Because of You escrita por Lia Galvão


Capítulo 2
O que passou, passou.


Notas iniciais do capítulo

Eu queria dedicar esse capítulo à Jade Di Ângelo, por ser minha mais nova leitora e a linda filha de Poseidon



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/475746/chapter/2

–Lily, acorda, chegamos.

Lily abriu os olhos preguiçosamente e se espreguiçou e bocejou enquanto Alvo se punha de pé e pegava as bagagens de mão.

–Chegamos aonde? -Perguntou com uma voz que daria sono em qualquer pessoa em um raio de 5 metros.

–Bem vinda a Nova York, ruiva. Cidade nova, Vida nova. Lembra?

Lily pensou por um momento e se lembrou de tudo que estava acontecendo, levantou empolgada e ajudou o irmão enquanto saiam para fora do avião. -Vida nova. -Sussurrou para si mesma.

***

Aeroporto internacional de Nova York, vulgo confusão. Alvo cuidava de alguns papéis, coisas com os passaportes, visto e muitas, muitas outras coisas para que continuassem no país sem serem deportados. Dezenas de pessoas faziam a mesma coisa, umas gritavam ali perto e outras passavam correndo e falando ao celular. Lily inspirava e expirava continuamente mas ainda se sentia claustrofóbica, uma mulher que aparentava ter uns 30 anos passou correndo atrás de uma criança de 5 com um bebê que gritava e esperneava em seu colo. Lily observou a situação apavorada e se virou para Alvo.

–Mais dois minutos aqui e eu entro no primeiro avião de volta para o colo da minha mãe. -Disse séria enquanto ainda buscava ar e estava a ponto de explodir.

Alvo riu e se virou para ela enquanto guardava os papeis e começava a caminhar com as malas para longe dali. -Acabei. -Disse com um sorriso de canto como se estivesse gostando do estado em que a irmã se encontrava.

–Muito movimentado, muita gente, muito...muito...eu preciso de ar. -Lily afirmou enquanto empurrava o irmão para que ele andasse mais rápido em direção à saída. Alvo ria e se divertia com tudo.

–Se quiser voltar fale, faço isso agora. -Afirmou freando e se virou para encarar Lily. -É só o tempo de resolver toda aquela papelada de novo, daí enfrentamos uma fila enorme. compramos sua passagem e esperamos o voo que provavelmente vai atrasar. -Recebeu um tapa no ombro como resposta e voltou a andar em direção à saída.

–Não brinque com uma mulher grávida. -Resmungou e apressou o passo ao ver a saída tão perto. -Eu posso sobreviver. -Sorriu e respirou aliviada assim que pisou para fora do aeroporto.

***

–Só acho que vou acabar mofando dentro desse carro. -Lily reclamou enquanto brincava de subir e descer o vidro da janela, Alvo desviou a atenção da estrada por instantes e revirou os olhos.

–Estamos a cinco minutos dentro do carro.

Lily o encarou e deu de ombros. -Parecem cinco horas.

–Lily são só vinte minutos até o vilarejo, dá para segurar os hormônios e ser menos chata? -Alvo a olhou suplicante e ela mostrou a língua fazendo ele revirar os olhos novamente. -Liga o rádio vai. -Abriu o porta-luvas e pegou um pequeno controle entregando-o em seguida para a ruiva.

Agora ela tinha uma nova diversão, deixou a janela de lado e se concentrou em ficar mudando a frequencia do rádio, mas parou ao ouvir um ritmo conhecido e deitou mais relaxada no banco enquanto ouvia a música e balbuciava a letra.

“I'm forced to fake a smile, a laugh

Every day of my life

My heart can't possibly break

When it wasn't even whole to start with”

(Eu sou forçada a fingir um sorriso, uma risada

Todos os dias da minha vida

Meu coração não pode se partir

Quando não estava inteiro para começar)

Ao perceber a realidade a qual a música a expunha, Lily se levantou irritada do banco e desligou o rádio.

–Chega de música por hoje. -Resmungou enquanto voltava a atenção para a janela.

–Será que você vai ser assim por toda a gravidez? -Alvo perguntou enquanto ligava o rádio novamente e mudava a frequência para algo que ele gostasse.

–Eu só estou com saudade de casa. -Respondeu manhosa. -Eu tinha meus planos Al, eu iria ser curandeira do St. Mungus, passaria todo o tempo possível perto de nossos pais e aí...isso. -Suspirou derrotada. -Rose não era só minha prima, era minha irmã e minha melhor amiga, eu esperava isso de qualquer pessoa, até mesmo da mamãe! Mas ela? Eu não... -Abaixou a voz e deixou as palavras soltas no ar, Alvo a encarou com compaixão e suspirou.

–Eu sabia que isso um dia iria acontecer. Eu devia tê-la impedido assim que Scorpius te pediu em namoro, eu não devia ter permitido uma coisa dessas. -Lily lhe encarou com o cenho franzido. -Scorpius sempre fora afim de Rose, mas ela não dava brechas, não mostrava interesse por ele, só que ela também sempre gostou do Scorp, mas não demonstrava porque acreditava que ele era muito para ela. -Ele parou por um momento avaliando a reação da irmã e continuou. -Ela ficou arrasada quando vocês começaram a namorar, ela queria estar no seu lugar, queria que fosse ela abraçada com ele e quando percebeu que você seria quem iria apresenta-lo para a família como namorado, ela ficou sem chão. Não sabia mais como agir perto dele e se afastou. Ele por outro lado não queria viver a vida inteira esperando por ela e então te pediu em namoro. Não porque assim afetaria Rose, ele não tem nem ideia do quanto isso a afetou, mas porque você era a única outra garota pela qual ele tinha um forte sentimento. -Alvo suspirou e olhou Lily. -Eu deveria saber que era amor de irmão que ele sentia por você.

