Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 14
Eu Nunca


Notas iniciais do capítulo

Olá! Vou dedicar esse capítulo para Paula, que além de estar apaixonada pelo Sirius e me ajudou em algumas perguntas do jogo, dedicou um capítulo da fic dela para mim!
Espero que gostem.



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O plano de Sirius era bastante simples. Só envolvia três etapas.

A primeira era a mais simples: embebedar Lily.

Assim que todos se acomodaram, nos reunimos na sala pra discutirmos o que iríamos fazer. Depois de uma longa discussão, decidimos montar a arvore de natal, uma vez que era o que James fazia todo ano já que seus pais não tinham tempo para tal coisa. Lily e James foram buscar os enfeites enquanto Sirius e eu contávamos nosso plano para o pessoal.

Lily Narrando

Quando chegamos, me surpreendi ao ver que James não era apenas rico. Ele era extremamente rico ao dobro. Como alguém pode ter tanto dinheiro nesse mundo? Fiquei realmente assustada com a imensidão da casa dele. Tinha três andares, uma piscina, um jardim enorme e, segundo Remo, uma biblioteca.

Sério, quem precisa de uma casa tão enorme?

O que realmente me assustou mais ainda é ver que os pais dele são pessoas adoráveis. São gentis, aconchegantes e amorosas. Muitas pessoas com uma casa desse porte não seriam desse jeito. Uma prova? Sonserinos.

Após me ajeitar em meu quarto, descemos para ver o que iríamos fazer hoje. Os meninos queriam ir nadar e, mesmo garantindo que a piscina era quente, nenhuma das meninas concordou.

Por fim, decidimos montar a arvore de natal. James e eu descemos para buscar os enfeites e a arvore no porão.

– Pode falar. – Ele começou. – Comente como minha casa é grande. Você tem ficado quieta demais.

– Sua casa é enorme. – Falei. – Não sabia que você era... Tão rico. Pensei que era só rico.

– Eu não saio por ai espalhando.

Apenas sorri. James era diferente do que eu havia imaginado. Ele não ficava falando só dele, fazia perguntas e era até alguém que eu podia ter uma conversa agradável. Realmente havia me surpreendido. Chegamos ao porão e ele acendeu a varinha para iluminar o local.

– Onde estão as caixas? – Perguntei. James apontou para um canto e eu fui buscar enquanto ele ia pegar a arvore. Voltamos para a sala onde nossos amigos estavam. Liz estava brava encarando Sirius, que estava com a marca de uma mão no rosto.

– O que aconteceu?

– Liz e Sirius tiveram uma briga. Não que seja algo novo, mas partiu para a violência. – Disse Remo sentado.

– Qual foi o motivo dessa vez?

– Eu só disse que o beijo dela não foi... Muito bom.

– É claro que foi! – Disse Liz quase gritando. – Onde já se viu falar que eu não beijo bem? E você, Sirius Black? Quem você pensa que é? – E ela já ia se aproximando dele, sem sucesso, já que Ammy a segurava de novo.

– Ok, chega os dois. – Disse James se intrometendo. - Sirius, nunca fale pra uma garota que ela beija mal mesmo se ela beija. O que não deve ser seu caso, Liz. – Completou rapidamente. – E Liz, Sirius é um idiota.

– É claro que ele é um idiota. – Ela concordou.

– Então chega de briga e vamos montar a árvore, ok? – Falei colocando as caixas em cima da mesa de centro e abrindo-a.

A arvore de natal dos bruxos era diferente da dos trouxas. Ainda tinha os enfeites de bolas, porém elas mudavam de cor o tempo todo. Além disso, James fez um feitiço para que nevasse na árvore. Ficou realmente maravilhosa. Só faltava uma coisa.

– A estrela. – Disse James pegando o último item da caixa. – Não tem como alcançar sem derrubar ou mexer nos enfeites da árvore, então alguém vai ter que ser levantada.

– Por que não usa um feitiço de levitação? – Perguntei. Era muito mais fácil.

– O topo é muito fino. Não vou conseguir encaixar perfeitamente. Tem quer ser alguém.

James olhou para todas as meninas. Liz foi a primeira a se manifestar.

– Eu não. Não estou nos meus melhores dias, se é que me entendem. – Disse.

– Eu tenho medo de altura. – Falou Alice abraçando Frank.

– E eu não gosto que me levantem. – Disse Ammy. – Então vai ter que ser você, Lily.

O que?

– Nem pensar! Potter não vai me levantar de jeito nenhum.

– Então a árvore vai ficar inacabada. – Disse James olhando pra mim. – Vamos, Lily, sabe que eu não vou fazer nada demais. Só vou colocar você nos meus ombros e te segurar firme enquanto você coloca a estrela. Vai durar no máximo dois minutos. Eu juro.

Olhei desconfiada para ele. Seu olhar era sincero, então provavelmente estava falando a verdade. Suspirei derrotada.

– Se ousar se aproveitar disso... – Disse enquanto ele se abaixava para eu poder subir em seus ombros.

