Caçada escrita por Gabi Gomes


Capítulo 33
Os Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Hey, tigers!
Aqui está mais um comentário fresquinho de Caçada, espero que todos gostem!



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Nunca imaginei que em algum dia de minha vida acabaria assistindo uma briga entre dois tigres ferozes no meio de uma floresta Indiana, sem sair correndo e gritando por medo das garras afiadas e das presas fatais.

Entretanto, eu estava sentada em uma pedra larga, olhando um tigre branco e um tigre negro brigarem fatalmente enquanto tentava organizar meus pensamentos para conseguir que os dois irmãos parassem de lutar.

Não conseguia pensar em nenhuma ideia útil, pois não fazia sentido para mim a enorme raiva que os irmãos demonstravam um pelo outro.

Seus corpos atacavam um ao outro com certo poder, as peles de cores opostas se misturavam quando os dois pulavam a acabavam com no chão, produzindo um barulho altíssimo. As garras arranhavam qualquer coisa que encontrassem, e os rugidos faziam com que pássaros saíssem voando.

Meu corpo respondia à adrenalina da cena, e tudo parecia muito mais violento que os documentários do Animal Planet.

Um rugido alto de dor fez meu coração parar por alguns segundos, e ao olhar para onde os tigres estavam, percebi que o pelo negro de Kishan sangrava com um ferimento, mas ele atacava o irmão com os dentes, afundando-os nos pelos brancos do torso.

− Pare agora, Kishan! – gritei, levantando-me abruptamente e indo em direção aos dois tigres que gemiam de dor.

Agachei-me em frente ao tigre negro que me estudava com os olhos dourados. Passei a mão por seu corpo e o ouvir rugir baixinho de dor, o que me fez bufar e balançar a cabeça antes de voltar para o tigre branco caído na grama.

− Vocês estão agindo como duas crianças – relhei, estudando o enorme ferimento na barriga de Ren que curava com lentidão. – Ren você está fraco, como ainda consegue lutar?

Recebi olhares envergonhados dos tigres, mas por nenhum segundo amoleci, nem quando Kishan afagou minha perna com a cabeça peludo e ronronou.

− Vocês são dois adultos de trezentos anos, e além de tudo são irmãos – disse com a voz afetada, colocando as mãos na cintura quando me levantei. – Eu não vou ficar assistindo vocês dois se mataram como crianças.

Afastei-me deles mais uma vez, ignorando a vontade de voltar correndo para cuidar dos animais feridos. Peguei a mochila a qual Kadam havia deixado para nós na caminhoneta e comecei a procurar por um lugar afastado dos dois.

− Caso vocês queiram resolver seus problemas, quaisquer que sejam, conversem! – gritei, dando as costas para onde Kishan e Ren me observavam calados. – E acho melhor fazerem isso logo, pois as horas como humanos estão acabando.

Dito aquilo, adentrei mais pela floresta, afastando-me poucos metros da caminhoneta Ford, encontrando um pequeno lugar rodeado de árvores e bem iluminado pela Lua. Suspirei de forma cansada, jogando a mochila no chão e me sentando com as costas contra um tronco grosso.

Meu corpo gritava por algumas horas de descanso, mas minha mente ainda trabalhava com uma enorme velocidade devido a nossa luta para resgatar Ren. A imagem de Lokesh ainda me amedrontava e sua voz fez me corpo se arrepiar de medo.

Barulhos vieram da floresta, e eu soltei um suspiro de medo, olhando para todos os lados apenas para confirmar que Lokesh não sairia de trás dos arbustos.

Abri a mochila e peguei o primeiro sanduíche que apareceu em meu campo de visão, além de uma garrafinha de água. Minhas roupas estavam sujas, e as botas já não estavam mais confortáveis, além de poder sentir as adagas contra minhas pernas, causando uma sensação de perigo.

Abri o longo zíper das botas, tirando-as e colocando as lâminas negras em um pequeno bolso da mochila. Olhei para minhas meias pretas e suspirei com alivio, aconchegando-me melhor contra a árvore antes de abrir o pacote que envolvia o sanduíche.

− Oh! – Soltei um gemido de prazer. – Parece que não como há dias.

