RAPUNZEL

Estava sobre a minha antiga cama, na torre, mas sem nenhuma janela. Olhei em volta e o meu cabelo ainda era grande e loiro. Tudo estava escuro.

–Pascal? Você está aí?-Perguntei para o vácuo.- Anna? Elsa? Merida?

–Não há ninguém além de nós aqui minha querida.- Disse uma voz.

–Quem está aí? Apareça!- Procurei a minha frigideira mas não conseguia ver nada.

–Não se preocupe meu bem, vou aparecer antes que perceba.

De repente uma flor apareceu, brilhava como o sol, era perfeita e me atraía. Quando cheguei mais perto para tocá-la, ela desapareceu.

–Não se engane, eu não sou a flor.

Escutei passos, velas se ascenderam num lugar que parecia ser uma escada e uma mulher apareceu sorrindo.

–Você? Pensei que estava...

–Isso mesmo minha querida, sou eu, mamãe Gothel.

–Não...não pode...ser

–Tanto pode como eu estou aqui. –Ela se aproximou mais.- Eu tinha morrido naquele, mas “quem” ou “o quê” me deu a vida outra vez. Você não irá se livrar de mim tão fácil.

–Não!- Peguei um objeto afiado que estava por perto.- Não vou deixar que acabe com a minha felicidade.

Gothel levantou a mão e o objeto desapareceu da minha mão e surgiu na dela.

–Criança tola.- Ela mexeu na faca.- Nada me pode me matar agora, mas eu posso matar.

–O que você vai fazer?-Perguntei.

–Eu? Não, ele.- Disse apontando para um canto.

–José?- Era e ao mesmo tempo não era. Seus olhos estavam vermelhos, ele tinha um ar negro.- Meu amor?

–Olá “querida”- Ele fez um sorriso estranho.

–O que você fez com ele?!- Gritei.

– Apenas dei um pouco da minha alma negra para ele, agora você é um alvo.- Gothel olhou para José.- Ela é toda sua.

José tirou uma faca da roupa dele e correu em minha direção.

–Pare.- Disse Gothel. Ela se aproximou de mim.- Eu serei o seu pior pesadelo, prepare-se, o pior ainda está por vir.

–AAAAAAAAAAHHHH.

–Rapunzel! Acorde!- Elsa me balançava.-Rapunzel!

ELSA

–O que houve?- Perguntei.- A carruagem balançou com o seu susto.-Olhei para Anna e Merida e sussurrei.-Pelo menos ao acordaram.

–Tive um pesadelo, Gothel dizia que iria voltar, que não íamos nos livrar dela, José queria me machucar, ele estava com uma faca... e que me machucar.- Ela me puxou para abraçá-la

–Calma, foi só um sonho.- Disse passando a mão no seu cabelo.

–Rapunzel? O que houve?- Disse Anna ao acordar.- Tava de olhos fechados, mas podia ouvir.

–Ela teve um pesadelo.- Falei.

–Não, era bem real, não foi apenas um sonho, foi um aviso.- Rapunzel se afastou de mim.- Foi um aviso, temos que nos preparar.

–Para o quê?- Disse Anna.

–Para o pior. Disse Rapunzel.