Because of You escrita por Lia Galvão


Capítulo 12
Me faça lembrar.


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto assim, né? Enfim, queria dedicar esse capítulo a minha linda Clearwater porque ela acabou de sair de uma cirurgia e vou "mimar" ela por aqui. Aproveitem



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Mellody não teve reação, ela realmente não sabia o que falar ou como agir. Sem um aviso prévio ela deixou o quarto, assim que se viu longe dos olhos da amiga as mãos foram em direção a cabeça e ela buscou apoio em uma das pilastras. Qual tipo de brincadeira macabra o destino estava pregando?

O médico apareceu na frente da loira, a encarando de maneira preocupada e ela deu uma risada seca e sem humor.

–Ela perdeu uns nove anos de memória. -A loira informou balançando a cabeça em negativa. -Ela não sabe quem o filho é. -Este simples ponto não conseguia deixar a cabeça da loira, ela olhou para cima e respirou fundo. Como se não fosse o suficiente tudo pelo o que o garoto passou nos últimos um ano e sete meses, agora vinha isso.

–Senhorita Wood, tente se acalmar. -O médico pediu e a loira assentiu concordando. -Levaremos a Lily para os exames agora, peço para que volta a sala de espera e, se possível, contante aos familiares. Tente colocar a cabeça no lugar pois acho que precisaremos de você para contar a ela o que aconteceu e pode ser um choque.

–O que você está dizendo? -Ela voltou a encarar o médico, ainda atordoada com as informações que chegavam até ela.

–Você disse que ela perdeu nove anos de memória e ela agiu como se você fosse exatamente a pessoa que devia estar com ela. Iremos levá-la para os exames, tente se acalmar, senhorita, tudo vai ficar bem. - O médico forçou um sorriso para a loira e depois saiu, retornando para o quarto.

Mellody continuou ali por um tempo, ele tinha razão, tudo ficaria bem. Lily havia acordado, estava viva e bem a não ser pelo fato, pelo pequeno fato, de que ela não se lembrava do próprio filho. Ela passou as mãos outra vez pelos cabelos, os bagunçando, e então começou a caminhar na direção da sala de espera.

***

Já haviam se passado horas desde Mell retornara para aquela sala e a loira já começava a odiar aquelas paredes. Nick havia ficado sem reação quando a notícia lhe foi dada e se manteve sentado de cabeça baixa desde então, sem esboçar nenhum outro tipo de reação. Harry Potter não conseguia decidir se caminhava pelo local ou se sentava e sua esposa, Ginny, se encontrava sentada mas não parou nem um momento de balançar uma das pernas ou roer as unhas.

–Eu não aguento mais isso. -Ginny se levantou de repente, mostrando o quão frustada estava pela espera que parecia não ter fim.

–Pronto, senhora Potter. -O médico apareceu quase imediatamente após o protesto da ruiva, fazendo Harry ir para perto da esposa, Mellody se levantar e Nicolas erguer a cabeça para encará-lo. -Sinto muito pela demora mas tivemos que fazer uma série de exames para garantir que sua filha estava bem e..

–Eeee? -Ginny balançou as mãos aflitas, em um gesto que pedia para que o homem parasse com a enrolação e falasse logo o que estava acontecendo.

–E ela está perfeitamente bem e saudavel. -Ele disse e a ruiva suspirou aliviada, se abraçando ao marido e se sentindo leve pela primeira vez em quase dois anos.

–Porém.. -O médico começou e Ginny o olhou nada contente, o fazendo suspirar. -Como a senhorita Wood deve ter informado, existia o risco dela ter perdido parte da memória. -Ele parou, nunca era fácil dar notícia aos familiares quando esta não renderia sorrisos. -Nós avaliamos todo seu histórico, desde o dia em que ela fora para o hospital, os meses em que esteve em Nova York, como foi durante a transição dela para Londres, enfim, tudo. E logo no inicio podemos ver que o acidente resultou uma preocupante pancada na cabeça, que não apenas a induziu ao coma, como também atingiu uma parte importante do cérebro ligada a memória.

–Eu me pergunto porque vocês gostam tanto de enrolar. -Ginny disse o interrompendo um tanto impaciente e o homem forçou um sorriso.

–Ela sofreu o que chamamos de perda de memória parcial por trauma ou lesão na cabeça.

–E isso significa? -Fora a vez de Harry falar e este também demonstrava uma certa ansiedade na voz.

–Que os últimos anos foram completamente apagados da memória de Lily. Com base no que vocês nos contaram ao longo destes meses fizemos diversas perguntas para ela e ela não soube responder grande parte destas, inventando algumas.

