Lily evitava olhar naquela direção, na verdade ela só conseguia olhar para James, com um olhar que, se ele visse, com toda certeza estaria com medo, mas ele estava distraído demais em seu mundo perfeito enquanto dizia "Eu aceito" e falava todo o resto que tinha que ser dito. Quando fora convocada para levar as alianças ao altar, Lily resolveu deixar o ódio para um pouco mais tarde, porém, quando foi deixar o altar para se sentar, encontrou outra vez o olhar de Malfoy, que estava a encarando. Desta vez felizmente ela iria sentar, não era certo que sua pernas aguentariam a pressão e ela provavelmente desabaria ali mesmo e se afogaria em lágrimas. "Não." Ela pensou. "Já se passaram seis anos Lily, já foi, ele não tem mais esse poder, não tem motivo para você sofrer só de olhar ele."

Só que Lily não tinha enfrentado aquilo de maneira normal. Ela havia fugido ao invés de sofrer tudo que deveria sofrer e esquecer aquilo. A última vez em que ela havia visto Scorpius, fora na tarde em que ela o encontrou junto com Rose na mansão Malfoy, na mesma tarde em que ela descobriu estar sendo traída. Agora fora hora dos olhos de Lily a traírem, e uma lágrima rolou por seu rosto. Ela sorriu, o casamento estava no fim e por sorte, quem tivesse visto, pensaria que ela chorava pela emoção de ver o casamento do irmão. Lais e James se beijaram, o casamento foi anunciado como finalizado e agora era hora da festa. A noiva sorria como nunca em sua vida e James ainda parecia um bobão olhando para ela. Lily enxugou a lágrima que caíra e avançou na direção do irmão.

–Eu já te devolvo ele, Lais. -Disse enquanto pegava o braço de James e saia o arrastando pelo salão, fazendo isso até alcançarem a cozinha d'A toca. -Como você teve coragem de fazer isso? Por que você convidou ele? Por que você me convidou? Você podia ao menos ter avisado! Você...você não tinha o direito de não me avisar sobre isso, eu...eu te odeio. -Ela gritava, mesmo que torcendo para que ninguém estivesse a ouvindo e estapeava James em qualquer lugar enquanto descontava sua raiva nele. James permaneceu quieto, se deixando apanhar e quando Lily cansou e se sentou, ele parecia sem reação. -Você devia ter me avisado. -Ela repetiu derrotada, como se tivesse acabado de perder uma luta interna.

–Lily, eu sinto muito. Sei que era minha obrigação te avisar mas é que se eu fizesse isso, você não viria e, sei que é egoísmo, mas você esteve no casamento do Alvo, queria que estivesse no meu também!

–Por que convidou ele? Isso...isso não faz sentido. -Neste momento Alvo, Harry e Gina chegaram a cozinha, bem a tempo de ouvirem a pergunta da ruiva e suspirarem em conjunto. James exitou.

–Ele...ele e Rose...bem...eles estão casados, há três anos.

–Eles, eles o quê? -Lily parecia ter sido atingida na cabeça por um piano, ela estava desnorteada.

–Achamos melhor que ninguém falasse nada para você, eles chegaram a enviar um convite para você, pelo peso do envelope especulamos que tinha um pedido de desculpa junto, mas achamos melhor você não saber de nada. -Gina disse enquanto se adiantava para sentar perto da filha.

–Eu...uau. Como vocês aceitaram ele na família, depois de tudo que ele fez como, como vocês puderam? -As lágrimas queriam desesperadamente vir a tona, mas Lily era orgulhosa demais para permitir que isso acontecesse. "Depois" ela ordenou a si mesma "Agora não é o momento certo."

–Querida, só nós sabíamos disso, você nos fez prometer não contar para ninguém, nós não aceitamos. Ronald no começo foi contra, porém ele acabou dando o braço a torcer e bem... não poderíamos fazer nada. -Agora era Harry quem se explicava, pelo bem próprio, Alvo se mantinha calado, mas algo dizia a Lily que ele sempre soube.

–Certo, tudo bem, é isso, está tudo perfeitamente bem. Eu não ligo, eu superei isso, fazem seis anos não é? -Ela riu nervosa. -Vamos voltar para a festa. -Ela forçou um sorriso e foi amparada pela mãe com um abraço, que em seguida fora de volta para a tenda acompanhada do marido e dos outros filhos.

