Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 47
Conflito Emocional


Notas iniciais do capítulo

Já voltei! Bom, este capítulo é um, digamos "formulador de tretas". Nele tbm insiro o novo personagem.
Boa Leitura!



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Depois que eu falei com Vincent ele disse que precisaria resolver umas coisas primeiro. Ele queria garantir que desse tudo certo, afinal não achava prudente me transformar logo, já que um vampiro novo é muito vulnerável. Acho que ele disse isso por causa do meu pai, afinal foram em circunstâncias parecidas. Mas eu não pude deixar de perceber que ele não pareceu satisfeito como eu achei que ele ficaria com o meu pedido. Apenas me deu um olhar esquisito e depois foi embora, prometendo voltar para ver minha mãe em casa.

Ao anoitecer minha mãe foi liberada e Robert nos deu uma carona. Ele parecia muito preocupado, mas depois que minha mãe explicou que fora apenas um simples acidente doméstico, a expressão dele suavizou um pouco. O hospital não era muito longe, então a viagem fora breve. Breve e estranhamente silenciosa. Eu estava me sentindo bastante desconfortável com toda aquela situação. Minha mãe estava muito estranha.

Ao chegarmos vimos tia Nat sentada na escada esperando nossa chegada. Robert tinha um compromisso importante e teve que ir embora, fazendo questão de repetir tanto quanto fosse possível que nós deveríamos ligar se precisássemos de qualquer coisa. Mamãe apenas lhe deu um meio sorriso antes de fechar a porta decididamente atrás dela.

–Se sente melhor Grace?

–Sim – respondeu ela – Natalie, eu sei que estava preocupada, mas você pode ir para casa agora.

Minha tia piscou em surpresa e depois me olhou. Eu estava tão aturdida quanto ele. Era impressão minha ou minha mãe estava mandando ela sair? Elas sempre foram muito unidas e a nossa casa era quase como uma extensão do quintal da Nat. Porque essa frieza agora?

–C...claro mana. Você deve estar querendo descansar. Eu passo aqui depois.

Depois de me desejar boa noite ela saiu, deixando apenas nós duas na sala. Minha mãe sentou no sofá, fitando o vazio. Eu me sentei também e quando eu comecei a falar ela me interrompeu.

–Sabe, ás vezes é tão estranho o modo como as coisas acontecem, não acha?

–Do que está falando?- foi tudo que consegui perguntar.

Ele não deu importância ao que eu disse, apenas continuou falando.

–Se fosse a sua tia, com certeza ela diria que é o destino – ela riu, um áspero riso – é claro, não que este seja o caso.

–Mãe – eu chamei aflita.

A voz dela ficou mais baixa quando ela falou em seguida.

–Não foi destino eu ter lembrado das coisas somente agora foi? E...le, ele fez alguma coisa com a minha cabeça.

–Ele? Ele quem? – eu insisti cada vez mais confusa – do que você está falando?

–Naquela noite, dezessete anos atrás eu vi seu pai matar a própria irmã...não, não era o seu pai, não era mais o Nathaniel...era um monstro, hum demônio... e depois eu simplesmente esqueci! Como se isso não fosse importante!

Eu engoli seco. Os olhos da minha mãe pareciam queimar de ódio e repulsa.

–E depois eu também esqueci que a Louise esteve aqui outro dia. Eu sempre soube que faltavam pedaços importantes na minha vida, mas toda vez que eu tentava lembrar...tudo que eu via era m os olhos, os olhos azuis.

Eu não conseguia me mexer. Cada revelação da minha mãe era um jato de água fria sobre mim.

–E ontem...ontem quando aquele homem me atacou...eu sabia que ele era o mesmo tipo de monstro que seu pai tinha se tornado – outra risada – como eu fui tão estúpida. Seu pai vivia falando de criaturas da noite, de vampiros. E quando você me falou do Vincent parecia que eu estava vivendo tudo de novo.

–Mãe, eu sinto muito. Eu não queria que você descobrisse as coisas assim.

