Light, O Amor Nunca Morre escrita por Nynna Days


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores. Comemorando muito o carnaval? Eu estou. Sinceramente, estou postando o capítulo com uma ressaca infernal (Me desculpe pelo palavreado, Caliel) kkkk. Mas, estou muito feliz por alguns motivos.

Primeiro: RE-CO-MEN-DA-ÇÃO

Luce, minha flor, muito obrigada. Não acreditei quando vi. E sei que está ansiosa para chegar Mirror. E posso garantir uma coisa, vai ser surpreendente.

Segundo: Viram a nova capa? Fofa, não é?

Terceiro: O trailer de Light já está disponível. O link é esse: https://www.youtube.com/watch?v=e3PiiwEMhxg

Assistam e me digam o que acharam nos comentários. Ah, e me digam o que acharam do trailer de Wings também.

Agora, chega de blá blá blá. Sei que vocês estão loucos para ver o que vai acontecer com nossa anjinha depois daquele encontro surpreendente.

Aproveitem.



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O som da carruagem entrando na propriedade dos Lotfor fez meu coração ficar sobressaltado. Agradeci mentalmente que estava sozinha em meus aposentos e que hoje não teria aula com Catherine. Fechei os olhos e tentei instabilizar a minha respiração antes que pudesse raciocinar sobre o que estava acontecendo.

Dareel tinha ido à cidade, sem dizer para ninguém o que iria fazer. Isso me deixou apreensiva pelo restante do dia. Meus dedos quase não sentiam a aspereza das folhas do livro que eu segurava e minha mente estava no controle automático. Antes de sair, ele sorriu e me disse que iriamos jogar xadrez.

Agora que estava de volta, alguma coisa apertava o meu peito, como um mau pressentimento. Mas esse sentimento foi subjugado e ignorado pela ansiedade de vê-lo e saber que estava bem. Abri os olhos, colocando o livro na minha simples cama de solteira e me levantei parando diante do grande espelho que adornava a parede do meu quarto.

Meus cabelos estavam perfeitamente arrumados em cachos manualmente feitos e que desciam por minhas costas, como cascatas loiras. Meu rosto estava corado e percebi que estava franzindo o cenho. Relaxei o rosto e respirei fundo mais uma vez. Meus olhos azuis estavam escuros, expressando o misto de emoções que tomavam conta do meu interior de uma vez.

Balancei a cabeça, tentando abandonar aquele sentimento que fazia todo o meu interior ficar trêmulo. Passei a mão por meu vestido rosa claro de verão e suspirei, levantando a cabeça e pondo um belo sorriso em meus lábios. Mantive as mãos no vestido para que o fato delas estarem tremendo, não ficasse evidente.

Não podia controlar a velocidade de meus pés enquanto descia as escadas e passava os olhos por cada cômodo, procurando por ele. Quando parei na cozinha, encontrei Catherine, Elizabeth e duas cozinheiras conversando animadamente. As quatro pararam quando me virão e sorriram. Senti meu rosto corando enquanto me aproximava delas.

“Isso tudo é para ver meu irmão?”, Catherine disse rindo.

Era incrível como Catherine, com quase 15 anos, fosse tão parecida com Dareel. Tanto fisicamente, quanto mentalmente. Os mesmos olhos verdes, que pareciam ser a marca dos Lotfor. Os cabelos escuros e desordenados, presos em uma longa trança. O vestido elegante e verde, destacando sua pele pálida e os lábios rosados. Seria uma linda dama.

“Dareel é um homem que merecem segundos olhares, jovem Catherine.”, uma das cozinheiras, Ava, disse.

Catherine assentiu, concordando com Ava.

“Preferiria que ele se casasse com você, Senhorita Crista.”, a jovem Lotfor disse, ainda sorrindo. “Você fazem um belo casal, sabe.”

“Não somos um casal, Catherine.”, me apressei em alertar.

“Mas poderiam ser.”, Elizabeth gracejou.

Revirei os olhos, me sentando em um banco e pousando meus cotovelos na bancada. Estava de frente á Elizabeth e, como sempre fazia nesses momentos, me perguntei como Derek Lotfor nunca havia reparado na belíssima mulher que dava aulas para a sua irmã mais nova. Os belos olhos azuis dela pareciam rivalizar com a cor do céu. Os cabelos eram tão escuros que quase se fundiam com a escuridão. Sempre elegante e culta, ela era a mulher que qualquer homem queria ter ao seu lado.