***

–Aaah, eu ficaria imensamente grata se vocês parassem de tremer! -Lily disse para sua mãos enquanto as lavava no banheiro d'A toca. Ela tinha ido para lá apenas para se encarar no espelho e afirmar para seu reflexo que ela poderia fazer coisas melhores do que chorar por Scorpius, até agora estava funcionando. -Você vai lá e vai mostrar para quem quiser ver como você é madura, decidida, e está perfeitamente bem. Entendeu? -Ela falou outra vez para o reflexo e balançou a cabeça em negativa. -Eu estou ficando louca. -Resmungou enquanto deixava a casa para voltar para a tenda, onde ocorria a festa.

Assim que pisou no local, aproveitou um garçom que passava e pegou uma taça de vinho, apesar de que preferia uma garrafa inteira de firewhisky. A parte boa fora que Lily reviu vários primos e tios que não via há tempos e isso acabou mostrando o quanto ela sentia falta disso tudo. Algumas taças de vinho mais tarde, Lily ao menos se lembrava quem era Scorpius ou Rose. Ela dançava no ritmo da música no meio da pista junto a Mellody e Hugo, gargalhando horrores do mau jeito do primo.

–Eu vou buscar mais um pouco de vinho. -Ela disse, um pouco embolado devido ao fato de já estar embriagada. Assim que deixou a pista, uma música lenta começou a tocar e Lily agradeceu a Merlin por ter saído de lá a tempo. A ruiva caminhou até um mini-bar que estava por ali e começou a se servir com um tanto exagerado de vinho. Assim que se virou para voltar a pista, ela deu de cara com alguém e quase derrubou todo o líquido em si mesma.

–Wow, acho que preciso beber menos, eu sin...-Só então ela percebeu em quem havia esbarrado, ela interrompeu sua fala e fechou a cara. -Com licença. -Disse tentando passar mas fora impedida por Scorpius, já falei que Rose estava a seu lado?

–Podemos, por favor, conversar? -Scorpius tentou, Lily soltou seu braço das mãos dele e quando estava prestes a falar fora interrompida.

–Lily...eu estou tão feliz em te ver, eu...senti sua falta. -Rose disse com um sorriso fraco, mas sincero no rosto. Lily fez uma careta.

–É uma pena não poder dizer o mesmo, agora, se me dão licença.. -Ela repetiu e tentou sair novamente.

–Lils, por favor.

Ela se virou com sangue nos olhos. -Não me chame de Lils, Malfoy. Você não tem esse direito. E não, eu não estou afim de conversar, não tenho álcool o suficiente para fazer isto. Mas meus parabéns pelo casamento de vocês dois e Oh, Rose. vejo que está grávida! Parabéns por isso também, agora me deem licença, preciso vomitar. -As palavras saíram ácidas da boca de Lily e ela começou a caminhar na direção da pista, que havia voltado para as músicas agitadas.

–Lily, só...tente escutar, eu prometo que não iremos tomar muito de seu tempo. -A súplica de Rose saiu quase em tom de choro, Lily freou seus pés e revirou seus olhos, pensando bem, até que poderia ser divertido. Ela se virou para encarar o casalzinho feliz, com uma sobrancelha erguida.

–Certo, vocês tem três minutos. Tic tac. -Ela disse com um sorriso no rosto enquanto fingia checar um relógio no pulso.

–Oras Lily, você tem três anos de idade? Largue de ser cabeça dura, vamos nos sentar e conversar. -Scorpius disse e o sorriso de Lily se dissolveu ao perceber que fora chamada de imatura, sua boca estava prestes a espumar e seus olhos estavam quase negros de raiva. Ela levantou o indicador para apontar o loiro e quando estava prestes a falar, fora interrompida por um grito ali perto.

–MAMÃE! -ele disse e correu até ela, a abraçando. Por sorte ele não tinha pulado em seu colo, o álcool e o salto poderiam ter causado uma queda feia.

–Querido, eu estava conversando...onde está sua tia Alice?

