Because of You escrita por Lia Galvão


Capítulo 3
Um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu espero mesmo que vocês gostem desse capítulo porque, até agora, ele foi um dos que mais me deram trabalho e é também o meu preferido :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/475746/chapter/3

4 meses depois

–Acho que vou explodir. -Lily resmungou enquanto soltava o pote de doce na mesa de cabeceira e o pegava logo em seguida, enchendo a colher e levando tudo aos lábios. -Se um gigante jogador de basquete me ver andando por aí, de certo ele me agarraria e começaria a me quicar feliz da vida, afinal, eu sou ou não uma bola ambulante de cabelos laranjas?! -Suspirou pesadamente e largou o pote outra vez, se deitando na cama e levando alguns vários minutos para encontrar uma posição confortável.

Assim que fechou os olhos pronta para entrar em "coma" novamente, a porta do quarto se escancarou, assim, do nada, sem uma batida antes ou uma saudação informando sua entrada, ele simplesmente entrou fazendo Lily se virar na cama com a certeza de que demoraria mais 15 minutos para se ajustar novamente de maneira agradável para o seu cochilo.

–Ah, claro Alvo, você pode entrar, sem problemas, não ..pera, você não pediu para entrar. -Disse carrancuda e começou a se mexer na cama em busca da felicidade.

–Li, hm, sinto muito, é que... bem, eu realmente preciso falar com você.

Lily se virou para encará-lo, Alvo estava para baixo e com o olhar triste. Ela suspirou e impediu que o "Claro, e isso te impede de bater na porta, e olha que engraçado, eu realmente preciso de dormir" saísse de sua boca e com um segundo suspiro se sentou na cama e chamou o irmão para se aproximar.

–Tudo bem, o que foi? -Perguntou feliz assim que viu o pote de doce ao seu lado. Alvo se sentou na ponta da cama e passava a mão compulsivamente pelos cabelos a procura de palavras. -Al, por favor, eu estou desmaiando de sono, pode se adiantar?

–Bem.. -Ela não vai poder me agredir com uma grande bola de basquete grudada na barriga certo? Certo. -Bem... -falou novamente fazendo com que Lily revirasse os olhos. - É sobre Alice. -Disse por fim e se afastou disfarçadamente dos pés da irmã. - Eu não sei o que fazer. -suspirou.

–Fazer tipo o quê? Em relação a o quê? E por quê? Qual é Alvo, Você só falou com a garota uma vez, nem sabe para qual time de quadribol ela torce.

–Lakers. -Ele sorriu bobamente.-Na verdade ela curte mais basquete do que quadribol. - Acrescentou e ao se virar para a irmã viu a besteira que havia feito. -Quero dizer, me deixe explicar. -Ele suspirou e fez a esperteza de se levantar da cama e se afastar.-Inicialmente, faz uma coisa em relação ao casamento porque eu havia prometido a ela que o faria em nossa primeira conversa, lembra? -Lily assentiu dando ao moreno coragem para continuar. - Bem, o aniversário de 16 anos dela é amanhã, e o casamento daqui uma semana e até hoje eu não pensei em nada para fazer para poder impedir que ela se case, e o pior. -Alvo se adiantou assim que Lily abriu a boca. -É que eu acho que estou apaixonado por ela, na verdade, acho não, tenho certeza.

O queixo de Lily caiu, ela encarava o irmão perplexa e coisas como "Que mané apaixonado, já disse que essa história de amor não existe!" passavam pela sua cabeça.

–Um troca de olhares e pronto, fudeu. -Disse entupindo a boca de doce, mas ela sabia que não fora apenas uma troca de olhares. -Caramba sapo! -Lily só se dirigia ao irmão assim quando estava realmente furiosa. A origem do apelido?

A) Todas as garotas de Hogwarts o chamavam de príncipe e

B)Há alguns anos a ruiva havia achado uma cartade sua mãe para seu pai que dizia algo como "seus olhos verdes como sapinhos cozidos...", como os olhos de Alvo eram os únicos iguais aos do pai, bem...você sabe. -Você só falou com a garota uma vez. UMA VEZ!

