Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 7
A Oficina de Teatro




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- Você disse que ia investir na Sophie, Ruan? - perguntou Matheus a ele e David só escutara. Os três estavam sentados uma mesa da cantina, a única cheia, pois, quase não havia nenhum universitário pela aquela área, só Sophie que estava sentada no balcão comendo um sanduíche natural. Os garotos a observavam.


- Ela é muito difícil! - exclamou Ruan a Matheus. - Eu já tentei sair com ela a semana inteira, só que ela anda muito ocupada ultimamente...


David rira.


- Ela anda muito ocupada pra você...


- Não. - impôs Ruan. - Ela já disse que muita garota gostaria de sair comigo, ta?


Os outros dois que estavam na mesa riram e David dissera:


- Ela deve ter dito sair pra bem longe de você, não é isso?


Ruan lhe dera um sorriso de antipatia e David continuou:


- Será que você ainda não percebeu que a Sophie só dá uma de difícil pra cima de você?


- Se você é tão gostosão assim, por que não tenta? - indagou Ruan com muita raiva. David ficou pensativo e olhou para Sophie que continuava no balcão.


- E quem disse que eu não vou tentar? Lógico que ela vai me querer.


Matheus riu e propôs:


- Por que não fazemos uma aposta?


Ruan e David olharam a ambos e depois a Matheus.


- Que aposta?


- Se você conseguir ficar com Sophie... - falou Matheus pensando. - O          Ruan vai ter que andar de vestido pelos corredores da universidade. - David rira e Matheus continuou: - Mas, se você não conseguir nada com ela, vai ter que... que... Já sei. Eu soube que na oficina do teatro aqui de perto, eles tão querendo pessoas pra ajudar em uma peça beneficente que vai ter, você poderia aparecer por lá pra dá uma forcinha.


- O quê? - retorquiu David - Nem pensar... Vai ser mico demais... Eu não sou o Fred, nem o Rafael pra dá um de bonzinho...


- Por isso mesmo. - disse Matheus, enquanto Ruan ria. - Você não disse que nem uma garota normal te dá um fora... Ou você ‘ta achando que a Sophie vai fazer isto.


- Claro que eu consigo! - Exclamou David.


- Então?


Depois todos concordaram e David se levantara.


- Acho melhor atacar agora. - disse ele e andou uns vinte metros até o balcão onde Sophie ainda se encontrara. - Oi, tudo bom?


Ela olhou para o lado e disse.


- Ah... Tudo e você?


- Eu vou bem. - respondeu David pedindo um refrigerante de cola. - Você ‘ta gostando daqui.


Sophie olhou para os lados e confirmou com a cabeça.


- Pois, se você quer que eu seja sincero... Não ‘ta parecendo. - retrucou David recebendo o refrigerante de uma mulher que atendia o balcão, ela esperou que a mesma se retirasse e falou:


- É que andam acontecendo umas coisas chatas, mas, é só besteira...


Ele passou a mão no ombro dela tentando consolá-la e olhou para trás onde Ruan o olhava de cara feia e Matheus lhe fizera um gesto de aprovação.


- Posso te perguntar uma coisa? - continuou David.


- Claro.


- É que eu andei sabendo que o Ruan anda te importunando...


- Quem foi que te disse isso?


- O próprio... Ele me disse que tava tentando sair com você, mas que você anda muito ocupada... Parece que a ficha dele não caiu... Deve ser por que ele não é muito normal. - falou David bebendo um pouco de refrigerante e olhando para Sophie.


- Verdade... Ta um saco! - exclamou Sophie. - Só que, apesar de estranho, ele é legal e eu não quero ser muito grossa, sabe?


- Sei... Eu entendo. - concordou David dando outra olhada para trás. - Se você quiser, eu dou um toque nele...


- Depois eu faço isso. - disse Sophie.


- Eu posso te ajudar... - falou David se aproximando dela o máximo que pode e Sophie nem ligou muito. - Sei lá, agente podia sair...


- Sair? - retrucou Sophie.


- É... e aí quando ele visse nós juntos, ele não ia mais te atormentar.