“Não se sente, Caliel.”, ela disse e sorri. “Nós sabemos que você estava apressada para vê-lo. Escutei sua voz na sala, se interessa.”

Pensei em permanecer ali e dizer que todas estavam enxergando coisas que não existiam. Mas eu não conseguia conter a minha curiosidade. Os quatro pares de olhos multicoloridos ficaram cravados em mim, esperando meu próximo movimento. E sem que decepcionasse nenhuma dela, me levantei e voltei a caminhar/correr na direção que Elizabeth havia indicado.

Realmente escutei a voz de Dareel quando adentrei no cômodo anterior á sala de entrada. Parecia um pouco tensa e carregada. E havia outra pessoa com ele. Desacelerei o passo, apreensiva novamente. Queria acabar com aquela tortura e mostrar ao meu coração que deveria para de fazer especulações adiantadas.

“Ainda não acredito que está aqui, Marienne.”

“Nem eu, querido.”, ela riu. “Mas a saudade era tanta que eu não consegui me conter.”

Marienne?

Oh, Criador.

“Caliel, é você?”

Precisei piscar algumas vezes para reparar que estava parada no meio da sala de entrada, encarando Dareel e Marienne. Ela me olhou de cima a baixo e sorriu. Seus cabelos eram castanhos claros, quase loiros, e seus olhos eram castanhos e astutos. Ela se aproximou de mim em seu elegante vestido vermelho e pegou minha mão, apertando-a levemente.

“Você é a famosa Caliel Crista?”, ela sorriu. “Dareel me contou que você era a professora de Catherine. É bom ver que estão cuidando da educação da minha futura cunhada. Sou Marienne Malone.”

Cunhada?

Soltei a mão de Marienne e me contive para não massagear minhas têmporas. A dor de cabeça não se comparava a dor que estava fazendo meu peito oscilar, mas era bastante significativa. Abri os olhos e me vi ainda encarando a noiva de Dareel. Ela mantinha o sorriso e eu fui educada o suficiente em retribuí-lo. Mesmo que fosse forçado.

“Sou apenas a ajudante da professora.”, respondi calmamente. “Deveria cumprimentar Elizabeth. Ela sim, é a responsável pelo ótimo desempenho de Catherine.”

“Claro, claro.”, Marienne respondeu animada. Sua pele marfim parecia brilhar com os poucos raios de sol que atravessavam os vitrais. “Irei fazer isso logo depois de guardar as minhas malas no quarto de visitas.”, ela revirou os olhos e se aproximou de mim, sussurrando. “Trouxe mais do que planejava, mas um vestido á mais nunca é exagero.”, riu.

Forcei o riso.

“Bem, irei chamar minha dama de companhia para que me ajude.”, ela disse e andou até onde Dareel estava parado, ainda estático. “Já volto, querido.”, deu um beijo em sua bochecha e saiu.

Não sei o que me tocou primeiro. O calor que se abrandava em meu peito, a aceleração incalculável de meu coração, o buraco em meu peito ou a náusea. De qualquer jeito, eu desejei por um momento que eu pudesse desmaiar. Ou que vomitasse. Qualquer coisa que me fizesse ter uma reação humana diante ao olhar desolado de Dareel.

Qualquer coisa que me fizesse ter uma chance de merecê-lo.

Mas tudo o que eu fiz foi encará-lo com a garganta fechada e os olhos ardendo. Balancei a cabeça com força, agravando a dor. Não queria dar aquele sinal de humanidade. Sem que eu percebesse, ou esperasse, Dareel se aproximou. Mas, com medo da minha reação, parou á alguns passos. Suspirou, passando a mão pelos cabelos. Isso fez com poucos fios se soltasse do rabo de cavalo.

“Caliel, eu...”

Só que eu não escutei. Mantendo a educação, fiz uma breve mesura e me retirei para a escada que me levaria até os meus aposentos. Quando ele começou a gritar o meu nome sem hesitação, meus passos se aceleraram, até que eu estivesse correndo. Mudei a direção e fui para a porta dos fundos. Antes que ele pudesse me alcançar, me escondi por entre as inúmeras roseiras e abri minhas asas.

