Graecus escrita por Duplicata


Capítulo 18
Um coração, uma flecha, um alvo


Notas iniciais do capítulo

Cap de hoje e eu to feliz demaiss porque tem feriadão até segunda a partir de hoje, ou seja DESCANSO ALELUIA ZEUSA!!!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/475808/chapter/18

“As flechas são leves, precisam de mira, paciência e graciosidade. Não é simplesmente puxar a corda do arco e deixar a flecha voar, é uma arte, Pequeno. Você precisa se conectar com a flecha, fazer dela uma extensão de seu poder de alcance, a fazer ir diretamente onde você quer, fazer as curvas que você quiser. Puxar uma adaga e cravar no inimigo é fácil, mas pegar uma flecha e dar força suficiente para ela vencer o vento e atingir o alvo, isso é difícil. Parece vil dizer isso Pequeno, mas Arco e Flecha é uma arte e apenas os mais habilidosos conseguem dominá-la.”

–---------------------------------------------

Assim que o almoço acabou, Alec foi ao encontro de Ártemis, que estava toda equipada para treinar com seu arco de prata. Ela havia feito uma trança lateral em seu longo cabelo castanho e seu diadema com o pingente de lua continuava brilhando em seu cabelo. Ártemis estava com sua roupa de couro para a caça e estava tão bela que Alec teve o terrível impulso de cortejar a linda deusa donzela.

– Bom dia Pequeno- Disse Ártemis brincando com o garoto.

– Pequeno?- Alec indignou-se com o apelido, pois era mais alto que a deusa em um palmo.

– Sim. Pequenino. Então vamos treinar e torne-se grande. –Ártemis disse saltitando á frente do garoto, indo em direção do Campo de Treinamento.

O Campo de Treinamento fora deixado especialmente para Ártemis e Alec, uma boa parte dele, pelo menos. Foram colocados novos alvos, grandes e pequenos e havia algumas caçadoras ali para ajudar sua senhora, Alec contava com a ajuda de Samuel, um filho de Apolo e líder dos arqueiros.

Samuel estava radiante ao ajudar Alec, afinal, ele nunca perdia a oportunidade de dar em cima de uma caçadora e nesse dia estava vestido especialmente para arrebatar corações, pois usava um jeans normal, um coturno, uma camiseta azul para realçar seu cabelo loiro e por cima vestia uma armadura de couro ajustada perfeitamente em seu corpo, deixando uma leve marca de seu abdômen definido. Quando viu as caçadoras, seus olhos verdes cintilaram de excitação.

– Sam? Samuel!- Alec agitou o filho de Apolo e ele enfim encarou Alec, carrancudo por ter sido tirado de seu torpor pelas caçadoras, Gio e Cat, que acompanhavam a Lua.

– Aqui está seu arco. –Sam entregou um arco curto de madeira flexível para Alec- É de uma seringueira, muito flexível, melhor arco do que você usou no Torneio. Só... Não faça tão feio ok? Não quero que as Caçadoras pensem que sou como você.

Alec olhou para o garoto com indiferença, pois para ele pouco importava se ia acertar ou não, afinal, ele não queria aprender arco e flecha, tinha suas adagas e espadas e isso para ele bastava, mas não se diz não para um deus.

– Vamos ver se você tem força no braço, atire a flecha naquela maçã, vamos ver quem crava mais fundo a flecha- Disse Ártemis se posicionando com suas Caçadoras em volta.

– Tudo bem- Alec se posicionou ao lado da deusa e Sam foi junto, mais interessado nas garotas do que em ajudar Alec com as flechas.

– Quando eu disse já!- Ártemis retesou o arco de prata e Alec fez o mesmo com o seu- Já!

As duas flechas voaram num zumbido, a flecha prateada de Ártemis cravou toda na maçã, fazendo o sumo da fruta escorrer, já a flecha de Alec estava cravada no tronco da árvore próxima.