Sophie se afastara um pouco dele e disse:


- Olha David, nem leva a mal, mas... eu sei que você é muito melhor que Ruan em tudo e mais alguma coisa e também sei que você faz muita mulher delirar, mas, eu não pretendo sair com o Ruan e nem com ninguém, nem mesmo com você... Eu quero continuar quietinha no canto por enquanto... Entende?


- Você ‘ta me dando um fora é isto?


- Eu não vejo por esse lado, mas, se você achar...


- Então ta! - exclamou David escondendo a raiva.


- Eu só não estou no meu momento. - explicou-se Sophie.


- Claro. -disse David saindo e ela o acompanhou com os olhos. Ele voltara a se reunir com Ruan e Matheus, o mesmo perguntou:


- E aí como foi? - Vendo que ele não respondera e estava com muito mau-humor, Ruan começou a rir e Matheus continuou: - Eu não acredito que ela dispensou David Magalhães! - Como o amigo continuara calado os dois se puseram a rir mais.


- Ela só pode jogar no time oposto! - exclamou David.


Matheus disse ainda rindo:


- Ela não tem cara de gostar de mulher... Acho que você que ‘ta fraco em suas conquistas...


David dera um olhar de repreensão aos dois e esses pararam de rir, pelo menos por fora. Ficarão calados um pouco, ainda tentando se segurar para não soltar uma gargalhada e Ruan se apressou em dizer:


- Teatro é aberto às duas horas.


David tentou os repreender novamente, mas, Matheus se impôs:


- Aposta é aposta David...  ou você não é homem de verdade?


- Pelo menos pra Sophie, ele não é... - disse Ruan e David se levantou fazendo com que o mesmo saísse apressado. Matheus continuou sentado, rindo, mas, quando vira o olhar de David resolvera pegar a sua bolsa e sair também. Ele ficara mais alguns minutos sentado ali e depois saiu. Andou até a pista onde estava o seu carro e foi para a casa. Ele entrou pela frente do prédio onde morava e uma mulher que trabalhava na recepção o chamou.


- Seu pai mandou esse envelope com o dinheiro pra você pagar suas contas. - falou a moça o entregando a David.


Ele o recebeu e entrou em um dos dois elevadores apertando o botão do último andar, pois, o mesmo morava na cobertura do prédio. Quando chegara, David caminhou pelo grande corredor olhando o envelope, as luzes foram acendendo automaticamente. Uma jovem apareceu em uma das duas únicas portas daquele andar, que ficava a esquerda. Ela parecia ser um pouco mais nova que ele, talvez dois anos; a mesma estava ainda com vestes de dormir. Era morena de cabelos ondulados e olhos verdes.


- Oi David. - disse ela e ele a olhou.


- Oi Letícia.


Ele parou na outra porta que ficava à direita, com uns três metros de distância, da que Letícia se encontrava. David abrira sua bolsa para procurar a chave e olhou para as vestes da garota. Ela percebera e disse exibindo um belo sorriso.


- Acabei de acorda.


David também sorrira, parecia que os dois já tinham uma certa intimidade. Ele encontrou a chave e abriu a porta, porém, não entrou.


- Letícia?


- Hum... ?


- Por que será que uma garota me daria um fora?


- Quem foi a louca?!


David não respondera.


- Talvez ela deva está afim de outro homem.


Ele agora olhara para ela e dissera de mau-humor:


- É pode ser... Dá pra entender a cabeça de vocês, mulheres?


- Você deve ‘ta se sentindo humilhado, não é? Quebrou a sua pose de machão...


- Eu só estou um pouco carente com isso tudo. - disse David sorrindo para Letícia e a mesma retribuiu o sorriso.


- Ta carente?... Coitadinho... - falou ela se aproximando bem devagar e logo em seguida ela segurou o braço dele. - Se quiser eu posso te ajudar, aparecendo na sua casa hoje à noite.


- Você não tava namorando?


- Terminei com ele, antes de ontem. - respondeu ela.


