Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 6
Momento Errado




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Sophie passara pelo corredor, quando vira Bia.
- Olha só, a destruidora de moletons de luxo.
Bia não deixou barato e rebateu.
- Se não é a patricinha histérica.
Ela lhe dera um olhar fatal e Bia o retribuiu. Sophie subiu até o terceiro andar onde entrou em uma sala para assistir a aula de desenho. Estava vazia, exceto por umas três garotas que sentavam ao fundo, davam um olhar meio torto à Sophie. Logo em seguida, Yoko entrara acompanha de uma garota alva de cabelos claros e ondulados. 
- Dani. - disse Sophie correndo para abraçar a garota.
- Sophie há quanto tempo. - falou a Daniela. - Você mudou muito.
- E você não mudou nada.
Daniela sorriu e olhou para Yoko.
- Vocês já foram apresentadas?
- Nós já nos conhecemos. - respondeu Yoko.
- Agora, eu tenho que ir, tenho aula de Histologia. Só vim aqui pra te ver.
- Depois você aparece lá por casa? - pediu Sophie.
- Pode deixar. 
Sophie e Yoko se despediram de Daniela. E sentaram-se uma do lado da outra.
- Bom dia. - disse um homem de cinqüenta anos alto de olhos azuis, que entrara na sala, quando percebera que só havia dez alunos, fez uma cara de desagrado. - A sala hoje ‘ta tão vazia.
- Talvez seja a inspetora que anda suspendendo muita gente. - disse Yoko.
- Se vocês não chegassem atrasados... - retrucou o professor.
- É uma impressão ou o senhor está a defendendo? - perguntou Yoko.
- Vamos começar a aula. - pedira o professor - Ao invés de ficarmos fazendo perguntas sem sentido. 
Yoko dera um olhar de repreensão e olhou para Sophie que concordara. O professor resolvera não dar assunto novo e pediu para que eles desenhassem uma roupa de gala, e depois veria os desenhos. Após alguns minutos ele os recolheu, então sentou em sua mesa. Depois de um tempo dissera:
- O desenho de Sophie está digno de uma noite de Oscar.
Sophie deu um sorriso ao professor e Yoko lhe elogiara. Quando a campa tocou, elas desceram, pois não havia aula nos dois horários que se seguiam. Yoko se separou da amiga, dizendo que ia falar com um professor e Sophie saíra do prédio pela entrada, onde no gramado avistou Michele lendo um livro, sentada em um banquinho.
- Tudo bem com você?! - perguntou Michele. - Ultimamente você anda tão estranha.
- Nada haver. 
- E o Fred, já deu o bote?
- Nem me fala nesse garoto. - disse Sophie de mau-humor. - Terça eu faltei à aula de Marketing, só pra não ter que ver ele.
- O que foi que ele fez? - indagou Michele fechando o livro para dar mais atenção a conversa.
- O problema é o que ele ainda não fez.
- Ele ainda não ficou com você, é isso?
Sophie fez uma expressão de afirmação, depois de alguns segundos dissera:
- Eu não falo com ele ‘ta com três dias.
- Por quê?
- Por que da última vez, agente tava se dando muito bem, ele até disse que uma porção de garotos estava afim de mim. - Sophie parara um pouco de falar por que um garoto bonito passara olhando para ela, e a mesma retribui com um sorriso. - Eu perguntei se ele se incluía nessa lista...
- E o que foi que ele disse? - interrompeu Michele.
- Ele começou a falar da namorada e disse que não imaginava a vida dele sem ela, dá pra acreditar nisso? Depois ele praticamente fugiu de mim... 
- Sophie, você que se diz mestre em sedução, não percebeu?
- O quê? - falou Sophie, virando o seu corpo no banco para olhar para Michele.
- O Fred ‘ta balançado por você. 
- Você acha?
- Ele respondeu a sua pergunta?! - indagou Michele tentando fazer com que Sophie caísse na real.
- Não! - exclamou ela, aparecendo um leve sorriso em seu rosto. - Será? É que todos os garotos que eu tentei conquistar, no segundo dia já caiam aos meus pés, inclusive os que tinham namoradas... 
- O Fred é certinho demais, ele não vai dar o braço a torcer, tão cedo.
Novamente um grupo de garotos passou pelas duas e cochicharam entre si.
- O que essa namorada dele tem que eu não tenho? 
