Graecus escrita por Duplicata


Capítulo 19
O terror do metrô de Boston


Notas iniciais do capítulo

Cap de hoje, sem o Alec e a Fay.
Esse é um sonho/lembrança/volta no tempo do Math, em que ele lembra através de um sonho o dia em que perdeu Khopesh.
Espero que gostem e saiam com muitas suspeitas.



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“Math procurou alucinadamente em todo o canto do metrô, inclusive os mais escuros. Mas não achou nada senão poeira e ratos. Ficou tão decepcionado que se sentou no chão escuro do banheiro masculino e ficou ali. Não reparou no tempo que ficou sentado olhando a goteira da pia, mas quando Nicol veio assustada até ele, reparou que ficara muito tempo se lamentando pela perda de Khopesh, sua única lembrança de um passado que se recusava a aparecer para ele. Tudo antes do Acampamento Meio- Sangue era apenas névoa”.

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Math odiava quando o mesmo sonho se repetia. Bastava a sensação de que algo estava errado que ele já sabia que estava sendo traído pela mente. Que estava voltando para o metrô de Boston, no dia fatídico em que perdera Khopesh.

Naquele dia ele havia sido enviado junto com Nicol para matar uma Manticora que estava assombrando o metrô e ele saiu animado por uma luta, com Khopesh em seu colo, brilhando o metal que não era celestial.

Os dois garotos haviam pegado uma carona com Argos, o guardião de centenas de olhos do Acampamento Meio- Sangue e desembarcaram na porta do metrô, ás três da manhã, sem um mortal para ver uma luta contra um monstro com corpo de leão e asas, patas e cauda de escorpião e cabeça de homem. Parece de certo modo irmão da Quimera. Seu veneno é muito poderoso e ela também cuspe fogo, sua cauda de escorpião lança dados venenosos.

Ninguém sabia de onde vinha o crescente ataque de monstros e nem por que, mas para Math o que importava era fazer seu serviço e acabar com os monstros. Khopesh ajudava nesses momentos, a arma curva como uma foice, mas de cabo curto era sua arma predileta e muito estranha no acampamento onde só se usava espadas, adagas e outras armas do tipo, pois apenas Math se dava bem com a arma.

Quando Math e Nicol encontraram a Manticora os dois jovens se separaram e cada um flanqueou o monstro por um lado, com dois semideuses treinados, era fácil derrotar um monstro tão temível quanto aquele.

Math atacava pela frente, enfrentando diretamente a enorme cabeça de homem do animal e Nicol estava mais ao lado, dando estocadas com sua longa espada de prata, com um gume apenas, chamada Ciano. Os dois semideuses não tinham muita ligação no ataque e ás vezes nenhum dos atacava, deixando a fera livre para rugir, lançar espinhos venenosos de sua cauda de escorpião e atacar os dois jovens, foi numa dessas oportunidades que a Manicora bateu com a enorme pata em Khopesh, fazendo-a voar para longe das mãos de Math, parando na escuridão.

O loiro sacou uma adaga do cinto e pulou para trás, fugindo por pouco de um ataque de espinhos e correu entre as sombras, escondendo-se até encontrar um modo de acabar de uma vez com a Manticora, enquanto isso Nicol segurava as pontas, pulando de um lado para o outro, desviando e atacando, mas estava claramente em desvantagem, até que Math teve uma ideia.

– Nicol! O trilho!- Math gritou e a garota entendeu e foi levando a Manticora até a base do trilho, quando chegou lá ela fez o monstro cair no buraco, ficando de barriga para cima, com um pouco de dificuldade de se levantar, nesse meio tempo Math puxou um banco e o arrastou até a borda, juntos, os dois semideuses empurraram o banco e ele caiu com um estrondo no animal que se contorceu de dor, sem conseguir se levantar, agora com o peso extra.

Math pulou com a adaga em punho e a cravou no pescoço da Manticora, puxou a adaga para baixo e ficou sujo de sangue negro, mas o monstro se mexeu por um tempo e então parou, Math tirou a adaga e a limpou na pele da Manticora, então ela virou pó.

– Bom plano. –Disse Nicol abraçando Math.

– Obrigado, mas foi de improviso, perdi Khopesh.

– Procure por ela enquanto eu dou uma limpada nisso.

– Obrigado.

Math procurou alucinadamente em todo o canto do metrô, inclusive os mais escuros. Mas não achou nada senão poeira e ratos. Ficou tão decepcionado que se sentou no chão escuro do banheiro masculino e ficou ali. Não reparou no tempo que ficou sentado olhando a goteira da pia, mas quando Nicol veio assustada até ele, reparou que ficara muito tempo se lamentando pela perda de Khopesh, sua única lembrança de um passado que se recusava a aparecer para ele. Tudo antes do Acampamento Meio- Sangue era apenas névoa.

– O que foi Math? Não achou Khopesh?- Nicol perguntou.

– Não. Em nenhum canto. Nada. Sumiu- Math abaixou a cabeça e Nicol sentou ao lado do garoto, acariciando levemente seu cabelo, reconfortando-o.

– Mas você viu direito onde caiu?

– Sim e olhei primeiro lá, logicamente, mas não estava.

– Ela não é magica, tipo volta para você quando você a perde?- Nicol continuou perguntando e acariciando o cabelo loiro de Math.

– Não.

– Vamos pedir ajuda a Argos, ele tem tantos olhos, pode ser que a ache.

– Boa ideia, vamos- Math se levantou rapidamente e saiu, deixando Nicol sozinha com seus pensamentos.

Depois que Argos deu uma procurada com seus inúmeros olhos e não encontrou nada, Math soube que havia perdido Khopesh de vez e que não valia a pena ficar ali esperando que a arma voltasse com seus pés imaginários.

– Vamos embora, não há mais o que fazer aqui- Math disse e saiu para o carro com a cabeça baixa, lamentando-se pelo momento em que não correra direto para sua arma ao invés de correr para o banco, afinal, o banco poderia esperar e sua Khopesh aparentemente não.

Mas o que mais incomodava Math era como a arma havia sumido, sendo que ela não era mágica e nem nada do tipo. Ele suspeitava de um roubo, mas não tinha como provar, já que no metrô naquele momento estava apenas ele, Nicol e a Manticora, Argos estava de guarda na porta da frente do metrô e não havia mais uma alma viva ali.

Math ficou com aquela dúvida na cabeça, com um buraco no peito por não ter mais Khopesh e com a vontade de voltar e investigar cada canto do metrô e se vingar de quem o havia roubado, por isso ele começou com Nicol.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim.
Então, digam-me suas teorias!
Bjs bjs
Próx ep:
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“Não é um tolo. Também quero proteger minha senhora Hécate, mas também quero me proteger, proteger meu chalé, proteger minha mãe Athena, meu acampamento e todas as pessoas inocentes do mundo. Seríamos tolos se achássemos que em momentos como estes estamos seguros, pois nem os deuses estão.”
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