Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 15
Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está um capítulo fresquinho para vocês. Espero que gostem!



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Acordei cedo no dia seguinte devido á claridade que entrava pela janela. Ainda estávamos na mesma posição do dia anterior, com os braços de Sirius em volta a minha cintura. O observei dormir por um tempo. Sua boca estava meio aberta e eu nunca vira seu rosto tão... Frágil. Era estranho o ver sem seu sorriso maroto.

Não sei por quanto tempo fiquei observando-o, mas parei quando ele começou a acordar. Rapidamente voltei a minha posição inicial e fechei os olhos, fingindo que estava dormindo também. Ouvi-o bocejar e se mexer um pouco, e o silencio prevaleceu por um tempo, até que senti seus dedos mexendo em meu cabelo. Após um tempo, senti-o me soltando e levantando, se dirigindo provavelmente para o banheiro. Não estava enganada quando ouvi o barulho do chuveiro. Abri os olhos. Não sabia o que eu deveria fazer agora, levantar e sair ou ficar deitada e espera-lo sair.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Adorava ficar perto de Sirius desde sempre, mas agora... Era uma vontade imensa de ficar perto dele o máximo possível. Gostava de sua companhia, do sorriso dele, das piadas idiotas, do cheiro, do abraço e aquele beijo... Eu queria beija-lo de novo, isso era um fato, mas não iria pedir. Ele acharia que eu gosto dele. O que não é o caso. Mas apenas um beijo não faria mal, faria?

Não sei por quanto tempo fiquei pensando nisso, mas logo, ele saiu do banheiro vestindo apenas uma calça de moletom.

– Bom dia. – Disse quando me viu sentada na cama. Olhei para seu peito nu molhado e corei. Maldito quadribol. – Lizzie?

– Ah... Bom dia... É melhor eu ir. – Disse me levantando.

– Ei... Espera. Ta tudo bem? Teve outro pesadelo? – Perguntou preocupado.

– Não, não... Não tive mais. Mas daqui a pouco o pessoal vai acordar e a ultima coisa que eu preciso é que eles me vejam sair daqui.

– Qual o problema? Não fizemos nada demais, você só dormiu.

– Não importa. É... Vergonhoso. Você não entenderia já que você não tem vergonha na cara para essas coisas.

Ele estava furioso agora.

– Então é vergonhoso eu ir te ajudar quando está mal? É vergonhoso eu sempre me preocupar com você? É vergonhoso eu te tratar tão bem, que até eu me surpreendo?

Não falei nada.

– Mas, usando o seu raciocínio vergonhoso deve ser mesmo VOCÊ pedir para dormir COMIGO e ainda colocar isso nas minhas costas. Ainda mais quando foi você que praticamente se atirou para mim.

O que foi que ele havia acabado de dizer?

– Como é que é, Black? Eu me atirei em você? – Ri ironicamente. – Eu tenho algo que nem você e nem nenhuma das suas amiguinhas tem. Amor próprio. Respeito próprio. Vergonha na cara.

– Acha que eu não conheço o olhar de “coitadinha”? As meninas sempre fazem isso para chamar minha atenção.

Agora eu estava realmente furiosa.

– Sua atenção? Acha que eu quero chamar a sua atenção? Como ousa pensar que eu estava chorando e triste por qualquer outra coisa que não fosse meus pais? Como pode pensar que eu usaria meus pais para chamar a sua atenção. – Eu estava tão brava que avancei minha mão para bater em seu rosto, mas ele foi mais rápido e segurou meu pulso.

E com isso, me puxou pela cintura e me beijou. Não lutei para que ele me soltasse, apenas correspondo seu beijo raivoso. Já havia soltado meu pulso, permitindo que ele abraçasse minha cintura e me puxasse mais para perto. Meus dedos se afundavam no meio dos seus cabelos e o beijo ficava cada vez mais intenso.

Estava com tanta vontade de ter esse beijo por tanto tempo, imaginando como seria beijá-lo novamente para sentir a mesma coisa que sentira quando aconteceu pela primeira vez. Mas dessa vez fora diferente. Não era um beijo espontâneo, era um beijo de desejo. Um desejo tão grande que chega a consumir-nos. E ele me fez sentir como se não houvesse mais nada com o que se preocupar. Como se não houvesse mais ninguém nesse mundo a não ser eu e ele.