- Pode ter certeza de que ela não é metade do que você é. - falou Michele acenando para um amigo dela que atravessava o gramado. - Eu acho que o melhor seria que você partisse logo pra cima com todas as armas, por que uma coisa eu te digo que ‘ta dando certo ‘ta.
Sophie se animara.
- Eu nunca dei pra trás e não é agora que eu vou dar.
- É assim que se fala. - Apoio Michele.
- Você sabe onde ele está?
- Não, deve ‘ta andando com os garotos...
- Eu vou procurar ele. - disse Sophie se levantando e pegando a sua bolsa rosa no banco.
Michele a interveio antes que saísse.
- Olha vai com calma, e se você vê que não deu certo, aí é partir pra cima.
- Não queira ensinar a um mestre, ta? - falou Sophie mexendo em sua bolsa para pegar a maquiagem e retocá-la.
- Me diz uma coisa, depois que você “conquistar” o Fred, você vai fazer o quê?
- Eu vou o deixar voltar pra namorada dele.
- Se ele quiser ficar com você? 
- Ele vai cair do cavalo, por que eu não quero nada sério.
Michele riu e Sophie se afastou e se dirigiu à entrada, passando rapidamente pelo corredor, só que, quem ela menos esperava apareceu, vindo ao encontro dela.
- Oi princesa.
- Oi Ruan. - disse Sophie lhe dando um sorriso falso.
- Quando é que nós vamos marcar aquele encontro?
- Ah... Um encontro?
- Pode ser hoje?
- Hoje, eu tenho aula de piano. - falou Sophie.
- Amanhã?
- Eu vou pro salão de beleza.
- Sexta?
- Eu vou pra aula de Francês. - disse Sophie. Ele já ia se pronunciar e ela continuou. - Depois eu vou sair com o meu tio.
- Eu sou muito inteligente, sabia? - retrucou Ruan.
- Claro. - concordou Sophie.
- E eu estou começando a achar que você não está querendo sair comigo...
- O que te fez pensar isso? - perguntou Sophie. - Qual é a garota que não gostaria de sair com você?
- É sério?
- Lógico! - exclamou Sophie. - ‘Ta vendo aquela garota ali? Acho que ela é louca por você.
Ruan olhou para o lado e viu uma garota morena olhando para Sophie, parecia que falava mal da mesma junto com uma amiga.
- Ela ‘ta olhando pra mim?
- Por que não olharia? Você não é inteligente? Esbelto?... Então vai lá falar com ela.
- Então ta... Mas quando você tiver uma noite livre...
- Pode deixar! Eu saio com você - retorquiu Sophie e Ruan já ia em direção as duas garotas quando ela se lembrou e perguntou. - Você viu o Fred?
- Ele ‘ta na biblioteca.
Ela andou alguns metros e virou para a esquerda até chegar a uma porta que dava à biblioteca, entrou na mesma e se dirigiu até a última fileira de estantes de livros, logo em seguida, vira Fred sentado lendo um grosso livro de Psicologia. Sophie preferira ficar em uma mesa próxima à dele e abriu seu livro de Marketing para resolver um trabalho que o professor passara na última aula. Fred percebera sua entrada, porém, Sophie fingira que nem notara que o mesmo estava ali, o ignorando completamente. De vez em quando, ela coçava a cabeça com sua caneta, como se dissesse que estava tendo dificuldade com o trabalho. O olhar de Fred aparecera por cima do livro, então, se levantou e foi até a mesa dela.
- Algum problema com Marketing? - perguntou ele.
- Todos os possíveis. - falou Sophie de cabeça baixa.
- Eu percebi a sua ausência na última aula, você não viu esse assunto novo. - disse ele percebendo que ela o ignorava. - Se quiser eu te ajudo!
Sophie enfim erguera a cabeça.
- Eu fico impressionada como você deu por falta a minha presença, talvez seja por que você não sentiu um incômodo. - retrucou Sophie de esgoela. - E não, eu não preciso da sua ajuda.
- O que foi que eu te fiz? - rebateu Fred.
- Eu é que pergunto “o que foi que eu te fiz?”. - retorquiu ela séria. - Eu não consigo ser gentil com quem passa um bom tempo sem falar comigo e eu nem sei o porquê.
- É você que não fala mais comigo.
- Agora eu que sou obrigada a toda vez puxar assunto com você, é isso?