–Que tipo de perguntas? -Mell perguntou de braços cruzados encarando o homem.

–Como a senhorita demonstrou peculiar preocupação com o filho de Lily, fizemos algumas perguntas relacionadas ao garoto, ela não sabe responder nenhuma delas e ao perguntarmos qual era o nome de seu filho ela afirmou que escolheria junto ao namorado, mas se fosse uma garota gostaria que se chamasse Joanne.

–Então ela pensa que está grávida? -Ginny perguntou e o médico assentiu. -Oh! -A mulher lamentou se abraçando ao marido.

–Ao perguntarmos sobre vocês ela disse que espera os ver logo, já que não o faz desde o natal e não quer contar sobre a gravidez através de uma carta. -Ele informou e observou as quatro pessoas na sala. -Ao perguntar sobre Nicolas ela me contou uma história de um homem que sofreu 45 golpes no pescoço por um machado cego e ficou com sua cabeça pendurada por um único nervo, assustando as crianças no dia das bruxas.

Nick riu sem humor e voltou a baixar a cabeça, ela não sabia quem ele era, não tinha nem ideia que um dia o conhecera. Ele levantou e balançou a cabeça em negativa, caminhando para fora dali e sendo seguido pelos olhos pesarosos dos demais.

–Ela precisa saber o que aconteceu e que muita coisa aconteceu desde então. ela não pode se readaptar ao dia-a-dia sem saber que nove anos se passaram. Se os senhores não se importarem, irei pedir para que Mellody a coloque a par dos acontecimentos, já que Lily demonstra que em seus últimos resquícios de memória a senhorita Wood estava com ela.

–Mas eu fiquei um longo temo sem me comunicar com Lily, não sei ao certo o que acontecera em sua vida. -Mell disse um tanto aflita, quando Lily fugiu com Alvo para a América ela demorou quase três anos para encontrá-la e sabia apenas os fatos superficiais que a ruiva lhe contara.

–Então a atualize apenas até onde puder, depois disso você passa a vez para os famíliares.

–E quando poderei vê-la? -Ginny perguntou não gostando de como os acontecimentos se desenrolavam.

–Em breve senhora, pedimos para que mantenha a paciência pois estamos fazendo isso pelo bem de sua filha. -A ruiva concordou, sabia o que o médico estava dizendo e se concentrou no fato de que, no geral, sua filha estava bem, viva e acordada. Tornou a se sentar em uma das cadeiras da sala de espera, um tanto mais calma e aliviada, enquanto o homem acompanhava Mell outra vez em direção ao quarto de Lily.

Nick chutou seu carro com força assim que parou em frente a este. E chutou outra vez, de novo, de novo e de novo, até seu pé protestar, o forçando a parar os movimentos. Ele abriu a porta do motorista com força, quase a arrancando do lugar e assim que se sentou em frente ao volante puxou a porta, produzindo um barulho alto quando esta se fechou. Ele não sabia direito o que sentia naquele momento, estava frustrado, com raiva, triste. Queria chorar, bater em alguma coisa. Queria poder esquecer. Desejava apagar alguns anos da memória assim como acontecera com Lily.

Sua cabeça caiu sobre o volante e ele rangeu os dentes. Ela não podia esquecer dele assim, podia? Passara os últimos dezenove meses preocupado com a ruiva, aflito com qualquer possibilidade, aguardando esperançosamente que ela abrisse os olhos durante cada dia desde que ela entrara em coma. Ela não tinha o direito de acordar sem se lembrar quem ele era.

E não fora apenas os meses em que a ruiva esteve internada, não! Por anos ele esteve a seu lado, foi seu melhor amigo quando ela precisou de um, a ajudou tantas vezes com Lucca, por muito reprimiu seus reais sentimentos em relação a ela apenas para poder estar a seu lado. Como ela ousava não se lembrar dele?

Ele respirou fundo, sentia algo incomodar sua garganta e isso o frustrava ainda mais. Queria esquecer e agora sabia exatamente como fazer isso

–Eu tô esperando. -Lily informou um pouco sem paciência para a amiga, que suspirou e a encarou.

–Não é fácil falar isso, ok? -Mell disse procurando uma posição mais confortável na cadeira.

–Isso o quê?

–Lily, você sofreu um acidente. -Ela disse encarando a ruiva, que ergueu uma sobrancelha esperando por mais detalhes. -Você perdeu a memória, Lily, uma grande parte dela. -A loira mordeu o lábio esperando uma reação da amiga.

