Cicatriz escrita por gicm15


Capítulo 2
Capítulo 2 - LEMBRANÇAS


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal! me desculpem o atraso! Eu tive um pequeno contratempo... eu já tava com o cap pronto, mas escrito todo em folhas de fichário, então eu demorei MUITO pra passar tudo. mas enfim... agora eu acabei!
espero que gostem!



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Estava no meu quanto, era uma manha de final de verão. Estava quente e uma brisa fria entrava pela grande janela, levantando as cortinas. O sol batia no vitral colorido, refletindo todas as cores e formas no chão de madeira escura.

Sentei-me na cadeira diante da penteadeira, me olhando num grande espelho. Meus cabelos negros estavam soltos, dando estaque a minha pele pálida e olhos azuis, geralmente eles ficavam presos em uma trança de lado, mas naquele dia não os queria assim, então apenas os penteei. Coloquei meu colar favorito, uma pedra oval, do mesmo azul dos meus olhos que havia sido um presente da minha mãe. Mas não pensem que eu a valorizo tanto porque ela morreu, na verdade ela esta muito bem, mas meu pai não gostava muito desse afeto dela, para ele, não seria bom para mim “me apegar a ela”. Qual o sentido disso? Nenhum. Mas eu não podia fazer nada.

Coloquei um vestido longo, mas não armado, se não morreria sufocada um poucos minutos, cor de salmão, com alças finas e uma renda grossa e dourada abaixo do busto. Não estava afim de ficar com os pés doloridos o dia todo, então não coloquei saltos, gostava de sentir o a textura do chão.

Em dias normais, iria para a biblioteca, pegaria mais um livro, provavelmente um conto de fadas, ou uma aventura, e leria no jardim. Adorava contos de fadas porque realmente acreditava neles, diferentemente de quase todas as pessoas que conheço. Minha mãe sempre me dizia que essas criaturas viviam nas partes da floresta em que ninguém ousava ir, as fadas se escondiam dos humanos, para não terem seus poderem usados de forma errada, enquanto os monstros atacavam viajantes que caminhavam sozinhos pela floresta, se escondendo dos grandes cavaleiros de Lumia, meu reino, apesar de eu nunca ter visto algum. E obvio que muito pensam que sou louca por isso, mas eu acho que os loucos são eles.

Meus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta. Com certeza ela Lineu. Todos os empregados do castelo já não ficavam no meu pé a algum tempo, sabiam que eu não precisava de toda essa ajuda para quase nada, afinal, tenho quase 19 anos, não 5. Não iria me aproveitar do trabalho deles.

– Pode entrar! – gritei, me virando e sentando de lado na cadeira.

A porta se abriu de vagar, mostrando um homem velho, com cabelos grisalhos, mas com alguns fios castanhos e desarrumados, pequenas marcas de idade no rosto, e olhos verdes claros. Ele era com certeza o homem mais inteligente que já havia conhecido, ele me ensinou tudo o que sei hoje e também foi um pai para mim, enquanto o próprio era indiferente comigo. Esse era Lineu.

– Bom dia Alteza. O rei esta te esperando no salão principal. – ele disse um pouco triste e mais frio que de costume, como se estivesse esperando pelo pior, mas não me preocupei com isso, o fato de meu pai querer falar comigo era muito mais relevante, nunca seria algo bom, não no meu ponto de vista.

Sempre tive alguns, ou muitos, problemas com meu pai. Tenho que admitir que sou tão cabeça dura quanto ele, mas não sou tão fria, penso como a minha mãe, a verdadeira rainha, a que herdou o trono, meu pai só se deu ao trabalho de se casar com ela e assumir o poder, minha mãe era muito submissa a ele, eu não. Não via a hora de finalmente assumir a coroa aos 21 anos, e arrumar tudo o que ele bagunçou no reino, e o que ele não conseguiu resolver, por um simples e puro egoísmo. Não sei como alguém como ele, e como meu avo, pai da minha mãe, que também só se tronou rei por casar com a minha avó, podem governar. Por isso o reino tem tantos inimigos, os piores eram o Reino de Fáberes, nossos vizinhos, separados por uma semana a cavalo, e os Nassalinos, que na verdade não eram um reino, talvez fossem uma organização, uma sociedade, um vilarejo, ou algo do gênero, não sabia muito sobre eles, eram meio secretos, pelo que Lineu me dissera, estavam nas partes mais afastados da floresta, e infiltrados em todos os reinos da região, mas ninguém sabia quem eles eram. Deles eu realmente tinha medo.

