Light, O Amor Nunca Morre escrita por Nynna Days


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpe por ter atrasado o capítulo. Mas ontem fiquei sem postar ontem.

Maaaaaaas, aqui está o capítulo. Aproveitem. E não me matem no final.



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Uma semana se passou e observar os Brown dormindo se tornou um dos meus melhores momentos da noite. O fato de Mellany virar quase toda a noite ainda me intrigava, mas não tanto quanto os flashes que ousavam em me dominar todas as vezes que cruzava as minhas pernas no parapeito da janela de Nicolas e o observava dormir.

Sempre memórias de quando eu ainda estava com Dareel. Ao mesmo tempo em que me feria me fazia sorrir, por termos tido tantas coisas boas, juntos. Por isso que muitas vezes, eu me pegava virando a noite na janela de Nicolas. Além de ficar entretida com sua respiração e sua calma. E tinha saudades dele. Já que só dava aula apenas dois dias na semana, nossos encontros eram limitados.

E teriam mesmo que ser assim, certo?

“Isso está me enlouquecendo, Aliel”, eu disse.

Aliel e eu estávamos sentadas no telhado da casa do Padre Joseph. Falávamos baixo para que não atrapalhasse seu sono. Adriel logo estaria conosco, então aproveitei aquele momento para poder desabafar com a anja. Sabia que poderia confiar nela, por tudo o que tinha contado á ela antes.

Ela me encarou, confusa pela minha mudança súbita de assunto. O vento tocou os seus cabelos cacheados, fazendo com que alguns fios fossem para os seus olhos escuros. Ela passou a mão pelo rosto, colocando-os atrás da orelha. Nossas asas estavam encolhidas nas costas, fazendo com que algumas penas se balançassem suavemente.

“O quê?”, ela perguntou lentamente. Antes que respondesse, meu olhar caiu no colar delicado que estava em seu pescoço. Sua mão foi automaticamente para lá. Seus olhos escuros se abaixaram, demonstrando seu desconforto e sua vergonha. Ela limpou a garganta. “Jeremy me deu semana passada. Por ter um mês que nos conhecemos e estamos... bem, que estamos juntos.”, ela deu de ombros.

Eu sorri por ver o reflexo do desconforto de Jeremy em Aliel. Só que, ao contrário dele que desatava a falar sem parar, ficou quieta e desviou o olhar do meu. Achava incrível como ela estava tendo a chance de ser feliz e não a estava desperdiçando. Se bem que, vendo como estava envolvida com o humano, duvidava muito que pudesse se separar de um dia para o outro. Soltei um suspiro triste e resolvi retornar ao assunto.

“As lembranças de Dareel.”, esclareci. Isso fez com que Aliel voltasse a me encarar. Meu estômago revirou. Falar o nome do meu antigo amor em voz alta ainda me fazia mal. “Eu apenas me sento na casa dos Brown e tudo vem á mente como se tivesse acontecido á poucos dias e não á tantos anos.”, fechei os olhos e suspirei. “Não sei se isso deveria ser uma coisa boa ou ruim.”

“Você acha que isso está sendo causado por seu contato com Nicolas?”, ela perguntou.

Assenti.

“Tenho quase certeza, Aliel.”, desabafei. “Na primeira vez em que nos tocamos foi como se uma corrente elétrica entrasse em meus ossos e me fizesse despertar de um coma. E então teve aquele sentimento estranho de já tê-lo visto antes.”, balancei a cabeça. “E o pior que esse sentimento ainda não passou.”

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhando as estrelas. A casa do padre Joseph era bem humilde, o que me fazia ficar um pouco desconfortável por ocupa-la depois que Aliel também o fez. Ficava á poucos metros da igreja, o que era bom para nós duas. E, além dos cômodos essenciais para um humano – cozinha, banheiro, sala e quarto -, havia mais um quarto onde nós duas colocamos nossos poucos pertences e uma bela vista do telhado.

Não podia dizer que não gostava da fascinação que padre Joseph tinha por nós, anjos. Ele queria saber e colocar á prova cada versículo da bíblia. Claro que eu e Aliel o ajudávamos. Mas eu do que Aliel, já que eu era mais velha. Rolei os olhos com os boatos que eu vim para a terra quando o filho do Criador foi crucificado. Nasci com o primeiro riso de Salomão, filho de Davi. Assisti á todo o pecado e o peso que aquela família carregava. Deveria ser por aquele motivo que nasci tão mais humana do que deveria ser.

