Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 25
Preconceitos Derrotados




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Era uma sexta-feira à tarde, quando Bia foi fazer compras acompanhada por Fernanda. Primeiro elas foram a um supermercado e logo em seguida entraram em uma loja de roupas, onde Bia comprara umas três peças e Fernanda aproveitou pra comprar um vestido, já que iria sair logo mais a noite. Assim que saíram da loja, atravessaram a rua de calçamento e foram olhar uma vitrine de sapatos e logo em seguida voltaram a andar; aquelas lojas eram as mais bonitas da cidade, por estarem em uma boa localização e por as ruas serem muito bonitas, organizadas e limpas.

 

- Então quer dizer que ultimamente você anda um pouco abandonada pela sua tia?! - indagou Fernanda.

- É. - concordou Bia. - Ela só quer saber do Eduardo agora.

- Mas isso não é bom? - perguntou Fernanda.

- Claro. - afirmou Bia. - O que importa mesmo é a felicidade da minha tia; e só pelo fato de ter largado aquele vício terrível, já é lucro.

 

Fernanda concordou enquanto olhava uma vitrine de jóias.

 

- E você e meu irmão? Como é que estão?

- Está tudo perfeito entre agente. - falou Bia sorrindo.

 

Fernanda rira e confessou:

 

- Eu jurava que vocês não iam durar dois dias.

- Pois é! - exclamou Bia. - Mas, já são quase quatro meses de namoro.

- E o Fred? - insinuou Fernanda.

 

Bia a olhara com uma expressão de impaciência.

 

- Eu já te disse mil vezes que minha relação com Fred não era muito boa. - retrucou Bia. - Nós nunca discordávamos em nada e sempre fomos muito iguais, e às vezes tudo ficava um pouco tedioso... Mas, com seu irmão é ao contrário, a gente vive saindo da rotina...

- Sei. - indagou Fernanda.

- Mas por que você vive me perguntando isso?

 

Fernanda rira.

 

- Quer mesmo que eu te diga a verdade? - questionou ela. - É o Pedro que pede pra me fazer essas perguntas...

 

Bia para de andar.

 

- Mentira.

 

Fernanda continuou rindo.

 

- Eu vou matar o Pedro! - exclamou Bia. - Agora você deu pra dar uma de espiã de fidelidade?

- Mas o Pedro tem que saber que você gosta mesmo dele, pra nós continuarmos sendo cunhada. - falou Fernanda.

- Mas se ele continuar com essas brincadeirinhas, nós não vamos continuar sendo cunhadas... Então quer dizer que ele desconfia de mim?!

- Não é isso, sua boba. - retrucou Fernanda.

 

Porém, Bia não tocara mais no assunto por que vira uma conhecida.

 

- Olha a Sheron.

 

Fernanda avistou a garota e depois as duas foram ao encontro dela.

 

- Oi meninas. - disse Sheron. - Vocês também vieram comprar uma roupa pra festa de hoje à noite?

- Não. - respondeu Bia. - Mas se quiser a gente pode te acompanhar.

- É. - concordou Fernanda.

- Acho melhor não. - recusou Sheron sem graça.

 

Bia e Fernanda trocaram olhares.

 

- E por que não? - perguntou Fernanda.

- É que... - começou Sheron. - É que eu fiquei de me encontrar com a Sophie.

 

As três ficaram durante alguns segundos caladas.

 

- Ultimamente você anda tão amiga dessa patricinha mimada. - retrucou Fernanda.

- Ela é minha cunhada, Nanda. - falou Sheron.

- E nós somos suas amigas. - rebateu Fernanda.

- Se forem pra vocês ficarem com raiva de mim, então, não saiu com ela. - insinuou Sheron.

- Não é isso Sheron... - discordou Bia.

- É a gente não queria ser esquecida. - completou Fernanda.

Sheron olhou para os lados.

- Lógico que eu nunca vou deixa você! - exclamou Sheron. - Se eu estou andando com a Sophie, é por causa do Rafinha... E se ela está saindo comigo, é por que o Fred brigou com ela depois de ter me tratado mal.