Lily ainda diluia as informações que lhe foram jogadas na cara de uma vez só. -Então ele me usava? -Perguntou perplexa e assim que Alvo abriu a boca para defender o amigo ela o impediu. -Sabe Merlim há quanto tempo eles faziam isso pelas minhas costas. -Riu desgostosa. -Quer saber? Que se dane. Foi bom você ter falado isso mas agora vamos deixar tudo nessa estrada. Vida nova lembra? Eu não quero nem lembrar da existência deles. -Afirmou convicta encerrando o assunto ali mesmo.

***

Lily por fim encontrou uma boa distração no joguinho do celular, a maneira que ela encarava a tela e pressionava as teclas dava a entender que sua vida estava dependendo dela ganhar o jogo.

–Ahh qual é! -Resmungou chorosa assim que a cobra bateu na parede do labirinto. -Eu apertei para ela virar mas ela não virou!! -Exclamou apontando a imagem para Alvo, que ria da cena. -Que foi? Não tem graça! Você disse que não demorava, devemos estar aqui há meia hora, você disse vinte minutos!

–Sim eu disse. -Ele afirmou ainda rindo da garota. -E não menti, 19 minutos e nós acabamos de chegar na entrada do vilarejo.

Lily olhou em volta e em seguida encarou Alvo num misto de indognação e surpresa. -Estamos no meio do mato. -Disse como óbivio

–Ah claro, um vilarejo bruxo normalmente está bem localizado na estrada, para todos os trouxas acharem. Dá uma olhada outra vez coisa esperta. -Disse debochando e apontando para frente.

Por um momento Lily se viu em Hogsmeade, mas aos poucos as grandes diferenças de um povoado para o outro aparecia. Alvo estacionou o carro após dirigir pelo que pareceu toda a extensão do vilarejo e entrar em grandes portões de ferro que protegiam um tipo de fortaleza e encarou a reação de Lily por um tempo.

–É bom saber que gostou. -ele disse sorrindo. -Agora vamos, temos que conhecer o "chefe da tribo" -deixou o carro fazendo aspas no ar.

–Chefe da tribo? -Lily perguntou enquanto andava apressada atrás do irmão. -O que é? Vamos brincar de indio? -gargalhou

Alvo balançou a cabeça negativamente mas ria junto a irmã. -É só uma maneira de falar, em outras palavras ele é o prefeito daqui.

–Prefeito? -Lily parou em frente à mansão que era 20x maior do que quando vista da entrada dos portões. -Tem certeza que ele não é o rei? -Sussurrou atrás de Alvo enquanto ele entrava pelas portas gigantescas em frente à casa.

–Talvez ele seja. -Alvo deu de ombros e segundos depois deixou a irmã para falar com a -pelo que Lily julgou. -secretária do rei.

–Senhorita Potter? -Lily tirou a atenção dos vários quadros que estavam espalhados por ali e encarou a mulher que lhe chamará. -O senhor Ceolin está aguardando vocês. -Ela sorriu e pediu para que ambos a acompanhassem.

Desde a entrada da casa até além das escadas , grandes quadros com datas de nascimento e morte, nome e tempo de "governo" mostravam uma linha do tempo desde o ano de 874 com todos os ex-governantes do vilarejo.

–Os Ceolin controlam o vilarejo desde sempre? -perguntou a ruiva enquanto ainda se perdia no meio de tantas fotografias.

–Controlar talvez não seja a palavra correta. Há tempos que o chefe serve apenas para manter os costumes, ele não diz mais o que devemos ou não fazer, mas sim, Cedric Ceolin foi um dos 10 bruxos "descobridores da alquimia" na idade média. E por "descobridores da alquimia" eu quero dizer que ele foi um dos bruxos que ajudou a desenvolver a magia com mais precisão, costumamos chamá-los de herdeiros de Merlim. Depois que eles acharam uma maneira de controlar a magia se dividiram pelo mundo mas na realidade, devido ao pouco conhecimento de terras naquela época, quase todos permaneceram na Europa. Um nome provavelmente conhecido por vocês deve ser Nicolau Flameu. O tataravô dele, Miraz Flameu, ele foi um importantíssimo pesquisador já que foi ele quem estudou mais a fundo os poderes da pedra filosofal. -Ela dizia pausadamente e as vezes fazia aspas no ar enquanto Alvo se degustava com as palavras gravando cada detalhe e decidido a pesquisar isso mais a fundo. -Lucien Hufflepuff, Clive Ravenclaw, Argos Gryffinfor, Bern Slytherpuff, Romeo La Fay, Augustus "Reliquias da Morte", Ygor Volkoff e Arthur Salimbeni foram os outros bruxos. Os bruxos e os trouxas ainda viveram entre sí depois do desenvolvimento da magia, mas com o estudo de poções as coisas complicaram. As mulheres e mães dos bruxos eram quem preparavam as poções para o teste, e depois de um tempo as pessoas começaram a desconfiar delas, acusá-las de bruxaria, o que não era mentira, e queima-las na fogueira. Isso de fato preocupou toda a comunidade bruxa. Mesmo sendo devido ao preparo de poções, os bruxos pensaram que um bom agravante que levou os trouxas à descoberta dos bruxos foi o fato de usar magia em publico livremente. Os nove bruxos então, estabeleceram regras sobre o uso da magia e deram um jeito de transportar todo o poder um objeto que eles pudessem levar por toda a vida e tivesse o mesmo efeito. A varinha mágica que além de facilitar em partes a vida do bruxo facilitava a fiscalização do uso de magia. Cedric pensava diferente, apesar de concordar em relação à impor limites sobre o uso da magia, acreditava que o uso de um artefato para a pratica de magia apenas dificultaria a convivência pacífica no meio dos trouxas. Como era o único que pensava dessa forma, resolveu abandonar o grupo e, junto com a família e poucos bruxos que pensavam como ele, saiu em busca de novas terras onde pudesse ter as suas regras. Aparentemente toda a comunidade bruxa européia já estava atualizado sobre as varinhas mágicas e alguns modelos já estavam em teste. Cedric então entrou a bordo de uma embarcação a vela e em poucos dias -claro que com a ajuda de magia. -alcançou novas terras. Hoje estas terras são conhecidas como Estados Unidos. -Ela sorriu mas logo fez uma careta. -Ah Merlim, eu fiz de novo. Como eu falo! Sinto muito, muito mesmo, vejam só, me distraí tanto falando que virei no lado errado. -Ela resmungou acenando para que Alvo e Lily voltassem. -Ficarei calada a partir de agora.