– Caramba garoto! Que mira péssima!- Ártemis se virou para Alec, falando sério, mas ao mesmo tempo se divertindo ao ver um garoto tão embaraçado.

– Err.. Que eu e meu pai... Não treinamos arco e flecha, sabe? Só espadas e luta corporal... Ele disse que era mais importante pra mim- Alec disse meio atropelando as palavras, pois se sentia muito humilhado ao estar na presença da deusa do arco de prata, virginal em sua presença.

– Entendo. Homens preferem a luta direta, não há problema. Tem um punhal Pequeno?- Ártemis perguntou pendurando o arco em suas costas.

– Tenho. Dois. -Alec respondeu tirando Fúria Negra e Sopro de Vento da cintura e mostrando a deusa.

– Ótimo. Agora vejamos se seu problema é a mira, faça tudo que eu fizer. –A deusa pegou duas flechas e as segurou com a mão direita, atirou uma e depois a outra em direção aos alvos redondos e ambas as flechas cravaram no centro, juntas uma da outra.

Alec imitou a deusa, atirou Fúria Negra e depois Sopro de Vento no seu alvo e ambas as adagas pararam na borda do centro, uma em cada lado.

– Mira você tem. –A deusa disse em tom pensativo- Mas falta algo. Pegue as flechas e atire também.

Alec pegou as flechas e as atirou, todas foram parar longe das adagas e nenhuma fez a curva necessária para atingir o objetivo, Alec se sentiu tão frustrado que pegou a aljava e atirou todas as flechas que ali haviam, apenas uma ficou no meio entre as adagas.

Em sua armadura de couro, Alec suava. De medo da reprovação da deusa Ártemis e pelo sol escaldante, ele sentia como se o sol estivesse cada vez mais perto dele, aquecendo-o em demasia. Era incomodo, mas a deusa Lua não parecia ligar, continuava linda e intocavelmente limpa.

– Na última você conseguiu. Estamos quase lá. Samuel, pegue as flechas do Pequeno- Ártemis disse assim que Gio e Cat foram pegar as flechas de sua senhora.

– Como quiser minha deusa- Sam foi a passos apressados, tropeçou numa pedra perdida e quase caiu, recuperou o equilíbrio e teve que aguentar as risadas ruidosas das caçadoras.

Num geral, todas as deusas são tratadas com respeito, chamadas de “senhora” e todo tipo de gracejo, os Três Grandes também são muito respeitados, mas deuses menores ou até mesmo os mais rudes ou menos queridos, são tratados com mais descaso, como é o exemplo do Sr.D, sempre tratado com menos respeito como se deveria dar ao deus do vinho, filho do deus dos deuses.

– Faça isso repetidamente. Atire quantas flechas seu braço permitir e isso o tornará melhor. Creio que você se saia melhor com armamento mais pesado, como é o caso de suas espadas e adagas. As flechas são leves, precisam de mira, paciência e graciosidade. Não é simplesmente puxar a corda do arco e deixar a flecha voar, é uma arte Pequeno. Você precisa se conectar com a flecha, fazer dela uma extensão de seu poder de alcance, a fazer ir diretamente onde você quer, fazer as curvas que você quiser. Puxar uma adaga e cravar no inimigo é fácil, mas pegar uma flecha e dar força suficiente para ela vencer o vento e atingir o alvo, isso é difícil. Parece vil dizer isso Pequeno, mas Arco e Flecha é uma arte e apenas os mais habilidosos conseguem dominá-la.

Ártemis piscou para Alec e arrumou uma flecha em seu arco, com calma, o garoto apenas analisou a deusa, vendo como ela tinha dedos ágeis e pequenos e então, num borrão, a deusa se virou e soltou a flecha, uma exclamação de surpresa veio do bosque ao lado e de lá saiu um homem tão luminoso quanto a deusa, com uma flecha cravada ao lado esquerdo, bem em cima do coração.

