- Me diga Alec, como chegou aqui?
— Viajando pelas sombras.
— É filho de Hades então?
— Não, neto dele.”