–Não! -Exclamou Alvo a um passo do desespero. -Por favor continue.

Ela olhou Alvo por uns instantes e se deu por vencida, sorrindo e voltando a tagarelar. -Cedric não ficou aonde parou, antes de encontrar um espaço que fosse "bom o suficiente" ele migrou pelo país por uma semana até achar aqui. -Ela disse se referindo às terras do vilarejo. -Então criou o vilarejo, com o tempo bruxos nativos apareceram e se juntaram ao grupo espandindo o vilarejo. Casa foram construídas, comércio para poções e Cedric cuidou para que o vilarejo não fosse achado por trouxas. Nós interagiriamos com eles, não o contrário. Quando o vilarejo se firmou, Cedric foi decretado rei e, assim como na idade média, o herdeiro mais velho do atual chefe é quem assumira o vilarejo quando este morrer. É tudo uma grande monarquia. Os Ceolin sempre foram a elite deste vilarejo e sempre serão. Um Ceolin no comando, é um costume. -Ela sorriu e parou em frente a uma porta, Lily apesar de estar atenta a tudo que ela falava achou um exagero aquele relato histórico. Apenas perguntara se sempre fora uma família que comandou. -Eu fico por aqui. -Disse após abrir a porta. -Nós vemos por aí. -Cumprimentou-os com um aceno de cabeça e começou a fazer o caminho e volta.

–Ela é incrível. Como sabe de tudo isso? -Alvo perguntou deslumbrado antes de entrar na sala.

–Para mim ela fala de mais. -Lily resmungou e imitou o gesto do irmão.

–Senhor Potter! -Um velho homem de estatura mediana, cabelos e barba grisalhos que trajava um terno risca de giz surgiu por detrás da mesa e caminhou até onde Alvo estava o cumprimentando com um aperto de mão. -E sua adorável irmã se estou certo. -Sorriu para Lily e assim que a ruiva estendeu a mão para cumprimenta-lo, ele beijou as costas da mão da garota. -É um prazer recebê-los aqui. -Disse amistoso.

–Senhor Ceolin, obrigado, o prazer é de fato, todo nosso. Sua secretária...

–Secretária? -O senhor interrompeu e franziu o cenho. -Ah claro, está se referindo à Emily. -Ele sorriu. -Ainda não me acostumei com isso, até mês passado eu não tinha uma "secretária" -Disse fazendo aspas no ar. -Mas perdão por interrompê-lo de forma tão rude, por favor continue, o que ia dizer sobre Emily?

–Ah sim, no caminho até aqui ela nos contou parte da história do vilarejo. É incrível, se já vim para cá com vontade de saber tudo sobre a cultura e os costumes de você, agora eu quero mais ainda. -Alvo disse empolgado e Lily se sentou na primeira cadeira que viu. -Lils você está bem? -Alvo a encarou preocupado.

–Uhum -respondeu meio sonolenta enquanto procurava um apoio para a cabeça.

***

Alvo se sentou junto ao "ministro-bruxo-original" -que foi como decidiu chamá-lo internamente.- para um drink enquanto discutiam os mais variados assuntos enquanto Lily quase dormia sentada na cadeira.

–E como é que vocês se infiltram no mundo trouxa? -Alvo perguntou após quase uma hora de conversa.

–Nós vivemos como eles meu caro Potter, nossas crianças estudam nas escolas deles, os adultos que não te comércio por aqui, são grandes executivos trouxas e por aí vai. Muitos gostam de dizer que somos trouxas que fazem magia.

–Se as crianças estudam em escolas trouxas...como elas aprendem magia?

–Na verdade elas aprendem desde cedo, com os pais ou parentes, dentro de casa mesmo. Mas de 8 à 12 anos elas tem uma carga dupla. Estudam parte do dia com os trouxas e outra parte ficam no colégio do vilarejo para se aperfeiçoar.

Alvo já abria a boca para outra pergunta quando as portas do gabinete foram escancaradas, Lily pulou da cadeira assustada e Alvo se virou rapidamente para ver o que acontecia. Uma loirinha com expressão nervosa e passos firmes entrou na sala caminhando até o ministro.

–Rupert Craig papai? -Ela parou em frente ao ministro e gritavam enquanto mantinha os punhos fechados na cintura, assim como a avó de Alvo e Lily sempre fazia. -Como, como você pode querer me casar com Rupert Craig? Ele tem idade para ser meu avô! -Ela aumentou mais o tom -se é que isso era possível. -Eu não acredito que o senhor fará isso comigo! Como terá coragem?