– Minha querida irmã e suas lindas palavras. – Apolo, o deus sol e de tantas outras coisas, disse num tom entediado e tirou a flecha do peito sorrindo, nela, continha icor e Apolo guardou a flecha em sua aljava, ignorando o olhar duro da irmã.

– Meu querido irmão e sua falta de sensitividade. Não sei como pode ser o deus das profecias e não saber que uma flecha estaria sendo atirada para esse lado, nesse momento- Ártemis rebateu no mesmo tom.

Apolo riu fazendo seu cabelo loiro sedoso balançar para os lados, seus olhos azuis estavam brilhando de divertimento e sua veste branca divina parecia deixa-lo mais como uma estátua perfeita, do que como um deus vivo.

– Vim porque soube que você e suas gracinhas estariam aqui. Eu nunca perderia um dia com minhas caçadoras preferidas- Apolo deu uma longa olhada para Gio e Cat, que pareciam envergonhadas e intimidadas ao mesmo tempo ao serem gracejadas por um deus.

– Não flerte com minhas caçadoras!- Ártemis ficou braba.

– Eu sei, a imortalidade pelo voto de castidade e blá blá- Apolo disse revirando os olhos.

– Qual a verdadeira razão de vir para cá Apolo? Descobriu algo sobre as profecias?

– Nem tentei na verdade, o Olimpo não anda muito calmo ultimamente. Agora estão caindo em cima de Hades, acham que ele abriu as Portas da Morte para os monstros saírem em massa- Apolo respondeu e então reparou em Samuel, seu filho.

– Samuel! Como está bonito! Espero que tenha uma cama sobrando no chalé para esta noite, ficarei com vocês- Apolo disse ao abraçar o filho.

– Sério? É claro que temos pai! Meus irmãos ficarão muito felizes em conhecer o senhor!- Sam disse animado em ter o pai tão perto, para Alec era doloroso ver a cena, sabendo que não poderia mais ter essa alegria fraternal.

– É claro. Vou conhecer todo mundo. Avise seus irmãos e Quíron também. Depois dou um alô para o Dionísio- Apolo disse e mandou o filho sair, Sam saiu correndo em direção ao seu chalé para contar a novidade aos irmãos.

Alec ao ver a cena se lembrou do que o oráculo dissera, que poderia trazer os pais novamente a vida e sentiu um aperto no peito, pois a cada segundo que passava apenas sentia mais falta das panquecas do pai e das histórias da mãe.

– E este, quem é? –Apolo perguntou olhando para Alec.

– Alec Stephen, o Grego da profecia- Ártemis respondeu, falando o nome de Alec pela primeira vez.

– Parece fraco demais- Apolo comentou.

– É forte o suficiente- Ártemis contrapôs o irmão, como sempre.

– Prazer- Alec estendeu a mão, mas o deus o puxou para um abraço.

– Prazer garoto. Você tem grandes escolhas pela frente, muitas vão o fazer um herói e outras nem tanto, mas eu vejo em seu futuro. Você sendo o herói de nosso mundo, tão grande e majestoso como Héracles foi um dia- Apolo sorriu para o garoto, um sorriso sincero de quem viu o futuro e gostou do que viu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e blá blá.
Comentem, opinem, deixem uma ideia, uma crítica, um aviso, uma dica, o que quiserem, até música podem deixar no comentário.
De preferência uma recomendação.
Próx cap:
—-
“Math procurou alucinadamente em todo o canto do metrô, inclusive os mais escuros. Mas não achou nada senão poeira e ratos. Ficou tão decepcionado que se sentou no chão escuro do banheiro masculino e ficou ali. Não reparou no tempo que ficou sentado olhando a goteira da pia, mas quando Nicol veio assustada até ali ele reparou que ficara muito tempo se lamentando pela perde de Khopesh, sua única lembrança de um passado que se recusava a aparecer para ele. Tudo antes do Acampamento Meio- Sangue era apenas névoa”.
—-
Bjs bjs até domingo sagrado.