Nossa Hogwarts, Nosso Mundo escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 12
Planos para o Halloween


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Gente, vejam só, a partir desse capítulo, eu poderia dizer que a história já está realmente seguindo - já acabaram as apresentações de personagens, da escola, dos professores e etc.
Assim, embora antes eu estivesse me esforçando para mostrar todos os personagens (ou pelo menos uma boa parte deles) em todos os capítulos, agora chegamos a um ponto da história que é muito melhor apostar na qualidade do que na quantidade - em outras palavras, nem todos os personagens estarão em todos os capítulos. Mas eu não pretendo deixar um intervalo muito grande entre as aparições deles, então não se preocupem: se o personagem de vocês não apareceu em um capítulo ou dois, podem apostar que ele vai aparecer no seguinte :)
Tenham uma boa leitura!



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Quando setembro terminou, todos os primeiranistas sentiam que já tinham começado a se adaptar, tanto à rotina escolar quanto a ficar longe de suas famílias e de tudo que conheciam antes. Já tinham seus amigos, com quem andavam, e já estavam se acostumando com o castelo, por mais difícil que isso fosse por causa de seu enorme tamanho.

O clima estava esfriando e as folhas das árvores, tornando-se amarelas, vermelhas ou marrons, para então caírem. Os estudantes já tinham sido avisados de que teriam um banquete de Halloween no final de outubro e, ainda duas semanas antes da festividade, os alunos da Lufa-Lufa já comentavam sobre isso.

– Nós, trouxas, sempre nos fantasiamos de bruxos e coisas do tipo e saímos para pedir doces para os nossos vizinhos no Halloween. É o dia mais divertido do ano. – Comentava Matthew Campbell com os amigos, enquanto eles faziam o dever de Transfiguração no salão comunal da casa deles.

– Pare de dizer “nós, trouxas”. – Jason Taylor o repreendeu. – Você é um bruxo agora, Matt.

– Sim, mas não nego minhas origens. – Respondeu Matthew, mas seu sorriso demonstrava que ele tinha gostado do que o outro tinha dito.

A atenção de Ethan Johnson, no entanto, tinha sido chamada para outra parte do que ele falara:

– Como assim, se fantasiam de bruxos? – Ele parecia ter achado a informação engraçada.

– Não só de bruxos! Também nos fantasiamos de lobisomens, vampiros, astronautas...

– Ano passado eu me fantasiei de planta! - Contou Theodore Bones, que era mestiço como Ethan, mas tinha crescido no mundo trouxa, enquanto o outro crescera no mundo bruxo. Todos os três outros riram com a ideia de uma fantasia de planta.

– E o que é um astronauta? – Perguntou Jason.

Theodore e Matthew explicaram a palavra juntos, e no final, Jason e Ethan trocaram um olhar e um sorriso significativo que deixou ambos curiosos.

– O que foi? – Theodore perguntou.

– Gostamos dessa ideia de se fantasiar no Halloween. Deve ser realmente divertido. – Disse Jason.

– E podíamos fazer isto aqui neste ano! – Ethan falou.

– Ahn, não acho que vá fazer muita diferença se usarmos capas e chapéus pontudos aqui em Hogwarts. Já é o que vestimos todos os dias. – Matthew disse, mas não era bem aquilo que os outros dois tinham em mente.

– Vamos nos vestir de trouxas! – Jason disse, decidido, mas fez uma careta quando Matthew e Theodore começaram a dar risada da ideia. – Oras, o que há de errado nisso? Vocês mesmos estavam dizendo que se fantasiar no Halloween é divertido, e o Diretor Dumbledore parece ser bem legal...

– Não pode estar pensando em pedir autorização para Dumbledore. – Falou Theodore. – Ele deve ser muito ocupado, dirigindo a escola e tudo o mais, não tem tempo para essas coisas.

– Pois bem, então. – Jason não estava menos determinado. – Nesse caso, vamos pedir à Professora Sprout.