“Acho que você deveria conversar com Daniel.”, Aliel disse me despertando dos meus pensamentos. A encarei. Ela estava abraçando as pernas com força contra o peito e olhava para frente. Mas eu conseguia sentir a tensão que seu corpo liberava. “Eu queria poder falar algumas coisa com você, mas realmente não posso.”, ela levantou os olhos para mim e vi que tinha alguma coisa diferente lá. “Por favor, não me pergunte.”

“Ok”, peguei a sua mão e sorri. “Não se preocupe. Vou falar com Daniel amanhã.”

Aliel assentiu e olhou para frente, suspirando e relaxando os ombros. Mas a sua tensão pareceu passar para mim. O que afinal Aliel estava escondendo e que não poderia me dizer? E o que Daniel tinha a ver com isso? Lembrava-me de tê-lo encontrado para que eles conversassem á um mês atrás quando Aliel ainda era cupido e estava na missão Burke-Hastein.

“Caliel.”

A encarei.

“Sim?”

Aliel suspirou.

“Estou com medo.”, ela revelou encolhendo os ombros. Levantei uma sobrancelha, mas resolvi não comentar nada e esperar que ela dissesse tudo. “Não quero que aconteça a mesma coisa que aconteceu com você. Tenho medo que o céu me tire Jeremy só pela possibilidade de abandonar as minhas asas passar pela minha cabeça.”, ela fechou os olhos com força. “Tenho medo da possibilidade de abandonar as minhas asas passar por minha cabeça. Sou anjo por muito tempo para fazer outra coisa.”, ela me olhou. “Como você iria conseguir?”

Foi a minha vez de encolher os ombros e fechar os olhos, pensando em minha resposta boa o suficiente para acalmar os nervos da anja. Sem que me desse conta, estava sendo levada para mais uma lembranças. Mas essa foi breve. Um sorriso. Como os olhos de Dareel brilhavam com um simples sorriso. E como isso fazia um efeito quase que automático em meus lábios, me fazendo sorrir.

“Iria ser difícil, tenho que admitir.”, abri os olhos e encarei a paisagem á minha frente, ciente que sua atenção estava totalmente direcionada para mim. “Mas naquela época eu não me importava. Porque ele estava ao meu lado e só por estar vivo e me querer, eu me sentia inteira. Ser um anjo deixou de ser uma benção para se torna nossa maior barreira.”, suspirei. “Por isso eu queria abandonar o céu.”

“Então não era apenas pelo humano?”, ela indagou, confusa.

Eu ri, amarga.

“Vivi por muito tempo, Aliel.”, passei os dedos por minhas asas embranquecidas e sorri com a maciez que fluía por meus dedos. “Vi muito mais do que deveria e muito menos do que gostaria. Queria me dar uma chance de errar. Estava cansada de ser perfeita. Queria ser humana e ter a sensação da necessidade.”

“Necessidade?”

Era incrível como ela parecia cada vez mais confusa com as minhas palavras. Me senti um pouco culpada. Ao invés de auxiliá-la, estava deixando Aliel cada vez mais confusa. Queria poder estar sentada na janela de Nicolas. E tinha quase certeza que Aliel queria estar ao lado de Jeremy. Mas as represarias estavam nos atando á aquele telhado. E nos segurando em uma vida solitária.

“Necessidades, Aliel.”, tentei explicar e virei meu corpo para encará-la. “Necessidade de sorri, de chorar, de comer, de dormir. Necessidades. Estava cansada de ser perfeita. Estava exausta da vida angelical. Sonhava apenas com uma varanda cheia de netos.”, um sorriso inconsciente surgiu em meus lábios. Os olhos escuros de Aliel se dilataram com minhas palavras. “Dareel e eu de cabelos brancos sentados em cadeiras de balanços. De mãos dadas. Necessidades e possibilidades. Era tudo o que eu queria.”

Fiquei ereta quando senti os meus olhos começando á arder. Fazia tanto tempo desde que tinha chorado. Respirei fundo algumas vezes, sentindo minha garganta ficando áspera. Respirar tinha se tornado algo difícil de fazer. Senti a mão de Aliel tocando a minha. Percebi que estava tremendo e que meu coração estava batendo mais rápido do que o normal. Era o que a falta de possibilidade fazia comigo. Mesmo que eu fosse imortal, sentia que estava morrendo a cada segundo.