– Certo, Lily não era boba, estava apenas se fingindo de. O lance dos Lakers desvendeu o motivo de Alvo acordar sempre feliz e sorridente depois de uma noite na biblioteca. Ele não estava na biblioteca. -A não ser que não tenha sido apenas uma vez. -Não era uma uma acusação, era uma afirmação, uma afirmação dita com tanta certeza que fez Alvo tremer.

–Bem, na verdade, não. -Alvo já estava encostado na porta, com a mão na maçaneta, pronto para fugir. -Digamos que eu tenho a visto regularmente todas as noites desde então...

–QUE É QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? -Lily gritou histérica e em seguida respirou fundo contando até 10...50. O médico havia dito que se estressar poderia fazer mal ao bebê. -Alvo, você tinha me prometido que não voltaria a falar com essa garota, para o bem de sua pesquisa e bom...para o meu bem! -Lily suspirou. -Ela é proíbida de nos ver Alvo, não faz nenhuma refeição com a família desde que chegamos aqui, namorar com você deve ser um crime bem próximo do uso de avada kedavra, talvez pior.

–Lily, me escuta. -Ele se aproximava da cama novamente. -Eu sei que você está preocupada com o fato de eles nos mandarem de volta para a Inglaterra e tudo bem, eu entendo. Mas que fique claro que eu só saio daqui com a Alice, sei que ela também gosta de mim, e quanto a você, se isso acontecer, eu juro que arrumo um lugar para você ficar, e até te banc, você nem vai precisar trabalhar, eu dou um jeito, juro, você nunca mais vai precisar dar as caras na Inglaterra. -Ele parou e respirou fundo. -Sei que por trás desse escudo que você criou ainda existe aquela Lily que acredita em finais felizes, e é para ela que eu estou pedindo ajuda.

–Comovida. -Lily suspirou e ao ver que seu doce havia acabado fez bico. -Preciso conhecê-la antes de pensar em qualquer coisa. -Disse se recuperando da tristeza e encarando Alvo.

***

Lily encarou o relógio na mesa de cabeceira do quarto e percebendo que já eram 23:00, hora em que Alvo normalmente se encontrava com Alice, se levantou da cama e foi em direção a porta.

–Já vamos? -O moreno perguntou fazendo Lily frear e se virar para ele com as sobrancelhas arqueadas.

–Você, vai pro seu quarto, tomar o seu banho, deitar na sua cama e dormir. Eu vou conversar com Alice. -Assim que Alvo abriu a boca para protestar a ruiva acrescentou em um tom autoritário. -Eu disse que EU vou conversar com Alice. -Encarou Alvo por mais alguns poucos segundos apenas para ter certeza de que não precisaria repetir e rumou para os jardins.

Vivendo na casa já há alguns meses, Lily não encontrou dificuldades para chegar aos jardins, porém encontrou dificuldade para encontrar Alice, coisa que foi facilmente superada assim que Lily começou a chutar as folhas secas no chão e fazer mais barulho, fazendo com que, há algumas árvores de distância, Alice se pronunciasse.

–Alvo? -Ela perguntou com a voz esperançosa. -Estou aqui.

–Humhum. -Lily resmungou enquanto se aproximava. -Se me permite dizer uma atitude nada esperta senhorita Ceolin. Sabe, se eu fosse seu pai, chegasse aqui e ouvisse você chamar pelo nome de Alvo com uma voz tão ... doce, eu iria tomar conclusões precipitadas e em menos de meio minuto esse tal de Alvo já estaria a meio caminho do lugar de onde veio. -Assim que chegou ao local onde a garota estava sentada Lily percebeu que ela havia congelado devido ao susto. -Por favor, não me leve a mal, apenas tente algo menos provável como "Quem está aí" da próxima vez, claro. -Lily sorriu. -Se houver uma próxima vez.

–V-você é a irmã dele não é? Por favor não diga nada a meu pai, é só que...não é que eu o veja toda noite ou coisa assim... -Lily levantou a palma da mão indicando para que ela parasse e se sentou com dificuldade na grama.

–Sem mentiras, ele já me contou tudo.

–Tudo? -Ela perguntou um pouco histérica e Lily a olhou cautelosamente.

–A parte em que vocês se veem toda noite desde que nos mudamos para cá, sim. Por quê? Tem algo a mais que eu deveria saber?

–Não! -Alice respondeu...rápido de mais. -Quero dizer, não, nós só...só conversamos.