- Tá bom. - concordou Bia.

 

As três se despediram e marcaram de se encontrar à noite em uma festa que iria acontecer na Universidade Sampton. Depois Sheron se afastou das duas e foi até um restaurante, onde viu Sophie tomando um chá.

 

- Por que você ‘ta tomando isso? - perguntou Sheron.

- É pra emagrecer. - respondeu Sophie.

- Você vai é morrer. - insinuou Sheron.

- Não, eu já estou acostumada. - falou Sophie pegando a sua carteira na bolsa e pagando o chá. - Vamos?

 

Sheron concordou e as duas saíram do local.

 

- Onde é que a gente vai?

- Em uma loja aqui perto, que eu tenho setenta por cento de desconto. - disse Sophie.

- Isso tudo? - questionou Sheron.

- Meu pai é sócio de lá. - contou Sophie.

 

Elas caminharam por algum momento sem dizerem nada, até que Sophie perguntou:

 

- Em que o seu pai trabalha?

- Ele é dono de uma rede de supermercados no sudeste.

- É por isso que você estuda Administração.

- É. - respondeu Sheron. - E também por que eu não tenho irmãos, entende?

- A única herdeira?! - supôs Sophie.

 

Sheron concordou.

 

- A mesma situação do Fred! - exclamou Sophie. - Só que a diferença é que o pai dele o obriga.

- Sério?! - indagou Sheron. - Nossa... Que chato.

- Pois é.

 

Elas pararam a conversa, pois entraram em uma grande loja de roupas. Uma funcionária veio atendê-las e pelo visto já conhecia Sophie muito bem.

 

- Eu queria ver umas roupas de festa. - falou Sophie.

- Claro. - disse a funcionária mostrando o caminho, apesar de Sophie já o conhecer muito bem.

 

Elas se dirigiram ao andar de cima, onde ficavam as peças mais bonitas. A atendente lhes mostrou os últimos lançamentos e Sheron pegou algumas pra experimentar; demorou a tarde inteira, até que as duas garotas escolhessem três vestidos cada. Elas desceram as escadas e a atendente pediu que Sophie a acompanhasse rapidinho só para lhe entregar a bolsa que a mesma havia encomendado.

 

- Então, eu vou logo pagar meus vestidos! - exclamou Sheron.

- Tá bom, já eu te encontro. - indagou Sophie acompanhado a mulher.

 

Sheron ajeitou os seus vestidos e levou até o caixa da loja, que estava vago.

 

- Será que você poderia dar a vez para a senhora?! - pediu a mulher loura que estava no caixa.

 

Sheron olhou para trás e percebeu a presença de uma cliente de mais idade, então, resolveu dar o seu lugar.

 

- Obrigada. - agradeceu a senhora enquanto colocava a bolsa em cima do caixa.

 

Depois que a mesma saiu, a caixa perguntou à Sheron:

 

- Você está com quem?

- Com a Sophie Menezes. - respondeu Sheron olhando para a mulher.

- E ela que vai pagar?

- Não. - discordou Sheron. - Sou eu.

 

A mulher olhou para os lados, então disse desconfiada:

 

- Essas peças são muito caras.

- Eu sei. - confirmou Sheron.

- Sabe o quê que é?! - começou a caixa. - É que você precisa ter o cartão da loja...

- Cartão? Eu não sabia. - confessou Sheron sem graça.

 

Logo em seguida Sophie apareceu.

 

- Quê que foi?

 

A mulher do caixa ficou toda errada e Sheron respondeu:

 

- É que a moça ‘ta dizendo que precisa ter um cartão pra comprar aqui.

- Que cartão? - questionou Sophie olhando para a caixa.

- É que quem não é cliente antigo precisa ter um cartão. - falou a moça. - Precisa dar os documentos... Essas coisas...

- Mas ela ‘ta comigo. - rebateu Sophie.

- Desculpa, mas nós não podemos confiar. - lamentou a caixa.

