MERIDA

Arendelle era realmente lindo, Elsa foi a primeira a descer da carruagem fechada, Anna foi a segunda e Rapunzel a terceira, quando foi a minha vez, uma mão coberta com luva branca se estendeu, tentei dar uma arrumada no meu cabelo e ajeitei o vestido meio amassado. Estendi a minha mão e quando saí fui recebida com palmas, beijos e abraços. Todos sorriam uns para os outros, as mulheres jogavam rosas para mim e as meninas, os homens não eram tão robustos como os do meu povo, as crianças brincavam e corriam. Um pouco mais a frente haviam cavalos nos esperando, um para cada ( como senti falta do Angus nessa hora).

Foi oferecida ajuda para todas, mas eu não precisei, coloquei meu pé numa parede próxima para ganhar impulso e subi no cavalo, todos olharam espantados.

–Já sabia andar a cavalo?- Perguntou Rapunzel.

–Desde os 10 anos.- Falei.

–Bem.- Falou Elsa.- Só tome cuidado. Então vamos?!

Tivemos que ir devagar para acenar para o reino, todos eram muito gentis conosco, ao chegar no castelo os guardas estavam em formação de um paredão, na porta de entrada havia um homem, uma... rena e um ... BONECO FALANTE ?

–O que houve Merida?- Perguntou Anna.

–Aquilo é um boneco?- Falei.

–Ah sim.-Ela começou a rir.- Foi criado com a magia da Elsa, não s preocupe, também podemos fazer isso.

–Nós? Eu posso fazer isso?- Perguntei.

–Pode sim.- Disse Rapunzel.

–Venham meninas

– Chamou Elsa.

ELSA

Quando Anna desceu do cavalo Kristoff correu em sua direção, Sven escorregou na escada ao tentar alcançá-lo, tentei segurar o riso. Tudo estava em ordem, pelo jeito Kristoff soube cuidar de um reino, Merida parecia estar encantada com tudo e Rapunzel lhe mostrava tudo, respirei fundo e olhei em volta, eu sou a rainha desse lugar maravilhoso, desejava a presença de meus pais aqui para eles verem como o reino cresce, sei que teriam orgulho de mim.

–Rainha Elsa?- Senti um puxado no meu vestido.- Tudo bem?

–Oi Olaf. – Dei um sorriso.- Tudo bem, melhor impossível.

–Então venha.- Ele estendeu o braço de graveto.- Deve estar com saudades de casa.

–OIaf!- Chamei-o.

–Sim?- Ele se aproximou.

–Se importa em me dar um abraço?

–Claro que não.- Ele abriu os braços.- Venha,você está precisando de um abraço quentinho.

Por mais eu fosse a rainha do inverno e Olaf um boneco de neve, aquele abraço me aqueceu muito, um abraço que eu realmente estava precisando.

MERIDA

Tudo era lindo, o castelo era fantástico, coberto por uma pequena camada de neve e flores. Anna nos levou para dentro onde mostrou nossos quartos, o meu tinha um leve aroma de laranja, cores vivas de outono( Por que será?), um guarda roupa cheio de vestidos belíssimos, a janela dava para um jardim todo alegre, embora eu estivesse com saudades de casa, me senti confortável ali.

–Com licença.- Uma senhora abriu a porta.- Vossa Alteza.

–Sim, pois não?- Fui até ela.

–A rainha mandou informar de que o jantar será às sete e meia. Ah!- Ela me entregou uma caixa.- Bem-vinda princesa Merida.

–Obrigada.- E fiquei sozinha no grande quarto.

A minha cama era bem macia, travesseiros vermelhos e um lençol amarelo que parecia ser de seda, igual ao meu de casa. Nossa, parecia a minha casa, imaginei o que os meus irmãos estariam fazendo sem mim lá... TUDO O QUE EU PUDER IMAGINAR! Fechei um pouco os olhos e imaginei as montanhas do meu reino.

“Estava andando sozinha pela floresta que ficava perto do castelo, tudo estava calmo...calmo demais. Já era noite e único som que se escutava era o vento que dançava com as árvores. Olhei em volta e não havia mais ninguém ali. Quando me virei outra vez, uma luz mágica apareceu na minha frente, me aproximei um pouco e percebi que haviam muitas outras formando um caminho, mesmo a escuridão da noite me deixando arrepiada, eu fui. Após andar muito e me encontrar com a última luz do caminho, procurei por algo, nada, nada além de mim. De repente escutei um barulho de graveto se quebrando, tentei me preparar para o que estivesse, mais meu arco não estava lá, então peguei uma pedra. Um som de respiração se aproximava até que escutei um rosnado, um urso atrás de mim, pelos negros como a noite, olhos dourados e acesos como ouro e dentes afiados.

–AAAAHHHHH- Joguei a pedra nele e saí correndo.- Socorro!!!!

Corri o mais rápido que conseguia mas o urso estava me alcançando , não adiantava correr, tentei subir numa árvore, o urso avançou em mim.

–Me solta! Socorro! – Aqueles olhos me assustavam mais que tudo.

– Merida.- Escutei uma voz.

– Quem está aí? Por favor me ajude!- Gritei.

–Olhe para mim.- Era o urso que falava comigo, por um instante meu medo havia sumido.- Me escute menina!

– Quem é você?- Perguntei.

– Perguntas depois.- Disse saindo de cima de mim.- Vim te avisar da batalha. Você e as outras rainhas não sabem o que as esperam, mas você tem um chance. Venha comigo e fique do nosso lado, aquelas garotas irão morrer e você também se ficar do lado delas. Não somos do mal, pelo menos não eu, só quero o que é meu por direito e como você é minha descendente, estou lhe chamando para ficar ao meu lado.

–Sua... descendente.- Engasguei ao falar.

–Minha querida, não se lembra das histórias de sua mãe?

Meu coração pulou, o irmão egoísta. O que se transformou em urso, o que a minha mãe matou!

–Não pode ser! Você está morto.- Falei.

–Venha comigo e não irá morrer como aquelas garotas.- Disse estendendo a pata.

–Não!- Joguei uma pedra.- Nunca!

– Você quem sabe princesa.- O urso abriu a boca e mostrou os dentes afiados.- A escolha foi sua.- E me atacou.”

–AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!

– Merida?!- Elsa abriu a porta com força e entrou junto com Rapunzel.- O que houve?

–Tive um pesadelo horrível.- Falei assustada.- Um urso disse que iremos morrer na batalha.

– Merida!- Entrou Anna no quarto.- O que aconteceu?

–Recebemos.- Disse Elsa.

– Recebemos o quê?- Perguntou Anna.

–O segundo aviso.- Disse Rapunzel.