–Ela tá passando mal mamãe. -O garoto fez uma careta. -Tio Alvo está com ela e eu aproveitei para fugir. Estava com saudades e tô com sono. -Ele disse bocejando. Só então Lily percebeu que já eram quase meia noite.

Um pigarreio fez a ruiva se lembrar que haviam mais pessoas ali. Scorpius e Rose pareciam ter entrado em choque ao ouvir o garotinho chamando Lily de mãe.

–Oh, olá. -Lucca fora mais rápido que Lily e olhou para os dois com um sorriso. -Eu sou Luc...

Lily colocou a mão na boca de Lucca para o calar e o olhou com reprovação enquanto o pegava no colo.

–Você...você tem um filho? -Scorpius encarava o garoto como se tivesse acabado de descobrir um espécime raro, com uma admiração tão grande que incomodou Lily.

–Não que seja da sua conta, mas sim, tenho. E olhe só! Sua esposa está grávida, então preste bem atenção Malfoy. -Ela parou nessa parte para colocar Lucca de volta ao chão e o mandar se despedir dos avós, pois eles já estavam indo. -Fique bem longe do meu filho. Vocês dois e, de preferência, bem longe de mim também. Se vocês se aproximarem de Lucca. -Ela deu uma risada seca. -Vamos apenas dizer que é melhor ficarem longe. Passar bem.

A ameaça parecia boa, porém ela estava bêbada então não podia dizer se eles haviam levado a sério, de qualquer maneira era bom terem levado, os anos passado no vilarejo a ensinaram a usar magia sem varinha, e ela poderia os torturar sem intromissão do ministério. A parte diabólica do cérebro da ruiva trabalhava nisso, mas a parte sensata estava com medo. E se Scorpius descobrisse ser o pai de Lucca e quisesse ficar com a criança, nem que fosse alguns dias na semana. Ou pior, e se ele descobrisse e levasse o garoto para conviver com seu futuro meio irmão? Ou pior ainda, e se ele reivindicasse seus direitos de pai e pegasse o garoto definitivamente, a ruiva não iria poder fazer nada já que fora exatamente o que ela fizera. Aquilo era demais para Lily. Seu cérebro estava a todo o vapor durante todo o caminho ao caldeirão furado. Assim que chegaram e tomaram posse de um dos quartos, Lucca caiu no sono, e Lily se permitiu chorar.

***

–Scorpius, Scorps? Querido, eu estou falando com você! -Rose balançava as mãos na frente do rosto do marido tentando chamar sua atenção. -Onde é que você estava?

O loiro a encarou com uma cara de quem havia acado de acordar. -Perdão é só que eu.... aquele garotinho, não consigo parar de pensar nele. -Disse meio pensativo bebendo um gole de sua bebida. -Mas o que é que você estava falando? -Indagou voltando a atenção para sua mulher.

–Não é nada demais, deixe pra lá. Mas o que foi que te intrigou tanto naquele menino? -Rose não precisava de resposta. Ela sabia exatamente o que aquele garoto tinha que havia prendido tanto a atenção de seu marido.

Lucca era simplesmente igual a Scorpius. A semelhança entre ambos era quase assustadora. Rose também ficara assustada ao ver a criança, era como se ela estivesse vendo fotos de quando Scorpius era uma criança e isso a deixara intrigada. O atual problema era que Scorpius aparentemente também havia percebido isso, e ela estava com ciúmes. Ela não deveria ficar com ciúmes de uma criança mas ele era tão parecido com seu marido e Rose estivesse chutando a idade certa do garoto....Não, o destino não pregaria uma peça desta contra o casal. Rose havia descoberto recentemente estar grávida ela e Scorpius não poderiam estar mais felizes, aquilo com certeza não passava de uma besteira, uma ilusão criada pelas luzes piscantes.

–Rose? -Scorpius a encarava sorrindo, agora fora a sua vez de devanear.

–Sinto muito. Querido, eu estou cansada, podemos ir para a casa? -A ruiva perguntou com um sorriso.

–Claro, vamos apenas nos despedir. -O loiro sugeriu e em seguida eles se levantaram para poderem ir embora.

***

Lily dormiu abraçada a Lucca. Ela acordou com um barulho vindo do quarto ao lado e uma terrível dor de cabeça. Com o devido cuidado para não acordar o garoto, a ruiva deixou a cama e desceu para a entrada do pub.