- Ela vai pagar em dinheiro vivo... - tentou de novo Sophie, mas logo em seguida lhe caíra a fixa. - Vem cá... É impressão minha ou você ‘ta sendo preconceituosa?!

- Não, não é nada disso. - defendeu-se rapidamente a mulher.

Sheron continuou calada, já estava começando quase a chorar.

- Você sabe de quem eu sou filha, não sabe?

- Claro. - respondeu a mulher. - O seu pai é um dos maiores sócios daqui.

- E sabe quem é a Sheron?... - começou Sophie olhando para a amiga. - Ela é minha cunhada... É namorada do meu irmão que é o um dos herdeiros disso tudo aqui... Você ‘ta entendendo onde quero chegar?

 

A mulher já ia responder com um sorriso falso, mas Sophie continuou:

 

- E não acho certo que você trate mal a futura dona da loja.

 

Sheron se sentira bem melhor agora e mais ainda de saber que Sophie não terminara.

 

- Então, eu acharia bom se você pedisse desculpas a minha cunhada, se não eu falo para o gerente que você foi altamente grosseira e racista. - ameaçou Sophie.

- Não precisa. - interrompeu Sheron.

- Precisa sim. - reafirmou Sophie.

 

A funcionária fez um olhar torto e então disse:

 

- Me desculpa.

 

Sophie fez uma cara de satisfação e então jogou a suas compras em cima do balcão para a mulher passar, quando essa assim fez, Sophie deu um último olhar de desprezo à mesma e depois saiu da loja com Sheron.

 

- Eu não sei nem como te agradecer. - falou Sheron sem graça. - Eu não passei por isso antes...

- Esquece. - pediu Sophie. - Não foi nada, na verdade eu já estou acostumada...

- Com assim?

- É que a minha melhor amiga também é mulata que nem você. - respondeu Sophie. - A que mora nos Estados Unidos.

- Entendo. - afirmou Sheron.

 

Depois de minutos Sophie começou a rir.

 

- Você viu como ela ficou?

- Ela quase não acreditou. - completou Sheron sorrindo.

- Foi bem feito. - retorquiu Sophie. - Quem ela está pensando que é?!

 

As duas pararam, pois estavam à frente do carro de Sophie, no qual as mesmas entraram. Sophie o ligou e começou a dirigir, não demorou praticamente nada para que estacionasse seu carro à frente de sua casa. Então as duas saíram com as compras e entraram na casa. Rafael que passava pelo hall as ajudou com as sacolas e depois deu um beijo em Sheron.

 

- É melhor nós irmos nos arrumar. - aconselhou Sophie à cunhada.

 

Sheron concordou e as duas subiram as escadas e foram para o quarto de Sophie, enquanto uma banhava a outra ajeitava a roupa e quando já estavam prontas resolveram se maquilar. Enfim, após uma hora e meia é que definitivamente desceram até a sala, onde Fred e Rafael se encontravam conversando e também já arrumados. Quando os dois as viram se levantaram do sofá.

 

- Nós somos os garotos mais sortudos da cidade. - disse Rafael a Fred.

 

As duas garotas riram e cada uma foi ao encontro do seu devido namorado. Elas realmente estavam estonteantes, Sophie usava um vestido rosa e Sheron usava um branco.

 

- Precisavam se arrumar tanto só pra uma festa? - perguntou Fred.

- Toda festa é importante. - retrucou Sophie.

 

Rafael os convidou para irem logo, e assim fizeram. Saíram da casa e resolveram ir para festa no carro de Fred. Ele pegou o velho caminho à universidade, a diferença era que estava de noite e as casa estavam todas iluminadas. Assim que chegaram, Rafael e Sheron foram os primeiros a sair do carro, em seguida saíram Fred e Sophie. Eles estavam na parte lateral do prédio da Universidade Sampton, por que a festa seria na parte de trás, onde ficava a área de refeições. Tudo estava lindo, tinha várias luzes por todos os lados, vários jovens; até a inspetora Carla compareceu de cabelos soltos, com uma maquiagem carregada e conversava com o professor de Desenho, que dava aulas à Sophie. Havia várias tendas de comidas, e sem falar na habitual lanchonete. Os quatro tiveram sorte de conseguirem uma mesa e ainda mais por estar bem à frente do palco, onde uma banda jovem tocava.