“Mas o céu me pôs em meu lugar.”, disse firme e levantei a cabeça. “Somos anjos e se fosse para termos relacionamentos com humanos, teríamos nascido humanos.”, encarei-a enquanto ela esperava o veredicto por trás daquelas palavras. “Aproveite o tempo que tem com Jeremy, Aliel. Mas não se esqueça que vocês não foram feitos para ficarem juntos. Ele, um dia, irá morrer. E tudo que você poderá fazer será assistir e lamentar.”

Ela abaixou a cabeça e por um momento pensei que quem choraria seria ela.

“Eu sei.”, suspirou. “Infelizmente, eu sei.”

*****************************************

“Tome”

Levantei os olhos dos trabalhos de semana passada que estava terminando de corrigir e encarei os olhos cinza de Mellany. Seu rosto estava corado, seus lábios pressionados e a testa franzida. Levantei uma sobrancelha e meu olhar caiu na pilha de papel que ela me estendia. Fiquei confusa por alguns segundos até que percebi que se tratava do trabalho que havia passado para ela quando tinha ficado bêbada.

Não poderia esconder o fato que tinha ficado surpresa por ela realmente tê-lo feito. Então minha mente teve um clique. Era isso o que Mellany tinha feito nas noites anteriores. Calculei mentalmente quantas folhas deveriam estar em suas mãos e me surpreendi novamente ao ver que eram mais de dez.

“Vai me fazer ficar parada aqui que nem uma trouxa?”, ela sussurrou com rapidez olhando para a sala, ansiosa.

Todos estavam lendo trechos do livro sobre religião. As únicas poucas pessoas que estavam prestando a atenção na cena eram Aliel – que realmente não precisava ler nada para saber de religião, dado que era uma coisa natural nossa – e Harper, que tinha os olhos azuis fixos nos movimentos da amiga.

Me inclinei na direção de Mellany, pegando os papéis de sua mão. Quando ela iria se afastar, segurei-a pelo antebraço. Ela se abaixou para que eu pudesse falar em voz baixa, sem que atraísse a atenção dos outros alunos para nós. No fundo, eu estava orgulhosa de Mellany. Isso significava que ela tinha compreendido tudo o que eu havia dito.

“Devo admitir que estou surpresa por você ter entregado o trabalho.”, sussurrei rapidamente. “Mas isso não diminui a gravidade do que você fez semana passada. Você tem 16 anos, Mellany. É nova e tem muito que viver.”, a soltei e ela me encarou séria. Antes que ela fosse embora, acrescentei: “E o meu aviso ainda está valendo. Se faltar á alguma aula minha sem uma boa explicação, irei atrás de você.”

Mellany deu um meio sorriso.

“Até no inferno?”, ela levantou uma sobrancelha.

Escondi meu desconforto e me recostei na cadeira, cruzando os meus braços e também levantando uma sobrancelha. Tinha esquecido totalmente que estava em uma sala de aula e que alguns alunos estavam de olho em cada movimento meu.

“Se for preciso.”

Ela assentiu.

“Bom saber.”

E voltou a se sentar.

********************************

A Religião têm por base a fé, sendo esta a forte crença de algo seja verdade sem que existam indícios que o provem, ou seja, é o "firme fundamento das coisas que se esperam e a demonstração das que não se veem". Por palavras mais simples a Religião baseia-se em revelações divinas e em conjuntos de dogmas "inquestionáveis", impostos pelo próprio Homem ao longo do tempo.

Desde que a Filosofia é filosofia, ou seja, desde que a Filosofia nasceu, que a Religião se tornou um tema seu. O tempo passou, e o Homem evoluiu. A Ciência progredia e a Filosofia cresceu, porém a Religião tentou manter-se firme e forte, agarrada aos seus princípios morais e religiosos, porém não conseguiu... Nos tempos primórdios a Religião era um conjunto de doutrinas superiores e inquestionáveis, porém isso mudou quando a filosofia nasceu.