Me levantei, coloquei o menor salto que tinha e caminhei, quase correndo, para fora do quanto junto a Lineu. Não que estivesse andando rápido de nervosismo, sempre andei desse jeito.

– Lineu, não precisa me acompanhar, e sabe que também não precisa ser tão formal comigo! – Disse com um sorriso no rosto, apenas para de descontrair.

– Desculpe Agnes, mas acho melhor eu te acompanhar até la, filha. – Ele disse com o mesmo tom de antes, o que tirou o sorriso do meu rosto.

Parei diante das portas do salão principal, que estavam entreabertas, esperei um pouco antes de entrar e ouvi meus pais conversando, ou discutindo, como preferir.

– Sabe que não e isso que ela quer, e que não vai aceitar! – Dizia minha mãe, séria, como nunca vi.

– Não me importo com o que ela pensa. O dever dela e governar e isso e indiscutível! – Ele argumentava calmo, como sempre, como se fosse dono da razão.

– Não pode forçá-la a isso! Ela ainda e muito nova! – Percebia que ela já estava se preocupando muito, mesmo não conseguindo ver nada dentro da sala.

– Ela tem que aprender a ter mais responsabilidades para com o reino! – Ele disse mais exaltado, como se realmente se preocupasse com o reino – Tenho certeza que um dia ela ira me agradecer por isso.

Depois disso, Lineu passou na minha frente e abriu as portas. Eles estavam virados um de frente para o outro e olharam para mim como barulho das portas. Minha ame me olhava preocupada e triste, enquanto meu pai me olhava indiferente. Andei ate o centro da sala, aonde havia um belo mosaico formando um sol, uma marca do ultimo rei da verdadeira família real, o ultimo que fez o reino prosperar, meu bisavô Nassau. Eles se viraram para mim, ficando de costas para os tronos.

– Querida... – Começou minha mãe, mas logo foi interrompida por meu pai.

– Agnes, precisamos conversar – Ele disse grosso – Eu e sua mãe decidimos que esta na hora de você entrar, definitivamente, nos assunto políticos do reino.

– Vocês dois? – Perguntei desafiando-o. Ele me deu um olhar reprovador, mas eu apenas revirei os olhos e cruzei os braços. Realmente, sou a única que tem essa coragem.

– Por isso – Ele continuou mais de vagar. – Teremos que mudar algumas coisas – Eu ergui as sobrancelhas em descrença, definitivamente não me renderia. – Começaremos com uma aliança ao reino Calamar, que foram us únicos que estavam dispostos ao meu acordo.

Não entendia bem como isso iria mudar tanto a minha vida, mesmo assim, não mudei minha postura entediada e desafiador, enquanto ele prosseguiu.

– Em duas semanas, você conhecera seu noivo, o príncipe dos Calamares.

Meus olhos se arregalaram imediatamente, um desespero me tomou completamente. Não queria me casar, não agora. Como ele esperava que eu me casasse com um homem que nem sequer conheço? Ainda mais por fins políticos. Não sou uma oferta de paz, ou um objeto de troca!

– Um noivo? – Eu repeti, gaguejando, enquanto lagrimas se formavam nos meus olhos.

Os olhos da minha mãe também já estavam cheios d’água, mas ela não soltava as lagrimas. Olhava para ela pedindo ajuda, mas sabia que para meu pai, a opinião dela não valia nada.

Olhei para ele novamente, em suplica, mesmo sabendo que ele nunca mudaria de ideia, a não ser por um milagre, o que não iria acontecer.

– VOCÊ É UM MONSTRO! – gritei com toda a minha força, provavelmente todo o castelo havia ouvido, mas não fiquei lá para descobrir. Corri o mais rápido que pude, passando pelos mesmos corredores, agora varias pessoas abriam as portas a todo momento para ver o que havia acontecido e olhavam umas para as outras, confusas, enquanto me viam correr pelo castelo ate meu quarto.

Abri a porta tão rapidamente quanto a fechei, trancando-a. Me joguei na cama e agarrei vários travesseiros. Logo ouvi batidas na porta, junto a vos de Lineu me chamando, mas ignorei-o. agora só queria ficar sozinha.

Fiquei lá, chorando ate cair no sono algumas horas depois, e acordar só na manha seguinte, ainda com um aperto no coração.


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Notas finais do capítulo

Então... o que acharam???

para quem quiser, para esse cap eu tenho 2 desenhos:

https://scontent-a-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/t1/1780899_746359715392835_1524757448_n.jpg

https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/t1/1619259_746359638726176_242327757_n.jpg

Não liguem para a qualidade das fotos... sabem como são as folhas de fichário, né?!



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