 

- E como foram as compras? - perguntou Rafael às meninas.

- Não foi muito legal assim. - confessou Sheron. - Exceto, pelo espetáculo que a Sophie fez.

Fred olhara para Sophie e se adiantou:

- O que foi que você aprontou?

- Você só pensa mal de mim, não é? - retorquiu Sophie ao namorado.

- Ela não fez nada de errado. - defendeu Sheron. - Muito pelo contrario... Uma mulher me tratou super mal por que eu sou afro-descendente, só que a Sophie não deixou barato e... Falou um monte de coisa ela...

- Você fez isso? - perguntou Fred sorrindo.

- Foi. - respondeu Sophie.

- Eu estou muito orgulhoso de você. - confessou Fred à namorada.

Os dois sorriram e se beijaram rapidamente, Rafael e Sheron apenas trocaram olhares.

- A mulher ficou pasma, depois que a Sophie disse que ia contar para o gerente o que ela havia feito. - falou Sheron sorrindo.

- Eu estou surpresa com você. - disse Rafael à irmã.

- Eu também. - completou Fred.

 

Passados dez minutos, Sheron se levantara e dissera a eles que ia falar com uma de suas amigas. Ela caminhou até uma barraquinha, onde estava Beatriz.

 

- Oi Bia.

- Oi Sheron.

- O que você está fazendo? - perguntou Sheron enquanto Bia olhava para os lados por cima do ombro.

- Eu estou procurando a Gisele.

 

Sheron também começou a olhar para os lados e então parecia ter a visto.

 

- Acho que é ela ali. - contou apontando um pouco o dedo.

- É ela mesma. - confirmou Bia. - Sheron, vamos lá?!

 

Elas já iam chegando lá, quando Bia parou para chamar Bernardo.

 

- Você a achou? - perguntou ele.

- Ela ‘ta bem aqui.

 

Os três foram até Gisele que conversava com uma amiga.

 

- Gi, a gente queria falar com você rapidinho. - disse Bia.

 

Então, a garota que conversava com Gisele resolveu sair.

 

- O quê que foi gente?

- É que o Bernardo precisa te falar uma coisa. - adiantou-se Bia.

 

Bernardo olhou para os lados e depois começou:

 

- Eu tava na festa com o David no dia que tiraram as fotos...

- Essa história de novo. - interrompeu Gisele.

- Gi calma. - pediu Bia.

 

Então, Bernardo continuou:

 

- Eu tinha falado com o David naquele dia e ele não queria muita conversa, então, eu o deixei sozinho... Ele ficou se embebendo, por isso eu prestei atenção nele, pra que não saísse de carro e fizesse besteira...

 

Bernardo parara um pouco e novamente continuara:

 

- Eu tinha tirado os olhos dele e quando olhei, a sua irmã já estava lá... Não demorou muito para o David quisesse ir embora e eu só não o acompanhei, por que Michele foi atrás... Mas, eu tenho quase certeza de ter visto a Sophie e a Yoko saindo dali na mesma hora.

- Elas estavam lá? - perguntou Gisele.

- Estavam. - confirmou Bernardo. - Eu até falei com elas.

- ‘Ta vendo?! - retrucou Bia. - Isso tudo não deve ter passado de uma armação... O David não estava lúcido, a sua irmã o beijou e a Sophie ou a Yoko tirou as fotos.

- Eu não acredito que a minha irmã fez isso comigo. - retorquiu Gisele. - Eu convivo com ela desde que nasci, e acho que nunca a conheci direito...

- O Rafael me disse que um dos motivos por ter terminado com a sua irmã, foi por que a achava falsa. - completou Sheron.

