Nossa Hogwarts, Nosso Mundo escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 11
Amigos e Inimigos


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu gostaria de dedicar este capítulo aos meus leitores de Portugal. Mesmo que falemos a mesma língua, não falamos e nem escrevemos da mesma forma, e imagino que a maneira como minha história é escrita deva ser esquisita para vocês... sem falar que estou traduzindo nomes como na edição brasileira de Harry Potter, escrevendo, por exemplo, "Grifinória" ao invés de "Gryffindor" e etc. Às vezes deve ser difícil ler esta história, mas vocês o fazem mesmo assim, e sou muito grata por isso. :)
E, aliás, amanhã é primeiro de setembro! Todos prontos para voltar à Hogwarts? ;)
Agora, a todos, desejo uma boa leitura! Espero que gostem do capítulo!



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– Será que algum dia meu corpo vai parar de doer? – Resmungou Marie François.

Na manhã do segundo dia de aulas, todos os grifinos estavam com aquele mesmo problema. O “exercício de colaboração” que o professor Grigor Popov passara no dia anterior, fazendo-os ficarem presos uns aos outros por cordas apertadas, deixara-os todo doloridos. Até estender o braço para servirem-se do café da manhã tinha sido uma atividade dolorosa naquele dia.

E como se não bastasse, a primeira aula deles seria Voo, que sem dúvidas envolveria atividades físicas.

– Sempre achei que Voo seria a melhor aula de todas. – Disse Nicolas Cooper a Elliot Geoffrey, de quem já se tornara bem amigo, enquanto eles caminhavam para fora do castelo. – Agora estou com medo de que todos os meus membros se despedacem quando eu subir na vassoura. E isso estragaria todas as minhas chances de entrar no time de Quadribol no terceiro ano...

– Ah, eu já sabia que a aula de Voo não seria a melhor de todas há mais tempo. – Falou Elliot. – Desde que descobrimos que faremos essa aula com os sonserinos, para ser mais exato.

A única pessoa da Grifinória que parecia feliz em fazer aula com a Sonserina, na verdade, era Rosemary Le’Leukën. Ela tinha passado o dia anterior inteiro sem falar com o irmão gêmeo Demyan, e este fora o maior tempo que tinham passado separados até então. E quando eles chegaram ao local onde a aula aconteceria e viram que os sonserinos já estavam lá, ela não hesitou em correr para abraçar o irmão, após soltar um grito agudo de “Demyan!”. Demyan pareceu tenso por um segundo, mas logo relaxou e retribuiu brevemente o abraço. Amava Rosemary, mas não era muito chegado a demonstrações de afeto.

– Rosie... É bom vê-la. – Disse ele, ignorando os olhares dos outros sonserinos.

Rosemary ia responder – sentia-se disposta a narrar sobre tudo que acontecera com ela desde que conversaram pela última vez, no trem – mas então a professora, Madame Hooch, chegou, soprando um apito para chamar a atenção deles. E funcionou.

– Bom dia. – Ela disse, mas seu tom era ríspido. Não fez um minuto de apresentação como os outros professores, apenas indicou onde dezesseis vassouras estavam enfileiradas no chão. – Há ali uma vassoura para cada um de vocês. Quero que cada um escolha uma. – E eles obedeceram.

Madame Hooch teve de gastar quase dez minutos de sua aula ensinando-os a como fazer as vassouras se erguerem do chão propriamente e quase mais meia-hora ensinando a como ficar sobre ela sem escorregar para o chão. Os alunos que já tinham voado antes – crianças com pais bruxos sabiam fazê-lo sem maiores dificuldades – tiveram de esperar que os outros pegassem a prática. E os sonserinos não tiveram a mesma disposição para disfarçar a impaciência que os grifinos tiveram.

– Veja se não faço igualzinho a ela. – Disse Adelie McGloven a Jeremy Krieger, antes de fingir que ia cair da vassoura por um instante, fazer cara de assustada e retomar o equilíbrio no último segundo, em uma clara imitação de Amy Smith.

Amy, no entanto, duvidava que eles tivessem sido ótimos na primeira vez deles em uma vassoura e acreditava que ela mesma não estava indo tão mal, então fingiu que não vira.

Nos últimos poucos minutos da aula a professora permitiu que eles voassem de verdade, embora a altura máxima que permitiu que chegassem deixasse os pés deles quase encostando no chão. Entediado, Nicolas Cooper só esperou que Madame Hooch olhasse para outro lado para disparar mais alguns metros para cima e mergulhar novamente.