–Alice! -O ministro disse alto mas calmo fazendo a loura se calar. -Rupert é apenas um ano mais velho que você, vem de uma excelente família e isso já foi decidido, já conversamos sobre isso e caso você não tenha percebido eu não estou sozinho. -Disse mais calmo e apontou com a cabeça educadamente para Alvo e Lily, a loira ignorou e ainda encarava o pai. -Você conhece as regras Alice, agora se não se importa volte para seus aposentos que mais tarde conversarei com você.

A garota ainda manteve o olhar fixo no do pai por alguns instantes, ao ver que não conseguiria nada gritou. -Isso não é justo, não é justo, você nunca me ouve, nunca me deixa falar. Você acha isso justo? -Ela estava em um visivel ataque de pirraça e se virou para Alvo direcionando a pergunta à ele.

Assim que os olhos verdes de água encontraram os olhos azuis da loira, ele ficou sem reação. A única coisa que conseguia fazer era olhá-la e admirar o quão lindos era seus olhos. Lily percebeu que a garota também estava presa aos olhos de Alvo. Um pigarreio do ministro despertou os dois do transe.

–Haam...ér, eu...eu não sei. -Alvo disse meio desajeitado olhando em volta mas sempre voltando a fixar os olhos na loira, que encarava o chão.

–Alice, para seu quarto, já disse que conversaremos lá. - A loira suspirou e sem levantar o rosto se virou e saiu pelo mesmo lugar pelo qual entrara. O ministro se virou para Alvo e Lily e suspirou cansado. -Sinto muito por isso, ela ultimamente está assim, talvez esteja nervosa com o casamento.

–Casamento? -Alvo perguntou involuntariamente.

–Sim sim, como manda a tradição. Ela é minha filha mais velha e minhas forças estão se esgotando, resolvi já começar o processo para minha substituição. -O sorriso que não deixava o rosto do homem estava lá.

–Mas ela me pareceu tão nova. -Disse Lily casualmente, ela ainda olhava para a porta na qual Alice tinha passado momentos atrás. -Digo, mais nova que eu.

–De fato é senhorita Potter, Alice completará 16 anos em 4 meses, o casamento será uma semana após seu aniversário.

Lily olhou incrédula para o ministro. -Dezesseis anos? E ela quer casar? Merlim ela é...muito muito nova para casar.

–Na verdade desde que fora anunciado que ela casaria ela tem relutado bastante. Sempre dá um jeito de sabotar o noivo ou coisa parecida, mas creio que agora eu acertei. Rupert é bastante esperto, não cairá nas brincadeiras dela e quanto a idade, bem...é só um detalhe.

–Espera. -Lily que ainda estava em uma cadeira no canto da sala caminhava na direção do ministro. -Você vai casá-la contra a vontade dela? -O ministro nada respondeu, pareceu pensar. -Merlim isso é...isso é inaceitável. Você não pode fazer isso! Que tipo de pai casa uma filha aos 15 anos contra a vontade dela? -Agora Lily estava exaltada e se aumentasse o tom em dois decibéis logo estaria gritando como Alice. -Merlim isso é insano, não é a atitude de um...

"Trava-língua" Lily ouviu a voz de Alvo soar ao seu lado segundos antes de sua língua grudar no céu da boca a impedindo de falar. Ela encarou o irmão com fúria nos olhos ao vê-lo de varinha em punhos.

–Me perdoe, ministro, minha irmã está muito cansada da viagem e ela também ainda não se adaptou a ideia de viver longe do colo de nossa mãe. Está sendo movida de emoções. -Alvo sorriu meio torto. -Se me permite vou levá-la até seus aposentos e deixá-la descansar, quem sabe mais tarde não terminamos nossa conversa. -Ele puxava Lily pelo braço para fora da sala. -Obrigado pelo tempo e perdoe-me novamente por ela, não vai se repetir.

O ministro concordou e disse que não havia problemas em relação ao comportamento de Lily, chamou Emily para levá-los até seus quartos que ficavam um do lado do outro, Alvo entrou no quarto de Lily junto a ela e finalizou o encanto.

–Você ficou doida? Gritar com o, como você diz, rei? Quer voltar para Inglaterra antes mesmo de respirar o ar americano? Isso é a cultura deles Lily, é como Emily disse, os herdeiros do chefe herdam o trono. Por motivo desconhecido eles tem de estar casados para realizar esse feito.

–É machismo isso! Me desculpe Al, eu só fiquei indgnada. Você viu como ela entrou naquela sala? O caso dela é várias vezes pior que o meu. Um filho atrapalha em algumas coisas, mas um casamento sem amor? Merlim que tipo de pai é esse?

Alvo suspirou e balançou a cabeça. -São os costumes..

–Eu vi como vocês se olharam. Vai me dizer que seu coração não bateu mais forte quando seus olhos se encontraram?

–Lily. São os costumes, ela ao menos pode falar conosco, é proíbida pelo pai de manter contato com estrangeiros. -Ele disse ainda de cabeça baixa e era perceptível certa melancolia em sua voz.

–Hey, você era praticamente o chefe dos novos marotos, vai resolver seguir regras logo agora?

–Uma coisa é descumprir com normas da escola Lily, outra é interferir nos costumes de milhares de anos. Sem contar que nós dois voltariamos para Inglaterra é isso que você quer? -Ele conseguiu olhar para Lily agora que tinha convicção no que falava. -Eu vou tomar um ar, descanse um pouco certo? Ficaremos aqui até eu achar uma casa no vilarejo para morarmos. Te vejo amanhã pela manhã, não se esqueça de escrever para mamãe e... -Alvo parou na porta se lembrando do que falar. -Qualquer coisa grite. -Concluiu por fim e deixou o quarto da irmã andando perdido pela casa até achar os jardins.