 

Bernardo saiu dali e logo em seguida Gisele falou:

 

- Se ela tivesse me contado que estava a fim do David, eu ia entender.

- Mas a Michele pensa diferente. - disse Bia. - Meninas eu vou aqui rapidinho.

 

Bia passou por algumas pessoas e foi até uma mesa. David se levantara:

 

- O Bernardo contou a ela o que realmente aconteceu?

- Contou. - confirmou Beatriz.

- E ela?

- Ela está extremamente chateada com a Michele.

- E com razão. - completou David.

 

Bia já ia saindo quando desejou sorte a David, depois a mesma voltou a se reunir com Gisele e Sheron.

 

- Como é que eu vou conseguir dormir no mesmo quarto que a Michele? - questionou Gisele quando Bia chegara.

- Pelo menos hoje você pode dormir no meu quarto. - sugeriu Bia.

 

Gisele concordou ainda um pouco abatida, só voltou a levantar a cabeça segundos depois, por que a música parara e todos começaram a olhar para o palco, onde David ajeitava o microfone.

 

- O que é que esse maluco está fazendo? - perguntou Gisele.

- Espera e verá. - respondeu Bia sorrindo

- Desculpa por eu está atrapalhando a festa universitária de vocês, mas é que eu preciso falar isso publicamente. - começou David enquanto todos ali presentes o olhavam e algumas garotas riam e cochichavam. - Por onde começar?... É... Eu admito que era um idiota e um galinha que sempre ficava com várias garotas diferentes... Nunca tinha percebido antes, mas isso fez com que eu me tornasse solitário, nenhuma garota queria conversar comigo, nem perguntava como eu me sentia, exceto uma... Uma única garota que fez com que eu percebesse que a vida significa mais do que festas e beijos...

 

Gisele olhou nervosa para as amigas e viu que Bia estava sorrindo, então, escutara David continuar:

 

- Eu sei que muitas pessoas vão reclama e dizer que nós não temos nada haver, como já aconteceu. Mas é por isso que eu me apaixonei por ela, por que ela sempre foi diferente de todas as garotas com quem eu me envolvi, ela é especial e me faz feliz e é isso que realmente importa. - algumas garotas suspiraram. - Eu estou declarando oficialmente que estou completamente apaixonado pela Gisele Silva.

 

Várias pessoas se viraram rapidamente para olhá-la.

 

- Gi, você aceita namorar comigo? - perguntou David e a maioria fizera expressão de surpresa.

 

Gisele não respondeu, por que ficara totalmente paralisada, sem reação.

 

- Fala. - mandou Bia empurrando um pouco à amiga.

- É... Eu... Eu aceito.

- Mais alto. - sussurrou Bia.

- Eu aceito. - respondeu Gisele o mais alto que pode.

 

Várias pessoas aplaudiram, exceto um grupo de meninas que resmungaram. David descera do palco e foi até onde Gisele estava. Não disseram nada, apenas trocaram olhares e depois se beijaram. A zoada de aplausos aumentou e até se ouvia assobios.

 

- A gente precisa conversar. - sussurrou David no ouvido de Gisele.

- É... Eu sei. - concordou ela.

 

Então os dois resolveram sair para um lugar mais reservado, quando Gisele passara por Bia, lhe piscara o olhou. Bia apenas sorriu e os olhos se afastarem.

 

- Que romântico! - exclamou Sheron.

- Foi muito fofo. - comentou Bia.

- Agora, eu vou ali cobrar do meu namorado uma declaração dessas. - disse Sheron e Bia riu.

 

Sheron voltou à mesa onde antes estava sentada, só Fred que havia saído dali.

 

- Rafa você podia fazer uma declaração desses pra mim. - retrucou Sheron sentando.

- Mas agente já está namorando amor. - colocou Rafael.

- Outro motivo. - argumentou Sheron.

 

Rafael se levantou.

 

- Aonde você vai? - perguntou Sheron.

- Eu vou lá me declara pra você.

 

Sheron o puxou e ele voltou a se sentar.