Percebi que minha garganta estava seca quando bebi um gole de água para ajudar o sanduíche a descer, e comecei a pensar em quantas horas havíamos estado naquele prédio para eu me sentir tão mal.

A floresta estava novamente silenciosa, e eu brincava com as folhas que formavam um tapete em baixo de meu corpo, até o momento em que meus olhos capturaram o pingente de tigre em meu pulso e um suspiro saiu de meus lábios.

Pensei nos machucados que Kishan tinha e o sangue que escorria em sua pele negra, e me arrependi de tê-los deixado para trás.

− Eles devem ter se matado – resmunguei, apoiando meus braços no chão para levantar, mas naquele momento um arbusto perto de mim mexeu-se, e dois tigres saíram da escuridão da floresta.

Kishan me encarava profundamente com seus olhos dourados, e um arrepio correu por meu corpo, mas logo aquela sensação foi substituída por espanto quando olhei para o tigre branco que mancava, sangrando em uma das patas.

− Eu estava ficando preocupada com vocês dois – disse, abraçando o pescoço do tigre negro e senti-o lamber meu ombro carinhosamente.

Ren desabou ao meu lado e resmungou de dor enquanto balançava a cauda branca. Os machucados pareciam muito ruins, e arregalei meus olhos ao perceber que eles não haviam se curado ainda.

Passei as mãos pelo torso de Kishan e senti sua pele sangrando, mesmo que a mordida já estivesse bem menor.

− Olhe só o que vocês fizeram. – Balancei a cabeça, abrindo a mochila e tirando alguns sanduíches, barrinhas de cereal e água. – Precisam comer agora.

Levei um pequeno susto quando os dois tigres voltaram para a forma humana simultaneamente, e agora olhos dourados e azuis me encaravam de forma intensa. Olhei para o chão enquanto lhes entregava a comida, e pude sentir meu rosto corando violentamente.

− Fiquei preocupado, bilauta – disse Kishan com uma voz engraçada, pois agora ele devorava o sanduíche de atum de Nilima, fazendo-me rir e balançar a cabeça, enquanto tirava algumas ataduras da mochila.

− Você podia sentir meu cheiro de onde estava, não pense que isso vá fazer eu ficar menos brava com vocês – disse, indo até onde Ren estava sentado, encostado em uma árvore enquanto bebia a garrafinha de água.

Olhei para a perna direita com um enorme machucado na coxa, o qual estava exposto pelo rasgo na calça de algodão. Abria minha própria garrafa de água para limpar o sangue de sua pele, quando ele me afastou com o braço.

− Não se preocupe comigo, Mia – ele disse, abrindo um pequeno sorriso misturado com sua dor, fazendo com que eu olhasse incrédula para ele.

− Você é sempre teimoso assim? – perguntei, dando um tapa de leve em sua mão, para que ele a afastasse e deixasse eu me aproximar. – E coma alguma coisa, você está muito fraco.

Ouvi uma pequena risada nasal vinda de Kishan, mas Ren apenas bufou, rasgando o pacote do sanduíche e dando uma grande mordida antes de sorrir para mim.

− Você costuma ser tão mandona assim? – provocou Ren, enquanto me observava limpar seu ferimento.

− Apenas com tigres brancos – rebati, buscando um tubo de pomada dentro da mochila, entretanto as recomendações estavam em híndi, e rapidamente joguei-o para Kishan, que estudou o remédio antes de balançar a cabeça e devolve-lo para mim.

− Espalhe bem e não deixe que acumule – aconselhou Kishan, abrindo sua terceira barrinha de cereal enquanto me observava passar os dedos pelo ferimento de Ren.

− Imagino que vocês estejam prontos para explicar-me o motivo daquela briga – murmurei baixinho, dando tapinhas no joelho de Ren para que ele levantasse a perna, e rapidamente passei a faixa de pano por sua coxa, apertando-a com força.

− Você não precisa se preocupar com aquilo, Mia – disse Kishan, e rapidamente lancei um olhar mortal para o homem de olhos dourados, enquanto olhava mais uma vez para os suprimentos deixados por Kadam.

− Não ouse dizer isso para mim, Kishan – ralhei, enquanto lia o rótulo em inglês anunciava suplementos de vitaminas, com o desenho dos personagens de Vila Sésamo estampados no rótulo. – Eu fui queimada por uma deusa e acabei de ter uma conversa animadora com Lokesh.