Voando até que minha dor ficasse esquecida.

**********************************

“Erin veio me visitar”

“Muito prazer.”, Erin disse pegando a minha mão, me despertando das lembranças longínquas de uma época que nunca voltariam. “É muito bom conhecer alguém que trabalhar com ele.”, soltou a minha mão e entrelaçou a sua com a de Nicolas. “Eu amo esse cara, mas esse lado misterioso dele me irrita.”

Amor?

Noiva?

Os olhos de Nicolas se abaixaram, enquanto seu rosto assumia um tom de roseado em torno das bochechas. Meu estômago se embrulhou novamente e eu pressionei os lábios juntos, impedindo que um lamento escapasse. Mas eu sorri.

“Todos tem que ter os seus mistérios, certo?”, eu disse.

Ela sorriu.

“Claro.”, ela colocou os braços ao redor da cintura de Nicolas. Dei um passo para trás, afetada pela dor que atingiu meu peito. “Ah, me desculpe.”, ela o soltou e pareceu realmente envergonhada. “Você queria falar com Nick e eu estou atrapalhando.”

“Oh, não precisa se preocupar.”, levantei minhas mãos, abanando, apressada. Respirei fundo e levantei meu olhar para Nicolas. Meu peito ardeu e o estômago se revirou novamente. “Só queria que você visse o trabalho de Mellany”

Ele gemeu. Aquele som fez com que eu me arrepiasse, mas tentei não demonstrar. Erin sorriu diante da reação, mas eu continuei séria. Via os olhos escuros dela brilhar, mostrando o quanto estava acostumada e que gostava disso. Que gostava dele. Isso me deixou pior, mas mantive com a expressão em branco.

“Foi tão ruim assim?”, ele lamentou.

Estendi o trabalho e ele o pegou, sem hesitar. Seus olhos azuis se arregalaram diante da nota exuberante e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Isso fez um sorriso inconsciente crescer em meus lábios, sem que eu planejasse. Mas foi só meu olhar cair em Erin, que aquele sentimento bom, se transformou em ardência nos olhos e garganta fechada.

“Acho melhor nós conversarmos depois.”, eu dei um passo para trás. Nicolas abriu a boca para tentar me impedir, mas eu o interrompi. “Prefiro conversar quando tivermos na presença de Mellany.”

“Ok.”, ele respondeu devagar. “Mas, Caliel...”

Fechei a porta. O corredor ainda estava vazio, então eu me deixei escorregar pela porta, até que senti o chão frio. Coloquei as mãos no rosto e respirei fundo, tentando me acalmar. Meus ombros começaram a tremer. Mordi o lábio inferior e olhei para cima. Então bufei, passando a mãos pelos meus cabelos e colocando as mechas atrás da orelha.

Não. De novo, não.

********************************

“Parece que tudo está se repetindo bem diante dos meus olhos, Aliel”, eu sussurrei rapidamente enquanto andávamos pelo corredor movimentado na hora da saída. “Eu cuidando da irmã, ele me fascinando e a noiva.”

Aliel pousou os grandes olhos escuros em mim e suspirou. Tinha contado o que havia acontecido mais cedo e como aquilo não saía da minha cabeça. Paramos no estacionamento, enquanto ela esperava Jeremy sair do treino de futebol. Pressionei os lábios juntos com a ideia de ver Erin na cama com Nicolas.

Nick.

Meu estômago se virou pela quinquagésima vez e eu respirei fundo. Aliel pôs uma mão em meu ombro, tentando me dar apoio. Mas eu não conseguia. Por um segundos, me perguntei o porque de estar daquele jeito. Nicolas não era Dareel. Eram apenas coincidências se repetindo. E, um ponto importante.

Eu não estava apaixonada por Nicolas Brown.

“Você está pálida, Caliel.”, Aliel disse preocupada. Se inclinou na minha direção e sussurrou. “Deveria pedir para ser retirada dessa missão. Afinal, nem era para você estar aqui. Algum anjo irresponsável largou algo que deveria ter arcado.”, então ela pressionou os lábios juntos, como se tivesse falado algo que não deveria. Olhou ao redor do estacionamento movimentado. “Você falou com Daniel?”