–Você vai ter que ser mais específica, Mellody. -A ruiva revirou os olhos mas era possível notar um tom amedrontado em sua voz.

Mell puxou os cabelos para trás e respirou fundo. -Você pensa que ainda estamos em Hogwarts e que você está grávida mas não, nós já nos formamos, você já teve seu filho.

–O que é que você está dizendo? -A voz de Lily se elevou e agora ela aparentava estar em pânico.

–Fica calma, é difícil pra mim explicar também! -Mell pediu e suspirou. -Lily, você sofreu um grave acidente de carro e isso fez com que você ficasse um bom tempo… dormindo.

–Sem enigmas Mellody.

–Você esteve em coma por um ano e sete meses. -Ela falou e prendeu a respiração.

–O quê? Como assim? Isso é muito tempo! Você disse que meu bebê já nasceu, eu perdi os primeiros passos dele, as primeiras palavras, oh!

–Não, não. Você está entendendo errado. Deixe eu terminar de falar. Você esteve todo esse tempo em coma, porém seu filho já tinha seis anos quando isso aconteceu. Você não só ficou em coma, como você teve cerca de sete anos apagados da memória, caramba, não tem como explicar isso!

–Eu preciso de um tempo, Mell.

–Você tá bem? -A loira encarou a amiga de forma preocupada.

–Eu preciso de um tempo! -Ela voltou a falar um pouco mais alto e Mellody concordou, deixando o quarto em seguida.

***

–Mais uma. -A voz de Nick estava embolada e derrotada quando o moreno bateu o copo com força contra o balcão pela milésima vez.

O garçom já despejava o whisky no recepiente indicado quando um homem loiro se aproximou, fazendo um gesto com a mão próxima ao pescoço indicando que ele não deveria continuar.

–Sabe, você está com uma aparência deprimente. -Scorpius informou se sentando ao lado de Nicolas e optando por uma lata de refrigerante.

O moreno se virou para encará-lo, sem realmente conseguir focalizar nada mas com a ciência de que conhecia aquele acara de algum lugar.

–Ela não se lembra de mim. -Ele disse com a voz ainda mais embolada e Scorpius lutou para entender.

–Sabia que existem bastante pubs em Londres? -O loiro indagou agradecendo o refrigerante e levando a lata até os lábios. E aquilo era a mais pura verdade.

Mellody havia telefonado para Hugo para informar as novidades sobre Lily e o ruivo estava na casa dos Malfoy, visitando sua sobrinha, por isso Scorpius ficou sabendo desde que Lily havia acordado até sua perda de memória. Em um determinado momento a loira havia mencionado sobre como Nicolas saiu de repente do hospital e sobre a falta de notícias, então, quando Rose retornou a casa, sem saber explicar o porquê, Scorpius se viu visitando diversos pubs de Londres a procura de Nicolas.

–Nós nos beijamos. -O moreno sorriu por um momento. -Eu sentia que depois de todo aquele tempo ela seria minha, mas então aconteceu. -Sua expressão ficou vazia e Scorpius podia jurar que Nick estava prestes a chorar. -Eu esperei por ela durante um ano e sete meses, esperei que ela abrisse os olhos para que pudéssemos retomar de onde paramos. -Nick encarou o vazio, era difícil saber o quanto ele havia bebido mas o seu estado indicava que ele havia o feito além do recomendado. -E então ela abriu os olhos, mas está amando você. -Scorpius ouvia tudo atentamente e percebeu quando o moreno o encarou, parecendo o reconhecer apenas naquele momento. -Eu te odeio. -Nicolas curvou no que o loiro entendeu como uma tentativa de socá-lo mas falhou miseravelmente ao se desequilibrar e ir de encontro direto ao chão.

–Tudo bem, acho que já chega por hoje. -O loiro disse fazendo um certo esforço para erguer o homem do chão.

–Eu vou desfigurar essa sua cara engomada. … Quando eu estiver sóbrio. -Nick ameaçou e completou a frase, ao dar um chute no ar ao tentar acertar Scorpius e perceber que não estava em condições de brigar.

–Claro que vai. -O loiro tentou, mas não conseguiu conter o riso e então acompanhou Nicolas para fora, deixando uma nota sobre o balcão antes de partir.

–Por quê? - O moreno perguntou assim que se acomodou no assento do passageiro e Scorpius o encarou por um breve momento com o cenho franzido. -Por que ela te ama? -Ele completou o pensamento e Scorps riu, balançando a cabeça em negativa.

