Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 27
Provocação




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- Cadê o Fred, que não chegou até agora? - perguntou Matheus a Ruan enquanto os dois estavam em uma das salas em baixo da arquibancada do ginásio da Sampton, pois logo mais eles iriam treinar.

- Ele chegou atrasado pra aulas. - falou Ruan. - Ele ‘ta meio estranho...

 

Lucas aparecera logo em seguida trazendo uma prancha na mão e os outros dois nem acreditaram quando ele disse:

 

- Bom dia!

- Bom dia. - falou Matheus e Ruan se entreolhando desconfiados.

O professor e Bruno; um amigo de Lucas que também jogava no basquete; entraram no local.

- E aí vamos treinar? - convidou o professor enquanto fechava seu armário.

 

Os garotos resolveram sair dali e foram para a quadra, onde doze meninas jogavam handebol, os quatro contornaram a salão e se sentaram nos bancos de reserva. David e Rafael chegaram segundos depois.

 

- Olha só... - começou Matheus olhando David. - Se não é o príncipe encantado?!

 

Ruan também pra provoca fez um gesto nas mãos como se as mesmas se beijassem.

 

- Pará com isso seus débeis mentais. - mandou David. - Vocês tão é com inveja por agora eu ter uma namorada enquanto vocês continuam encalhados...

 

Ruan então se defendeu:

 

- Se eu estou encalhado é por opção.

 

Os outros cinco garotos riram, até mesmo Lucas que sempre fora sério e mal-humorado.

 

- Ah...! - exclamou David. - Então quer dizer que tenho fila de garotas atrás de você? E é opção sua está encalhado?

- Lógico. - confirmou Ruan.

- Então me diz uma garota que ‘ta afim de você. - pediu Matheus.

 

Ruan ficou um pouco envergonhado por os cinco estarem atentos, então disse:

 

- Tem umas garotas aí, só que... Vocês não conhecem

 

A maioria fingiu concordar sarcasticamente, enquanto olhavam o jogo das meninas. Não demorou muito para que Fred chegasse; todos o cumprimentaram, menos Lucas. Fred sentou no banco e tirou da bolsa os tênis para calçar. Lucas que estava de pé olhou torto para ele, mas com uma satisfação de vencedor; Fred nem notara por que olhava para os pés enquanto colocava os tênis.

 

- A festa de sábado foi muito massa. - começou Matheus.

- É foi muito legal mesmo. - concordou David.

 

A bola de handebol foi arremessada para o banco, onde Fred, Matheus e Ruan estavam sentados. David pegou e entregou a uma das meninas.

 

- Estamos de olho, hein David? - implicou Matheus. - Qualquer coisa eu conto pra Gisele.

 

David deu uma risadinha forçada. Eles passaram um momento calados só assistindo e esperando para que o treino das garotas acabasse logo.

 

- Agora... O verdadeiro mico da festa foi com certeza a performance do Ruan em cima do palco. - brincou Rafael.

 

Poucos deles riram e Ruan se gabou:

 

- Eu mandei muito bem, não foi?

- Ruan você foi ridículo. - cortou Matheus.

- O que foi que esse imbecil fez? - perguntou Lucas.

- Ele dançou uma musica pop em cima do palco... - começou Bruno. - Ah verdade você não viu... Aliás, onde é que você estava a festa toda?

 

Lucas deu um lance rápido e percebeu que Fred o olhava, então, respondeu:

 

- Eu sai da festa mais cedo... Eu fui aproveitar a noite com uma gata.

 

Os meninos se entreolharam; Fred não fazia uma expressão muito boa, mas mesmo assim tentara disfarça e Rafael também mostrara um certo desconforto.

 

- A noite parece que foi boa pra você. - supôs Bruno.

- Boa?! - indagou Lucas mais baixo a Bruno, porém, todos conseguiam ouvir. - A noite não foi só boa como foi perfeita. A garota com quem eu saí... Você não tem idéia como ela é boa de cama...

 

Foi provocação demais, tanto que Fred voara pra cima de Lucas e os dois começaram a se socar. Rafael e David conseguiram segurar Fred, já Matheus e Bruno tentaram impedir Lucas.

 

- O que é que está acontecendo? - perguntou o professor enquanto se aproximava.

- É esse idiota que está com o orgulho de corno ferido. - retorquiu Lucas.

 

Fred tentara se soltar dos dois amigos para voltar a bater no garoto de olho machucado que estava à sua frente, mas infelizmente não conseguira. Então Lucas provocou:

 

- Agora você é homem pra me bater... Mas pra apagar o fogo da sua namorada você não foi homem suficiente .

 

Fred conseguira se soltar e foi para cima de Lucas, mas o professor novamente impedira:

 

- Eu vou acabar os suspendo do basquete.

- Ainda bem que eu não faço... - interrompeu Rafael. - Por que agora sou eu quem vai acabar com esse cara.

Ruan veio por trás e segurou Rafael, o impedindo de fazer besteira.