E foi nesse beijo que finalmente percebi que estava apaixonada por Siriús Black.

Devido ao ar que nossos pulmões estavam tão desesperados, nos separando lentamente, arfantes e nos olhamos nos olhos. Nunca havia visto um azul mais intenso na vida. Nenhum de nós falou por um tempo, apenas nos encaramos, até que eu me afastei relutante. Peguei meu casaco que jazia em sua cama e saí sem dizer uma palavra. E ele não me seguiu.

Sirius Narrando.

Mas qual era o problema daquela garota? Por que ela tinha que ser tão... Teimosa, irritante, bonita e beijar tão bem? Depois que ela saiu, deitei novamente e suspirei.

Quando ela entrou em Hogwarts, quando ela apareceu na Casa dos Black, eu achei que seria apenas mais uma garota qualquer, como a maioria das meninas de Hogwarts. Mas não fora desse jeito. Ela era diferente. Era determinada, corajosa, destemida... Era tão diferente das outras garotas e isso me deixava intrigado.

Não que todas as garotas fossem vazias, um bom exemplo disso era Lily e Ammy. Ambas eram garotas maravilhosas, mas Lizzie era especial. Tudo que ela fazia era tão... Diferente.

Ouvi uma batida na minha porta e levantei rápido esperando que fosse ela, mas era James, na verdade.

– Eu ouvi gritos. – Disse sonolento.

– Não foi nada, fui falar com a Lizzie e ela estava se trocando. Tomou um susto e gritou. – Inventei a primeira coisa que veio a minha cabeça. James pareceu acreditar e voltou para seu quarto. Respirei fundo e bati na porta do quarto dela. Ela não abriu, então escrevi um bilhete avisando o que tinha que falar caso alguém perguntasse.

Liz Narrando

A parte dois do plano era, graças a Merlin, feito individualmente. Como hoje era véspera de Natal, tudo iria ocorrer perfeitamente, até a meia noite, quando iríamos juntar James e Lily.

Desci para o café da manha e reparei que eu não era a única acordada. Ammy já estava tomando café junto com Remo.

– Bom dia. – Cumprimentei os dois, que sorriram.

– Mas o que aconteceu? – Perguntou Ammy.

– O que?

– Como é possível você ser a ultima a acordar no castelo e acordar cedo hoje? – Sorri levemente e dei de ombros.

Um tempo depois, todos desceram para tomar o café da manha. Evitei olhar para Sirius, o que foi difícil, uma vez que ele sentou na minha frente. Após o café, voltamos para os nossos quartos para nos arrumarmos e voltar para a sala para combinar o que iríamos fazer.

– Então o que vamos fazer hoje? – Perguntou Alice, a última a chegar, sentando ao lado de seu namorado.

– Podíamos jogar quadribol. Todo mundo sabe montar em uma vassoura, certo? – Todos concordaram. – Assim treinamos para o jogo e nos divertimos. – Sugeriu Frank.

– Na verdade – Disse a Sra. Potter aparecendo na porta da sala. – Vocês têm duas opções: ajudar-me a preparar a ceia de hoje à noite ou ajudar Alan a tirar o excesso de neve do quintal. James já sabe o que vai fazer então o resto de vocês podem escolher o que quiserem.

No fim, Lily, James, Ammy e Alice ficaram na cozinha ajudando A Sra. Potter e o resto de nós fomos ajudar o Sr. Potter. No jardim, para minha alegria, estava nevando. Devíamos tirar a neve do quintal todo, com magia, para que mais tarde pudéssemos jantar á luz das estrelas. Iríamos, é claro, colocar um feitiço para que a neve não caísse na comida e que não ficássemos com frio.

Ele nos dividiu em duplas para que pudéssemos tirar a neve mais rápida em diferentes partes do jardim. E adivinhem com quem eu fiquei? Sirius Black.

Lily Narrando.

Saber que James cozinhava foi como um tapa na cara. Primeiro por que ele era James Potter. E segundo... Bem, por que eu não sabia. Só escolhi ficar na cozinha pois estava aquecida aqui dentro e não queria ficar na neve.

– Lily, querida? – Olhei para a mãe de James. – O que quer cozinhar?