Assenti, recuperando o fôlego.

“Sim.”, me ergui, passando a mão por minha saia e vendo se alguém tinha reparado no meu distúrbio emocional. “Vou encontra-lo mais tarde.”, franzi o cenho. “Ele parecia um pouco preocupado. Paranoico, devo dizer. Ficava olhando para os lados, como se tivesse medo que alguém aparecesse.”

Aliel suspirou e entrelaçou os nossos braços, fazendo com que ficássemos parados pertos de alguns carros. Incluindo o carro de Nicolas. Não reclamei, mas deveria. Sabia que logo iria ter que confrontá-lo ao lado de Erin. Mas não estava preparada. Os olhos de Aliel clarearam, mostrando que ela estava envolvida em sua aura angelical.

“Ele ficava assim comigo também.”, murmurou. Então engoli a seco e se aproximou de mim. “Estão acontecendo muitos problemas no céu, Caliel. Ele está desmoronando a cada dia.”, reparei o desespero na sua voz. “Percebi isso quando me deixaram sair livremente do que eu havia feito. E do que eu quase havia feito. Vivo em uma prova de fogo. Todo dia resistindo á tentação. E, ao invés do céu me afastar e garantir que eu seja uma boa anja, eles me mantem aqui. Estão perdendo as rédeas.”, ela balançou a cabeça. “E isso está me assustando.”

Percebi que ela estava tremendo e isso me deixou amedrontada. Aliel sempre foi segura do céu. Tinha fé cega em todas as decisões que eles tomavam. Mas desde o mês passado, quando foi julgada e que ela aprendeu a viver á margem da lei angelical. Mordi o lábio, não sabendo o que dizer. Tudo o que aconteceu realmente havia mudado o jeito de pensar dela. Fiquei cada vez mais curiosa em saber o que Daniel tinha para me contar.

“Hey.”

Eu e Aliel nos sobressaltamos com a voz de Nicolas. Ele estava nos olhando preocupado, com a cabeça pendida para o lado. Devagar, caminhei onde ele estava, controlando todas as sensações que passavam ao mesmo tempo por meu corpo. Congelei ao perceber que ele estava na companhia da sorridente Erin e da emburrada Mellany.

“Vocês são lésbicas?”, minha pupila indagou.

“Mellany”, Nicolas a repreendeu, corando.

Mel o encarou, inocente.

“Só estou perguntando.”, ela deu de ombros, com os braços ainda cruzados. “Ela estava debaixo de uma árvore, entre dois carro, com outra garota. E falando uma bem perto da outra. Não iria me surpreender se fosse lésbica. Explicaria porque sempre fica vigiando onde estou e o que estou fazendo.”

Foi a minha vez de corar.

“Não sou homossexual, Senhorita Brown.”, respondi firme. Erin levantou uma sobrancelha, como se tivesse dúvidas das minhas palavras. Meus olhos se estreitaram. “Aliel Sky é minha prima. Está um dia quente e estamos esperando o Senhor Read para irmos embora.”, meu couro cabeludo coçou.

“Não precisa se explicar, Caliel.”, ele deu um olhar firme e duro para a irmã, que deu de ombros novamente. “Mellany deveria ter mais dever de casa para ocupar a sua mente, além de pensamentos homofóbicos contra os seus professores.”

“Não sou homofóbica.”, ela respondeu ríspida e fria. “Além disso, não tenho tempo para dever de casa. Não nesse fim de semana.”, ela deu um meio sorriso. “Tem uma festa na casa de Austin que tenho certeza que irá pegar fogo.”

Nicolas imitou o seu sorriso e abaixou o corpo até que seu rosto ficasse do mesmo nível que da sua irmã. Erin estava com o rosto em branco, talvez não entendendo a troca de farpas. Aliel se afastou alguns passos, esperando Jeremy. E eu sorri, por ver que, mesmo brigando, eles cuidavam um do outro.