–Olha eu tô aqui para ajudar, mas posso fingir que não sei de nada e deixar você se casar se eu não souber tudo que aconteceu entre vocês dois.

–Ajudar? Você...sem querer ser rude mas...por que veio até aqui?

–Porque Alvo fez uma promessa que não podia cumprir, e então ele pediu a minha ajuda. -Lily disse sorrindo. -Mas como eu já disse, só irei ajudar se souber tudo que aconteceu entre vocês, e acho que sua reação assustada é o suficiente para eu saber que não foram só conversas.

Alice pigarreou, olhou para o lado e cutucou uma cuticula enquanto esperava Lily desaparecer, mas isso obviamente não aconteceu. Ela suspirou e encarou Lily para logo em seguida volta a se concentrar na cuticula. -Nós nos beijamos. -Ela disse tão baixo que Lily se surpreendeu por ter entendido de primeira.

–E....? -A ruiva perguntou sugestivamente

–E só. -Ela disse voltando a encarar Lily. -Não que foi só uma vez, mas foi só isso que aconteceu!

–E..... você gosta dele? -Lily perguntou reprimindo uma risada assim que Alice pensou que essa seria a pergunta anterior e corou absurdamente por ter se exposto.

–É... - ela pigarreou. -Você vai me chamar de tola, falar que estou vivendo um romancezinho adolescente e outras coisas, mas sim. -Ela suspirou. -Eu gosto dele.

–Não vejo motivos nenhum para que eu diga isso. Sabe, não é algo que eu diga propositalmente quando sei que o sentimento dele por você é recíproco e talvez, quem sabe, um pouco mais profundo.

O rosto de Alice se iluminou e encarou Lily cheia de esperança na voz. -Você está dizendo que ele também gosta de mim?

Lily riu. -Eu estou dizendo que ele te ama. Agora eu preciso saber de absolutamente tudo para traçar um plano bom o suficiente para mandar esse tal de Rupert para marte.

1 semana depois

–Tem certeza que é ele? -Lily e Emily estavam escondidas em um beco enquanto Rupert Craig, noivo de Alice Ceolin, caminhava da porta de sua casa até seu carro. Carro este que o levaria para os últimos ajustes no terno que ele usaria daqui a poucas horas em seu casamento, ou quase isso.

–Lily! -Emily exclamou ofendida. -Acho que eu sei perfeitamente quem é o caro pelo qual sou apaixonada há anos. -Resmungou fazendo Lily rir.

–Ok, certo, me perdoe. Vá logo, Susana está me esperando na loja dos Mason, e lembre-se, é para um bem maior, todos ficarão contentes com isso.

Emily fez uma careta concordando e deixou o beco na direção em que o carro de Rupert estava.

–Hey! Calma aí moço, para quê tanta pressa? -Ela disse sorrindo e correu até Rupert lhe dando um abraço forte.

–Emmy! -Ele sorria mas seu tom de voz era quase melancólico. -Eu tava...você sabe, casamento, terno e essas coisas todas. -Ele fez uma careta.

–Ah, verdade, hoje é o grande dia. -Emily balançou as mãos fingindo excitação o que fez com que Rupert entortasse os lábios.

–Você disse que entendia Emmy, falou que estava tudo bem. -Ele suspirou e se sentou na escadinha da varanda.

–Eu entendo Rup. -Ela disse assumindo o mesmo tom melancólico e fechou os olhos enquanto se obrigava a focar no plano. A loira pigarreou e mexeu nervosamente no cabelo. -Não, na verdade eu não entendo. -Ele disse determinada as palavras que havia ensaiado com Lily nos últimos dias e Rupert a encarou quase como se sentisse dor, Emily evitou encará-lo nos olhos. -Você vai desistir de tudo que conseguimos para se casar com a minha irmã, porque você sabe que exatamente isso que eu penso de Alice, ela é minha irmã. E o pior de tudo, contra a vontade dela. -Esquece o script, esquece o plano, agora ela falava exatamente o que sentia. -E você pode me dizer o por que disso, Rupert?

Ele não olhava mais para ela, agora encarava o chão enquanto chutava algo realmente interessante no asfalto. -Meus pais e o senhor Ceolin, por isso que eu vou me casar com Alice, meus pais me pediram e fizeram um trato com o senhor Ceolin, você sabe perf..