- Se você continua a falar assim da minha irmã... eu não sei nem o que eu sou capaz de fazer. - ameaçou Rafael.

- Eu só estou falando a verdade. - colocou Lucas.

 

O professor entrara novamente entre eles e falou:

 

- Aqui não é lugar de briga, se quiserem vão brigar lá fora.

Eles ficaram em silêncio e um pouco tensos, então depois Fred disse:

- É melhor a gente ir Rafa... Esse imbecil já levou muita surrar por hoje.

 

Fred, Rafael e David deram as costas e saíram do ginásio. Os três andaram alguns metros até a lanchonete; e quando já estavam no balcão da mesma, Rafael pedira uma bolsa de água. Uma das funcionárias abriu o frízer e tirou uma compressa, Fred a recebeu e colocou sobre o canto da sua boca que estava machucada. Ruan e Matheus chegaram logo em seguida.

 

- Nossa, mas esse Lucas é mesmo um tratante. - retrucou Matheus enquanto Fred fazia uma expressão de dor. - Mas que história é essa dele e da Sophie?

 

Ninguém respondeu, apenas Ruan fizera um comentário:

 

- Eu já sabia dessa história deles dois...

 

Fred levantou as sobrancelhas e perguntou:

 

- Do quê você ‘ta falando Ruan?

- É que eu já tinha visto os dois juntos em uma casa de show... Há algum tempo.

 

David na mesma hora fizera uma expressão de censura para Ruan, que acabava de complicar mais ainda a situação.

 

- Então é verdade mesmo. - indagou Fred transtornado.

- O que não quer dizer nada. - falou Rafael.

- Pára de defender a Sophie. - pediu Fred.

- Não, eu não vou parar de defender, por que eu acredito nela e sei que a Sophie nunca faria isso...

- Mas ela fez, Rafael. - retorquiu Fred se levantando da cadeira e saindo dali.

- Você e sua língua grande, não é Ruan? - brigou David.

- Foi o que eu vi. - defendeu-se Ruan. - Se a Sophie estava mesmo traindo o Fred eu tenho que contar, não é?

- Mas ela não está traindo o Fred. - repetiu Rafael. - Eu tenho certeza.

 

Não demorou muito para que David, Matheus e Ruan saíssem dali; e menos ainda para Sophie aparecer e perguntar ao irmão:

 

- O que foi que aconteceu?

 

Rafael não disse nada, então Sophie continuou:

 

- Eu vi o Fred passando e percebi que ele estava um pouco machucado...

- É que ele caiu jogando basquete.

 

Mas não convencera Sophie, por que logo em seguida Lucas passara entre os dois com uma compressa no olho esquerdo.

 

- Vai me dizer que ele também caiu no basquete?! - indagou Sophie sarcasticamente. - Fala Rafa. O que foi que aconteceu?

 

Rafael olhou para os lados nervoso, no fundo não queria contar, por que não gostaria de ver a irmã sofrer novamente por conta dessa história .

 

- O Fred e o Lucas se pegaram lá na quadra.

- Eles brigaram? - questionou Sophie. - Por quê?

 

Rafael novamente não respondera de primeira.

 

- O Lucas provocou, ele disse... Disse...

- Fala Rafa. - pediu Sophie aflita.

- Ele disse que você é boa de cama.

- O QUÊ? - questionou Sophie um pouco alto, e algumas pessoas que estavam por ali olharam. - Não pode ser.

 

Sophie colocara a mão no rosto pensativa e Rafael fez carinho no braço dela. Então, ela exclamou:

 

- Claro. - Sophie se levantar de um salto. - Eu vou bem aqui.

 

A garota saiu apressada e andou um percurso grande pra chegar até Lucas, o mesmo quando a viu disse:

 

- Não precisa se preocupa Sophie, eu estou bem.

 

Ela fizera uma expressão de negação, então retorquiu:

 

- Pra mim tanto faz se você morrer ou não.

- Quê que foi? - questionou Lucas com a cara mais cínica do mundo.

- Por que você fez isso, hein Lucas? - perguntou Sophie. - Gostar de mim você não gosta, então pra quê fez isso?

- Continuo sem entender...

- Não se faça de burro. - mandou Sophie com toda raiva que pôde. - Aquele episódio de sábado foi tudo armação...

- Então, eu tenho culpa de você ter desmaiado?

- Eu bebi um champanhe que você me ofereceu. - colocou Sophie.

Lucas dera uma risada de sarcasmo.

- Você está querendo dizer que eu te dopei? - questionou ele.

- Se não foi isso, então por que você provocou o Fred?! - indagou Sophie. - Você sabe que não houve nada entre a gente.

- Porque eu não vou com a cara desse seu namorado, então aproveitei a oportunidade pra acabar com ele...

- Você quis dizer acabar comigo. - interrompeu Sophie. - Lucas, você agora contar tudo pro Fred, que você mentiu.

- E quem vai me obrigar? - perguntou Lucas.

 

Sophie não respondera, por que se dera por vencida, porém, não completamente para deixa de dar um murro no olho dele que estava bom, depois ela balançou a mão como se tivesse doído ainda lhe dera um olhar de desprezo e então saíra dali.