“Então tenha certeza da presença dos bombeiros, porque você não vai á essa festa.”, deu dois tapinhas no ombro da irmã e se virou para mim. Mellany levantou uma sobrancelha e seu meio sorriso permaneceu. Tive um mau pressentimento. “Vocês querem uma carona para casa? Têm mais dois lugares no carro, caso você e sua prima queiram ir.”

Antes que eu pudesse recusar o convite educadamente, senti Aliel voltando á se postar do meu lado, acompanhada de Jeremy. Seus cabelos escuros estavam úmidos, mostrando que tinha acabado de tomar banho. Mellany o olhou de cima á baixo e deu um sorriso de aprovação. Aliel tinha um braço ao redor do dele, e suas mãos estavam entrelaçadas.

“Não precisa se preocupar, Professor Brown.”, ele colocou o braço livre em meu ombro e me puxou contra o seu corpo. Fui a contragosto. “Dessas duas anjinhas, quem cuida sou eu.”, ele sorriu e beijou o topo das nossas cabeças. Revirei os olhos e vi Mellany segurando o riso. “E eu tenho quase certeza que o Senhor não iria aguentar a quantidade de progesterona. Então vamos equilibrar. Duas para cada um.”

Nicolas me olhou, sério. Mantive minha expressão vazia. Então ele voltou a encarar Jeremy enquanto assentia. Erin colocou uma mão em seu ombro. Nicolas não olhou para trás. Talvez estivesse esperando que disséssemos alguma coisa. Mas quem quebrou aquela tensão que nos envolvia, foi sua noiva.

“Vamos embora, Nicolas.”, Erin disse e ele suspirou. Ela pôs os olhos castanhos em mim e sorriu. Por um segundo, pareceu forçado. Mas, o meu também não era? “Foi um prazer conhece-la, Caliel.”

Apenas assenti, não querendo mais mentir por hoje.

“Até amanhã, Caliel.”, Nicolas disse, antes de ir até o seu carro.

Mas Mellany permaneceu.

Ela deu um passo na minha direção, com os braços ainda cruzados. Percebi que tinha prendido sua franja, deixando seu rosto exposto aos poucos raios de sol. Seus olhos brilharam, mas estava séria. Jeremy me soltou, dando um passo para o lado. Quase que para nos dar uma privacidade metafórica. Ou simplesmente ele tinha medo dela.

“Vejo que você conheceu minha doce e querida cunhada.”, ela disse com a voz carregada de sarcasmo. Assenti, lentamente, sem saber o que ela queria com isso. Se aproximou, abaixando o tom de sua voz para que só eu escutasse. “Preferiria que ele se casasse com você, Senhorita Crista. Vocês fazem um belo casal, sabe.”, ela se afastou, piscando um dos olhos.

Fiquei estática no lugar, sentindo o frio tocar cada parte do meu corpo. Já havia escutado essas palavras exatas há muito tempo atrás. Pressionei os lábios juntos, impedindo que o lamento escapasse. Eu estava enlouquecendo. Aquelas memórias, aquelas palavras. Estavam me dominando e me fazer toda a sensatez de anos de existência.

“E, convenhamos”, ela continuou, ignorando a minha palidez e os outros sinais de choque. “Erin é uma vadia. Parece que se veste pronta para ir para o ponto e esperar um cliente.", ela passou a mão pelo rosto, balançando a cabeça. Jeremy soltou um riso. Mellany o acompanhou. “Por Deus. A mulher não conhece calça jeans.”, continuou.

Tinha uma parte egoísta e bastante humana minha que estava gostando das ofensas. Então me lembrei que eu era a anja da guarda dessa garota e que tinha que fazê-la se comportar. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa sobre sua cunhada, Nicolas gritou o seu nome. Mellany encarou-o e revirou os olhos.

“Até amanhã, Caliel.”, se despediu e foi para o carro.

Jeremy ainda estava rindo, mesmo depois que Mellany já havia ido embora.

“Caramba, essa daí irá te dar trabalho, Loira.”, ele balançou a cabeça. “Tem que me agradecer por ter te salvado do momento futura-namorada/atual-namorada. Essa mulher tem cara das que gruda.”, ele nos guiou até o seu carro e o ligou. “E, se Mellany estiver certa, ela também é das que traí.”


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de ver o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=e3PiiwEMhxg

Comentem, beijos e bom carnaval.



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