Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 46
P.F. Inimigos Declarados


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, dessa vez eu nem demorei né? Estava louca para postar esse capítulo. Nele, adiantaremos várias coisas e avançaremos um pouco no tempo tbm. Teremos a saída definitiva da Kate e do Ciprian da fic (embora eles possam aparecer eventualmente) nada de despedidas chorosas, algo bem simples só para esclarecer mesmo. Sem Arthur nesse capítulo, apenas algumas informações sobre ele que irão fazer sentido mais para frente. Por hora é só.
Beijo e boa leitura!



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Diário,

Faz um tempo hein? Não que isso importe muito é claro. Não é como se eu tivesse assinado um contrato de escritora de diários... de qualquer forma, estou mais tranquila ultimamente. As bruxas me deixaram em paz finalmente e o Patrick sumiu de vez ( eu acho que ele morreu, mas o Vincent insiste em dizer que ele está vivo e planejando algo, sinceramente eu acho que ele está cada vez mais paranoico com essa história) e eu consegui recuperar a minha nota em história. Minha vida estaria quase completamente normal se a Kate estivesse aqui...até das provocações da Nikki eu sinto falta. Ciprian, apesar do pouco que me relacionei com ele também faz falta. Ele deixou dois vampiros dele aqui para ajudar o Vincent no que fosse necessário. Harvey e Bloody Dagger eram os nomes deles (eu não fiz questão de saber o porquê daquele nome).

Foi muito difícil me despedir dela. Mais que difícil, foi assustador, Kate estava irreconhecível boa parte do tempo e vagueava entre momentos de lucidez em que e loucura completa onde ela tentava desesperadamente morder qualquer coisa viva. July ficou muito abatida depois disso...e eu também.

Meu outro problema vem se agravando com o tempo. Estou cada vez mais esquisita, passo a noite inteira acordada e sinto sono o dia todo. Ir para a escola se tornou um sacrifício. Apesar disso, disfarço o máximo que posso para não assustar minha mãe e não preocupar o Vincent.

Não tenho visto o Arthur ultimamente. Cheguei a perguntar para a July se ela sabia de algo, mas ela me deu uma desculpa qualquer... tanto ela como a minha tia andam muito evasivas quando se trata do Arthur. Seja lá o que for eu pretendo descobrir pois sei que isso deve ter algo com o que eu ouvi na cabeça dele. Mas pelo menos eu sabia que ele estava bem fisicamente. Ele havia sido atacado por um dos capangas de Patrick enquanto estava no corpo de Danny e July tinha o ajudado, matando o vampiro (como, eu não faço ideia, mas não quis insistir muito com isso).

Acho que é o suficiente por hoje... vou acabar por aqui já que minha m...

Um grito desesperado e o barulho de algo caindo no chão. Corri o mais rápido que pude a tempo de ver minha mãe caída no meio de uma poça de sangue que crscia a cada instante.

–Patrick manda lembranças – o vampiro falou antes de sumir na escuridão.

******************

Doutor Keller, por favor, comparecer ao quarto 421...Doutor Keller...

A voz ecoando das caixas de som do hospital era apenas um sussurro distante. De pé, naquela enorme recepção de hospital eu aguardava ansiosa alguma informação. Porque tudo tinha que ser tão branco naquele maldito hospital? O pensamento me ocorreu. Era desesperador, como uma antessala para o céu ou algo do tipo. Minha mãe não iria para lugar nenhum longe de mim, disse para mim mesma.

E ainda assim, eu não mês sentia melhor. Como eu pude não prever o que viria a seguir? Como eu pude relaxar ir para a escola, ignorando todos os perigos ao redor? A cabeleira dourada de Vincent foi a primeira coisa que eu vi no corredor. Ele caminhou em passos rápidos até mim.

–Ela está bem. Dei um pouco do meu sangue para ela e logo acordará.

Soltei a respiração que estava segurando até o momento.

Ele pôs uma das mãos no meu ombro como se quisesse me prepara para o que ele diria a seguir.

–Eu não sei o que ela viu ou lembra. A cabeça dela deve estar muito bagunçada no momento, e por isso devemos ter cuidado. Compulsão pode não resolver tudo.