***

Os olhos azuis da loira não saíam nem por um momento da mente de Alvo. Por mais que ele tentasse desviar os pensamentos para o porquê de estar ali, sua mente teimava e tornava a projetar a imagem dos profundos olhos azuis de Alice. A essa altura ele já tinha travado um discussão interna. "Se ela acha que cara um ano mais velho que ela pode ser avô dela, imagina você que é bem mais velho." Dizia uma vozinha no pé do seu ouvido. "E ela não pode nem falar com você" A vozinha que deveria se opor à primeira, concordava com ela. "Seu emprego ou um par de olhos azuis? O que você prefere?" A primeira voz tornou a falar. "A tal da Emily também tem olhos claros, deve ter sua idade e não é uma causa impossível". As vozes se calaram na mente de Alvo assim que ele ouviu soluços de choro a poucos passos dali logo atrás de uma árvore, curioso que só ele deixou os pensamentos de lado e se aproximou. Mesmo sendo iluminada apenas pela luz da lua, Alvo não demorou muito à distinguir os longos cabelos loiros caídos sobre os ombros e o jeito de menina enquanto chorava abraçada às pernas.

–Alice? -arriscou meio receoso.

–Saí daqui, me deixa sozinha. -Disse entre soluços. Alvo deu um passo para trás, com medo de fazer algo errado mas decidiu não recuar, se aproximou mais da garota e se sentou ao seu lado.

–Acho que não nos conhecemos direito. -Ele disse ainda com receio na voz. -Sou Alvo Potter, o pesquisador.

Ela continuou sem encará-lo, parecia agora tentar conter o choro. -Eu não deveria estar falando com você. -Foi tudo o que disse. Alvo passou a mão nervosamente no cabelo e estava decidindo se saía dali ou se tentava , novamente, conversar. -Alice Ceolin. -Disse num sussurro e Alvo olhou-a, continuava com a cabeça enfiada entra as pernas mas os soluços diminuiam.

–Então Alice...-disse com cautela, se sentia em um campo minado e qualquer palavrinha que dissesse poderia fazer tudo dar errado. -Porque a senhorita está hum...chorando?

–Eu não estou chorando! -Exclamou finalmente levantando o rosto e encarando Alvo.

–Perdoe-me, mas acho que vi seus olhos há pouco tempo e me lembro deles serem azuis e não vermelhos. -Ele sorriu tímido, exibindo uma covinha no lado direito do rosto e Alice sentiu vontade de também sorrir. -E seu rosto...a não ser que você tenha jogado água na cara de propósito acho, só acho, que ele deveria estar seco. -Alvo a observava pela luz da lua e estava ciente de que nunca vira imagem mais bonita, ergueu o polegar até as bochechas de Alice e as enxugou. Mesmo estando escuro, pensou em ver Alice corar pois logo em seguida ela virou o rosto para o lado e começou a brincar arrancando algumas graminhas do chão.

–Caiu uma poeirinha no meu olho, foi isso. -Disse sussurrando como se guardasse um segredo.

–Porque estamos sussurrando mesmo? -Alvo igualou o tom de voz ao da garota e percebeu um sorriso de canto em seu rosto. -Olha, sei que nos conhecemos há pouco menos de 10 minutos, mas se quiser pode me contar o que te aflige. É por causa do tal casamento? -Perguntou normalizando o tom e encarando a garota.

–Estamos quebrando regras. -Ela respondeu ainda sussurrando e Alvo já conseguia identificar alguns sinais de humor. -E porque eu confiaria em você? -Ela se virou para Alvo desafiante e segurava um sorriso. -Pela minha análise você é um cara, muito bonito por sinal. -Essa parte ela disse tão baixo que Alvo não conseguiu entender. -Que vive fazendo pesquisas pelo mundo e trabalhará com meu pai. Quem me garante que você não foi enviado por ele para descobrir o que eu estou tramando contra Rupert? -Disse evitando a ultima pergunta de Alvo.

O moreno riu do pensamento da garota e balançou à cabeça negativamente. -Eu não trabalho para CIA, sério. E afinal de contas, como você disse, estamos quebrando regras...se eu contar algo ao seu pai, ele me manda de volta para o Reino Unido a pontapés.

Ela sorriu e olhou Alvo por um breve momento antes de se concentrar na árvore à sua frente. -Sim, é por causa do casamento. -Disse melancolica. -Sabe, não que eu não queira casar, é claro que um dia eu quero casar, mas é que...ahh. -Olhou para baixo e entortou a boca deixando a frase em aberto.

–É que...? -Alvo a olhava curioso.

–Eu não sou nem maior de idade, eu adoraria ir ao baile de primavera da escola acompanhada de alguém que não fosse meu marido. Meu pai me mantinha praticamente como uma prisioneira aqui, com muito custo mamãe o convensceu a me mandar para a escola quando fiz 10 anos, de qualquer maneira ele garantiu que meus contatos se limitassem à Penelope e Peter, os gêmeos mais chatos que um dia você irá conhecer. E agora...isso. -Suspirou. -Não, não, o problema não é o casamento, e talvez minha pouca idade nem seja tão ruim também, o pior de tudo isso é que ele quer me casar com alguém ao qual eu não amo. Ele selecionou a dedo todos os garotos de família tradicional do vilarejo e quer me obrigar a casar com qualquer um desses mauricinhos. -Ela bufou. -Como eu posso passar o resto da minha vida ao lado de alguém que não amo. E não venha me dizer que posso aprender a amá-lo com o tempo. -Resmungou. -Vou odiá-lo todos os dias mães por ter aceitado casar-se comigo quando tudo que eu queria era ir à Starbuccks com meus amigos. - Alvo ainda a olhava, sem saber muito bem o que dizer ou o que fazer, ela suspirou. -Não vai dizer nada?