 

Daniela foi ao encontro dela:

 

- O que foi Sophie?

 

Sophie não respondera apenas caminhou com a amiga para uma das mesas.

 

- Meu mundo desabou, sabia? - começou ela. - Eu nunca me senti tão só.

- Está falando isso por causa do Fred, não é? - indagou Daniela olhando para a amiga cabisbaixa. - Mas olha... O Fred logo, logo vai te perdoar; você vai ver.

- Dessa vez não tem mais volta. - disse Sophie tocando em seu nariz. - A única possibilidade era de o Lucas contar ao Fred o que tinha ocorrido, só que isso não vai acontecer... Por que parece que foi esse tosco que armou tudo.

- Como assim? - perguntou Daniela.

- Ele disse para o Fred que tinha se envolvido comigo...

- Eu te disse pra não confiar nele. - lembrou Daniela. - Não te disse?

- É. - concordou Sophie. - Mas agora é tarde, eu já perdi meu namorado mesmo.

- Oh Amiga. - falou Daniela abraçando Sophie enquanto começava a chorar.

- Mas, o Fred tem razão, sabe? - continuou Sophie. - Nem tem como acreditar em mim, eu sempre fui uma garota mimada e egoísta.

- Não, o Fred não tem razão. - discordou Daniela. - A razão está do seu lado, aliás, você não fez nada de errado.

- Eu sei. - disse Sophie. - Mas se eu tivesse no lugar dele também não acreditaria em uma pessoa como eu.

 

Sophie enxugou as lágrimas dos olhos.

 

- Se vocês se amam de verdade vão acabar juntos. - confortou Daniela. - Agora é bola pra frente e ficar triste não vai adiantar em nada.

- Só que eu não consigo. - confessou Sophie ofegante.

- Olha, tem um lugar muito especial que eu gosto de ir pra esquecer os problemas. - falou Daniela. - Então por que você não me acompanha, é dois quarteirões daqui.

- É melhor mesmo.

 

As duas se levantaram e Sophie acompanhou os passos da amiga, ela tinha aula naquela hora, porém viu que não estava em condições para assisti-la. Sophie e Daniela foram até a esquina dobraram para esquerda e andaram mais alguns metros, depois de dez minutos elas haviam chegado a uma espécie de creche.

 

- O que a gente está fazendo aqui? - perguntou Sophie achando tudo aquilo muito estranho.

- Vem? - convidou Daniela abrindo o portão azul e entrando no pátio onde havia crianças de sete anos jogando futebol, Sophie entrou logo em seguida.

 

Uma mulher acenara para Daniela e a garota retribuiu o aceno caminhando com Sophie até um parquinho que havia ali do lado. As duas sentaram em balanços e Sophie falou:

 

- Você vem pra cá há muito tempo?

- Faz bastante, desde o dia que eu descobri que a minha vocação era ser pediatra.

- E por que é aqui que esquece seus problemas? - perguntou Sophie olhando para duas garotas brigando por uma boneca.

 

Daniela ficou pensativa e então indagou:

 

- Está vendo todos essas crianças?

- Quê que tem?

- Quê que tem que elas são paupérrimas. - falou Daniela.

 

Sophie levantara as sobrancelhas e colocara:

 

- Mas elas estão tão arrumas.

- Por que o pessoal daqui cuida delas. - contou Daniela. - Mas por incrível que pareça, essas crianças fofas chegam a passar muita fome.

 

O estômogo de Sophie embrulhara.

 

- Coitadas. - comentou a garota.

- Pois é. - concordou Daniela. - Sabe?! Quando eu disse que vinha aqui esquecer meus problemas, eu quis dizer que eu vinha para cá pra perceber o quanto meus problemas são fúteis comparados com os dessas crianças.

- Entendo. - concordou Sophie.

- A gente tudo que quer e às vezes não agradece, mas essas crianças que acham que são sortudas por um lugar como esse para brincar elas vivem sorrindo.

- Em pensar que eu tenho um monte de comida lá em casa e eu não aproveito por que quero está sempre magra. - retrucou Sophie um pouco triste.

 

Daniela e Sophie ficaram quietas vendo todas aquelas crianças brincarem, até que uma chegou perto de Sophie e perguntou:

 

- Vamos brincar de boneca?

- Eu não sei muito brincar de boneca. - confessou Sophie.

- Eu te ensino. - falou a garota rindo.

 

Sophie olhou para Daniela.

 

- Vai lá. - incentivou a amiga.

 

Então Sophie se levantara e fora até um pequeno gramado, onde estavam mais duas meninas.

 

- Você é tão linda! - exclamou uma delas à Sophie. - Parece a minha boneca.

 

Sophie sorriu e agradeceu:

 

- Obrigada... Vocês também são todas lindas.

 

Então elas começaram a brincar e enfim Sophie pode esquecer todos os seus problemas, por que viu que não tinha tanta importância comparado com os daquelas meninas.

 


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