–Bom dia tia Anna. -Ela disse assim que viu a mulher limpando algumas mesas.

–Olá Lily! -Disse ela animada. -Que cara é essa criança? Parece que bebeu suco de abóbora estragado!

–Minha cabeça parece que vai explodir. -Lily resmungou enquanto sentava em uma das mesas.

–Bem que eu vi que ontem vocês estava exagerando um bocado naquele vinho. Tsctsc. Sorte a sua que eu acho que tenho a solução! -A mulher comentou feliz e sumiu por trás da bancada, aparecendo minutos mais tarde. -Tome este chá. -Ela disse empurrando uma caneca para a ruiva. -Hoje cedo quando fui até um beco tinha um rapaz distribuindo alguns tipos de ervas... amostra grátis, ele disse. Fiquei sabendo que ele irá abrir uma loja especializada e quer ganhar fregueses, como eu não sou boba nem nada, peguei algumas para experimentar. Agora vá, beba e me diga se resolve.

Lily encarava a mulher boquiaberta. -Como...como era esse rapaz? -Perguntou levando o chá aos lábios. Anna pareceu pensar por um momento.

–Bem... ele era alto, tinha os cabelos um pouco grandes e negros, não me lembro muito bem, mas sei que ele está hospedado aqui, ontem a tarde ele chegou pouco após você aparecer...

–Tia, eu já volto, você pode dar uma olhada em Lucca para mim? Se ele acordar diga que eu já venho, Obrigada. -A ruiva pulou da cadeira e saiu em disparada para os fundos do pub onde se encontrava a entrada para o beco.

Após tocar nos tijolos avermelhados e a passagem se abrir, Lily entrou pelo local parecendo uma louca, ainda de pijamas e um pouco descabelada enquanto varria os olhos pelo local. Ela ao menos se lembrava da ressaca, apenas andava entre a multidão de pessoas ignorando os olhares que a julgavam. finalmente ela achou o que procurava. Uma pequena barraquinha estava montada em frente a uma loja que continha uma grande placa indicando um "em breve". O garoto na "parte de dentro" da barraca conversava com uma senhora enquanto lhe mostrava algumas ervas. Lily observou de braços cruzados por um bom tempo até que a velha bruxa fosse embora dali, Nicolas se abaixou para pegar alguma coisa e foi então que Lily se aproximou, ainda de braços cruzados e com aquele olhar assustador dela.

Nick se ergueu calmamente com um sorriso no rosto. -Bom Di...Lily?

–Que merda você está fazendo aqui? Quando foi que você chegou? Porque não me avisou nada? -A ruiva disparou assim que o garoto disse seu nome e este pareceu estar sem reação.

–Você tá de pijamas? -Ele disse após alguns segundos sem reação.

–Ah cala a boca! Me responde logo! -Ela disse batendo o pé, Nicolas riu.

–Escuta, meu estoque já está acabando, troque de roupa e me encontre naquele...como é o nome? Caldeirão furado. Isso, estou hospedado lá, juro que te explico tudo.

–Você tem trinta minutos, se demorar um segundo a mais do que isso, não irá me ver. -Disse e saiu feito um furacão do lugar.

***

Ao retornar para o caldeirão furado, Lily pode ver Lucca sentado em uma das mesas brincando com suas panquecas e sorriu, se aproximando do garoto silenciosamente e o agarrando por trás, provocando um grito assustado no loirinho e risadas na ruiva.

–Bom dia meu amor. -Lily disse ainda rindo e puxando uma cadeira para se sentar.

–Não teve graça. -Lucca resmungou emburrado fazendo Lily rir mais.

–Aqui está seu suco. -Disse Anna aparecendo e colocando um copo na frente do garoto. -Lily, como foi que você não me contou que tinha um filho? -Ela perguntou indignada virando o olhar para a ruiva, Lily sorriu sem jeito.

–Digamos que não tive a oportunidade...

–Quem é o pai?