Fred parara pra pensar um pouco então disse bem calmo:
- Eu não posso ficar todo tempo atrás de você puxando conversa. Você sabe como as pessoas são maldosas... Se eu ficar andando toda hora com uma mulher linda como você, eles vão começar a fazer fofocas.
Sophie continuou séria, então falou em uma voz mais meiga:
- Então... Sinto muito Fred, mais nós não podemos continuar com a nossa amizade desse jeito.
Ela baixou a cabeça e Fred evitou olhá-la.
- E eu que pensei que você fosse diferente de todos esses idiotas. - continuou Sophie. - mas, eu já vi que me enganei.
- Eu errei com você, ta bom?
Sophie agora o olhara.
- Me dá uma chance de me redimir, te ajudando nesse trabalho... hum? - pediu ele e depois de alguns segundos Sophie concordara. Fred pegara uma cadeira e colocara bem próxima a ela.
- Então você ‘ta com duvida em quê?
- Em tudo. - falou ela aos poucos mostrando seu encantador sorriso. - Eu ainda não entendi o conteúdo do trabalho.
- Ah, é fácil! - exclamou Fred pegando o livro das mãos de Sophie. - Ele quer que agente faça um cartaz... Tipo esses de outdoors e com uma frase bem criativa.
- E por que ele pediu que nós pesquisássemos no livro?
Fred abriu em uma página e mostrou a Sophie.
- O livro dá algumas dicas. Nessa página e na última. - Ela examinou o livro por um momento e Fred fez o mesmo, porém, examinava mais Sophie do que o próprio livro.
- Vai fazer sobre roupas? - perguntou Fred, tentando conversar com ela.
- Não teria sentindo, se eu colocasse sobre outro assunto.
- Verdade. - Concordou ele. - Só vai demorar um pouco pra inventar um nome de grife. 
- Eu posso colocar o meu nome.
- É... Seu nome é bem bonito.
Sophie olhou para ele e deu um sorriso.
- Obrigada. - agradeceu ela pegando em seu pescoço e percebeu que seu colar de ouro branco havia se desprendido. - Fred será que você poderia me ajudar? Meu colar...
- Claro. - disse ele se aproximando mais dela para prender o colar em seu pescoço. Quando as mãos dele tocaram a nuca de Sophie, ela sentiu um arrepio.
- Obrigada. - agradeceu novamente e os rostos de ambos ficarão próximos.
- O que significa isso? - perguntou Bia que acabara de ver a cena.
Sophie fizera uma expressão de negação e perguntou:
- O que você faz aqui, sua estúpida? 
- Estúpida?! - retrucou Fred a Sophie, sem entender nada.
- Eu é que quero saber o que você, Fred, ‘ta fazendo aqui com essa patricinha?
- Vocês se conhecem? - perguntou Sophie a Fred.
- Ela é minha namorada. 
- Essa é a sua namorada?! - retorquiu Sophie. 
- Talvez, ex-namorada... - afirmou Bia.
- Não Bia, não faz isso. - interrompeu Fred se levantando.

- Você conhece essa histérica de onde? - questionou Bia, vendo a cara de perplexidade de Sophie.
- Ela é só a irmã do Rafa! - exclamou Fred a Bia.
- Então, pra você, eu sou só a irmã do Rafa? - perguntou Sophie a Fred.
- Não é isso que eu quis dizer Sophie. - defendeu-se Fred.
- Eu não vou ficar aqui escutando isso. - disse Bia se retirando. 
Fred já ia acompanhando Bia, quando Sophie interrompeu.
- Fred?!
Ele olhou pra ela por um momento.
- Desculpa Sophie. - Dizendo isso ele foi o mais rápido que pode atrás de Bia, deixando Sophie sozinha para trás. Ele saiu do prédio, até que, conseguiu ver Bia ao longe e foi ao encontro dela.
- Bia espera! - pediu Fred, só que ela não lhe deu ouvidos e continuou andado sem dar atenção, até que Fred agarrou seu braço. - Deixa de ser infantil, Beatriz.
Ela o olhou com raiva e disse:
- Ainda por cima me chama de infantil...
- É o que você ‘ta sendo.
- Como é que você quer que eu fique depois de te ver com aquela horrorosa?
- Eu não ‘tava fazendo nada de errado com ela, eu não posso conversar...?
- Não com aquela garota.
- E eu tenho uma bola de cristal por acaso, pra ter adivinhado que você não suportava a Sophie? - falou Fred começando a perder a paciência.
- Você nunca falou nesse tom comigo! - exclamou Bia.