 

- Estava só brincando. - confessou Sheron.

 

Rafael riu e depois a beijou, quando os dois se desgrudaram viram que Sophie estava com uma expressão de tédio, então a mesma se levantou.

 

- Eu vou procurar o Fred.

 

Sophie contornou algumas mesas e se deparou com Yoko.

 

- Você viu a Michele?

- Não. - respondeu a garota. - Na verdade, ela deve está metida no primeiro buraco que encontrou.

- Concordo. - disse Sophie. - Coitada, não é? Vê assim o garoto que gosta se declarando pra outra, ainda por cima pra irmã.

- Pois é! - exclamou Yoko. - Eu vou vê se acho ela por aí.

 

As duas se distanciaram e Sophie resolveu comprar alguma coisa para beber e viu quem mais queria naquele momento.

 

- Oi Lucas.

- E aí?

- Você trouxe o CD que eu te pedi? - perguntou Sophie ao garoto.

Ele olhou para os lados um pouco perdido, então disse:

- Eu acabei me esquecendo...

- Lucas. - interrompeu Sophie. - Eu preciso desse trabalho pra segunda-feira e amanhã é domingo não tem aula...

- ‘Ta desculpa. - pediu Lucas. - Eu vacilei.

- E como é que eu fico? - questionou Sophie.

 

Lucas olhou para os lados pensativo e sugeriu:

 

- Se quiser a gente passa no meu apartamento agora e pega.

- Por que não vai sozinho? - perguntou Sophie.

- É porque eu bebi um pouco. - retrucou Lucas.

 

Sophie olhou para seu lado esquerdo agoniada.

 

- O Fred vai dá pela minha falta.

- Nós vamos rapidinho. - confirmou David. - E qualquer coisa... Você leva seu celular.

- Tá bom. - concordou Sophie olhando para uma fila que se formara na lanchonete. - Deixa... Só comprar alguma coisa para beber, estou morrendo de sede...

- Lá em casa tem. - disse Lucas. - Não fica longe daqui.

 

Sophie concordou e os dois saíram apressados até a pista onde havia vários carros, Lucas se aproximou de um e o abriu.

 

- Quer que eu dirija? - ofereceu Sophie.

- Não precisa. - recusou Lucas. - Não fica muito longe daqui.

 

Eles entraram no carro e Lucas o ligou. Passados dez minutos é que ele estacionara.

 

- Eu fico aqui! - exclamou Sophie.

- Não é seguro. - aconselhou Lucas.

 

Então ela saiu e entrou com ele em um prédio grande, porém baixo, pois só tinha cinco andares. Eles foram até o terceiro andar e Lucas abriu uma das portas, seu apartamento era bem grande e ventilado.

 

- Senta. - pediu ele enquanto saiu por uma porta para buscar o CD que tanto a garota queria.

 

Sophie se sentou e ficou observando o lugar, se percebia que o garoto era filho de senador, só pela decoração do local. Deu uma agonia em Sophie só de pensar que todo aquele conforto na realidade deveria está sendo convertido em ajuda aos pobres. Lucas chegara trazendo duas taças em uma mão e na outra um CD que entregou à Sophie.

 

- Obrigada. - agradeceu ela.

 

Lucas lhes estendeu uma taça.

 

- Acho melhor nós irmos. - disse Sophie.

- Você não disse que estava com sede?! - indagou o rapaz.

 

Só então Sophie pegou a taça de champanha.

 

- Pela nossa superior inteligência. - retorquiu Luca olhando Sophie.

 

Os dois tocaram as taças e depois beberam tudo.

 

- Agora é melhor nós irmos. - sugeriu Sophie.

- Tá bom. - concordou Lucas sorrindo.

 

Sophie sentira dificuldade em vê-lo, por que sua vista ficara um pouco embaçada, sem falar em suas pernas que estavam bambas e frágeis.

 

- Sophie, você está bem? - perguntou Lucas.

 

A garota não teve tempo de responder por que apagara completamente.

 


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