Lily congelou. Algo a dizia que está não seria a última vez que ouviria essa pergunta. -Então. -Ela disse sorrindo "pensa rápido, pensa rápido" disse para si mesma. -Sabe... sabe o garoto que você me disse, que chegou aqui ontem e encontrou ele hoje de manhã. O que vai abrir uma loja no beco? -A ruiva simplesmente não acreditava que estava fazendo aquilo. Aquele plano tinha tudo para dar errado, mas ela não tinha para onde correr. -Então, é ele. -Por sorte Lucca estava distraído com as panquecas e o suco para contradizer a mãe, Lily quase podia sentir as engrenagens girando enquanto pensava no que faria, Anna pareceu surpresa e Lily se forçou a manter o sorriso.

–Então foi por isso que você saiu como um furacão quando eu te disse?

–Exatamente! -Lily se apressou. -Nós brigamos pouco antes de eu resolver vir para o casamento, a briga foi feia e eu acabei vindo para ficar, só que ele veio atrás de mim. Ele não é um fofo? Iremos conversar assim que ele voltar.

–Oh, isso é tão romântico. Espero que se resolvam. E ah, Lily... seu pai ligou e pediu para avisar que hoje terá um almoço n'A toca, algo para a família para celebrar a despedida de James e Laís e todos fazem questão de sua presença.

–Estarei lá. -O sorriso permanecia no rosto da ruiva, mas ela podia se sentir desmoronando por dentro. Por que diabos ela não fugiu enquanto teve tempo?
***

Lily andava de um lado para o outro no quarto. Lucca estava no andar debaixo ajudando Anna com as coisas do pub porque havia achado tudo aquilo divertido demais e Lily não estava com cabeça para dizer não ao garoto. A ruiva checava o relógio de pulso de trinta em trinta segundos e assim que as meia hora que ela havia dado para Nick se completaram, ela desceu para o bar.

–Lily! Eu já ia subir para te perguntar, Lucca pode ir até o beco comigo? Tenho que ir lá comprar algumas coisas e o garoto não para de insistir, ele é um amor.

–Claro, aproveitem. -Lily disse e caminhou até uma das mesas. Mal Anna e Lucca haviam saído quando Nick entrou. Lily levantou ansiosa e indicou com a cabeça para o que o moreno a seguisse enquanto ela voltava para o quarto.

–Fecha a porta. -Ela disse assim que ele entrou no quarto e voltou a andar de um lado para o outro.

–Lily, eu... nossa, não pensei que fosse te encontrar tão fácil, foi você quem me encontrou na verdade. Mas é que ontem... depois que eu fui no hospital dizer que você teve que se mudar as pressas eu percebi que eu não poderia.... ficar longe de vocês, sabe, do Lucca e de você, vocês se tornaram..

–Nick! -Lily disse interrompendo a fala do garoto e a própria caminhada. -Você aceita ser meu marido?

Nick ficou sem reação, parou boquiaberto enquanto encarava a ruiva, Lily nunca pareceu tão nervoso.

–Digo, não literalmente, quer dizer, literalmente mas sem ser literalmente, entende? -A ruiva se sentou na cama frustrada. -Anna me perguntou agora há pouco quem era o pai do Lucca, eu fiquei desesperada, não sabia o que fazer, você foi a primeira pessoa a vir na minha cabeça e então eu falei que era você. Você se lembra quando eu te disse o porque de eu ter ido com o Alvo?

Nick ainda tentava assimilar tudo mas assentiu confirmando. -Porque você encontrou seu namorado e sua prima juntos, ou algo assim.

–É, foi isso. E meu namorado, ex, é o pai do Lucca, e ontem eu descobri que ele e minha prima casaram, e ela está grávida. Eu não sei o que fazer Nick. -A ruiva estava a beira das lágrimas. Nick balançou a cabeça em negativa e se sentou ao lado de Lily, a abraçando. -Está tudo bem senhora Mason, tudo vai dar certo. -Nick não pode deixar de sorrir ao proferir "senhora Mason" mesmo que de mentira ele teria a Lily para ele nem que fosse por pouco tempo. -Mas o que faremos com Lucca? Você sempre disse que o pai dele havia morrido.. -Lily ergueu a cabeça, as lágrima rolavam por seu rosto mas um sorriso fraco se formou em seu rosto.

–Nós vamos jogar um jogo. -Ela disse retribuindo o abraço do moreno.