- Por que você nunca deu uma de idiota pra cima de mim. - disse Fred e Bia fez uma cara de ofendida deixando cair uma lágrima do seu rosto.
- Pois, eu vou continuar sendo essa idiota se você continuar dando atenção pra aquela patricinha.
- Que bom que agente ‘ta chegando a uma conclusão, por que eu não vou me privar de andar com as pessoas que eu quero por sua causa.
- Faça bom proveito. - retrucou Bia saindo de perto dele o mais rápido que pode. Fred desta vez não fora atrás dela. Quando Bia já estava quase na pista uma garota de cabelos escuros lisos da altura de seus ombros veio em sua direção. 
- Bia.
- Nanda. - disse ela chorando.
- Quê que foi? Por que você ‘ta chorando?
- Nada.
- Eu estou indo pra casa, você quer ir comigo? - perguntou Nanda.
- Seria bom! - exclamou Bia acompanhando a garota até um carro onde estava Pedro do lado de fora, encostado. 
- Vamos Pedro. - disse Nanda entrando no carro e se sentando no banco se detrás com Sophie. Pedro entrara logo em seguida.
- Eu não sabia que essa garota ia com agente. - indagou ele, olhando Bia pelo retrovisor, quando ela percebeu tentou engoli o choro para que Pedro não notasse.
- Pedro não amola! - retrucou a menina de cabelos curtos.
- Calma Fernanda. - falou Pedro ligando o carro.
- Você já ‘ta melhor, Bia? - perguntou à amiga.
- Um pouco. - respondeu Bia com a voz trêmula.
Novamente Pedro olhara pelo retrovisor para Beatriz. Depois de alguns minutos ele parara o carro na garagem de um alto edifício. Fernanda saiu segurando a mão de Bia.
- Eu vou demorar um pouquinho a subir. - falou Pedro.
As duas subiram por um elevador até o quinto andar e entraram na única porta que havia lá. O apartamento era muito grande, não tinha o ar juvenil, era mais organizado e mais clássico, as duas passaram por duas salas até chegar ao corredor onde entraram no primeiro quarto, era quase do tamanho do quarto de Bia, só que mais desorganizado. Fernanda ligou o refrigerador, pois, o tempo lá fora estava um pouco abafado e fechou a porta. Bia se sentou na cama.
- Quê que foi, me fala? - pediu Fernanda sentando em um baquinho à frente da amiga.
- O Fred... - falou Bia quase não saindo.
- O Fred? - perguntou Fernanda chocada. - Mas o Fred? O que foi que ele fez?
- Nem eu sei direito... - disse Bia soltando as lágrimas que tanto evitara.
- Como assim me explica.
- Eu dei uma de ciumenta pra cima dele.
- Então a culpada é você. - retrucou Fernanda, mas desejou não ter falado por que Bia fizera uma cara de dar pena e se pôs a chorar mais ainda, então engoliu o choro e disse:
- Ele me falou coisas terríveis... Disse que eu tava fazendo papel de idiota pra cima dele.
- O Fred falando isso?! - retrucou Fernanda mais chocada ainda. - Não acredito.
- Ele foi super grosseiro comigo. - falou Bia controlando seu choro.
- Mas, qual foi o motivo dessa briga?
- Uma patricinha histérica, a irmã do Rafael... Uma tal de... De Sofia, Sophie.
- O que ela fez?
- Eu esbarrei nela sem querer um dia desses e ela foi super grossa comigo, sabe? Disse que eu tinha estragado o moletom caríssimo dela, eu detestei a detestei... E ainda por cima, toda vez que ela me via nesses últimos dias ficou jogando piadinha sobre esse moletom.
- Aí... Que garota antipática.
- E você não sabe o pior, ela é amiga da Michele.
Fernanda cara de nojo e perguntou: 
- Mas o que ela tem haver com o Fred?
- Acho que ele ‘ta se engraçando por ela...
- O quê? Não o Fred não faria isso, e logo por uma garota metida dessas e ainda por cima causadora de discórdia...
- Metade dos garotos do colégio está afim dela...
- Só que você é linda e o Fred só tem olhos pra você! - exclamou Nanda tentando dar força para a amiga. - Mas o que fez você tirar essa conclusão?
- Eu fui até a biblioteca e vi os dois com os rostos bem próximos.
- Eu ainda não ‘to acreditando que o Fred faria isso, ele é tão correto, tão responsável...