Só não contava que Alec Wings teria a mesma ideia e que, na pressa de voltar para perto do chão, as vassouras dos dois se chocaria por um instante, não forte o suficiente para fazê-los cair, mas o bastante para causar um forte estalo de madeira batendo contra madeira que fez a professora, que estava explicando algumas curiosidades sobre Voo para Ken Drakon e Elizabeth Anderson, virar-se para eles no momento em que pararam.

– O que foi isso? – Perguntou.

– Nada. – Responderam Nicolas e Alec ao mesmo tempo, ainda que fuzilando um ao outro com o olhar.

E ainda por cima, pensaram ambos, fica me imitando...

*********

Depois de uma divertida aula de Herbologia, os alunos da Lufa-Lufa chegaram conversando empolgados na sala de aula de Feitiços. Tinham gostado da professora Sprout, que era responsável pela casa deles, e de mexer com as plantas, e se lamentavam que a próxima aula da matéria fosse ser apenas dali a três dias.

– Espero que Feitiços também seja legal. – Disse Jason Taylor para Matthew Campbell enquanto ambos escolhiam seus lugares.

– Depois daquela aula de Poções que tivemos ontem com o Professor Haverford, eu não duvido mais nada dessa escola. – Respondeu Matthew, embora não sem um toque de bom humor.

– Ah, hoje é apenas o segundo dia de aula. As coisas estranhas ainda nem começaram a acontecer. – Jason replicou – E falando em coisas estranhas... Onde estão Anne e Laura? Elas não vieram para cá conosco?

Matthew olhou em volta, confirmando que todos os oito alunos da Corvinal já estavam na sala enquanto apenas seis da Lufa-Lufa, mas não soube responder sobre o paradeiro das meninas.

Se tivesse se sentado mais perto deles, Atenna Grace poderia ter lhes contado que Laura e Anne tinham ido ao banheiro para tentar tirar as manchas de terra que tinham conseguido fazer em suas vestes mesmo usando avental, na aula de Herbologia. Mas elas já deviam ter voltado, de qualquer maneira, e Atenna já começava a temer que elas não chegassem antes que a professora – uma mulher loira de pouco menos de trinta anos que estava na frente da sala observando-os – começasse a aula.

E foi o que aconteceu. Ela bateu na palma de sua mão com a varinha para chamar a atenção da classe e, quando a teve, começou a falar:

– Bem vindos à primeira das muitas aulas de Feitiços que vocês terão ao longo dos próximos sete anos. Garanto-lhes que, se forem bons alunos, prestarem atenção às aulas desde hoje e criarem uma rotina de estudos, poderão vir a se destacar nessa matéria no futuro. Sou a responsável pela Corvinal e sei que meus alunos farão de tudo para serem estudantes exemplares, e espero a mesma dedicação da Lufa-Lufa. Mas de qualquer forma, Feitiços não é uma matéria que vocês possam esquecer depois que deixarem a escola, pois como bruxos, usarão os feitiços pelo resto de suas vidas, então sugiro que tentem aprender o máximo que puderem. Eu sou...

Alguém bateu na porta antes que ela pudesse dizer quem era. A professora ordenou que a pessoa entrasse, e disfarçou a carranca ao ver que se tratava apenas de suas alunas da Lufa-Lufa atrasadas.

– Desculpe, professora. – Disse Laura Jane. Sua amiga Anne Jones, a seu lado, não falou nada, pois olhava em torno da classe para tentar achar lugares onde as duas poderiam se sentar. – Ainda não estamos acostumados com esse castelo tão grande, é complicado ainda chegar aos lugares.

– Tudo bem. – Falou a mulher, assentindo brevemente. – Mas vou tirar dez pontos da Lufa-Lufa, cinco por cada uma. E mais outros cinco por terem me interrompido. Sentem-se.

Anne e Laura foram se sentar perto de Atenna e Merody Hoddie. Ao se aproximarem, fez-se notar que as duas tinham uma expressão estranha no rosto. Atenna, assustada com os pontos perdidos, decidiu que esperaria o final da aula para perguntar-lhes o motivo daquilo, mas Merody não tinha se intimidado e escreveu um bilhete para Anne num pedaço de pergaminho:

“O que houve?”

“Encontramos o fantasma de uma menina no banheiro do segundo andar, e ela atrasou a gente. Ela é tão irritante!”, escreveu-lhe Anne de volta. Merody, mesmo que já soubesse que fantasmas vagavam por Hogwarts, achou a história de Anne sinistra e não mandou o bilhete de novo.

– Sou a Professora Gwendolen Silsbury e este é o meu quarto ano dando aula em Hogwarts. – Continuava a professora a falar, enquanto aquilo. – Como professora, espero acompanhá-los até o dia em que se formarem para, assim, dar-lhes a educação adequada. Mas se isso não for possível, quero fazer com que meus ensinamentos, até o ponto em que chegaram, sejam assimilados e...