–NÃO! -Emily gritou interrompendo o que ele falava , o que visivelmente o assustou o suficiente para encará-la. O rosto da loira estava vermelho e ela segurava as lágrimas com muita difuculdade. -Seus pais não conseguem te obrigar nem a lavar as vasilhas quem dirá te obrigar a casar, eu vou te dizer porque você vai se casar Alice, Rupert. -Raiva, angústia, medo, Emily se perguntava se era saudável uma pessoa sentir tantas emoções de uma vez só. -Você vai se casar com ela porque você é egoísta e ambicioso. Nunca se contentou em ser apenas você, tinha que ser O Rupert, caso contrário não era suficiente. Você só enxerga seu próprio umbigo esse é o seu problema, mas tudo bem. -Emily parou e respirou fundo recobrando a calma. -Perdoe-me tê-lo atrapalhado, acho que já te atrasei demais e eu tenho que ajudar sua noiva e os preparativos finais do casamento, com licença senhor Craig. -Emily se virou mas Rupert segurou sua mão antes que ela fosse.

–Você me chamou de quê?

–Senhor Craig. -Emily o encarou com um tipo de fúria nos olhos. -É isso que você quer, não é? -Rupert pareceu perdido por um momento, como se pensasse na resposta, Emily bufou e se soltou dele começando a andar.

–Não. -Ela ouviu a voz dele mas isso apenas fez com que ela acelerasse o passo, ele seguiu o ritmo e a puxou pelo braço, em um movimento rápido Emily estava de frente para Rupert e ele a prendia pela cintura. -Não, ele repetiu, eu quero você. -Ele sorriu e a beijou.

Lily vinha dobrando a esquina com a senhora Ceolin e alguns elfos, Lily se queixava da criança que parecia não querer nascer e Susana se divertia enquanto falava que o pequeno ainda teria muitos dias até sair dali. A cena que Lily viu assim que elas alcançaram a outra ruiva fez a ruiva querer gritar de alegria, porém ela se segurou e o que saiu foi um ganido assustado. Susana não pareceu notar até que estivessem alguns passos mais perto e assim que os alcançou Susana soltou um pigarro que foi o suficiente para que eles se separassem ela suspirou e olhou para os dois.

–Emily, creio que estejam precisando de você na mansão, seria muito inc..

–Não, não senhora. -Lily não sabia se Emily corou ou se ela já estava vermelha, só sabe que a loira saiu correndo em uma velocidade que ela não conseguia acreditar que um ser humano alcançava.

–Rupert. -Susana tornou a falar e suspirou novamente. -Eu deveria saber não é mesmo? Deveria ter percebido o brilho no olhar de Emily sempre que alguém falava sobre você. -Outro suspiro. -Vá para sua casa e aproveite sua liberdade, o casamento acabou. -Ela sorriu amigavelmente para Rupert e continuou sua caminhada.

–Hum, senhora Ceolin? -Lily estava assustada com a calma dela.

–Susana. -Ela corrigiu.

–Hm, certo, Susana... não seria meio, constrangedor cancelar o casamento, no dia do casamento? -Lily disse receosa e Susana tornou a suspirar.

–Não tenho ideia do que falarei para Digory.

–Susana, e se tivesse um jeito, e se o casamento não precisasse ser cancelado?

***

–Eu espero que isso dê certo. -Susana disse por fim. Elas haviam acabado de entrar na mansão e Lily explicou todo o plano durante caminho recebendo uma resposta somente agora.

–Eu também. -Ela sorriu receosa.

–O que você está fazendo com esse arranjo? Não, não, nos jardins, jardins, santo Merlim! Susana gritou e saiu pela casa dando ordens sobre onde as coisas deveriam estar. Lily riu e subiu as escadas o mais rápido que sua barriga permitiu -o que significa que ela levou quase cinco minutos para alcançar o segundo andar- e foi para o quarto de seu irmão. Ela estava animada mas assim que cruzou a porta se sentiu levemente irritada.

–O amor da sua vida vai se casar daqui a - ela checou o relógio - quatro horas e você fica embrulhado na cama em posição fetal? -Ela xingou enquanto puxava o edredom.

–Me deixe aqui, quero morrer dormindo.

