Fred passeava por uma rua perto de sua casa, de repente começara a chover, mas ele já sabia por que o tempo estava fechado desde cedo, então apenas abriu seu guarda-chuva preto. Ele foi até uma banca comprar uma revista e depois resolveu voltar para casa, quando estava a um quarteirão do edifício onde morava ele viu uma garota que conhecia muito bem, Bia estava completamente ensopada. Fred se aproximou dela e perguntou alto:

- O que você está fazendo aqui?

- Eu só vim deixar um trabalho numa gráfica aqui de perto. - respondeu Bia caindo água em seu rosto.

Fred deu o guarda-chuva a ela e lhe ofereceu que fosse até a casa dele enquanto a chuva passasse um pouco. Bia aceitou e os dois saíram apressados até um edifício ali próximo, antes que Fred também ficasse ensopado. Quando chegaram lá, Bia fechou o guarda-chuva e os dois subiram no elevador até o andar onde Fred morava. Assim que entraram no apartamento ele foi até seu quarto e voltou com uma toalha e um roupão.

- É melhor você tirar essa roupa antes que pegue um resfriado ou até uma pneumonia. - aconselhou Fred.

Bia pegou as toalhas brancas da mão dele e disse:

- É você tem razão.

- Pode ir lá ao meu banheiro.

A garota assim fez e saiu dali. Fred sentara no sofá e tirou a revista que tinha comprado do plástico para lê-la. Não demorou muito para que Bia voltasse só de roupão e com a outra toalha no cabelo.

- Espero que passe logo por que eu tenho que ir ao hospital. - falou ela sentando no outro sofá perto dele.

- Pois é... Eu soube mesmo que você entrou no hospital, fico feliz por isso. - confessou Fred.

- O Pedro acabou me convencendo. - contou Bia.

Fred olhara por cima da revista e indagou:

- Quando era eu você não aceitava, mas agora que é o Pedro.

Bia e rira e dissera:

- Agora é diferente.

Fred fechou a revista.

- Eu já prestei atenção que quando éramos nós dois, você não sorria desse jeito. - comentou Fred. - Você está muito mais feliz com ele, não está?

- Posso ser sincera? - pediu Bia.

- Claro.

- Eu estou mais feliz agora sim. - revelou Bia.

Fred a olhou e exclamou:

- Engraçado por que vocês viviam brigando! E agora está mais feliz ao lado dele.

- É que o nosso namoro era meio monótono. - disse Bia. - E já com o Pedro não é, a gente até ainda discute, mas às vezes é bom.

- Sei. - concordou Fred pensativo.

- Desculpa. - pediu Beatriz. - Eu aqui falando do meu relacionamento e você aí super mal.

Fred voltou a olhá-la e perguntara:

- Dá pra perceber que estou abatido?

- E muito. - respondeu Bia.

Fred expirou, com se estivesse cansado e então disse:

- Já está com dois meses que eu e ela terminamos e não tem um dia que eu não pense nela.

- Você ainda a ama?

- Eu nunca vou esquecer a Sophie, eu nunca fui tão feliz do lado de outra garota. - confessou Fred. - Desculpa Bia...

- Não, está tudo bem. - falou ela. - Eu te entendo... é como eu me sinto com o Pedro.

Eles ficaram pensativos e Fred continuou:

- Eu jurava que ela me amava, e ela nem ao menos teve o respeito de me dizer... Preferiu ficar me traindo.

- Tem certeza que a Sophie fez mesmo isso? - perguntou Bia.

- Tudo indica que fez. - disse Fred cabisbaixo.

- Você não merecia isso. - afirmou Bia. - Eu nunca gostei mesmo dessa garota.

Fred não disse mais nada apenas olhou para a janela e percebeu que a chuva continuava grossa. Bia não quis mais voltar ao assunto então ficou calada. Depois de tanto silêncio, Fred se levantara e ligara a televisão. Passados alguns minutos, a chuva começou a enfraquecer e aos poucos foi sumindo. Bia se levantara e fora ver se sua roupa estava mais enxuta; assim que ela sumiu lá pelo quarto a campainha tocara. Fred demorou um pouco a se levantar e foi abrir a porta, ele tomou um choque por Sophie aparecer na sua frente, então ficou sério e perguntou:

- O que você veio fazer aqui?

Sophie não respondera de imediato:

- É que eu... Eu vim trazer esses livros de Marketing que achei lá por casa.

Ela deu a ele os dois livros que estavam na sua mão.

- Você havia me emprestado.

Os dois trocaram olhares, e Fred acabou os interropendo perguntando friamente:

- Só isso?

- É. - concordou Sophie.

Ele já ia se ajeitando para fechar a porta, quando Bia aparecera.

- Fred... - já ia começar Bia, mas não terminou por que vira a outra garota parada ali.