- Eu pensei que eu o conhecia... Já fazem quase dois anos de namoro e agente nunca discutiu. - disse Bia de cabeça baixa - Ele chegou até a dizer que não vai deixar de andar com quem ele quiser por minha causa.
- Nossa que vacilo, mas, você vai ver que logo, logo ele vem te pedir desculpas, ele não vai te trocar por mulher nenhuma, muito menos por uma metida como essa irmã do Rafa. - Apoiou Nanda. - Coitado do Rafa, ter uma irmã dessas.
- Só espero que o Fred venha atrás de mim, por que eu não vou fazer isso por ele.
Fernanda concordou e foi buscar um copo de água pra Bia se acalmar mais.
- Nossa eu nem acredito, que em um mês que eu saio do país acontece isso tudo. - falou Nanda dando o copo de água para Bia que o bebera ainda trêmula.
- Ah, desculpa. Eu nem perguntei sobre a sua viagem pra Londres. Como foi?
- Foi muito legal, conheci até um inglês por lá...
- Lógico. Você queria ter conhecido japonês por lá?
- Ah... Não sua tola eu to falando conhecer, mas, com outro sentido. - disse Nanda.
- E quem era?
- James, tem vinte cinco anos, trabalha num jornal de lá. Ele me mostrou a cidade quase toda... Acho que ela ficou mil vezes mais bonita com a companhia dele. - disse ela caindo na cama e olhando para o teto. - Nós ficamos, foi perfeito...
- E como vocês vão fazer pra se verem? - perguntou Bia.
- Ele vem pra cá depois do Natal, passar o mês de janeiro comigo.
- Que lindo. - disse Bia agora se levantando para olhar para a amiga. - E o seu irmão não tentou atrapalhar?
- Não, ele tava muito ocupado com uma tal de Tifany.
- Então, quer dizer que até o seu irmão arranjou alguém lá, nossa as inglesas devem estar bem desesperadas mesmo. 
- Ah quê que tem? Meu irmão é lindo. - rebateu Nanda.
- Mas é um imbecil... Talvez, seja por isso que essa garota ficou com ele, não deve ter entendido nada que ele falou...
- Não sei. - falou Fernanda se levantando. - Mas, que a garota ficou doidinha por ele... Ah, isso ela ficou...
- Hoje existe doida pra tudo! - exclamou Bia. 
- Vamos vê se os meus pais chegaram? - pediu Fernanda. As suas saíram do quarto indo até a sala onde estava Pedro assistindo televisão. Bia chegou perto fazendo uma cara de negação.
- Quê que foi? - perguntou ele.
- Você assisti desenho animado?
- Ainda sou uma criança.
- Ah claro, uma criança de vinte anos...
- Vinte um! - exclamou ele.
- Você não teve infância.
- Talvez eu não tenha tido, por que eu te conheço desde pequeno.
Ele olhou pra ela lhe dando um sorriso forçado, então disse:
- Por que você não vai ver se eu to na cozinha?
- Se eu for pra lá, vai ser pra ficar longe de você.
- Tchau. - falou ele olhando pra a televisão.
Ela deu uma expressão de nojo a ele e saiu. Fernanda que estava distante disse para a Bia que vinha em sua direção:
- Brigam desde pequenos. Vocês não se cansam?
- Não. - disse Bia. - Por que ao contrario das mulheres, quanto mais os homens crescem, mais ficam infantis.
Um segundo depois a porta da frente se abriu e uma senhora e um senhor entraram. A mulher que havia prendido seus cabelos com um coque se aproximou de Bia lhe abraçando.
- Como vai Bia?
- Eu vou bem e a senhora?
- Um pouco cansada depois dessa viagem a Europa.
Bia cumprimentou o pai de Fernanda que era da altura dela tinha um bigode branco e usava óculos.
- A Bia vai almoçar com agente, mãe. - disse Fernanda e todos ouviram do sofá um guincho de desagrado vindo de Pedro.
- Você já falou com a sua tia? - perguntou a mãe de Fernanda.
- Eu vou ligar pra ela agora. - respondeu Bia. 
Depois de alguns minutos eles foram almoçar. Bia e Pedro evitavam o máximo possível se olharem. A mãe de Fernanda, Patrícia, tentou fazer de tudo para que Bia esticasse sua estada na casa, mas, ela disse que infelizmente tinha que ir ao trabalho.
- O Pedro vai te deixar. - falou Patrícia.