–Você quer morrer? É isso? Ok, feche os olhos. - A ruiva disse enquanto sacava a varinha. -Usarei minhas habilidades dramáticas para contar a mamãe como foi trágica sua morte.

–Hey, alto lá, não tô pedindo pra me matar, vou esperar que a morte venha e me acolha como um velho amigo.

Lily revirou os olhos. -Sua crença em mim me comove, mas você que sabe, já que quer morrer creio que não preciso te contar as novidades, melhor para mim, eu realmente preciso dor.. -Alvo estava sentado na cama como um cachorrinho que esperava por um petisco, seus olhos verdes brilhavam esperançosos enquanto ele a encarava. Lily suspirou. -Vá arrumar um terno, você tem um casamento para ir. -Alvo murchou. -Já mencionei que você é o noivo? -Ela sorriu e deixou o quarto.

***

–Lily acorda! -Alvo resmungou. -Você tem que se arrumar! Já está quase na hora e -ele parou segurando um pedaço de pano azul marinho. -Estou tendo problemas com a gravata. -Lily o encarou, piscou duas vezes e voltou a fechar os olhos. -Ah Lily, qual é! Vamos lá, me ajuda, você me ajudou até aqui e agora vai me largar, eu estou prestes a entrar em pânico.

–O que uma mulher grávida tem que fazer para conseguir dormir um pouco por aqui? -Lily disse sonolenta se sentando com a ajuda de Alvo. Ele ergueu a gravata em resposta e ela rolou os olhos.

–Vem cá. Você é uma vergonha, que homem em pleno século XXI não sabe dar o nó na própria gravata? Pronto. Posso dormir agora?

–Claro que não! Você tem meia hora para se arrumar, rápido, não mandei ficar dormindo a tarde toda.

–Você sabe que mamãe vai te matar não é? Essa história de casamento, ela não estar aqui.. -Lily brincou enquanto se direcionava para o banheiro.

***

Alvo estava parado no altar e Lily estava ao seu lado, os convidados pareciam surpresos mas pelo fato do noivo ser o “estrangeiro” e não pela troca de noivos, o resto do vilarejo ainda não sabia o nome do verdadeiro noivo pelo motivo de que Alice poderia ter armado alguma contra ele e este teria que ser substituído.

–Senhor Digory te matará também. -Lily comentou baixo. -Ou pior, ele te partirá no meio, uma metade ele envia para mamãe acabar com você e a outra ele serve no jantar. Já pensou nisso? -Ela riu. -É bom você falar que eu não tenho nada a ver com isso, não quero voltar para Londres. -ela disse pensativa.

–Você poderia ficar quieta? -Alvo implorou e Lily riu. -Olha lá, tia Suzy está vindo.

Susana lançou um olhar que dizia as mesmas palavras que Lily havia escutado há algumas horas “Espero que isso dê certo” e se sentou. Logo todos os convidados estavam em seus devidos lugares e a marcha nupicial teve seu inicio. Alvo ficou de costas, como era o costume, mas Lily pode ver o quão encantadora Alice parecia, apesar de triste. Tudo correu perfeitamente até que Alvo teve que se virar pata receber a noiva. Digory ficou estupefato e estava prestes a gritar quando Lily se aproximou para pegar o buquê.

–Senhor, não faça um escândalo, espere até o fim da cerimônia e tenha certeza de que ouvirá uma ótima explicação, mas por favor, não faça escândalo, ninguém aqui quer que todo o povoado fale disso, só tornaria as coisas difíceis para Alice.

Ele assentiu mesmo não parecendo gostar disso nem um pouco, o rosto de Alice se acendeu como se ela tivesse sido traga de volta a vida e todos se sentaram para ouvir a cerimônia.

***

Lily sentava e levantava constantemente, agora ela se encontrava de pé e a cerimônia rumava para o fim, uma dor estonteante fez a ruiva se sentar e se curvar sobre a barriga enquanto fechava os punhos com tanta força que sua unha quase rasgava a pele.

–Querida, você está bem? -Susana sussurrou preocupada.

–Sim foi só uma.. uma pontada. -Lily arregalou os olhos, suas pernas estavam molhadas e apesar de não conseguir ver ela tinha certeza de que seu vestido se encontrava na mesma situação. Havia conversado com Susana o bastante para entender o que isso significava.