Eu entendia exatamente o que ele quis dizer. Qualquer pessoa que teve sua casa invadida por vampiros e a garganta cortada estaria com a mente bagunçada, para não dizer o mínimo. Tudo isso porque eu quis tirar umas férias do mundo sobrenatural por duas semanas. Duas malditas semanas em que as minhas únicas preocupações eram estudar para prova de história, onde tive um ótimo resultado. Uma pena que eu não me sentisse nem um pouco feliz no momento.

–Não é sua culpa – Vincent falou ao notar minha expressão frustrada.

Soltei um riso amargo.

–E de quem é então? Desde o início, tudo que aconteceu foi por minha causa. Kate e Nikki são vampiras e foram sei lá para onde por minha causa, Arthur quase morreu por minha causa, minha mãe quase perdeu a cabeça por minha causa! – nessa última parte não pude evitar que meus olhos se enchessem de lágrimas – porque desde o começo eu quis fugir de tudo isso!

Vincent passou uma mão pelo cabelo pensativo.

–Se for por essa linha de pensamento então a culpa é toda minha. Se eu nunca tivesse transformado o seu pai, nada disso teria acontecido.

Num rápido resumo era isso. Eu era uma garota híbrida que antes de chegar ao vinte e um já tinha passado por experiências de deixar qualquer um de cabelo em pé. Primeiro bruxos tentando me matar para garantir a “paz do coven”. Tudo um plano arquitetado por um vampiro que morreu e virou um demônio e queria me usar para destruir todos os vampiros do seu clã. O plano dele falhou, mas pelo visto ele não tinha desistido, pelo que Vincent havia me dito, provavelmente ele ainda tinha cartas na manga. Ele também insinuou várias vezes a possibilidade de me transformar. Com o passar do tempo eu estava ficando cada vez mais esquisita e ninguém sabia o que isso significava. Pelo que eu sabia eu podia cair dura a qualquer momento. Mas mesmo assim, aquela parte idiota e egoísta em mim queria apenas uma vida normal, por isso eu pedi um tempo ao Vincent e ele, apesar de incomodado com a situação, concordou. Resultado: problemas.

–Não adianta pensar nisso agora – disse enxugando uma lágrima teimosa – temos que encontrar esse Patrick e acabar com ele de uma vez por todas.

–Eu estou tentando encontra-lo – um suspiro de frustração escapou dele – mas ele é escorregadio e está fazendo aliados.

–VOCÊ está fazendo – retruquei – eu não. Tudo que eu fiz foi ignorar. Não vou mais fazer isso.

As espessas sobrancelhas dele subiram.

–O que você pretende fazer?

Apertei os punhos enquanto respondia arrogantemente.

–Vou equilibrar o jogo.

Assim que o médico permitiu, eu fui até o quarto da minha mãe. Ele tinha dito que ela poderia estar meio grogue por causa da medicação, mas que logo ficaria bem. Ele até mesmo tinha se espantado com aquilo. Ele acreditava que o ferimento da minha mãe tinha sido muito mais grave.

Bom, tinha sido realmente. O que ele não conhecia eram as propriedades curativas do sangue de um vampiro.

Entrei cuidadosamente no quarto para não assustá-la. Ela estava muito pálida, os lábios ressecados e os punhos crispados.

–Oi mãe, como você está?

Ela me encarou por alguns segundos, vários sentimentos distintos atravessando seus olhos.

–Eu vou ficar bem.

Eu não sabia o que dizer, então fiquei quieta. Foi ela quem quebrou o silêncio constrangedor.

–O Vincent está aqui?

Eu acenei concordando.

–Quando eu poderei ir embora? – ela estava tão fria quanto um iceberg.

–Amanhã – respondi – tia Nat e o Robert estiveram aqui também.

Ela não respondeu. Eu estava com um mau pressentimento sobre aquilo.

–Você devia ir para casa – ela disse por fim – dormir um pouco.

–Eu estou bem – garanti.

Como ela não disse mais nada, eu resolvi não tocar no assunto. Ela parecia cansada e eu não queria piorar as coisas. Então apenas me despedi e saí do quarto onde Vincent me esperava.

–Faça-me uma vampira – foi tudo que eu disse.


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Notas finais do capítulo

Que tal? O que acharam de tudo isso?



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