- Então, agente se vê hoje à noite. - confirmou David entrando em seu apartamento que era digno de uma cobertura. Ele foi para seu quarto e deitou na cama, onde adormeceu, após algum tempo ele ouviu um barulhinho e abrira os olhos, percebera que era o telefone que estava tocando se levantou e foi até a sala. Era Matheus para lhe avisar que faltavam trinta minutos para o teatro ser aberto. David desligou o telefone resmungando e foi tomar banho, se vestiu e saiu novamente em seu carro, voltando a passar pelas mesmas ruas que levavam a universidade. David acabou estacionando a um quarteirão de distância da Sampton, saiu do seu carro e entrou em uma grande construção, havia grandes letras em cima da porta que mostrava que lá era o teatro municipal. David abriu a porta e entrou, lá dentro estava mal iluminado, mas, se via fileiras e mais fileiras de poltronas vermelhas, ele foi descendo, pois o piso não era plano e ia baixando até o palco iluminado. Uma mulher estava perto do mesmo ajeitando uns painéis, quando David chegou, pigarreara e a mulher logo se virou mais não viu quem era direito e se aproximou.


- David?! - exclamou ela surpresa.


- Oi, você é...a Gisele, não é isso?


- É. - confirmou ela ainda surpresa. - Mas, o que você faz aqui?


- Eu soube que vocês estavam precisando de...


- Não vai me dizer que você veio ajudar na peça beneficente?!


- É... eu vim pra isso mesmo.


Gisele riu um pouco sem graça.


- Não dá pra acreditar que David Magalhães quer participar...


- Como é que você sabe o meu sobrenome? - perguntou ele.


Gisele corara e ficou nervosa.


- Ah... - retrucou desviando o olhar e virando pra colocar a caixa que estava em suas mãos em cima do palco.


- Metade da Universidade Sampton sabe seu nome, você é famoso entre as mulheres...


Gisele se virou para olhá-lo e David sorrira dizendo:


- É... eu tenho as minhas qualidades. - gabou-se David - Me diz uma coisa. É só você da Universidade que vai ajudar hoje.


- Eu só convidei a Bia, só que ela ‘ta passando por uns problemas e acho que não vem. - disse Gisele ainda nervosa. - A não ser que outra pessoa venha de surpresa assim como você.


- Que bom.


- Como assim “que bom”?


Só que ele não respondera, por que logo em seguida, uma mulher de cabelos castanhos, alta e magra apareceu acompanhada de três meninas adolescentes e dois garotos já maiores.


- Boa tarde. - disse ela.


- Boa tarde. - responderam Gisele e David.


Ela se aproximou do palco e examinou David.


- Professora esse é David ele veio ajudar na peça beneficente.


- Prazer. - disse ela o cumprimentado e David fez o mesmo mostrando um largo sorriso, pois, a professora de teatro era bem aperfeiçoada na visão dele. - Que bom que ainda existi pessoas como você querendo ajudar.


- Claro que eu estou disposto a ajudar, ainda mais se é beneficente pra ajudar os pobres...


- Não é pra ajudar os pobres. - interrompeu Gisele. - Nós vamos ajudar o hospital que trata crianças com câncer.


David ficara calado por um instante, então, disse sem jeito olhando para a professora:


- Ah... é eu havia me esquecido. De qualquer forma, vai ta ajudando as criancinhas...


- É verdade, toda ajuda é bem vinda. - falou a professora e depois apresentou os garotos a David. A Camila era a mais nova, tinha quinze anos, a outra era a Rebeca de dezesseis, a Júlia tinha dezoito; os meninos eram Gustavo da idade de David só que bem menos musculoso e bastante magro, o outro era Michael que tinha cabelos loiros acinzentados e usava óculos, vestiu uma roupa mais social que os demais. - David você pode começar nos ajudando a montar o cenário. - pediu a professora.


Ele concordou e acompanhou os outros dois meninos até atrás do palco, onde carregaram pesados cenários de madeira para o centro. Gustavo quase não ajudara por que não tinha muita força. Demorou muito pra que eles montassem tudo e seguiram a risca as instruções da professora, colocaram em um lugar, depois puxaram mais para a direita, um pouco mais para a esquerda, após uma hora chegaram mais quatro garotos para ajudar, mas, não podiam demorar muito e foram embora um pouco cedo, mesmo assim a professora os agradeceu de coração, quando já estavam quase terminando, lá pelas cinco horas da tarde, David não agüentava mais e a professora sugeriu que descansasse, ele aceitou e sentou na primeira fila de poltronas. Gisele foi até onde ele estava e lhe ofereceu a garrafinha de água mineral que estava em sua mão.


