The tears of a broken heart escrita por Ayane


Capítulo 5
A fuga


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capitulo! Espero que gostem :)



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Claro que todo o corredor estava cheio de seguranças. Todos eles me olhavam enquanto andava em direção ao hall de entrada. A minha mãe esperava lá por mim. Agarrou-me num braço e sorrindo para mim começou a levar-me para a biblioteca, no entanto, foi parada por um dos seguranças.

– Eu quero falar com a minha filha a sós.

– Lamento, mas o patrão disse que não podíamos perder a jovem de vista.

– Pois, mas caso não saiba, eu também sou sua patroa. E se não quer perder o seu emprego é melhor que nos deixe passar.

Nunca tinha visto a minha a falar assim. Ela sempre fora muito submissa, sem responder a nada e sem ir contra a vontade de ninguém, inclusive do meu pai.

Passados alguns segundos, o segurança deixou-nos passar. Perder o emprego não estava de certeza nos planos dele.

– Têm 5 minutos para conversar. Depois disso ela tem de ir embora.

A minha mãe nem lhe respondeu. Fomos diretamente para a biblioteca sem dizer nada. Assim que fechei a porta a minha mãe saltou-me para os braços. Estava a segurar-me com força e a chorar.

– Oh minha filha, lamento imenso! Lamento não ter podido fazer nada para impedir esta tolice do teu pai! Eu … eu ….

Agarrei-a de volta com força. Eu sabia que no meio disto tudo, a minha mãe estava a sofrer imenso. Ela sofreu nas sombras uma vida inteira e o fato de não poder fazer nada para ajudar a única filha, destroçava-a.

– Não te preocupes mãe, está tudo bem. – dei-lhe um terno beijo no cabelo. – Está tudo bem. Eu vou ficar bem.

– Não, não vais! Como podes ser feliz ao lado de um homem que não amas? Eu sei que isso é impossível porque estou junto do teu pai à anos e nunca fui feliz! – ela levantou a cabeça e com os olhos embebidos em água, sorriu um pouco. – Tu foste a minha única alegria. A única coisa boa na minha vida. Não cometas o meu erro, por favor.

– Não te preocupes comigo mãe. – segurei o rosto da minha triste mãe. Ela era uma mulher jovem e bonita, mas o cansaço tinha-a tornado numa mulher triste e sem vida. Fui limpando as lágrimas que iam caindo com os polegares. – Eu tenho um plano.

– Um plano? Isso quer dizer que não vais casar com ele? – uma pequena luz de esperança surgiu naqueles lindos olhos azuis.

– Bom, eu espero que não. Antes de entrar na igreja vou fugir pelas traseiras. Pedi a uma empregada de confiança para distrair os seguranças.

– Nesse caso, eu vou garantir que tens um carro à tua espera quando sairés.

– Mas mãe, se o pai descobre ele…. Ele…

– Mata-me? – completou a minha mãe. – Sim, eu sei. Mas também, de nada me serve continuar assim. O que eu quero é a tua felicidade, e Deus me ajude, tu vais conseguir.

– Mas… não! – agarrei-me a ela e comecei a chorar. Não podia perdê-la!

– Não te preocupes, eu sei cuidar de mim. E que mãe seria eu se não lutasse pela minha filha. Só quero que assim que entrares no carro, sigas em frente. Não olhes para trás em nenhum momento. – foi a vez da minha mãe me segurar o rosto da forma mais terna possível, como só uma mãe sabe fazer. – Segue o teu caminho, sem arrependimentos, apenas com o desejo de uma vida feliz com o homem que amas. Promete-me que o farás sem olhar para trás.

Abracei-a com todas as minhas forças.

– Promete-me Ana.

– E-eu prometo. Amo-te tanto mãe!

– Eu também minha pequena, eu também. Sê feliz sim?

A sorrir, ela deu-me a mão e limpou-me o rosto. Nesse momento, o segurança bateu à porta. Sem esperar por uma resposta entrou e disse que estava na hora.

Despedi-me mais uma vez da minha mãe e dirigi-me ao carro que estava parado mesmo à porta de casa. Todos os empregados estavam à minha espera. Despediram-se de mim desejando-me as felicidades. Eu sorri para eles.

– Sim, eu vou ser feliz.

Sorri genuinamente pela primeira vez em muitas semanas. Estava cada vez mais perto de alcançar o meu tão esperado final feliz. Entrei no carro que começou a pequena viagem até à igreja.

Assim que lá cheguei fui logo repreendida por ter borratado a maquilhagem. Umas senhoras levaram-me para uma sala do outro lado da igreja onde com imensa pressa tentaram compor os estragos que tinha feito. Quando terminaram pedi um minuto sozinha. Consegui que saíssem depois de reclamarem um pouco e esperei pelo sinal que tinha combinado com a empregada.

Estava tão perto. Estava quase a alcançar o meu sonho. Quase.

Foi então que ouvi vozes do outro lado da porta.

– O patrão disse que viu um suspeito nos jardins e mandou-vos irem ver do que se trata.

– Mas nós não podemos sair daqui. Temos ordens para não deixarmos o nosso posto.

Bolas, estes seguranças e a mania de cumprirem com as ordens.

– Vocês é que sabem. Mas lembrem-se que será muito pior se ele souber que vocês não obedeceram. Vão rápido que eu fico aqui. Prometo não sair até que vocês voltem.

Passados alguns segundos de silêncio que pareciam eternos, ouvi vários passos a afastarem-se. Depois alguém bateu à porta.

– Menina, pode sair.

Abri a porta. Não havia nenhum segurança perto.

– Vamos rápido antes que ele voltem.

Corremos em direção à porta dos fundos, mas esta estava trancada.

– E agora? – perguntei começando a ficar muito nervosa.

– Não se preocupe. – ela tirou uma chave do bolso e abriu a porta. – A sua mãe tratou de tudo.

– A-a minha mãe?

– Sim. Agora despache-se. O carro está logo depois da porta. Entre nele o mais rápido possível. Tem aqui esta mala com algum dinheiro para conseguir aguentar-se durante uns tempos. – deu-me para os braços uma pequena mala de viagem. – O motorista é de confiança. Ele vai leva-la para um lugar seguro, não se preocupe. Dentro da mala também tem um telemóvel. A sua mãe assim que poder vai entrar em contacto consigo.

A minha mãe realmente tinha tratado de tudo para a minha fuga. A jovem empregada olhou para mim com cara zangada.

– Acorde menina, não é hora de sonhar acordada! Vá-se embora, seja feliz!

E assim, ela empurrou-me pela porta, trancando-a novamente por dentro.

Assim que vi o carro, corri na sua direção, entrei e sem ter que dizer nada este arrancou.

– Ponha o cinto menina, vai ser uma viagem atribulada. – disse o motorista.

– S-sim.

Ele não abrandou em nenhum momento. Não sabia para onde ia, só sabia que estava livre. Finalmente livre!

O que eu não sabia, era que esta tinha sido a última vez que veria a minha mãe, a empregada e todas as pessoas que estavam na igreja.


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