Sophie não pôde acreditar no que via Bia ali só de roupão com o Fred. Ela tentou segurar o choro, então disse:

- Desculpa se eu atrapalho alguma coisa.

- Sophie... - falou Fred que ia começar a se explicar.

Mas Sophie saiu apressada; por um momento achou que Fred ia a impedir, porém, isso não aconteceu então ela entrara no elevador. Havia duas mulheres no mesmo que se dirigiam para a recepção, Sophie apertara o botão do estacionamento com as mãos trêmulas e tentando não chorar para não passar vergonha, as mulheres enfim saíram no térreo e as portas do elevador voltaram a se fechar, abrindo logo em seguida no estacionamento subterrâneo. A garota saiu e foi até o seu carro, onde se apoiou e tentou evitar os soluços, depois que conseguiu os conter ela entrou e o tirou dali; indo até sua casa. Já havia estacionado o carro à frente da casa, quando voltara aos poucos a chorar, ali continuara ali tentando entender, mas não conseguia; passados alguns minutos é que Sophie resolvera sair do carro e entrar na casa. Ela passou pelo hall e subiu as escadas apressada, chegando a seu quarto deitou na cama e ficou chorando. Não demorou muito para que Rafael batesse na porta e entrasse.

- O que foi que aconteceu Sophie? - perguntou Rafael.

- Nada. - respondeu a garota com o rosto no travesseiro. - Me deixa em paz.

Porém, Rafael não fizera isso, ele se aproximou da cama e sentou do lado onde Sophie estava deitada. A garota não respondeu então Rafael insistira.

- Pode contar... É com Fred de novo?

- Eu fui a casa dele e vi que a Bia estava lá só de toalha. - respondeu Sophie.

Rafael fizera uma expressão de negação.

- Eu não acredito que o Fred fez isso e, aliás, a Bia tem namorado.

Ele viu que não havia adiantado em nada ter dito aquilo, então aos poucos foi abraçando a irmã.

- Você não pode ficar assim, vai te fazer mal.

- Então, o que é que eu faço Rafa? - perguntou Sophie aos soluços. -

Eu não consigo esquecer ele.

- Mostra pro Fred que você vai consegue dar a volta por cima. - aconselhou Rafael. - Você sempre foi tão forte e agora está desse jeito...

- Será? - questionou Sophie.

- Olha, eu sempre fui amigo do Fred. - começou Rafael. - Mas, eu não acho justo ele acreditar mais na palavra do Lucas do que não sua e sem falar que ele anda te esnobando muito...

Sophie parara de chorar e disse:

- É você tem razão eu não posso ficar só chorando. - concordou Sophie.

- Se liberta disso. - pediu Rafael.

- É... Eu vou fazer isso mesmo.

Rafael sorrira e falou:

- Eu vou para uma festa hoje, se você quiser ir.

- Tá bom. - aceitou Sophie.

O irmão lhe dera um beijo no rosto e já ia saindo quando Sophie agradeceu:

- Obrigada Rafa.

Rafael sorriu e saiu dali, então Sophie voltou a deitar na cama, seus olhos ficaram tão pesados que não demorou para que pegasse no sono. Horas depois Rafael a acordou para que se arrumasse, Sophie se levantara e fora até o banheiro, quando saiu custou a se ajeitar por que queria está perfeita, colocou um vestido curto e justo. Rafael estava na sala quando ela desceu as escadas deslumbrante.

- Pra quê isso tudo? - perguntou ele.

- É que eu quero mostrar o quanto sou poderosa. - comentou Sophie colocando seu casaco preto.

Rafael olhou desconfiado para ela e disse:

- Sophie... É que o Fred vai está lá.

- O quê? - questionou Sophie sem acreditar. - Ah... Eu não vou.

- Claro que vai. - discordou Rafael. - Aliás, você vai ficar se escondendo até quando?

Sophie olhara para o lado e pediu:

- Então vamos logo antes que eu desista.

Rafael foi até a porta e a abriu para a irmã, eles saíram da casa e entraram no carro. Antes, pararam na casa de Sheron para buscá-la e depois é que foram para a boate, a mesma que Sophie tirara as fotos de Michele com David. O garoto estacionara o carro e depois saiu dele com as duas meninas Eles entraram na casa noturna e Sophie entregou seu casaco a um funcionário que ficava próximo à porta guardando as coisas dos clientes, em seguida os três se sentaram em uma mesa. Incomodou um pouco Sophie o fato de está atrapalhando que o casal namorasse, mas isso foi logo resolvido, pois a garota avistara Daniela.

- Eu vou bem aqui. - disse Sophie se levantando.

Ela foi até a amiga que estava conversando com uma loira, só quando chegou é que percebeu que era Michele.

- Oi meninas. - falou Sophie.

- Oi.