–Se alguém se opõem a este matrimônio fale agora ou cale-se para sempre. -O padre soou e Lily riu, conveniente, ela pensou.

–Hum, com licença. -Ela disse em um ofego e olhou para Alvo pedindo desculpas. -Todos olharam para ela e assim que ela se levantou expondo a barriga alguns murmúrios começaram entre os convidados. -Não, não, eu não tenho absolutamente nada contra o casamento é só que, eu tô com um probleminha aqui sabe, coisa boba.

–Lily o que foi? -Alvo perguntou preocupado.

Lily sorriu e ignorou Alvo. -Alguém aí tem um carro?

–Lily, o que foi? -Alvo falou mais alto e ela suspirou.

–Minha bolsa estourou, sabe, bebê a caminho e coisa e.. aaaí. -Ela se curvou sobre a barriga outra vez.

–Contrações com intervalo de três minutos. -Susana concluiu. -Fique calma querida, vou pegar o carro.

–Não. -Lily protestou. -Terminem com isso. -Ela acenou para o padre.

–Eu levo ela. -Nicolas Mason se levantou ganhando destaque entre os convidados e caminhou até Lily. -Eu ligo para falar em que hospital estamos.

–Eu.. eu vou também, eu tenho que .. -Alvo começou a falar, meio perdido.

–Você fica! Nós vamos ligar. -Lily disse e Nicolas a ajudou andar até o carro.

–Vai molhar tudo. -Lily resmungou

–Ora vamos, sente logo. -Assim que a ruiva estava entrando no carro ela se curvou novamente com dor. Nick fez algumas contas e ajudou Lily. -2 minutos. -Disse nervoso. -O expresso maternidade tem que ser rápido.

***

Eles demoraram quase 40 minutos para chegar ao hospital, a estrada até a cidade e trânsito de Nova York não facilitaram em nada o desespero de Nicolas. Ele estacionou como um bêbado na frente do hospital e Lily gritava de dor novamente. 1 minuto. Ele correu como um doido a procura de uma cadeira de rodas e ao encontrar ajudou Lily se sentar e disparou para dentro do hospital.

–Ela está tendo um bebê -Ele gritou enquanto entrava na recepção. -Ajuda!

Uma enfermeira largou algumas anotações e correu até os dois -Contrações com intervalos de quanto tempo?

–1 minuto.

–Eu já volto. -a enfermeira correu para dentro do hospital e uma das recepcionistas o chamou.

–Preciso que você preencha isto senhor.

Nicolas encarou o papel -com n perguntas sobre o paciente que ele definitivamente não saberia responder- e encarou a recepcionista. -Creio que podemos deixar isso para depois, certo?

–Não senhor, é necessário que preencha antes dela entrar. -Rupert estalou os dedos, uma vez calmo e preciso, outras um pouco nervoso como se isso o acalmasse.

–Depois, certo?

–Sim senhor. -A recepcionista disse e sorriu para ele antes de se virar para o próximo paciente.

A enfermeira voltou e chamou Nicolas mas ele exitou.

–Eu...eu não.

–Por favor, não me deixa sozinha. -Lily encarou Nick e parecia assustada, ele suspirou e começou a caminhar em direção a enfermeira. -Lily se curvou sobre a cadeira.

–SCORPIUS HYPERION MALFOY EU TE ODEIO MAIS DO QUE PENSAVA QUE PODERIA ODIAR, A PRÓXIMA VEZ QUE EU VER SUA CARA VOCÊ É UM HOMEM MORTO. -Ela gritou enquanto fazia caretas e Nick parecia assustado, a enfermeira riu.

–Fique calmo senhor Scorpius, é normal isso.

–Eu não...esse cara não sou eu. -Nick disse e a enfermeira se desculpou. Outra contração. 30 segundos.

–Eu quero minha mãe. -Lily choramingou

Um médico estilo bonitão assumiu o controle da cadeira de rodas. -Está tudo bem hum...

–Lily - Nick se adiantou

–Está tudo bem Lily, sua mãe deve chegar logo, agora vamos libertar essa criança sim? -Lily assentiu

–Se o senhor for assistir ao parto precisa mudar as roupas. -A enfermeira informou, Nick vacilou.