–É aí que você se engana meu amigo. -Respondeu estranhando instantaneamente o fato de tê-lo chamado de “amigo” -Lily me odeia. -Concluiu resolvendo ignorar toda aquela estranheza e dando a partida no carro.

–Não foi o que a Mell..

–Nick, escuta uma coisa, eu sei que nunca nos demos bem e acredito quando você diz que me odeia. No entanto, você deve ter ciência de que Lily ao menos sabia que o filho havia nascido até poucas horas atrás. Ela não me ama, ela apenas acha isso. Você por ter estado ao lado dela todos aqueles anos deve saber mais do que ninguém os reais sentimentos que ela nutria por mim.

Scorpius despejou as palavras em uma forma de desabafo. Ele se sentia culpado por tudo que acontecera com a Lily desde aquela fatídica tarde de primavera, na qual a ruiva o encontrara, até então seu namorado, agarrado com Rose, sua prima e irmá de consideração. Ele sabia que merecia todo o ódio de Lily e soube disso no dia em que conseguira se explicar para ela e percebeu o quão estúpidas suas palavras soaram.

Não se arrependia do fato de ter estado com Rose, de jeito nenhum! Porém se arrependia de não ter esperado até ter se resolvido com Lily. Se as coisas tivessem acontecido de uma maneira diferente as coisas poderiam tem tomado outro rumo. Ele olhou pelo canto do olho para Nick que produzia sons estranhos com a boca e Scorpius suspeitou que ele poderia estar formulando alguma resposta para lhe dar.

–Repetindo, não tem o que se preocupar, ela vai voltar a me odiar assim que descobrir a verdade, se é que já não descobriu. E se ajuda, lembre-se do Lucca, ele não te esqueceu e você ainda é como um ai para ele.

Nick então se calou e quietou seus movimentos. Lucca. Fora egoísta ao ponto de se preocupar consigo o suficiente para esquecer o quanto o rapazinho poderia estar sofrendo. Ele escondeu o rosto entre as mãos e suspirou. Não podia mais se dar ao luxo de sofrer porque sua amada ao menos sabia seu nome, tinha o dever de cuidar de Lucca e se preocupar apenas com o sofrimento do garoto.

***

Rose sentiu uma mão segurar seu pulso e a puxar com força o suficiente para ela cessar a caminhada. A pessoa em questão, entretanto, tivera que usar um pouco mais de força para conseguir virar a ruiva até que estivessem se encarando.

–Minta. -Mellody pronunciou ao ver que tinha sua atenção.

–Como? -A ruiva franziu o cenho sem realmente entender o que estava acontecendo.

–Minta. -A loira repetiu, seu tom de voz era decidido mas havia uma certa dúvida em seu olhar.

Por partes Lily ia descobrindo o que havia sido apagado de sua memória e agora havia chegado a hora de ela descobrir o que perguntava com tanto fervor. “O que aconteceu com Scorpius e porque eu fui com Alvo?”. A boca de Rose se abria outra vez e Mellody sabia exatamente o que ela falaria, então continuou, interrompendo a fala da ruiva.

–Lily sofreu muito com o que ela descobriu naquela visita a Mansão Malfoy. Você sofreu, Scorpius sofreu, Lucca sofreu. Ninguém precisa passar por isso outra vez, chega de sofrimentos, ela merece viver a própria vida com um pingo de paz e o mesmo para vocês. Minta. -Agora seus olhos passavam a determinação da voz, Mellody conhecia a amiga o suficiente para saber que ela preferiria saber toda a verdade, por mais dolorosa que fosse, mas sabia também que a amiga em questão continuaria fugindo se isso acontecesse e essas fugas deveriam tem um fim.

–Como? -Rose perguntou melancólica. Sabia o que a loira queria dizer com aquelas palavras e sabia também que outra vez agiria de modo egoísta com Lily, mas ela precisava da sua prima de volta, da prima que a tinha como uma irmã e não como uma inimiga.

Um breve sorriso desenhou os lábios de Mellody quando ela percebeu que sua ideia estava sendo acatada e ela ergueu os ombros. -Apenas manipule a história para que no fim não haja ódio.

Rose retribuiu o breve sorriso e concordou com a cabeça, sendo enfim liberta pela mão de Mellody e se virando para continuar seu caminho até o quarto. A ideia era ótima, se não fosse pelo pequeno detalhe de que Rose não sabia mentir e que aquilo seria uma das coisas mais difíceis que a ruiva já fizera. Levando em consideração que ela e Scorpius ainda estavam juntos e que agora tinham uma filha, qualquer história que Rose pudesse criar era facilmente descartada.