– Bem... – Comecei sem graça. – Eu não sei cozinhar, a não ser doces trouxas.

– Então nos de a honra de provar um doce trouxa. – Disse sorrindo.

– Tem certeza? – Perguntei incerta.

– Claro que sim, Lily! James irá te ajudar. – Disse sorrindo. – E vocês meninas me ajudem no jantar.

James e eu fomos até o outro lado da cozinha para não atrapalha-las.

– Muito bem... – Ele disse olhando para mim. – Do que precisa? – Falei os ingredientes e ele pegou todos. – Que doce é esse?

– Pavê de chocolate. É o meu favorito. – Ele apenas sorriu. – Eu não sabia que cozinhava.

– Bem, eu não saio espalhando para Hogwarts inteira. – Disse enquanto me ajudava a misturar os ingredientes. – Não é todo mundo que acha o máximo, como minha mãe.

– Eu acho sexy. – As palavras saíram da minha boca antes mesmo de eu pensar. Senti meu rosto esquentar e desviei o olhar. De repente, o doce parecia tão interessante.

– Sexy? Sério? – Perguntou levantando as sobrancelhas e dando um sorriso de lado. Apenas dei de ombros e voltamos a nos concentrar nos doces.

Liz Narrando.

Estava bem distante de Black, tirando a neve do fundo da casa. Estive o ignorando o tempo todo, mas quem disse que ele se tocava e colaborava comigo e ficasse quieto? Não, ele abria boca o tempo todo.

– Lizzie. – Não olhei, não respondi ou fiz o menor sinal que tinha ouvido. O ouvi suspirar e se aproximar. Ele caminhou até mim e me puxou pelo braço. – Sério, fale comigo. – Apenas voltei a fazer o que estava fazendo, mas ele não deixou. – O que eu disse mais cedo...

Não o deixei terminar, pois havia acertado sua bochecha com a minha mão.

– Como ousa falar daquele jeito comigo? Quem você pensa que eu sou? Quem você pensa que é? – Ele tentou responder, mas não o deixei. – Eu não tentei me aproveitar da situação. Eu estava assustada, com medo, triste. Como pode pensar que eu usaria a morte dos meus pais para dar em cima de você? Pare de achar que o mundo gira ao redor do seu umbigo, tome vergonha na cara e cresça.

Ele ficou estático, tentando entender o que tinha acabado de ouvir. Dei as costas e entrei em casa. Já havia me cansado de ficar na neve.

Passei o resto do dia ajudando as meninas a cozinharem e observando James e Lily se divertindo enquanto faziam a sobremesa. Sirius não ousou falar comigo ou sequer me olhar. Era melhor assim. Depois de tudo estar pronto, fomos para nossos respectivos quartos tomar banho e nos arrumar para a ceia de Natal.

Nós, meninas, resolvemos nos arrumar no quarto de Lily, e logo estávamos prontas, descendo para o jantar lá fora. O céu estava limpo, com apenas alguns flocos de neve caindo, porém não ultrapassando a barreira que o Sr. Potter havia colocado. Era algo tão lindo de se ver que eu poderia ficar ali para sempre.

A mesa já estava pronta e os meninos e os pais de James estavam sentados. Ocupamos nossos lugares e começamos a jantar. Sra. Potter estava tão feliz por ver Lily e James se dando bem, que só sorria, até quando mastigava. Remo e Ammy conversavam baixos e era claro como gostavam um do outro. Uma hora ou outra Remo segurava sua mão por cima da mesa ou beijava sua bochecha. Eles eram adoráveis juntos. Alice e Frank estavam em uma conversa divertida com Sirius. Ele contava piadas e fazia Alice rir tão alto, que todos paravam para vê-la. Um pouco depois todos já compartilhavam sua conversa para a mesa toda, fazendo todos rir. Era como uma cena de família unida e feliz. E eu não queria que acabasse nunca.

Após o jantar, fomos para a sala abrir os presentes. Sra. Potter se posicionou em frente da arvore e colocou a mão em cima de um presente enorme, que ia até a cintura dela.

– Bem, eu gostaria de começar com a troca de presentes, dando esse enorme presente para os meus filhos, James e Sirius. Espero que gostem.