Entreguei o potinho de vitaminas para Ren, vendo-o enquanto o homem de olhos cobalto estudava os suplementos de forma séria, até que balançou a cabeça e riu.

− Não vou tomar vitaminas para criança – ironizou Ren, fazendo com que eu revirasse os olhos, com vontade de enfiar aquele potinho em sua garganta.

− Pense que as vitaminas de crianças farão você não precisar de Kishan para andar – disse, abrindo um sorriso convencido ao perceber que havia ganho, e agora Ren jogava algumas pílulas coloridas na boca.

Engatinhei até Kishan que estava com a cabeça contra o tronco de uma árvore e os olhos fechados, e por alguns segundos observei seu rosto sereno iluminada pela Lua, e meu coração bateu mais forte, além da enorme vontade de beijar seus lábios carnudos que estavam entreabertos.

− Como estão as coisas, tigre? – perguntei baixinho, vendo-o abri um sorriso para mim ainda de olhos fechados, levantando o braço que escondia o enorme rasgo na camisa preta, mas sua pele já estava curada e lisa. – Você não devia ter feito aquilo.

Sentei-me mais uma vez entre os irmãos, olhando para a barraca desmontada dentro da mochila com desânimo, então simplesmente peguei uma pequena coberta bem dobrada ali dentro, estendendo-a no chão antes de deitar-me e soltar um suspiro pesado.

− Ren veio para cima de mim – disse Kishan, e eu revirei os olhos ao perceber que estávamos de volta para a briga infantil dos dois príncipes.

O homem de olhos azuis soltou um grunhido ao meu lado, e rapidamente me levantei, jogando o braço contra o peito dos dois príncipes enfezados.

− Eu estou muito cansada, e a última coisa que quero é outra briga entre vocês dois – murmurei, vendo-os relaxarem ao meu toque, voltando a se sentarem um de cada lado. – O som da voz de vocês se explicando é tudo o que eu peço.

Por longos minutos, todo o barulho que conseguiu ouvir era o que vinha da floresta, e quando virei minha cabeça para Kishan, vi que ele brincava com o pingente do colar de couro que eu havia lhe dado.

Abri um pequeno sorriso e levei minha mão até a sua, que descansava no colo, e o vi olhar para mim de forma carinhosa quando nossos dedos foram entrelaçados.

− Nunca perdoei Kishan por ter fugido quando nossa mãe morreu – Ren disse, com a voz muito baixa, fazendo com que eu olhasse para ele surpresa. – Nosso pai estava mal, e quando ele morreu, tive que vê-lo chamar por meu irmão inúmeras vezes.

Meu coração apertou e meus olhos se arregalaram frente à confissão do príncipe de olhos azuis; seu peito subia e descia lentamente com o ritmo de sua respiração, e quando ele voltou-se para mim, pude sentir toda a tristeza pela qual Ren passara refletida em seu olhar.

− A morte de mamãe me abalou – respondeu Kishan, apertando minha mão com força, e eu rapidamente acariciei sua pele com um dos dedos. – Não conseguiria ver papai ir embora.

− Eles eram nossa família! – explodiu Ren, fazendo com que eu prendesse a respiração por alguns instantes esperando o recomeço de uma briga, mas os dois apenas suspiraram pesadamente. – Eles eram os únicos que ainda tinham esperanças.

Por um momento, a imagem de dois irmãos perdendo os pais pareceu muito familiar para mim, e naquele momento quis puxa-los para um abraço e despencar-me em lágrimas.

− Eles eram os únicos que tinha esperanças, e quando se foram, a esperança acabou, Ren – sussurrou Kishan, que estava novamente com os olhos fechados, mordendo o lábio inferior. – Eu não achei mais razão para continuar, e fugi. Nossas brigas constantes apenas entristeciam mamãe, e no momento pareceu uma boa ideia, mas fui capturado pelo circo.

Eu queria achar uma forma de confortá-los, tanto Kishan que havia se tornado parte de mim, como Ren, o qual havia conhecido em tão poucas horas. Puxei nossas mãos entrelaçadas e beijei os nós dos dedos de Kishan, antes de colocar a outra sobre o ombro de Ren, recebendo um sorriso agradecido.