Os corvinos ouviam atentamente à professora Silsbury, mas alguns dos lufanos começavam a se entediar com o tagarelar. E assim, outro bilhete foi passado, dessa vez de Theodore Bones para Ethan Johnson, com a mensagem: “Ela é bonita, não acha?”.

“Pode até ser”, Ethan escreveu em resposta, “mas fala tanto...”

*********

E assim, aquela primeira semana de aula passou, e foi definitivamente a semana mais longa – e ao mesmo tempo mais curta – da vida de todos os primeiranistas. Fora a primeira semana em que eles tinham frequentado todas aquelas aulas e usado magia, feito amizades e inimizades. Em resumo, sido bruxos de verdade, independentemente de seu sangue e seus ancestrais.

E eles se sentiam muito bem com aquilo.

No final de semana, muitos dos alunos decidiram que aproveitariam aqueles dias – que eram um dos últimos dias de verão que teriam – para ir aos jardins e desfrutar do sol e do calor. Havia risos e brincadeiras por toda a parte.

Anne Jones também tinha ido aos jardins com os outros, mas resolvera aproveitar aquela linda manhã para se sentar à sombra de uma árvore perto do lago com pergaminho e pena e começar a escrever uma carta para os seus pais. A primeira semana foi ótima, mas já estou sentindo saudades de vocês, ela escrevia, parece que estou conseguindo fazer vários amigos...

Um sonoro splash! a fez se distrair da carta e olhar para o lago. Theodore Bones tinha saltado para dentro da água, e agora nadava. Anne tornou a olhar para o seu pergaminho, e viu que várias palavras tinham borrado por causa da água que tinha espirrado, e isso a fez franzir o cenho.

– Ah, Theodore, vá nadar um pouco mais para lá. – Ela pediu.

– Você está escrevendo uma carta? – Perguntou o menino, se aproximando ainda mais e apoiando os braços na margem.

– Estou tentando – Confirmou, e ia repetir o seu pedido quando uma voz próxima dos dois disse:

– Ah, Merlin! Atenna, o que é aquilo?

Anne e Theodore olharam para onde a voz vinha, e viram uma assustada Merody Hoddie apontando para o fundo do lago. Atenna Grace, a seu lado, parecia estar tão confusa quanto os dois.

– Aquilo o quê, Merody? – Ela perguntou, apertando os olhos para ver para onde ela apontava.

– Ali, bem no fundo! Parece a... Lula Gigante?

Theodore não pensou duas vezes antes de saltar para fora do lago assim que ouviu as palavras “Lula Gigante”, e só percebeu a brincadeira quando Merody começou a rir. Atenna e Anne logo começaram a rir também e Theodore, embora tivesse sido o último a admitir a graça, também não ficou de fora.

Anne tornou a escrever sua carta logo após aquilo – mesmo que algumas palavras tivessem borrado, o conteúdo ainda era legível – e Merody e Atenna, para provar para Theodore que não havia mesmo lula alguma à vista, entraram na água também.

Perto dali, Laura Jane estava brincando com sua gata negra, Circe, sacudindo um rato de borracha azul pelo rabo enquanto ela tentava agarrá-lo.

– Talvez devêssemos comprar algum brinquedo de gato mágico para você, não? – Disse Laura, baixinho, sorrindo para a gata, que tinha desde quando ainda não sabia ser uma bruxa – Aí você também seria uma verdadeira gata de bruxo, assim como agora eu sou uma verdadeira bruxa.

Circe pulou no colo da dona e esfregou sua cabeça contra a bochecha dela, fazendo Laura rir.

Já os outros garotos da Lufa-Lufa, Matthew Campbell, Jason Taylor e Ethan Johnson, não estavam nos jardins como os outros, mas no campo de Quadribol. Aquele sábado era o primeiro treino da casa deles, e eles queriam assisti-lo – todos os três sonhavam em jogar pela Lufa-Lufa também, quando tivessem idade o suficiente.

– Eu vou querer ser um batedor. – Dizia Ethan enquanto o time se aquecia. – Acho que é a posição mais divertida.

– Eu não sei o que vou querer ser ainda. – Respondeu Matthew – Quadribol parece legal pelo que vocês falam, mas nunca assisti antes.

– Ah. – Ethan franziu a testa. – Sim, quase me esqueci que você é um nascido-trouxa.

– Ei, o treino vai começar. – Disse Jason, empolgado, levantando-se do seu lugar na arquibancada.

– Vai, Lufa-Lufa! – Gritaram os outros dois, animados, se levantando também. O goleiro sorriu e acenou para eles, e alguns outros riram. Se os garotos estavam tão empolgados com o treino, eles podiam contar com uma grande torcida no jogo real.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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