L.A.B se dividia naquele momento em um a discussão acirrada com a própria mente. Ela tinha 3 grandes personalidades que lutavam pelo controle constantemente que ela nomeou como: A raiva, A doçura e A eloquência. A raiva era a mais dominante, ficava com toda a parte física, ela que aceitava bater e torturar as pessoas; a doçura era o extremo oposto, mas não pensem que não existe nada de sádico no jeito como A doçura vê o mundo. A eloquência era a parte equilibrada que chegava a quase não ter sentimentos. E isso tornava L.A.B instável e imprevisível. E a briga era por quem iria opinar sobre Skye e a missão. Um crise de consciência venda direto do ponto mais profundo de seu ser veio a tona após alguns minutos.

Talvez ela soubesse sim. Ela começou a estremecer ao perceber que poderia não ser apenas uma entrega comum. Poderiam fazer algo com a garota, podiam fazer testes desumanos com ela. Se é que ela era humana… O primeiro arquivo que L.A.B hackeou era algo de nível 7, mas sem importância sobre um 0-8-4. Ela se sentiu tão viva! Ela tinha utilidade novamente! Seu cérebro não tinha cozinhado, como ela achou que tivesse. M.Ar.Co, seu amigo e co-fundador da Maré Alta, tinha ensinado tudo que ela sabia sobre invasão de sistemas. Mas inventar equipamentos de combate era só ela quem sabia, alem de ser a melhor em lutas marciais. Nem tenho que explicar o por que de ela ter sido recusada no exercito há 11 anos atrás, quando ela tinha apenas 18 anos. Ela foi recrutada pela S.H.I.E.L.D, mas a razão dela ter sido expulsa e quase ter ido para a “Caixa de Areia”, foi o mesmo motivo de ela ter tido essa nova crise de consciência: sua primeira missão era isolar e transportar um 0-8-4. Ela não confiava em Catherine, de qualquer forma ela sabia que a pessoa que iria colecionar Skye, não era a mesma em que ela falava no telefone. A pessoa do outro lado falava como L.A.B dizia termos como pacote e produto. Alguem que realmente quer que algo chegue de modo tão cuidadoso usaria termos como item e encomenda. Talvez tentasse enfatizar a importância da segurança. L.A.B sabia como Skye funcionava. Ela era uma raça em extinção, assim como L.A.B: ela era uma observadora. Foi observando que ambas trilharam o caminho que escolheram. L.A.B observava a S.H.I.E.L.D a mais tempo que muitas pessoas acham que ela realmente existe: 9 anos, a batalha de New York foi só um pretexto idiota que o conselho de fundadores da Maré Alta escolheu para nos revelarmos. Nesse meio tempo, L.A.B viu muita coisa, acessou diversos níveis de segurança . E foi assim que ela descobriu Skye e seu passado. Por esse motivo deixou que ela participasse da Maré Alta. Mas ficou exitando durante muito tempo, querendo mandar a Skye o arquivo que poderia destruir sua alma. Seu corpo se arrepiou e se contorceu, A raiva tomou o controle novamente. Ela respirou fundo e fechou os olhos… Só mais 30 minutos e mais nada a impediria de receber mais dinheiro do que ela jamais sonhou.

7:49 Ônibus , 30 minutos para pouso no Brasil.

Estava realmente quente aquele dia. Skye resolveu tomar um banho para aliviar a tensão. Odiava brigar com Ward, mas tinha que admitir que sua mente instável naquele momento a atrapalhava. Coulson foi salvo com a ajuda dela, mas ainda se sentia extremamente responsável pela morte de Mike. Enquanto ela se dirigia ao banheiro Ward a interceptou no corredor.

—Skye! E-eu queria falar com você… -ele disse tentando transparecer uma naturalidade que não era dele.

—Ward.. Não é uma boa hora! -ela o repeliu e respirando fundo continuou a andar.

—Skye! -ele segurou seu braço e ela sacudiu com força tentando se soltar - Eu só quero falar com você!

—Se é sobre o meu comportamento inadequado, me desculpa! É que depois de toda aquela adrenalina de tentar achar o Coulson e salvá-lo da Centopeia é que eu percebi que quem mais perdeu, não foi eu o Coulson, mas o Ace! -sua fala começou a se acelerar como se tentasse achar o máximo de palavras possível para exprimir sua dor- Aquele garotinho jamais vai ver seu pai de novo. Garotos precisam de um pai Ward! -e uma lágrima escorreu em seu rosto.

—Nem todos Skye! -essas palavras saíram ásperas de sua garganta. Ela saiu correndo e se trancou no banheiro.