Suspirei, voltando a me recostar na cadeira e pressionei os dedos na base do meu nariz. Tirei os óculos de leitura – mesmo que minha visão fosse perfeita – e coloquei o trabalho de Mellany em cima da mesa. Estava surpresa com o quanto ela tinha pesquisado e descoberto sobre a religião e a filosofia.

Mas tinham muitas coisas em minha mente ao mesmo tempo, o que me impedia de ficar concentrada nas suas palavras. Me levantei, indo até a porta e trancando-a. Estava no horário do almoço, então tinha certeza que ninguém entraria por aquela porta. Eu só tinha que ser precavida. Afinal, não tinha visto Nicolas o dia inteiro e não sabia se ele viria atrás de mim procurando uma companhia para o café.

Puxei minhas longas saias brancas para que eu pudesse me ajoelhar no chão. As sapatilhas facilitaram o meu trabalho, o que eu agradeci. Senti o chão gelado tocando os meus joelhos e cruzei minhas mãos em frente ao meu rosto, deixando que meus cotovelos descansassem em minha blusa quase tão azul quanto os meus olhos.

Minha mente se esvaziou totalmente, apenas repetindo o nome do anjo. Visualizei seu rosto á minha frente. Os cabelos escuros e cacheados. Os olhos azuis acinzentados, como o dos Brown, só que mais azuis do que cinzas. Balancei a cabeça com força. Estava perdendo o foco. Suspirei e me ajeitei, engolindo a seco.

“Está me chamando, Caliel?”

Abri os meus olhos, sorrindo ao ver Daniel sentado em uma cadeira á minha frente. Cavalheiro como a maioria dos anjos que eu conhecia, ele se levantou e me estendeu a mão, ajudando-me a ficar de pé. Passei a mão por minha roupa.

Era óbvio que ele apareceria. Era um dos privilégios de ser uma Sub Arcanjo. Uma ligação direta com todos os anjos em um raio de 10 quilômetros. Só não sabia que funcionaria tão rapidamente. E nem sabia que Daniel conseguia se mexer tão silenciosamente. Sabia que ele não tinha entrado de nenhuma maneira usual, como a porta ou a janela. Lembrava-me bem de como eu conseguia aparecer de um lado e depois no outro, sem esforço. Mas aquilo exigia muitos anos de treinamento. Anos que Daniel pareceu aproveitar bem.

“Precisamos conversar.”, eu disse indo direto ao assunto.

Ele franziu o cenho.

“Eu fiz alguma coisa que...”

“Oh, não.”, me apressei em despreocupá-lo. “É só que andei conversando com Aliel sobre alguns assuntos que andam me perturbando e ela me disse para conversar com você.”

Pausei lentamente ao perceber que Daniel tinha ficado mais pálido do que geralmente ele era. Seus ombros ficaram tensos e seus olhos claros se arregalaram. Ele passou as mãos pelos cabelos escuros, nervoso. Enruguei a testa diante de seus gestos e esperei que ele se acalmasse antes de prosseguir.

“Ela não me contou nada.”, esclareci. Ele pôs uma mão no peito e pareceu voltar a respirar. “Mas me mandou falar com você. Diante de sua atitude com minhas poucas palavras, fiquei curiosa.”, dei um passo na sua direção e cruzei os braços. “O que você e Aliel conversaram naquele dia na lanchonete, Guardião?”

Daniel olhou para os lados, se sentindo encurralado. Por um segundo me senti mal por estar assustando o anjo. Mas sabia que se quisesse arrancar alguma informação, teria que ser daquele jeito. Mesmo que não me agradasse. Ele começou a gaguejar e dizer coisas sem nexos com muita velocidade. Então parou, respirando fundo e me encarou.

“Aqui não.”, murmurou e olhou para os lados novamente. “Encontre-me na mesma lanchonete em que falei com Aliel e vou esclarecer coisas que você já deveria saber. Ou sabe e está dispersa de que está a acontecendo bem ao seu redor.”, ele caminhou até a janela e a abriu. “Me desculpe, mas não posso deixar Simon muito tempo sozinho.”

“Ás nove, ok?”, perguntei.

Ele assentiu e colocou uma das pernas do lado de fora, se detendo por um momento.

“O que iremos conversar é totalmente sigiloso, Caliel.”, ele disse, sério. Seus olhos estreitos. “Por você ser um anjo superior, vou contar coisas que não contei nem á Aliel.”, ele balançou a cabeça. “Ela já ficou surpresa demais com o pouco que soube e não quis assustá-la mais. Mas com você eu vejo que posso desabafar. Carregar esse segredo sozinho está me atormentando. Tenho que ter certeza que posso confiar em você.”