James e Sirius foram para frente, a abraçaram e se dirigiram para o presente. Rasgaram a fita e o embrulho, quando o pacote começou a se mexer. Os dois se olharam e ao esticarem a mão para tirar a tampa, uma garota saiu de dentro.

Ela pulou para os braços de Sirius e logo depois de James, depositando beijos por todo seu rosto. Pude ver Lily desviar o olhar. Após um momento, eles nos olharam e resolveram nos apresentar.

– Pessoal essa é a nossa prima, Jenny Potter. – Disse Sirius. Lily sorriu e todos nós, um por um, fomos cumprimenta-la.

Ao olhar para Lily, ela abriu um enorme sorriso.

– Então você é a famosa ruiva que finalmente fez meu primo se apaixonar a ponto de não para de falar de você?

No momento, não sabia quem estava mais vermelho, Lily ou James.

– Eu sou Lily Evans. – Falou constrangida. – Prazer em conhecê-la.

– O prazer é todo meu! Há anos que eu quero conhecer a garota que roubou o coração do James. E você é ruiva! A tradição dos Potter não acaba mesmo... – Ela falava sem parar, deixando Lily cada vez mais sem graça. – Eu sou a desgraça dos Potter, a única menina morena na família inteira. Eu culpo James inteiramente. Mas mudando de assunto, há quanto tempo vocês estão namorando?

– Jenny, por favor, pare de falar e vamos abrir o resto dos presentes ok? – Disse James a puxando para longe de Lily.

E assim, cada um entregou os presentes. Eu ganhei roupas das meninas, um cd do James, um livro de Remo, uma pena de Peter e de Sirius, uma caixa de chocolate. Dentro dela, havia um bilhete que eu li sem ninguém ver.

Lizzie,

Eu realmente sinto muito pelo o que eu disse. Nem em um milhão de anos diria o que disse. Apenas fiquei bravo por ter dito que era uma humilhação ter dormido aqui. Me desculpe.

Espero que ainda possamos seguir com o plano hoje a noite. E, quem sabe, voltar a nos falar.

Seu presente está na sua cama. Espero que goste.

Não fui ao meu quarto ver, iriam perceber. Resolvi começar a colocar o plano do Sirius em prática.

– Eu pensei que iríamos ficar lá fora. – Disse olhando para todos. Isso fez a Sra. Potter chamar-nos para admirar o céu. Todos saímos e ficamos vendo os fogos de artifício preencher o céu para os momentos antes da meia noite. Sentei no piano, que foi colocado lá fora se alguém quisesse tocar, e comecei a dedilhar em alguns teclados. Todos me olharam.

– Você sabe tocar? – Perguntou Lily.

– Um pouco. Agatha me ensinou.

– Vamos ouvir então. – Disse Sirius sorrindo de lado. Olhei para o piano e comecei a tocar. Era uma das musicas preferidas da minha mãe. Vi Sirius puxar Jenny para dançar, fazendo todos fazerem o mesmo com seus pares. Frank puxou Alice, Remo puxou Ammy e o Sr. Potter puxou sua esposa. James olhou para Lily e ofereceu a mão. Ela sorriu e aceitou.

Lily Narrando

James colocou os braços em volta da minha cintura e eu os meus em volta ao seu pescoço. Ele sorriu.

– Eu devia avisar que eu não sei dançar. – Disse olhando em seus profundos olhos castanhos esverdeados.

– Está indo muito bem até agora, ruiva. – Sorri levemente. – E, a propósito, você está muito bonita.

– Obrigada. Você não está nada mal. – Continuamos a dançar em silencio por um tempo. – Então você sabe cozinhar e dançar... – Comentei olhando para ele novamente. – Isso é muito impressionante.

– Diria que isso é sexy? – O encarei. – Só estou perguntando!

Rimos.

Continuamos a dançar em silencio, até perceber que não havia mais musica. Olhamos para o piano, mas Liz não estava mais lá. Nem ninguém. Apenas eu e James. Sozinhos ainda na posição de dança. Ao abrir minha boca, mais fogos de artifício apareceram no céu dessa vez, realmente brilhantes e em maior quantidade.

Já era havia dado meia noite, e era 25 de dezembro. Era Natal. James me olhou e sorriu.

– Feliz Natal, Lily.

– Feliz Natal, James.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Não esqueçam de comentar!