- Eu vou aceitar, obrigado. - disse ele pegando da mão dela.


- Posso me sentar do seu lado? - perguntou ela.


David rira.


- Claro que pode. - disse ele ainda achando um pouco de graça da pergunta de Gisele.


- Por que você ‘ta rindo? - perguntou ela.


- Por que você pediu a minha permissão pra sentar! - exclamou David.


- E quê que tem? - indagou ela sem graça.


- Quê que tem que eu não mordo. - disse David rindo e Gisele olhara para ele abrindo a garrafa.


- Você poderia se incomodar com a minha presença. - falou Gisele.


- Não, eu não me incomodo. - disse ele olhando para o palco. - Eu não sei o que andam falando de mim pela universidade, mas, eu não sou esse arrogante que você pensa...


- Nem pegador?


David olhara para os olhos azuis de Gisele, da cor dos seus.


- Ah... isso eu vou confessar que sou sim. - admitiu David e Gisele olhou um pouco decepcionada para o palco, que já estava quase todo pronto, dava pra perceber pelo cenário que a peça iria se passar em uma época medieval.


- Qual é a peça? - perguntou David.


- Romeo e Julieta. - disse Gisele olhando para a varanda de uma das casas do cenário.


- Legal! - exclamou David.


- Você tem que conhecer as crianças que vão fazer essa peça... são umas fofas... pena que, estão com essa doença tão terrível...


- Mas, como é que elas vão fazer se estão doentes e carecas...


- Não... Elas não estão em um estágio tão avançado assim... - esclareceu Gisele. Percebendo que a professora os chamara, os dois foram se juntar aos outros.


- Bom! O cenário já ta pronto, deu trabalho, mas ele não vai precisar ser mudado. - Concluiu a professora. - Obrigada a todos. E seja bem-vindo David ao grupo de teatro, as portas vão estar sempre abertas pra quando você quiser vim ajudar. - Ele acenou com a cabeça agradecendo. - Espero ver todos vocês no dia da peça e se quiserem voltar pra dar uma força antes dela, vai ser muito bom! Então, já podem ir.


David se despediu e saiu do teatro, indo até seu carro ele entrou e dirigiu até ao Restaurante Teen Place. Onde estavam sentados em uma mesa de fora Ruan e Matheus. Ele pegou uma cadeira e se sentou com os doidos.


- Ta mais calmo? - perguntou Matheus.


E David não respondera por que uma garçonete veio ao encontro dos três e ele pediu uma pizza pequena.


- Olha como estão as minhas mãos. - falara David erguendo os dedos calejados.


- O que foi que aconteceu? - perguntou Ruan.


- Eu tava ajudando a montar um cenário de madeira.


Matheus riu e interrogou:


- Como foi lá? Apareceu alguém que pudesse comprometer a sua imagem?


- Não, só adolescentes feias naquela fase de espinhas... - David para um pouco por que Matheus ia se engasgando com o sanduíche, após, uma tentativa de riso. - Exceto pela irmã gêmea da Michele...


- Ela te conhece... - falou Matheus.


- Pois é, mas, ela é certinha demais, não vai sair por aí falando isso... - impôs David. - Mas a professora de teatro...


Ele fizera uma cara de satisfação e os outros dois se empolgaram.


- Como é que ela é?


- Só uma palavra. - disse David. - ‘Boa’.


- Nossa eu to até pensando ir ajudar esse tal de teatro. - falou Ruan.


- Teatro não é gente, seu animal... - disse David - Se quiser ir, vai, mas, ainda bem que eu já me livrei.


Matheus perguntou:


- Que peça eles vão fazer?


- Romeo e Julieta.     


- Quem são esses? - perguntou Ruan.


 David o olhou com desprezo e perguntou.


- Em que mundo você vivi? - E depois ele continuou. - A grande dúvida da minha vida é descobrir como você consegui passar no vestibular.


Ruan não respondeu e eles ficarão conversando por um bom, até que, David se despediu dizendo:


- Pessoal eu já vou ter que ir, por que tem uma gata me esperando lá em casa.


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Notas finais do capítulo

Bem... eu demorei a postar não tem ninguém lendo! :/
Se tiver da um sinalzinho de vidaa :*



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