- Vamos lá ao banheiro rapidinho. - pediu Daniela.

Elas passaram por várias pessoas que se encaminhavam para a pista de dança e entraram em uma porta, onde havia um banheiro bem iluminado.

- Amiga! - exclamou Michele reparando na primeira coisa que chamara sua atenção. - Que vestido é esse?

- Gostou? - perguntou Sophie se olhando no espelho e vendo seu vestido preto todo enlaçado e com detalhes brancos.

- Claro. - respondeu Michele. - Ele é perfeito.

- Eu o comprei em Paris da última vez que estive lá. - contou Sophie.

- Como eu tenho inveja do seu guarda-roupa. - disse Michele.

Daniela se aproximou do espelho e tirou da bolsa um kit de maquiagem, para retocá-la. Sophie também se aproximara e acochou o rabo de cavalo que havia feito em seu cabelo.

- Mas, por que essa elegância toda? - questionou Daniela olhando para Sophie.

- É que eu cansei de ficar chorando pelos cantos. - contou Sophie. - Eu vou votar a ser quem era antes... Antes de conhecer o Fred.

- É assim que se fala. - apoiou Michele.

- Não, não é assim que se fala. - discordou Daniela. - Você não vai voltar a ser aquela garota devassa, vai?

- Obrigada, hein Dani? - retorquiu Sophie.

- Se você voltar a ser daquele jeito, o Fred nunca vai acreditar em você. - explicou Daniela.

- E quem disse que eu estou ligando para o que o Fred pensa? - questionou Sophie.

- Vai me dizer que não o ama mais? - perguntou Daniela.

- Eu quero esquecer que algum dia ele existiu. - afirmou Sophie.

Daniela não disse mais nada nem as outras duas. Quando elas saíram do banheiro, Sophie disse que ia beber alguma coisa. Estava quase impossível esquecer o Fred naquela festa, pois quando chegou ao balcão, se deparara justo com ele.

Eles trocaram olhares e depois Sophie os desviou pedindo ao barman uma bebida, então falou:

- Sophie... O que você viu hoje lá em casa...

- Não precisa me dar satisfações. - interrompeu a garota sem olhá-lo. - Aliás, você não acha que eu te traí? Então, estamos quites, por que eu também acho que você me traiu.

- Alto lá. - impôs Fred. - Nós já acabamos faz dois meses.

Sophie olhou para ele e perguntou:

- Então quer dizer que você se envolveu mesmo com a tal de Beatriz?

- Eu não disse isso. - defendeu-se Fred.

- Coitado do Pedro. - continuou Sophie enquanto recebia a bebida que havia pedido.

Ela bebeu tudo de uma vez e pediu outra. Fred olhou discretamente para o vestido que Sophie usava e percebera o quanto era curto.

- Você deve está se divertindo muito nessa festa.

- É. - concordou ela. - Estou mesmo.

Fred percebera que tinha um garoto ali que não tirava os olhos dela.

- Também com esse vestido... - começou Fred. - Não vai ser difícil levar outro homem para cama.

Sophie olhou para ele ofendida.

- O que você está querendo insinua?

- Que se tiver sorte aquele garoto paga um motel pra vocês dois. - retorquiu Fred.

Sophie pegara o copo de uísque e derramara em Fred.

- Como é que pôde falar isso de mim?! - questionou Sophie.

- Você quer que eu fale o quê? - perguntou Fred com raiva. - Olha você garota, olha que as roupas que você usa.

- Você se faz de educado, mas é um grosso. - rebateu Sophie.

Os dois trocaram olhares de raiva.

- E depois ainda quer que eu acredite em você. - rosnou Fred e algumas pessoas olharam.

- Mas foi até bom, sabia?! - colocou Sophie. - Foi até bom que você não acreditou em mim, pelo menos eu me livrei de uma chato pegajoso.

Os dois voltaram a se olhar como se estivessem numa disputa.

- Você foi a maior decepção da minha vida. - falou Fred com a voz fria.

Sophie deixara uma gota de lágrima cair em seu rosto, mas ele não vira por que estava escuro.

- Ótimo. - rebateu ela. - Por que você também foi maior decepção da minha vida.

Sophie se virou e se afastou dali um pouco desnorteada, passou pela recepção e pegara seu casaco depois saiu do local atravessando a rua. Ela se vestiu enquanto andava apresada sem saber para onde ir. Fred havia extrapolado com ela, praticamente insinuara que ela era garota de programa, isso era imperdoável. Sophie passara de um quarteirão a um outro mais iluminado, via muito pouco por que seus olhos estavam cheios de água, mas mesmo assim não parou de andar e o pior de tudo é que atravessou uma rua asfaltada sem olhar, só viu o clarão da luz de um carro em sua direção, depois não viu mais nada só sentiu; sentiu uma dor tão forte que a apagou completamente.