A de Amy escrita por Nikki


Capítulo 2
Capítulo 2 - Desafiada


Notas iniciais do capítulo

Os leitores fantasmas estão começando a aparecer... Hahah! Aproveitem.



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Eu não só saí da conversa por que precisava me concentrar no livro que estava lendo, mas também pelas bobagens que as meninas estavam dizendo. Namorar não ia acontecer tão cedo comigo.

— Primeiro dia de aula. Ugh. Seria muito anti-social da minha parte se eu dissesse que não senti nenhuma falta das pessoas da minha sala? — Pensei — Exceto Megan e Bailey, claro.

Comecei a folhear algumas páginas do livro. Como seria o primeiro ano do Ensino Médio? Como nos filmes colegiais? Patricinhas malvadas líderes de torcida? Brutamontes que pegam o dinheiro do lanche dos nerds? Garotos populares, fortões e lindos que jogam futebol? Acho que eu estava vendo muito Meninas Malvadas. Mas eu só podia pensar isso mesmo, já que a maioria das pessoas da minha sala iam para outra escola, presumo que várias pessoas novas entrem. Ou seja, as patricinhas malvadas, os brutamontes e os garotos populares podiam bem existir.

Mas não.
Apenas uns grupos de garotos e garotas. Nenhuma categoria que eu possa fixar neles, mas aposto que nenhum deles é o que eu pensei que fosse. Apenas meninos e meninas comuns, reclamando da vida, da escola, do mundo. Adolescentes revolados.

Tudo bem que não tinha nenhuma patricinha malvada ali, mas eu me senti um pouco perdida no meio de tanta gente. Agradeci á Deus quando vi um rosto conhecido.

— Bailey! — Corri ao seu encontro e lhe dei um abraço — Saudades! Uau. Muita gente nova, né?
— Pois é!

Então eu e Bailey começamos a analisar cada grupo — apesar de que, quem faz isso muito bem é Megan — e percebemos que dentre aquele monte de gente, algumas pessoas até levantaram nosso interesse.

— Aquela ali, olha — Bailey apontou para uma menina loira, com corpo demais e com dentes de cavalo — Está empolgada demais para o primeiro dia de aula por dentro, mas por fora, finge que não tá nem aí, com pose de descolada.

Eu falei que a Megan é boa? Pois é, Bailey é 2x mais.

— E aquele ali... — Ela apontou para o garoto de cabelos pretos e olhos azuis. Ela já ia dar suas categorias, mas Megan chegou e nos interrompeu.
— Olha só esse novato... — Disse Megan — Me amarrota que eu tô passada.

Rimos da expressão de Megan e continuamos com a nossa brincadeirinha. Por fim, o sinal bateu e nós sentamos nas nossas devidas carteiras.

— Olá, eu sou o professor Antônio Barbosa. Vocês podem me chamar de professor Antônio. Serei o professor de matemática de vocês.

Ele terminou de falar e uma mensagem já pipocou na tela do meu celular.

"Nossa, começar a semana com Matemática? Sai pra lá!"

Era a Bailey. É claro. Ela tem dislexia então qualquer matéria é um fardo pra ela. Mas Matemática se supera.
Como eu sou uma menina sensata, e gosto da regra de não se usar celulares em sala de aula, dei um sorriso rápido para Bailey e, quando ia guardar meu celular capenguinha, o professor estendeu a mão para mim.

Eu, sem saber do que se tratava, apenas apertei a mão dele.

— Sou Amy.

E o riso na sala ecoou. O professor apenas franziu as sobrancelhas.

— Seu celular. — Ele falou rígido. Daí eu saí do transe. As vezes eu fico lerda de repente.

Entreguei o celular para ele e fiz careta para Bailey. Ela apenas deu de ombros, sussurrando um "não tive culpa".

O sinal do intervalo bateu e todos foram correndo para o pátio. Fiquei perplexa com o monte de gente que tinha no Ensino Médio. Eu quase caí, se não fosse por um menino, que havia me segurado.

— Tome cuidado. — Ele sorriu e depois saiu.

Logo reconheci seu rosto. O novato de cabelos pretos e olhos azuis. Mal tive chance de perguntar seu nome. Megan iria querer saber.

— Oi meninas! — Falei, me sentando entre Bailey e Megan — Foi mal a demora, a fila para a cantina estava quase dando voltas.
— Nem sei porque você compra naquele muquifo que chamam de cantina. — Megan girou os olhos — Não vende nada que preste.

Dei de ombros com seu comentário e saboreei meu salgado de frango.

— Ei, gente, souberam que a Claire vai dar uma festa pra todo mundo do primeiro ano? — Megan disse.
— Mas você não odiava a Claire? — Questionei.
— Eu odeio a Claire. Mas não quando se trata de festas.

Sorri amarelo e continuei comendo.

— Vai ser semana que vem. — Ela alertou — Quero vocês lá. Vai ser uma ótima maneira de nos enturmarmos com o povo novo.
— Pode contar comigo. — Bailey falou, logo depois de abocanhar seu sanduíche natural. Ela estava de dieta pela quinquagésima terceira vez ou era só impressão?
— Nem vem, Meg, logo as provas vão começar e eu quero dar uma olhada no conteúdo desse ano e...
— E você vai passar o dia estudando? Tá de brincadeira? — Ela franziu as sobrancelhas como se isso fosse uma coisa absurda. Coisa absurda é ir numa festa de uma garota que você nem gosta.
— Claro.
— Claro que NÃO! — Ela berrou, fazendo o pátio todo olhar em nossa direção. — Claro que não. — Ela repetiu, agora como um sussurro. — Quero estar com as minhas amigas nessa festa, para elas estarem de prova que os meus poderes de sedução nunca falham.

Olhei para ela com uma interrogação sobre a cabeça e ela logo explicou:

— Óbvio que o novato gatinho vai se apaixonar por mim.
— Ah, tá! — Bailey riu — Daí vocês vão se amar, se casar, ter filhos e um cachorrinho chamado Bobby, né?
— Negativo. O nome do cachorrinho pode ser Nico. — Ela corrigiu, rindo logo em seguida.
— Bom, eu dúvido. Quer dizer, o garoto mal chegou no colégio! — Exclamei.
— Dúvida é? Bem, considero isso como um desafio.


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