*********

– Tem algo de muito errado com o Ken. – Dizia Elliot Geoffrey para Nicolas Cooper, no salão comunal da Grifinória, enquanto os lufanos faziam seus planos para o Halloween, muitos andares abaixo.

Os dois amigos estavam sentados em poltronas próximas da janela da torre. Tinham dever para ser feito para o dia seguinte, mas ainda não tinham começado – já estudavam o dia inteiro, precisavam de um tempo para descansar antes de fazerem mais lição à noite.

– Com o Wings também. Devia estar na Sonserina, não pertence à Grifinória. – Nicolas disse. Sua rixa com Alec Wings estava definida desde o primeiro dia de aula, e só piorava o fato de eles terem de ser colegas de quarto: os garotos sempre estavam aprontando algo um com o outro, fazendo coisas como colocar coisas nojentas ou estranhas na cama do colega, ou sumir com os pertences dele, para que depois o outro o achasse preso no teto. Ou na privada.

Mas Elliot não tinha nada contra Alec. Na verdade, ele achava que se Nicolas e ele parassem com aquela bobagem, também poderiam vir a ser grandes amigos, mas isso parecia tão improvável quanto uma aula de Poções sem surtos do professor Haverford.

– Bem, às vezes parece que há algo de errado com você também, Nick. – Elliot falou, sério. Desconfiando que o amigo ia defender Alec novamente, Nicolas fez uma carranca.

– Por exemplo?

– Por exemplo... – Ele fingiu parar para pensar. – Ah! Quando você fica igual a um cachorrinho atrás daquela menina da Corvinal.

O rosto de Nicolas ficou vermelho como um tomate. Com “aquela menina da Corvinal” Elliot queria dizer “Olivia Chapman”, e aquela alegação não era verdade. Nicolas não ficava igual a um cachorrinho atrás dela, apenas falava com ela às vezes. Como quando se encontravam pelos corredores, por exemplo. Ele nunca ia atrás dela ou algo do tipo.

– Eu não fico, não. – Defendeu-se, mas logo tratou de mudar de assunto: – Mas o que ia dizendo sobre Ken?

– Ah, sim! Bem, veja... Você não tem a impressão de que ele está, sabe, escondendo algo da gente, o tempo inteiro?

– Acho que ele não é um garoto que gosta muito de conversas, mas existem muitas pessoas desse assim.

– Oras, mas eu já o vi em uma conversa bastante animada... Com algo embaixo da cama dele. E era uma conversa esquisita, ele não falava em inglês.

Nicolas não tinha presenciado esse fato, e ficou bem animado com a notícia. Adorava coisas estranhas que podiam se transformar em diversão. Mas naquele primeiro momento, limitou-se a deixar sua carranca ser substituída por um sorriso e disse:

– Talvez, então, o jeito seja chamar o Professor Popov para traduzir.

Os dois gargalharam tão alto da piadinha que um grupo de meninas que estavam sentadas perto deles os olhou feio. Mesmo assim, levou algum tempo para que eles conseguissem se recuperar e Nicolas se pusesse de pé.

– Vamos. – Disse.

– Hm? Vamos para onde?

– Para o dormitório. Quero ver o Ken falando estranho com algo embaixo da cama dele.

– Eu estava mais interessado em saber o que tem debaixo da cama dele. O que é mais complicado, já que ele está no dormitório quase todo o tempo livre... – Nisso, Elliot se pôs de pé também com um pulo, ao ter uma ideia. – Acho que ele fica lá o tempo todo justamente para ninguém ver a coisa enquanto ele não estiver!

Agora já não eram mais só aquelas garotas que olhavam para eles, e os dois acharam melhor tornarem a se sentar para não chamar mais atenção antes de tramarem seu plano em sussurros:

– Devíamos esperar ele estar na aula, ou fora do dormitório por alguma outra coisa qualquer... Aí, poderíamos entrar. – Disse Elliot.

– Precisamos de alguma distração. – Falou Nicolas, e, após um momento pensando, continuou: – E se... víssemos isso durante o banquete de Halloween?

– Mas não vão estranhar se não estivermos presentes?