− Você não entende o que passei quando fui capturado por Lokesh, tudo porque você simplesmente quis pensar nos próprios sentimentos, mais uma vez. – A voz melodiosa de Ren era cheia de rancor e o vi travar o maxilar, fazendo seu rosto marcado ficar ainda mais bonito.

− Acha que você ser pego por Lokesh é minha culpa? – Kishan riu sarcasticamente, passando a mão livre pelo rosto e pelos cabelos negros, bagunçando-os.

− Caso você estivesse comigo, nós teríamos uma chance de vencer os homens de Lokesh. – Soube no momento em que Ren respirou profundamente, que as palavras seguintes não seriam nada boas. – Se você não tivesse se apaixonado por minha noiva, talvez isso nunca estaria acontecendo.

A menção de Yesubai no conflito fez com que meus músculos se retesassem, e eu olhei para o horizonte, tensa enquanto esperava pela resposta de Kishan, que não tardou nem mais segundo para invadir meus ouvidos.

− Eu nunca estive apaixonado por Yesubai, Ren – disse Kishan, de forma séria e convicta, mesmo que sua voz estivesse muito baixa.

− Muito peculiar você falar isso agora, Kishan. – Ren voltou-se com um olhar furioso para o irmão, e caso a conversa não fosse tão séria, eu teria zombado do tigre branco por falar como um pequeno dicionário. – Pois quando veio implorar para eu cancelar o casamento, você alegou que eu nunca conseguiria ama-la da forma como você amava.

Aquelas palavras foram como um soco em meu estômago, e por alguns momentos eu me senti enjoada, segurando as lágrimas que insistiam em se acumular em meus olhos. Xinguei-me internamente por ter insistido em começar com aquela conversa entre os irmãos.

− Eu não sabia o que era amor de verdade – disse Kishan em um sussurro, mais como se quisesse que apenas eu ouvisse, pois ele apertou nossas mãos, e quando olhei para seus olhos de pirata, eles brilhavam da forma familiar, fazendo com que meu corpo derretesse. – Aliás, você sabe que ambos fomos enganados por ela.

Ren começou a rebater a ideia do irmão, quando eu os calei, colocando para fora tudo o que estava em minha mente desde o começo da discussão, vendo que os irmãos me olhavam espantados.

− Talvez vocês devessem parar de se culparem por algo que nunca fizeram – murmurei, ainda tocando nos dois como uma forma de conforto, mas meus olhos encravam a meia que cobria meus pés. – Vocês eram tão jovens quando tudo isso aconteceu, não poderiam prever que um simples casamento acabaria em uma maldição.

Olhei para Ren e apertei seu ombro com carinho, vendo-o sorrir para mim enquanto eu organizava meus pensamentos.

− Você sempre fora treinado para governar um reino, Ren, mas nunca lhe ensinaram a lidar com uma maldição – disse, vendo os olhos azuis do príncipe se arregalarem com minhas palavras, e com um sorriso, voltei-me para Kishan que me estudava de forma séria. – Kishan, você sempre seguiu seu coração, mas precisa acreditar que aqueles que amam você, ainda vivem ai dentro, e a esperança nunca vai acabar se você perceber isso. Nunca mais vai precisar fugir.

Tudo ficou silencioso novamente, e eu pude ver os rostos pensativos dos dois irmãos, que pareciam tão parecidos um com o outro, compartilhando as mesmas dores vividas em trezentos anos, as quais os fizeram se separarem.

− Vocês são irmãos, deveriam compartilhar o amor um do outro, não o ódio. – Continuei a falar, perceber que minhas palavras afetavam os dois lindos homens ao meu lado. – Por que a culpa de tudo isso é de Lokesh, e ele vem jogando vocês um contra o outro desde sempre, tornando-os fracos.

− Mia... – Kishan murmurou, acariciando meus dedos, mas simplesmente balancei a cabeça, sentindo lágrimas gordas descendo por meu rosto.