“Você pode, Daniel”, pus uma mão em seu ombro. “Nos encontramos mais tarde.”

Ele assentiu mais uma vez e saiu pela janela. O vi correndo para trás do prédio, onde sabia que ele iria abrir as suas asas e correr o mais rápido possível para chegar ao seu pupilo. Suas palavras me deixaram preocupadas. Passei a mão por meus cabelos ondulados e olhei ao redor da sala, tentando achar o que tanto Daniel procurava.

Encontrei nada.

Voltei a me sentar à mesa e peguei novamente o trabalho de Mellany, terminando de lê-lo. Dez minutos depois, eu estava andando apressada pelo corredor, procurando a sala onde Nicolas estaria. Aquilo que Mellany tinha escrito era melhor do que muita coisa que eu tinha lido. E eu já tinha lido muitos documentos nessa minha longa existência.

Encontrei alguns alunos pelos corredores, indo ás suas respectivas aulas e sabia que tinha pouco tempo antes do sinal bater. Não sabia o porquê, mas estava ansiosa para encontrar Nicolas. O trabalho de Mellany – mesmo sendo realmente incrível – era só uma desculpa. Meu peito se apertou, e eu tive momentos humanos o suficiente para saber que era a saudade que movia os meus pés com velocidade.

Sabia que aquele sentimento era perigoso, mas não pude deixar de ficar feliz por tê-lo reconhecido e recebido de braços abertos. Era tão similar e singular. Parei por um segundo, balançando a cabeça. Não poderia me deixar envolver desse jeito. Ele era o irmão da minha missão.

Era como sentir o mesmo dejá vú de quando nos conhecemos. Como se a história estivesse se repetindo bem á minha frente. E eu tive uma prova maior disso quando abri a porta que um aluno me indicou que Nicolas estaria, e o encontrei beijando uma mulher.

Eles se afastaram me encarando, enquanto eu tentava registrar tudo o que estava acontecendo á minha frente. A mulher piscou os grandes olhos castanhos e limpou os cantos de sua boca pintada perfeitamente de vermelho, talvez para combinar com o vestido da mesma cor. Seus cabelos longos e castanhos estavam um pouco bagunçados, mas não deixavam de destacar a sua pele dourada.

“Caliel?”, Nicolas perguntou como se não estivesse confiando em seus olhos.

Eu que não estava confiando nos meus. Estava suspeitando que meu coração tivesse parado, mas a bile que subia por minha garganta já era uma distração. E isso somado á falta de funcionamento dos meus pulmões, talvez gerasse imagens ilusórias. Se eu fosse humana, estaria vomitando nesse exato momento. Mas como não tinha esse privilégio, apenas fiquei encarando a cena como uma boba.

Nicolas limpou a garganta algumas vezes, chamando a minha atenção. Pisquei com força, tendo a certeza que aquilo tudo realmente era verdade. Ele passou um dos braços entorno dos ombros da morena e forçou um sorriso. Ela me encarava com desconfiança. Oh, Criador. Será que eu poderia ter o privilégio humano de desmaiar?

“Caliel, não esperava te encontrar aqui, mas tudo bem.”

Claramente por seu rosto corado e o jeito que secava as mãos, provavelmente suadas, nas calças jeans escuras, não estava nada bem. Seus cabelos escuros e longos estavam um pouco mais rebeldes do que geralmente eram. Um efeito do beijo selvagem que estava dando na morena desconhecida ao seu lado.

“Vim conversar com você sobre Mellany.”, disse com a voz débil e balancei o papel. “Mas isso pode esperar.”, passei a mão pelo rosto com força, tentando acordar daquele pesadelo. “Não queria ter atrapalhado e...”

“Não, Caliel.”, ele me interrompeu. “Espere.”, ele olhou para a morena e sorriu mais uma vez. Então me encarou, desconfortável. “Caliel Crista, essa é Erin Halen. Minha noiva.”


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Notas finais do capítulo

Noivoooooooooooooo? Nosso querido Nico é Noooooooooooooooooooivo.

O que será que irá acontecer com Caliel agora?

Comentem.



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