– Mas estaremos presentes! Só vamos sair mais cedo, quando ninguém estiver vendo, e aí voltaremos para a torre da Grifinória.

Os dois meninos trocaram um olhar cúmplice antes de voltarem a rir e irem pegar o material escolar para enfim fazerem seus deveres.

*********

Alguns dias depois, Olivia Chapman acordou pela manhã antes das outras meninas de seu dormitório, quando o sol ainda estava nascendo. Ela pensou em voltar a dormir, mas qual seria a vantagem nisso, se já estava disposta e teria de acordar dentro de alguns minutos de qualquer forma?

Ela se levantou, arrumou-se e foi para o Salão Comunal da Corvinal, onde se sentou em uma poltrona para esperar que as amigas chegassem também para que pudessem ir juntas tomar o café da manhã. Ficou lá por um tempo e depois levantou e foi até o quadro de avisos, para se distrair vendo se lá teria algo novo.

E lá estava afixado um pedaço de pergaminho com o título de “Para o Banquete de Halloween”, que ela resolveu ler.

No dia 31 de outubro (terça-feira) será realizado um banquete de Halloween no Salão Principal, no horário do jantar.

Com o intuito de realizar uma celebração diferente, será permitido o uso de vestimentas trouxas durante o banquete. Lembramos os alunos de que esta é uma autorização extraordinária, e o uniforme continuará sendo obrigatório em todos os outros momentos, antes e depois do evento.

O bom-senso para a escolha das vestimentas também é pedido.

Olivia não pôde deixar de achar a ideia divertida. Não era acostumada a usar vestimentas trouxas, assim como muitos dos outros alunos de Hogwarts, e aquilo certamente renderia algumas boas risadas.

Mas onde conseguiria as roupas?

Estava pensando sobre isso quando Charlotte Solar, Sophie Mercure e Manuella Brown saíram juntas do dormitório, conversando sobre as aulas que teriam naquele dia. Ao vê-la parada perto do quadro de avisos, Charlotte acenou para ela e Olivia foi para perto das meninas

– Vocês viram a notícia do banquete? – Perguntou.

– Não vimos nada ainda, acabamos de chegar. – Respondeu Manuella, parecendo confusa com a pergunta. Olivia corou. Era óbvio que elas não tinham visto.

– Mas qual é a notícia? – Sophie perguntou, sem se importar com a falta de atenção da amiga. Tinha ficado curiosa.

– Vamos poder nos vestir de trouxas no banquete de Halloween!

– Jura? – Disse Sophie.

– Por quê? – Disse Manuella.

– Eu não sei. No comunicado dizia que era para realizar uma celebração diferente... acho que será como uma brincadeira. Mas de qualquer maneira, vai ser legal!

– Usar vestes trouxas... – Sophie pareceu pensar na ideia por alguns segundos. – Sim, parece que será bem legal. E a Charlotte podia nos emprestar as vestes, não é?

– Sim, Char! – Exclamou Olivia, que também não sabia como não tinha pensado naquilo antes. Charlotte vivia com o pai trouxa, devia saber exatamente como os trouxas se vestiam e ter algumas vestes deles em suas coisas. – Você nos emprestaria?

– Ei, quando eu vim para uma escola bruxa, não pensei em trazer quatro conjuntos de roupas trouxas. – Charlotte disse, mas quando viu que as outras pareceram ficar decepcionadas com aquilo, consertou: – Mas devo ter alguma coisa. Podemos nos arranjar de alguma maneira, caso alguma coisa eu até escrevo para o meu pai pedindo roupas, sem problema nenhum. Mas por enquanto, o único banquete pelo qual estou interessada é o do café da manhã... Estou com tanta fome!

E, discutindo sobre como fariam para arranjarem suas roupas de Halloween e como seria que a ideia de fazer aquilo tinha surgido, elas saíram do Salão Comunal da Corvinal.


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Notas finais do capítulo

Comentários e recomendações são sempre bem-vindos ;)
Até o próximo capítulo!



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