–Rosie! -Lily exclamou lhe fornecendo um largo sorriso assim que a ruiva mais velha cruzou para dentro do quarto e então suas aflições sobre como mentir caíram por terra. Ela tinha que mudar o fim da história.

–Olá cerejinha. -Ela brincou com o apelido que usava para atazanar a prima quando ainda eram crianças e Lily fechou a cara. -Como você está? -A expressão de Rose ficou mais tenra quando sua mão fez caminho até tocar a palma da prima.

–Eu estou confusa. -Ela respondeu sincera e suspirou. -Tudo parece estar acontecendo ráido demais, entende? -Os olhos castanhas de Lily encontraram os azuis da prima e ela assentiu, se acomodando na cadeira ao lado da cama. -Mas então, vamos continuar o livro, qual capítulo você narra?

Rose sorriu, apesar de aparentar estar completamente serena, seu íntimo explodia em nervosismo e ela clamava por ajuda, de onde quer que esta tivesse que vir.

–Eu narro o capítulo que você se mostrou mais interessada em saber. -Ela informou e assim que a prima ergueu as sobrancelhas ela suspirou. -Scorpius.

***

–Tia Alice? -Lucca clamou pelo que pareceu a centésima vez em poucos minutos e a loira levantou o olhar para o gatoro. -O que tá acontecendo? -E pela centésima vez ele tornou a perguntar.

Alice respirou fundo, derrotada. Sabia que ele não se cansaria até descobrir o porquê de todo aquele alvoroço e, se ele iria descobrir mais hora menos hora, porque prolongar a aflição do garoto? Ela maneou a cabeça, indicando para que o loira a seguisse, carregá-lo havia se tornado uma tarefa muito árdua depois do aniversário de oito anos do rapaz.

–Então? -Ele perguntou a encarando com aquelas grandes e redondas bolas castanhas que ele chamava de olhos.

–Lucca, se lembra de quando… quando sua mãe foi para o hospital, em Nova York… quando você descobriu que Scorpius era seu pai? - O garoto assentiu prontamente, apesar de não sabe de detalhes, lembrava daquele dia como nenhum outro. -Se lembra o que lhe falamos?

O menino suspirou e vasculhou a memória. -Que mamãe precisou fazer uma viagem de última hora e que ficaria um tempo fora, mas voltaria.

–Certo. Se lembra que pedimos para que você fizesse uma espécie de diário para que pudesse mostrar para ela tudo que aconteceu enquanto ela estava fora? -Perguntou atenta ao garota e ele assentiu rapidamente. -Pois então, essa viagem que sua mãe fez acabou fazendo ela esquecer de algumas coisas importantes..

–Assim como eu esqueci de fazer o dever de casa? -Ele a interrompeu e Alice o encarou nada contente com a confissão.

–Não, mas muito parecido e já que o senhor lembrou nós vamos fazer esse para casa assim que eu terminar. -Ela informou e o garoto murchou. -Continuando, ela esqueceu de um bocado de coisas importantes e vai precisar de muitos caderninhos como o que você fez para entender as coisas, entende?

–Não. -Ele disse e Alice suspirou, o puxando para perto.

–Apenas saiba que, assim como para você, as coisas estão um pouco confusas para sua mãe. -Ela disse beijando a testa do garoto. -Agora vamos fazer aquela lição de casa.

***

–Wow… -Foi o que Lily conseguiu dizer assim que Rose finalizou a história. -Wow… -Ela repetiu piscando algumas vezes.

–Eu sei que é complicado mas…

–Por que nunca me contou? -Ela aparentava estar magoada com a prima e Rose suspirou.

–Eu sabia que você gostava dele, não podia fazer isso com você. -Ela disse sincera mas sabia o quão hipócritas as palavras pareciam em seus ouvidos.

Lily sorriu, apertando gentilmente a mão da prima entre as suas. -Isso é estranho, não é? Nós duas temos filhos com o mesmo homem. -Ela disse e Rose riu nervosa, concordando.

–Como eu pude ser tão boba? Certo que eu tinha 17 anos, mas se eu tinha idade para estar grávida eu tinha idade para entender que vocês se amavam.

–Está no passado, Lily, não vamos dar importância para isso, sim? -Rose pediu com os olhos suplicantes e a ruiva concordou.

–Mas então, quando é que eu poderei conhecer meu filho?


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Notas finais do capítulo

E é isso aí '3' Reviews?