–Ãaa.. não sei bem o que dizer...

–Tudo bem, acho que só de ter alguém para me ouvir eu já me sinto mais leve. -Ela sorriu mas não era um sorriso feliz, era algo automático.

–Vou tentar te ajudar. -Alvo disse decidido. -Farei tudo que estiver ao meu alcance para que esse casamento não ocorra, ou que você se case com alguém que ama.

Alice alargou o sorriso agora demostrando esperança e animação, mas antes que pudesse responder algo, a voz de Emily correu pelos jardins. -Alice? Alice você está aí? -Aos poucos a voz aumentava. -Seu pai está a sua procura! -Informou enquanto ainda continuava sua busca. Alice olhou com olhos arregalados para Alvo e ele deu de ombros.

–Vai lá. -Sussurrou.

–E se ela te ver?

–É um extenso jardim. -Alvo sorriu e Alice se levantou batendo nas vestes para limpá-las.

–Me encontre aqui amanhã, depois do jantar. -Ela sorriu e correu para manter uma distância segura de Alvo antes de se pronunciar. -Estou aqui Emily! -Disse e sua voz se afastava.

–Ah, achei você! -Emily disse aliviada. -Vamos, seu pai lhe procurou em seu quarto e como não a encontrou está te aguardando no escritório.

Alvo observou escondido na árvore enquanto as garotas se afastavam, resolveu esperar um tempo antes de deixar os jardins em direção ao seu quarto e deixar-se descansar.

***

Lily acordou sem vontade alguma, sentia sono mas não conseguia voltar a dormir o qu a deixava irritada, mesmo contrariada decidiu se levantar e ao fazê-lo sentiu um mal súbito e voltou a deitar a cabeça no travesseiro.

–HUUUUMRRMM. -Resmungou com olhos fechados e demorou até abri-los novamente. Ainda se sentia tonta mas se sentou e piscou várias vezes até focalizar a parede e esperar a tontura passar. Assim que isso aconteceu, ela se levantou, se arrastou até onde estava pendurado um roupão de seda azul, o vestiu e saiu do quarto, dando apenas 10 passos para a direita antes de abrir a porta do quarto do irmão e entrar resmungando até se sentar na cama e deitar a cabeça onde estaria as panturrilhas do moreno. -Alvo. -Resmungou sonolenta.

–Hum. -Respondeu sem nem abrir os olhos.

–Al eu não to me sentindo bem.

–Que que você tem? -Resmungou mais dormindo do que acordado.

–Eu não to bem. -Respondeu fechando os olhos novamente e tentando dormir.

–Uhum.

–Aalvoo. -Resmungou batendo fraco na perna do irmão.

–Que foi? -Perguntou mais alto, um pouco sem paciência mas finalmente mostrando acordar.

–Eu não to bem. -Disse chorosa.

–Você já comeu alguma coisa? -Esfregou os olhos e encarou Lily resistindo à tentação de não chutá-la para fora da cama.

–Não. -Respondeu Lily pensativa. -Na verdade não como nada desde antes da viagem. -Disse e suspirou ao ver que não conseguiria dormir mesmo. -Mas eu não to com fome.

–Alvo puxou as pernas e Lily bateu com a cabeça do colchão. -Você pode não estar com fome, mas tem alguma coisa dentro de você que provavelmente está e por isso o seu mal estar. -Disse bocejando e indo para o banheiro.

–Eu estou com verme? -Perguntou levantando a cabeça e olhando para a porta do guarda-roupa.

Esperou uns minutos sem resposta até que Alvo voltou do banheiro enxugando o rosto e assustando Lily ao se pronunciar, já que ela esperava que ele saísse do guarda-roupa. -que ela achava que era o banheiro- Se seu filho vai se chamar verme então, creio que sim, está com verme.

–Ahh, isso. -Disse e voltou a mergulhar a cabeça nos lençóis. -Alvo. -disse quase inaudível já que estava com a boca enfiada no colchão.

–Oi?

–Não to bem. -Disse virando o rosto para o lado a procura de ar.

Alvo riu. -Vem, vamos comer alguma coisa. -Caminhou até a porta e encarou Lily que não demonstrou vontade alguma de levantar.

–Alvo...

–Que é? -Olhou suspirando impaciente para Lily e a ruiva esticou os braços para cima em um pedido de colo. -Ah qual é Li, tá falando sério? -Ele a encarou incrédulo e revirou os olhos ao ver a cara de cachorro pidão da irmã. -Não se acostuma não. -Resmungou enquanto caminhava até a cama e pegava a ruiva no colo como um bebê e descia com ela até a cozinha.

Chegando lá uns três elfos trabalhavam no preparo do café. Um cuidava das bebidas, café, suco, leite, etc..., outro estava distraído com torradas, panquecas, bacon e ovos fritos, enquanto o último entrava e saía sem parar da cozinha carrengando objetos e os levando para outro cômodo.

–Bom dia. -Disse Alvo sorrindo enquanto sentava Lily em uma cadeira e se sentava ao lado dela. -O cheiro está uma delicia.

–Acho que vou vomitar. -Resmungou Lily colocando os braços sobre a bancada e deitando a cabeça sobre eles.

Os elfos olharam assustados para Alvo e demoraram um certo tempo para responderem um bom-dia quase mudo.