− Por muitos anos eu me culpei pela morte de meus pais, e isso me fez uma pessoa triste e fraca, uma pessoa que não vivia mais. – As lembranças das imagens vistas no desafio de Durga voltaram em minha mente, e um sorriso tímido surgiu em meus lábios. – Quando conheci Kishan e descobri a maldição, eu simplesmente quis sair correndo e me esconder em baixo das cobertas, pois aquilo parecia muita loucura para uma pessoa como eu, mas sem tudo isso, nunca teria aceitado que a morte de meus pais era um acidente, e que nada era culpa minha.

− Mia... – Aquela foi a vez de Ren chamar minha atenção, e senti que agora ele também segurava minha mão, acariciando a palma de forma confortante.

− Eu nunca teria aprendido a viver – murmurei as últimas palavras, sentindo os lábios de Kishan em minha bochecha, secando todas as lágrimas com seus beijos quentes

Os lábios de Kishan esbararam em meu roto até a chegar em meu ouvido, e ele deixou um beijo ali, fazendo meu corpo arrepiar com sua respiração quente em minha pele.

− Eu amo você, bilauta – ele murmurou, fazendo-me fechar os olhos apenas para apreciar a sensação prazerosa que aquelas palavras causaram em meu corpo.

− Você é especial, priya – Ren disse, fazendo com que eu abrisse um sorriso para suas palavras doces, limpando o resto das lágrimas que molhavam minhas bochechas.

Rapidamente, os dois irmãos trocaram olhares, e por alguns segundos suas expressões eram sérias, e Kishan até mesmo fazia uma careta, mas em um ato que me deixou surpresa, os príncipes abriram um pequeno sorriso e seus olhos brilharam quando tocaram o braço um do outro em um cumprimento íntimo, fazendo com que meu coração aliviasse.

Entretanto, um ofego saiu dos lábios de Kishan e Ren fez uma careta de dor, e eu soube que o tempo dos dois como humanos havia acabado. Olhei para eles com certo desespero, mas Dhiren apenas sorriu, inclinando-se sobre mim para deixar um beijo rápido em minha bochecha.

− Obrigada por ser tão mandona – ele disse, abrindo um sorriso e apontando para a perna enfaixada, antes de transforma-se no enorme tigre branco de olhos cobaltos que brilhavam com animação.

Instantaneamente, senti braços envolvendo minha cintura, e quando virei meu rosto os lábios de Kishan colaram nos meus em um beijo intenso, fazendo com que eu fechasse os olhos e acariciasse sua nuca pelos segundos aquele momento durou, antes de Kishan transforma-se no tigre negro que eu estava tão acostumada.

− Aconteceram tantas coisas em um único dia – resmunguei, deitando-me na colcha e tentando encontrar uma posição confortável para minha cabeça. – Eu quero dormir por uma semana inteira.

Um bocejo alto escapou de meus lábios, e levantei meu corpo apenas para amarrar meus cabelos bagunçados e sujos em um coque frouxo. Assim que voltei a me deitar, fui surpreendida com o enorme corpo de Kishan servindo-me de travesseiro, enquanto o tigre ronronava para mim, aconchegando-me em seus pelos quentinhos.

− Esse com certeza é o melhor travesseiro de todos – disse, soltando um suspiro de prazer enquanto acariciava as orelhas felpudas de Kishan, ao mesmo tempo em que Ren aproximava-se de mim, deitando-se ao meu lado na colcha, olhando-me com os olhos cobalto como um pedido para que lhe acariciasse o pelo branco.

E entre aquela aconchegante cama improvisada de tigres, senti meu corpo ficar pesado e meus olhos piscarem cada vez mais lentamente, até que com uma última observado para o céu estralado e emoldura pelas copas das arvores, peguei no sono.

Continua...


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Notas finais do capítulo

AVISO AOS NAVEGANTES!
Tigers, esse foi o último capítulo que eu postarei antes das aulas começaram. Elas começam para mim semana que vem, e eu entrarei no terceirão (chorem por mim), e não sei como será meu tempo e se terei tempo para estar postando aqui com tanta frequência. Pretendo postar pelo menos uma vez por mês, mas realmente não sei como será, então peço a paciência de todos, porque eu NÃO vou abandonar Caçada nunca mais, e vocês todos vão ler o final da Mia, mas tudo o que peço é paciência e que não desistam da fic.
Com carinho, Gabi.