- Ah... Mãe eu tenho um trabalho de Topografia para fazer. - retrucou Pedro.
Bia e Fernanda se olharam.
- Eu vou pegar um táxi, mas, muito obrigada mesmo assim.
- Não, imagina, se eu vou deixar?! - falou a mulher sorrindo. - O Pedro vai lhe levar, sim.
- Não precisa se incomodar.
- Não, em um instante ele volta.
Pedro fez uma cara de desagrado e foi até seu quarto pegar a chave do carro. Quando eles já iam saindo e Fernanda os acompanhando, a mãe dela interveio:
- Nanda, eu gostaria que você ficasse pra me ajudar a arrumar as bagagens que ainda não foram mexidas.
Fernanda ficara com raiva e perguntou a Bia:
- Você agüenta ir sozinha com o Pedro?
- Acho que não vai ser hoje que ele vai me jogar de um penhasco...
Bia acompanhou Pedro até o elevador, e os dois entraram sorte para eles que vinham descendo um casal e eles não precisaram abrir a boca. Andaram até o carro. Depois de dez minutos de viagem, Pedro olhou para Bia e perguntou:
- Você tava chorando? Por quê?
Bia resolvera não responder e Pedro continuou.
- Brigou com o Fred?
Ela continuou calada.
- Ele não te agüenta mais, não é?
- Você não quer que eu abra essa porta do carro e pule, quer? - retorquiu Bia.
- Até que, não seria má idéia. - comentou ele e Bia na mesma hora fez parecer que ia abrir a porta.
- Não, não. - pediu Pedro, olhando pra ela, com as mãos fixas no volante - Eu não vou ser preso por homicídio, vão pensar que eu te joguei do carro.
Bia colocou as mãos sobre as pernas e falou:
- Eu sou bem capaz de dar a vida pra você ser preso.
- Cada vez eu começo a achar mais, que você daria pra ser uma mulher-bomba. Sabia? - retrucou Pedro e Bia fizera uma expressão de poucos amigos.
- E cada vez eu começo a achar mais, que você daria um bom palhaço de circo! - exclamou ela.
Pedro fizera a mesma expressão de negação de Bia e logo em seguida, eles chegaram a uma livraria. Ela abriu a porta pegando a sua bolsa, quando ia fechando a mesma, Pedro indagou:
- A educação mandou lembrança...
Bia ficou, por um momento, parada, então, colocou sua cabeça pela janela do carro.
- Obrigada pela carona... E principalmente pela sua adorável presença.
Pedro riu e Bia se retirou. Ela entrou na livraria e um homem barbudo e um pouco baixo, usando óculos redondos veio ao seu encontro.
- Por que você chegou atrasada?
- Desculpa senhor Teófilo... É que eu tive uma briga com o Fred e eu...
- Não acredito! - exclamou o homem. - Você brigou com o Fred?
- Foi. - concordou Bia de cabeça baixa.
- Se eu soubesse, não teria deixado você nem ter vindo trabalhar.
- É muita bondade sua, mas, eu não estou doente e eu vim trabalhar pra ver se eu consigo esquecer isso tudo. - falou ela com um olhar meigo.
Ele retribui e disse:
- Mas, se você quiser sair um pouco mais cedo...
- Brigada Sr. Teófilo, você é um santo, sabia?
Ele deu um tapinha nas costas dela e entrou em uma pequena sala ao lado. A livraria era bem ampla e alta, além, de muito iluminada. Haviam vários jovens sentados em uma mesa, lendo livros, ao fundo e outros examinavam as várias estantes encostadas nas paredes com plaquetas que mostravam onde ficavam as obras românticas, as de aventura, as de suspense e havia duas estantes reservadas para as obras de Machado de Assis, Camões, Eça de Queirós, outra estante próxima havia uma placa indicando que ali se encontrava os livros de Psicologia e sobre a vida de Sigmund Freud. Bia andara até uma estante que ficava próximo ao balcão onde se intitulava os livros de William Shakespeare, ela os tirou cuidadosamente para organizá-los melhor e ficou lá um bom tempo, tentando esquecer a briga que tivera com Fred.


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Notas finais do capítulo

Poiis é, eu demorei meia decada mas eu postei, num tem ninguém lendo... ou tem??
se tem não da sinal de vida :/
pois é, eu só posto agora quando eu perceber que tem alguem lendo xD
beijos!
:*



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