–Você sabia não é? Desde o início? – os olhos dela estavam marejados.

Apenas acenei positivamente.

–O Vincent...ele fez alguma coisa comigo. Eu estava inconsciente mas de alguma forma eu sabia o que ele estava fazendo. Ele me fez beber o sangue dele. Ele quer me transformar!

Pulei do sofá no mesmo instante.

–Você não tem que se preocupar com o Vincent mãe.

Ela apenas me encarou como se eu fosse louca.

–Você não ouviu o que eu disse! Ele me deu o sangue dele! Ele é um monstro!

Era melhor eu explicar aquilo direito ou as coisas iriam ficar ainda mais feias.

–Mãe, ele só estava tentando te ajudar o Vincent...

Eu não pude terminar a frase. Minha mãe me pegou pelos ombros me sacudindo tão forte que meus dentes bateram.

–Oh meu Deus! Ele controlou a sua mente também não é! Você está diferente também!

Segurei seus braços tentando conter. Eu podia entender completamente a reação aguda que minha mãe estava tendo. Qualquer pessoa que passasse pelo que ela havia passado estaria muito pior. Era difícil vê-la assim tão assustada, tão desesperada. Eu precisava fazer algo.

–Mãe, me escuta. Eu posso te contar tudo. Você não precisa ficar com medo – eu a abracei sentindo as lágrimas dela no meu rosto – mas você precisa se acalmar tudo bem?

–Nós precisamos fugir – ela sussurrou no meu ouvido – ele vai nos transformar no mesmo monstro que transformou o seu pai!

Bom, na verdade ele iria ME transformar, mas eu optei por deixar esse tópico para um outro momento.

O meu celular tocou e eu me afastei um pouco para ver quem estava ligando. Ao ver o nome que estava no visor minha mãe se agitou de novo.

–Não atenda!

–Eu, eu preciso atender mãe.

Ela pulou tentando tomar o aparelho da minha mão, mas antes de um piscar ela estava suspensa vários centímetros do chão, a boca aberta em completo espanto. Até eu precisei de uns segundos para entender o que tinha acontecido. A porta da frente estava escancarada e Bloody Dagger segurava minha mãe como se ela fosse uma boneca. Recuperando a minha voz, eu gritei exasperada.

–O que você pensa que está fazendo?

Minha mãe se debatia inutilmente no aperto firme do vampiro de olhos negros. Ele apenas me olhou como se eu tivesse feito uma pergunta tola.

–As ordens de Vincent são para que ninguém toque na senhorita. As ações dela foram claramente violentas.

Ai Jesus, esse cara era louco?

–Ela é a minha mãe!

–Irrelevante – ele respondeu suscintamente.

–Ela não vai me atacar, coloque ela no chão agora mesmo!

Ele me olhou um segundo pensando se devia ou não. Eu bati o pé no chão para apressá-lo.

–Tudo bem – ela a colocou no chão.

Minha mãe estava arfando, os olhos arregalados.

–Mãe, você está bem? – corri para ela lançando uma olhar irritado para Bloody Dagger quando ele tentou me impedir – ninguém vai te machucar, eu estou aqui.

Ela me abraçou com força enquanto chorava.

–Oh Deus!

Me virei para o vampiro que ainda estava de pé observando minha mãe com cautela.

–O que você ainda está fazendo aqui? Vai embora!

Ele cruzou os braços revelando as inúmeras tatuagens sobre a pele pálida. Ele não era nem um pouco parecido com Vincent ou Ciprian. Ele parecia mais uma estrela do Rock, com seu jeans rasgado e as botas negras. Ele tinha um piercing na língua também. Eu pude ver quando ele falou.

–Vincent me disse para...

–Não importa! - eu o cortei – não vê que está assustando ela? Que se dane as ordens do Vincent!

–Agora, realmente – eu não precisei sequer olhar para porta para ver quem tinha chegado – isso é uma coisa muito rude para se dizer.


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Notas finais do capítulo

Que tal???



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