–Por favor, não me deixa sozinha. -Lily pediu enquanto se recuperava de outra contração e o médico a levou para dentro.

***

–Vamos lá garota, você quer ou não que essa criança saia? Força menina. -O médico dizia enquanto Lily se esforçava e gritava tentando ao máximo empurrar o bebê para fora.

–Se não soltasse tanta água quando a bolsa estoura, ele poderia sair nadando. -A ruiva disse tomando fôlego e voltou a fazer força.

Nicolas estava com uma leve coloração esverdeada, a não ser por suas mãos, que estavam roxas de tanto que Lily apertava.

–Você está bem ? -Uma das enfermeiras perguntou parecendo preocupada que ele desmaiasse. Ele assentiu e fechou os olhos enquanto Lily voltava a apertar sua mão.

–Isso garota, eu já estou vendo alguma coisa, só mais um pouquinho.

Lily gritou como nunca havia gritado, seria libertador se não doesse tanto, ela tombou a cabeça sobre o travesseiro sem força, a respiração ofegante e o rosto pingando suor. Um choro assustado preencheu o ambiente, o coração de Lily acelerou mais ainda, Nick olhava com um sorriso de canto para o médico.

–Parabéns garota, é um lindo e saudável menino.

Lily sorriu e abriu os olhos, uma das enfermeiras vinha carregando seu pequeno enrolado em um pano. Mesmo exausta ela estendeu os braços para receber a criança e seu sorriso se alargou de orelha a orelha quando ela o sentiu em seu colo.

–Olá meu pequeno. -Ela chorava e sorria ao mesmo tempo, nunca havia se sentido tão feliz, ela beijou a testa ainda com um pouco de sangue e o cheirou.

–Já decidiu o nome senhorita?

Lily pensou por um momento e sorriu enquanto colocava seu dedo entre a pequenina mão do bebê. -Lucca, Lucca Potter. -Ela disse com os olhos brilhando enquanto o encarava, como se ele fosse a obra de arte mais perfeita do mundo. Ela ergueu os olhos para Nick que observava sorrindo bobamente. -Obrigada. -Foi tudo que ela disse e o chamou para ver seu pequeno.

***

–Eu quero explicações, agora! -Digory Ceolin estava a um passo de um ataque cardíaco, a festa mal havia começado quando ele puxou os noivos e sua esposa para seu escritório. -Estou esperando.

–Querido, -Susana começou doce. -Acho que a única pessoa capaz de explicar isso é Lily, mantenha-se calmo e abra sua mente para novas possibilidades, mas agora nós temos que recepcionar os convidados e bem...Tenho certeza que Lily precisa de seu irmão com ela.

–Eu quero uma explicação, um bruxo de varinha não pode pegar o controle de um vilarejo com costume de milênios! -Ele bradou e Susana respirou fundo

–Querido, a garota tem 18 anos e acabou de ter um bebê, vamos voltar para festa e assim que Lily voltar do hospital você terá sua explicação. -Ela disse e acenou para que Alvo e Alice saíssem.

Alice não esboçou reação ou ao menos disse alguma coisa desde que seu pai a chamara, Alvo caminhava com ela em direção ao carro e na metade do caminho ela tirou um pedaço de sua saia revelando um vestido curto que facilitou absurdamente sua caminhada.

–Eu sinto muito. -Alvo disse assim que Alice se prendeu no cinto. Ela o encarou com o cenho franzido

–Pelo quê?

–Você sabe, eu prometi que não deixaria você se casar mas, não consegui e provavelmente apenas arrumei encrenca para mim e para você. -Alice sorriu.

–Mas eu casei com alguém a quem eu amo, lembra? Fazia parte do trato. -Alvo sorriu receoso e Alice o puxou antes que ele ligasse o carro. -Eu te amo, ouviu moço? - e o beijou.

Alvo estava radiante quando se afastou. -Eu também te amo moça.

***

Quando Alvo chegou ao quarto tudo que ele encontrou foi Lily dormindo e Nicolas sentado em uma poltrona enquanto encarava alguns papéis batendo uma caneta sobre eles.

–Ah! Finalmente você chegou, eles insistem que preencha isso aqui, você sabe, informações sobre o paciente e essas coisas e também tem algo sobre plano de saúde.

–Alvo pegou os papéis e começou a responder algumas questões. -Plano, que plano? Não tem plano nenhum.