–Jill, querida, esqueci de lhe avisar, prepare comidas a mais, nós temos hosp...Oh. -Uma mulher loira de olhos azuis, aparência adorável e -reparou Alvo- muito parecida com Alice, entrou no recinto e se mostrou surpresa ao vê-los ali. -Vocês devem ser os Potter. -Alvo confirmou com a cabeça e a mulher sorriu. -Como estão?

–Ótimo senhora, hum..Ceolin, eu presumo. -Alvo disse alegre.

–Ora por favor, sem essa de senhora. -Disse sorridente. -Pode me chamar de Susana, e a senhorita, como está? -Disse se virando para Lily que parecia ter apagado sobre a bancada.

A ruiva ergueu o rosto extremamente pálido na direção da voz e fazendo uma careta disse. -Não to bem. -Resmungou e voltou a deitar a cabeça na bancada.

–Ah meu Deus! -Exclamou Susana visivelmente assustada com a aparência de Lily. -O que é que você tem? Está doente?

–Alvo disse que é verme. -Disse abafado e Alvo riu.

–Ela está grávida e perguntou se poderia ser verme, eu respondi que se a criança se chamasse verme a probabilidade era grande.

–Grávida? Que coisa adorável. -Ela sorriu. -Será que foi alguma coisa que comeu estragada? Jill, por favor, largue isso aí, vá até a loja dos Mason e compre algumas ervas para preparar um bom chá para dar forças novamente a essa ruivinha. -Ela sorriu para a elfo que atendeu o pedido prontamente e deixou o fogão para um dos outros dois elfos cuidarem. -Mas então..qual foi a ultima coisa que você comeu? -Susana agora revirava os armários a procura de alguma coisa.

–Na verdade ela não come nada há mais ou menos 24 horas. -Alvo disse enquanto balançava Lily para ver se ela ainda estava viva.

–Mas como isso? -Susana se virou surpresa para Lily. -Shasta, ora Shasta, largue isso aí já tem flores demais naquela mesa, não estou interessada em compartilhar meu café da manhã com um bando de abelhas. Vamos, sirva a senhorita Potter com suco e um bolo, por hora acho que isso a fará melhorar, logo, logo nos reuniremos a mesa para um café da manhã mais decente. -Ela voltou a busca nos armários e sorriu a encontrar uma cartela com algumas pastilhas. -Aqui, isso ajudará com o enjoo. Ah, obrigada Shasta, coma minha querida, vai se sentir melhor. -Ela empurrou a bandeja para perto de Lily que ergueu a cabeça.

–Obrigada. -Disse e sem muita vontade de se mexer tomou o comprimido, em seguida tomou um gole do suco e Alvo quase teve que enfiar o bolo em sua boca para fazê-la comer.

–Bom, nos vemos em breve, foi um prazer conhecê-los e cuide está bem mocinha. -Ela sorriu de uma maneira encantadora que fez Harry se lembrar da tia Fleur, seria Susana uma meio veela? Ahh, Corin. -Ela se dirigiu ao último elfo já Shasta agora comandava o fogão. -Prepare o café de Alice em uma bandeja e leve para o quarto dela, provavelmente ela fará todas as refeições lá. -Disse e saiu logo em seguida deixando os elfos junto aos Potter.

***

O resto da manhã se seguiu tranquila, trinta minutos depois do episódio na cozinha Alvo e Lily foram chamados à sala de jantar para realizarem em grupo a primeira refeição. Chegando lá conheceram os outros herdeiros da família Ceolin, Peter de 13 anos e Maya de 7. Emily participou da refeição também e eles descobriram que os pais da loira eram velhos amigos de Susana e Digory e no ultimo mês haviam feito uma viagem a negocios e os Ceolin convidaram Emily -que tinha a idade de Lily- para morar com eles. A garota aceitou com a condição de poder ajudar de alguma maneira e foi assim que se tornou secretária de Digory. A única pessoa que aparentemente não estava a mesa era Alice, para tristeza de Alvo. Assim que o lanche chegou ao fim Alvo partiu com o senhor Ceolin e Emily para a biblioteca para começar suas pesquisas, Peter voltou para seu quarto e Maya correu para a t.v. para assistir desenhos, Jill chegara durante a refeição então assim que terminaram, Susana levou Lily até a cozinha aonde lhe ensinou o preparo do chá. O efeito foi quase imediato, ao beber um gole Lily já se sentiu mais animada e o enjoo se fora, até cerca de onze horas ficou caminhando pelo jardim enquanto discutia assuntos diversos com a senhora Ceolin.

–Tia Susana. -Emily apareceu a poucos metros dela enquanto a loira mais velha mostrava para Lily como pegar uma rosa enfeitiçada sem sofrer grandes danos. -Alice pediu para chamá-la. -Informou.

–Ah sim. Lily querida, receio ter que ir agora, mas saiba que foi uma manhã muito agradável e adoraria se pudessemos ter mais momentos como o que tivemos hoje. É uma garota muito esperta, de certo seus pais esbanjam orgulho de você. -Ela sorriu para Lily. -Até mais, se virou e foi em direção a casa.

Emily se aproximou de Lily e fez uma careta. -Eu odeio essas florzinhas. -Resmungou. -Uma vez, quando tinha 7 anos tentei pegar algumas para dar de presente à minha mãe e à tia Susana. Fiquei com um corte enorme nos braços, pensei que ficaria com a cicatriz para sempre. -Disse ainda fazendo uma careta e depois sorriu para Lily. -Seu irmão é malvado, te trás para cá e te mantém presa na casa..o que acha de conhecer o povoado comigo depois do almoço?