– Nem pensaria nisso. – Subi um pouco receosa. Ele segurou firmemente minhas pernas enquanto se levantava devagar. – Ok, Sirius, entregue a estrela pra ela. – Sirius colocou na minha mão uma estrela de vidro grande.

– James, chegue mais perto, por favor. – Pedi. Senti que ele deu uns dois passos e parou. – Mais perto.

– Lily, aqui embaixo a árvore é maior. Esse é o máximo que eu consigo chegar. – Suspirei. Estiquei mais um pouco até alcançar o topo e coloquei a estrela. Ela começou a transmitir uma luz dourada linda. Sorri.

– Pronto, James, pode me descer. – E então nada aconteceu. Ele ficou parado. – James...

– Sabe o que é Lily? Eu não acho que consigo abaixar sem te derrubar.

O que?

– Potter...

– Eu juro que eu não estou brincando. Não quero te derrubar e o único jeito que eu consegui pensar pra te tirar daí é você pular e eu te pegar.

Suspirei. Se esse era o único jeito... Consegui dar um jeito de me ajeitar em seus ombros e pulei. James me pegou, mas o impacto foi meio forte e caímos no sofá comigo em cima dele. Seus braços fortes estavam segurando minha cintura e ele me olhava nos olhos.

– Você ta bem? – Perguntei. – Não te machuquei, machuquei?

– Claro que não.

Ficamos nos olhando por um tempo até que Liz disse.

– É lindo. – Olhei para ela e vi que se referia a arvore. Agora que estava completa, realmente estava maravilhosa. Nenhuma arvore que eu montara ficara tão bonita.

.

Mais tarde, os meninos, diga-se Sirius, teve a brilhante ideia de jogarmos um jogo chamado “Eu Nunca”. O jogo era assim: ficávamos em uma roda e na vez de cada pessoa, ela dizia algo que nunca fez e quem havia feito, bebia. Para saber se a pessoa mentia, iríamos enfeitiçar um objeto que apontasse pra quem não estivesse sendo honesto. E se caso isso acontecesse, bebia duas doses.

Essa seria a brincadeira que eu estava lutando para não participar. Obviamente não era como iriam me deixar de fora. Tentei convencer as meninas que não era uma boa ideia, mas as três iriam participar.

– Vamos Lily, não vai ter graça se você não brincar. – Disse Liz sentando ao lado de Frank. Olhei todos se sentando e desisti.

– Tudo bem. – E me sentei ao lado de Sirius e Frank. James trouxe oito copos “shot*” e Remo trouxe a bebida, que era Uísque de Fogo. Sentamos: Frank, eu, Sirius, Liz, James, Alice, Peter, Ammy e Remo. Sirius começou o jogo.

Liz Narrando.

– Eu nunca beijei o Sirius. – Ele disse. O encarei. Estávamos “brigados”. O que acontecera mais cedo fora só uma encenação para Lily não suspeitar que fosse nosso plano juntos. A parte do tapa foi por conta minha que sempre quisera fazer algo assim. Mas agora Sirius estava forçando. Peguei a bebida e virei. Fui a próxima a falar.

– Eu nunca menti quando disse que a Liz beija mal.

Ele me encarou e bebeu. Sorri vitoriosa.

– Eu nunca beijei uma trouxa. – Disse James sorrindo para Sirius.

– Sério, não te conto mais nada! – Ele bebeu. Além dele, Ammy e Remo beberam também.

– Eu nunca dormi com ninguém. - Disse Alice. Ela, Frank, Sirius, James, Remo e eu bebemos. Sirius levantou a sobrancelha para mim, mas ignorei.

O jogo continuou, com perguntas realmente embaraçosas, a maioria vinha de Alice, que ousou dizer que nunca havia tido um orgasmo e bebeu, pois obviamente havia tido. Frank ficava vermelho cada vez que ela abria a boca.

Mas o nosso plano havia dado certo. Em certo ponto do jogo, várias perguntas foram redirecionadas para a Lily beber, tanto que ela era a mais bêbada.

– Eu nunca beijei o James e não gostei. – Disse Alice que já estava bêbada também.

Lily, que já não estava muito em si, bebeu rapidamente e sorriu.

– Sr. Potter? – Chamou a elfa de James. Ele olhou para ela tentando parecer bem. – O jantar será servido em duas horas e seus pais chegam daqui uma hora.

– Obrigado. Vamos nos arrumar, pode, por favor, arrumar a bagunça que fizemos? – Ela concordou e saiu e ele olhou para nós. – Precisamos nos arrumar para o jantar de um jeito que meus pais não desconfiem do que estávamos fazendo. Eu tenho uma poção para não parecer que estamos bêbados, entrego para vocês mais tarde. – Ele levantou e ajudou Lily a se levantar. Subimos meio cambaleantes para nossos quartos.

Tomei meu banho tranquilamente e sai já vestida para o quarto. Em cima de minha cama havia um vidrinho com um líquido branco em cima de minha cama com um bilhete ao lado. Peguei e li.

Poção para a ressaca sumir. Beba o vidrinho todo. Sirius.