Ligou o chuveiro tremula e deixou que as lágrimas escorrerem. War ouviu ela chorar alto durante 5 minutos, ele ficou quase que o tempo inteiro ao lado da porta, mas preferiu fingir que não ouviu nada. Ele se escondeu no corredor e esperou que ela fosse para o quarto. Ele esperou o tempo que ela geralmente leva para se vestir e abriu a porta do quarto. Ela tinha quase adormecido.

As vezes Skye dormia quando chorava demais. Mas só ele sabia disso. Ele fechou a porta e amaldiçoou o dia em que ela pisou naquele avião pela primeira vez e fez seu coração acelerar. Skye adormeceu e sonhou. Naquele breves 15 minutos de sono ela sonhou com uma família. Não aquela que ela perdeu, mas uma nova família. Uma que ela construiu com Ward: dois ou três filhos, ela trabalhava na área de comunicação da S.H.I.E.L.D, ele ainda era agente de campo, mas apesar de tudo eram felizes. Eles brigavam é claro, mas era por que Skye admitia seu jeito irritante e Ward sabia o quanto ele era serio demais. Ela sonhava em dormir ao lado dele e acordar com ele. Esses sonhos começaram a poucos meses mas já se tornaram a parte preferida do dia de Skye, perdendo apenas para acordar e ver o seu rosto…

9:56 Brasília, Brasil.

Skye não gostou muito de ser jogada da cama, especialmente pela agente May. Mas May estava ali para fazer o seu trabalho, já que Coulson recebeu o arquivo sobre sua morte hoje, ele resolveu se trancar no escritório e deixar todos aflitos.

O 0-8-4 não era radioativo. Mas produzia pulsos eletromagnéticos fortíssimos que provavelmente destroçaram o pobre homem que foi trabalhar ali. Skye tentava sem sucesso isolar e reverter a frequência para transportar aquela caixa esquisita em segurança. Já fazia algum tempo que tudo que ela tentava acabava fritando o equipamento de Fitz-Simmons novamente.

L.A.B estava escondida a uns 50 metros do local. O artefato que ela instalou vinha com um dispositivo que impedia o artefato de liberar ondas eletromagnéticas letais. Skye era realmente boa no que fazia. Do tempo que ela começou ela pisou no solo e começou a trabalhar no artefato ela quase conseguiu frustar os planos de L.A.B. Graças ao controle remoto que a mesma tinha, ela derrubava os sinais de Skye ao equipamento dos cientistas e tentava criar um pulso forte o suficiente para parecer um acidente e trazer Skye para perto dela.

Todos estavam impacientes na área do 0-8-4, especialmente o agente Ward. Desde que a operação começou ele começou a se irritar com Skye, exigindo rapidez. Ela fazia o melhor que podia com os seus recursos e seu talento.

Estava um calor infernal na região, Skye já não sabia o que fazer. Com Ward bem atrás dela analisando tudo por cima do seu ombro, ela ficava ainda mais nervosa. Parecia que todas as tentativas de estabilizar a coisa davam errado assim que Skye mandava o sinal.

—Acho que já não é tão boa como antes Skye! -ele estava encostado no capô do carro atrás dela. - Desse jeito outras pessoas vão morrer. -ele disse baixinho, mas foi como dizer ao ouvido dela.

—Se não conseguir dessa vez Ward! Me desculpe, mas eu não sei lidar muito bem com coisas que machucam pessoas! -ela disse quase a si mesma, mas foi como ter gritado para ele.

Ward se aproximou dela e ficou observando-a digitar aqueles intermináveis códigos com uma rapidez espantosa. Ela olhava para ele com fogo no olha como se dissesse : “Já estou indo ‘OS’ pervertido!” Jemma olhava cena e tentava acalmar ambas as partes.

—Tudo bem Skye, -Simmons sorriu para ela a reconfortando -Fitz vai ficar chorando por um tempo, mas ele vai concertar tudo! Alem disso temos tempo, a área esta segura e ninguém vai se aproximar.

O calor fazia Skye suar, ela já tinha usado 50.000 combinações diferentes e nada revertia os pulsos.

—Essa é minha ultima tentativa. Espero que dê certo. -ela anunciou. Skye apertou o comando no computador.

Uma grande explosão jogou todos para muito longe dali. Ela caiu junto com Ward, praticamente em seus braços. Ela bateu a cabeça com força no peito e Ward, que ficou sem ar. Ward estava com a visão confusa, embaçada, mas pode ver o exato momento em que um sorriso puxava Skye de seus braços e a levava pra longe. Ele não pode fazer nada senão cair na escuridão que o tragava cada vez mais.