–Não querido. -Alice riu. -Plano de saúde, vou entrar em contanto com mamãe e ela resolve isso.

O moreno assentiu. -Onde está o bebê?

–Maternidade, berçário ou algo parecido. -Nick disse e Lily resmungou na cama enquanto se sentava.

–Olá pombinhos. -Ela disse em um tom baixo enquanto sorria para o irmão e cunhada.

–Como você está? -Alvo parecia preocupado.

–Exausta. -Ela afirmou. -Mamãe vai ter um filho quando descobrir nossas aventuras de hoje.

Alvo riu. -Um casamento e um bebê, ela vai nos arrastar pela orelha.

–Sem quadribol por um mês e teremos que desgnomizar o jardim. -a ruiva sorriu e uma enfermeira apareceu na porta.

–Com licença, hora do lanche. -Ela sorria e levou Lucca até Lily saindo logo em seguida. Alvo olhou cheio de espectativa para a irmã que riu enquanto brincava com o bebê em seu colo.

–Severo, o que acha de conhecer seu sobrinho?

Alvo se aproximou e pegou o bebê no colo. -Ele é a cara do … -Alvo travou sua língua. -Do tio. -Tarde demais, Lily já havia captado a mensagem e pegou Lucca no colo outra vez.

–Vamos tentar evitar falar sobre isso certo?

Alvo concordou e se sentou na outra poltrona enquanto terminava de preencher o formulário e Alice logo voltou para o quarto informando que seus pais logo estariam a caminho para resolver os demais problemas. Lily mal havia acabado de alimentar o pequeno quando a enfermeira voltou para pegá-lo. Em menos de uma hora o casal Ceolin chegou com seus filhos mais novos, Alice levou seus irmãos até a maternidade enquanto seu pai resolvia a papelada e Susana fazia o papel de Ginny. Com tudo resolvido, Nicolas levou Peter e Maya para um passeio pelo Central Park enquanto a família Ceolin e os Potter resolviam alguns problemas.

–Posso ouvir minha explicação agora? -Digory estava sentado sentado em uma das poltronas, Lily sentada na cama, e o resto em pé.

–Acho justo. -Lily concluiu. -Mas eu tenho uma pequena participação nisso, primeiro acho que Susana deveria contar o que nós vimos hoje de manhã, depois Alice e Alvo podem falar, eu apenas tive a ideia de unir o útil ao agradável. Se for de sua vontade, eles se separam ou sei lá o quê.

Susana foi a primeira a falar, ela tomou o devido cuidado para não colocar Emily em maus lençóis explicando da visível queda da garota por Rupert e assim que terminou passou o bastão para Alice.

–Foi no primeiro dia de Alvo lá em casa, eu estava nos jardins, chorando porque eu realmente não queria me casar com Rup, sabia do lance da Emmy com ele e bem, isso só me deixou mais frustada. Alvo me encontrou lá por acaso, e nós acabamos conversando, não creio que ele sabia sobre a regra de que eu deveria ser uma princesa trancada na torre por isso ele não exitou quando eu pedi a ele que me encontrasse no dia seguinte no mesmo lugar, e depois no outro, e no outro, e no outro.

–Alice, você tem ideia do que fez? Como você espera que eu permita que um bruxo de varinha assuma o meu lugar?

–Eu não espero! Espere Peter crescer mais um pouco e deixe-o escolher uma noiva, ele irá tomar o seu lugar. Eu não quero isso, eu quero ser feliz, e sei que serei feliz com Alvo.

–Isso é inaceitável, vocês irão se divorciar amanhã mesmo e..

–Não! -Alice disse, quase gritou. -Eu o amo e não sou mais obrigada a ceder as suas vontades, eu não sou um robô programado para atender os seus desejos e se você está pensando em deportá-los fique sabendo que eu irei junto, com o meu marido, para onde ele for. Então pense bem no que você fará senhor Ceolin, ou você corre o risco de nunca mais me ver. -Dito isso Alice segurou a mão de Alvo e saiu o puxando pelo hospital afora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aí está :3 Queria me desculpar por não ter postado na segunda (como fiz nos últimos dois capítulos). Eu realmente tinha esquecido e minha internet estava uma droga :c Mas espero que gostem e ... reviews?