–Eu adoraria. -Lily disse realmente feliz por ter arrumado algo para fazer. -Mas...eu pensei que se tratava de um vilarejo e não de um povoado.

–Ah sim, claro, bem...normalmente dizemos que é um vilarejo, costumava ser mas sabe como é...o numero de bruxos aumentou bastante nos ultimos anos, sinceramente, acho que o povo daqui não tem mais nada para fazer, eles só sabem fazer filhos! -Disse rindo e sendo acompanhada por Lily na risada. -De qualquer maneira foram construídas mais casas, o vilarejo se expandiu e na minha opinião podemos ser considerados um razoável povoado. -Ela sorriu.. -Mas vamos arrumar algo para fazer, sou meio hiperativa sabe, acho que você já percebeu, não consigo ficar quieta nem por um instante, vamos. -Ela segurou Lily pelo braço e arrastou a garota para dentro da casa.

***

Emily levou Lily para um tour pela mansão até a hora do almoço e depois dessa a loira arrastou Lily para fora dos portões e se dispôs a mostrar cada beco do vilarejo, a garota até que levava jeito para ser guia turística;

–Emmy, estou exausta, será que não podemos parar nem um pouquinho? -Lily a olhou suplicante.

–Ah vamos lá Lily, já estamos quase acabando... -Emily disse sorrindo e Lily suspirou.

–Não sei se aguento muito tempo..

–Claro que aguenta, vamos. -A loira puxou Lily pelas ruas e parou momentos depois ao avistar um conhecido.

–John! -Exclamou empolgada e foi até garoto para cumprimentá-lo. -Quanto tempo! Como está sua avó? Soube que ela estava com algumas doenças...

Lily observava a cena de braços cruzados em um canto. Olhou em volto afim de reconhecer o lugar quando passasse por ali e avistou do outro lado da rua uma placa escrita "Floricultura da família Mason. Temos ervas medicinais" Pensou por um momento e se lembrou de Susana pela manhã :"Vá até a loja dos Mason e compre algumas ervas para preparar um bom chá para dar forças novamente a essa ruivinha."

–Hum...-disse pensativa. -Emmy, já volto ok. -Disse para a loira que havia engatado uma conversa interessantíssima com o tal do John.

Lily atravessou a rua e empurrou a porta da loja afim de conhecer logo aquela parte e comprar mais daquelas ervas que Susana havia recomendado. Assim que a ruiva empurrou a porta, um sininho tocou e dos fundos da loja se ouviu um grito de "Já vai". Ela acentiu como se a pessoa pudesse a ver e caminhou até o balcão. Enquanto esperava reparou em uma plantinha engraçada posta ali perto. Tinha a aparência de uma tulipa e ficava abrindo e fechando compulsivamente e vez ou outra soltava um tipo de perfume delicioso. Lily ergueu o dedo e já se aproximava para tocar na planta quando um grito a fez dar um pulo para trás.

–NÃO! -Aquela voz inicial gritou e agarrou a planta pelo vaso tirando de perto da ruiva. -Ela é venenosa. Encoste nela que ela agarra seu dedo e aquele perfume funciona como acido. -Disse colocando a planta em um lugar seguro e se virou para Lily sorrindo. -Posso ajudar? Você é...nunca te vi por aqui antes. -Comentou.

–Ah sim. -Lily olhou com pesar para planta enquanto ele a tirava de perto. -Lily, Lily Potter. Sou irmã do pesquisador que veio do Reino Unido. -Disse com um sorriso.

–Ah claro, ouvi alguém comentar alguma coisa sobre isso. -Ele sorriu. -Nicolas Mason, mas pode me chamar de Nick. -O sorriso dele se alargou. -Então senhorita Potter...em que posso ser útil?

–É um prazer Nick. -Ao pronunciar tal nome, Lily se lembrou do fantasma Nick-Quase-Sem-Cabeça e riu ao imaginar o garoto a sua frente com a cabeça pendurada apenas por um nervo. -Bem..-Ela disse afastando os pensamentos bobos. -Hoje pela manhã a senhora Susana Ceolin mandou um elfo para cá para que ele comprasse algumas ervas para enjoo ou coisa parecida. Eu gostaria de comprar um pouco mais delas porque realmente, são milagrosas.

–AH! Sinto muito senhorita Potter, Jill comprou as ultimas que tinham no estoque. Estava lá atrás olhando exatamente isso... Só teremos mais amanhã a tarde..

–Ahh. -Lily disse com pesar na voz. -Estava realmente esperando que tivesse, acho que a senhora Ceolin gastou todas para fazer o chá. -Suspirou triste. -Mas tudo bem..acho que volto amanhã ent...

–LILY! -O grito da loira fora tão alto que mal se pode ouvir o sininho tocar. -Aí está você! Fiquei preocupada..AH, oi Nick. -Ela sorriu. -Mas então...o que veio fazer aqui?

–Vim comprar um pouco daquelas ervas, mas acabaram..você pode voltar comigo aqui amanhã Emmy?

–Claro que posso! Mas agora vamos...eu acabei me distraindo e não vi as horas..o senhor Ceolin já deve estar doido a nossa procura. -Ela pegou Lily pelo braço e saiu a arrasatando para fora da loja. -Até mais Nick!

–Até! Volte sempre Lily.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aí está. Espero que tenham gostado tanto eu gostei de escrevê-lo e me digam sobre o que acharam sobre a história do vilarejo! Mesmo que um pouco atrasada peço desculpas em casos de erros de pontuação e até mesmo se houver alguns de ortografia. Espero que me deixem reviews, eles me deixam felizes! KKKK'