Sorri levemente e bebi o frasco. Ouvi alguém bater na porta e abri. Eram Ammy e Lily já vestidas para o jantar.

– Finalmente. Está ai há uma hora. – Reclamou Lily. – Estou morrendo de fome. Os meninos já desceram e Alice acabou dormindo, então Frank não vai.

– Ok.

Descemos para o jantar. A mesa ainda estava vazia, mas a Sra. Potter, o Sr Potter e os marotos já estavam sentados. Cumprimentamos todos e sentamos nos lugares restantes.

– Então... – Começou a Sra. Potter. – O que fizeram hoje?

James, já preparado para a pergunta, respondeu.

– Ficamos conversando, montamos a arvore de Natal, mostrei a casa para Lily...b

– Ah, querida, o que achou da casa? – Perguntou olhando para Lily.

– A senhora tem uma casa muito bonita, Sra. Potter.

– Me chame de Sarah, Lily. Não tenho cara ou idade para ser chamada de senhora. – Todos riram. Logo, o jantar foi servido e ficamos conversando sobre a escola, o futuro e as detenções que Sirius e James já haviam tomado. Enquanto Sarah ficava brava, Alan sorria e não podia estar mais orgulhoso das artimanhas dos filhos.

Vai entender.

Após a janta, eu e as meninas fomos ver como Alice estava. Batemos levemente na porta, em caso dela estar dormindo, e Frank logo a abriu. Ela ainda dormia, mas ele disse que ela havia acordado mais cedo, tomado um banho, mas passado mal, então acharam melhor ficar aqui em cima onde ele pudesse tomar conta dela. Ficamos conversando por um tempo, até que cada um foi para seu respectivo quarto dormir.

.

.

Já eram quase duas da manha quando acordei assustada. Tinha tido outro pesadelo. Eles ficaram mais frequentes desde a morte de Agatha. Não comentei com as meninas, não queria incomodar, mas eu havia tido um quase todos os dias.

Levantei e desci para a cozinha para tomar um copo d’água, tentando não fazer nenhum barulho. A elfa não estava ali, o que foi um alivio, pois só precisava ficar sozinha. Estava bebendo quando ouvi um barulho vindo de fora. Sai pela porta da cozinha e vi que era apenas um gato cinza mexendo na lata de lixo.

Sentei em uma cadeira da varanda e comecei a admirar as estrelas e, quando eu menos percebi, estava falando com elas.

– Oi mãe... Pai... Agatha... Eu espero que vocês estejam bem aí em cima. Eu queria estar ai com vocês... – Disse sorrindo levemente. – Desculpe por estar desse jeito... Mas é difícil não ver vocês todos os dias. E eu... Queria dizer tantas coisas para vocês antes de irem embora... Desculpe se não falei o quanto eu os amava. Se eu tivesse dito mais vezes, talvez...

– Lizzie? O que faz aqui fora a essa hora? – Perguntou Sirius me assustando.

– O que você faz aqui? – Perguntei.

– Vim ver quem tava fazendo barulho aqui embaixo. Sua vez.

– Eu só... Não consegui dormir e vim tomar água. – Disse apontando para o copo vazio ao meu lado. Obviamente não ia contar dos meus pesadelos. Ele se sentou ao meu lado.

– O que realmente aconteceu?

Demorei um pouco para responder.

– Eu tive um pesadelo. Não que seja grande coisa ou algo novo, mas hoje realmente me assustei.

– Pesadelo sobre o que?

– Bem, às vezes eu sonho que eu estou sozinha em uma floresta escura e encontro o corpo dos meus pais todo... Destruído. Mas o mais frequente é que eu... Mato eles.

– Lizzie...

– E se foi isso que aconteceu? – Pergunto. – Eu não... Eu não lembro onde eu estava quando aconteceu. Eu só lembro-me de entrar em casa e ver o corpo dos dois sem vida na cozinha e um bilhete dizendo para ir para sua casa... – Eu estava quase chorando.

– Ei, ei – Ele me parou. – Você não fez nada. Não foi sua culpa. Pesadelos acontecem. Você só está assustada por não se lembrar. Isso vai passar, eu prometo. – Concordei. Ficamos em silencio por um momento, até que me levantei e disse que ia dormir. Sirius concordou e fomos juntos. Ao chegarmos aos nossos respectivos quartos, me despedi.

– Boa noite Sirius. E obrigada. - Ele sorriu.

– Boa noite Lizzie. – E abriu a porta de seu quarto.

– Sirius? – Ele olhou. Hesitei um pouco antes de falar. – Se importa se eu dormir com você? - Se ele ficou surpreso, não demonstrou. Apenas sorriu.

– Claro. – Entrei em seu quarto e me deitei em sua cama. Ele se deitou ao meu lado e me abraçou, com minha cabeça em seu peito, mexendo em meu cabelo até eu adormecer.

Naquela noite, não houve mais pesadelos.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? O que acharam do momento Lizius? E do jogo? Me diverti escrevendo! Não se esqueçam de comentar!
* Shot é aquele copo pequenininho que as pessoas 'viram' as bebidas.



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