O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 8
Tróia, Reyna e Aves de Rapina.


Notas iniciais do capítulo

Heyy Pessoal... Mais um capítulo com a história que começa a entrar em um ritmo mais acelerado!

Boa leitura e por favor... Deixem comentários! kkk

Até mais!



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Meus sonhos não poderiam ser mais confusos. Logo após a tentativa de ataque da Annabeth a minha pessoa, desisti de festejar nossa vitória sobre a equipe Vermelha no caça a bandeira e fui dormir. Esse havia sido meu primeiro grande erro. Eu deveria ter percebido, algo não estava certo no acampamento naquela noite. Primeiro Annabeth com os olhos vermelhos e querendo me eliminar. E depois meus sonhos, aquilo sim me assustou. Não era Annabeth, era mais antigo, muito mais antigo.

Eu estava em campo de batalha, atrás de mim o mar calmo e incontáveis trirremes gregos com a bandeira de Esparta, Atenas, Micenas e as outras incontáveis cidades estado da Grécia antiga. A minha frente as muralhas impenetráveis de Tróia, a mítica cidade que resistiu ao cerco grego por dez anos, antes de finalmente ruir.

Eu reconhecia Tróia por causa das ruínas que havia visto na Turquia, era incrível, uma cidade portuária ter sobrevivido por tanto tempo. Dizem que suas muralhas foram construídas por Poseidon.

Eu estava vestido como um soldado Grego, armadura e lança em mãos. Era eu, não havia como não ser. Eu conseguia me mexer e ouvia tudo ao meu redor, o barulho de luta e do cerco as muralhas de Tróia sendo atacadas.

– Connor?! – Perguntou uma voz conhecida

Era Percy, ele estava também vestido com a armadura Espartana.

– Percy?! –

Ele veio até mim confuso.

– Achei que estava sonhando... –

– E está... Isso, não pode ser real... Quer dizer, isto é Tróia! –

– Tróia?! –

– Os Gregos fizeram cerco por 10 anos, até conseguirem vencer Tróia. Vários heróis morreram inclusive Aquiles, esta guerra foi tão marcante quanto a que fizemos contra os Persas. –

Ele me olhou com uma cara de “Muita Informação”.

– Tá, mas o que isso têm haver com nós, semideuses do século XXI? – Perguntou ele

– Não sei, essa guerra foi um marco importante na história Grega, mas mesmo assim, eu não faço ideia. Vários heróis morreram neste solo, entre eles, Aquiles. –

Uma figura vestindo armadura dourada e carregando uma espada apareceu atrás de mim.

Connor... Aquiles usava uma armadura de Ouro?! – Perguntou Percy

As lendas dizem que usava... Mas porque a pergunta?! –

Aquiles tentou me acertar com a espada, mas Percy saltou sobre mim e nós dois caímos.

– Acho que por isso! – Disse Percy se levantando

– Porque nos atacou?! Somos Gregos também! –

– Não sou seu amigo... – Disse o Herói da Antiguidade

Aquiles levantou a espada e vinha em nossa direção.

– Percy... Aquiles, ele não pode ser nosso inimigo! Mesmo isso sendo um sonho, algo está controlando ele, a mesma força que tentava tomar o controle de Annabeth! –

– Eu sei! –

Aquiles atacava Percy que se defendia com sua espada bravamente.

– Não sei o que podemos fazer! –

– Podemos tentar acordar! – Comentou Percy

– Impossível, só vão sair daqui mortos! – Esbravejou Aquiles

– Percy, se ele nos matar, vai matar uma das 5 partes de nossa alma. Morremos assim mesmo, ele matará o nosso subconsciente! –

– Não vou deixar! – Gritou Percy começando a atacar

Aquiles não era Aquiles. Ele tentava atacar, mas Percy era melhor treinado com a espada. Percy o atingia e a cada golpe hieróglifos vermelhos saiam da armadura.

– Percy, ele pode se parecer com Aquiles, mas não é esse herói. –

– Eu percebi... Você não vai ajudar?! – Perguntou ele

Estendi a mão e me concentrei.

– Há-Wi! –

Os hieróglifos de comando apareceram na frente de Aquiles e explodiram.

– Só tente não me acertar! –

Foi mal... –

Percy acertou uma dezena de golpes em Aquiles e ele explodiu em areia egípcia.

– Nossa... Essa cansou... – Riu Percy

Fiquei sério, ainda não havíamos acordado.

– Desconfio que há algo aqui para entendermos... –

– Mais coisa para aprender?! Não podem me trocar e colocar Annabeth aqui?! – Reclamou ele

– Não... Não... A Annie não! – Me assustei

Percy começou a dar risada.

– Já com medo da irmã Connor?! –

– Você não imagina o quanto! –

Riu mais forte.

– Muito bem... Onde está essa coisa tão importante? –

– Provavelmente em Tróia! –

– Então estamos fritos... Vamos ter que esperar 10 anos e um cavalo de madeira para conseguirmos entrar... – Riu Percy

Na verdade não... – Eu olhei para ele com segundas intenções.

Ele me olhou confuso.

– Bem... Eu posso dormir por dois meses e corro o risco de você me matar... Mas Percy, você é uma coruja! – Comecei a rir

Ele me olhou com um cara pior ainda.

Eu imaginei ele como uma coruja e comecei a fazer força para vencer a vontade dele. Quase desisti, mas consegui. Quando abri os olhos uma coruja de olhos verdes e furiosos me encarava enquanto voava.

Dei risada e me concentrei para virar um papagaio.

Quase sofri um AVC, mas consegui me transformar em um papagaio e chamei Percy para irmos voando sobre a muralha de Tróia.

Voamos sobre a muralha e procuramos um local para pousar.

Ele estava se divertindo, via isso na forma com que voava.

Pousamos em uma das praças internas da cidade. Percy se transformou rapidamente, mas eu não conseguia voltar a forma humana.

– Haha! Não consegue voltar?! Isso é bem feito para você, me transformou em uma coruja! – Disse ele rindo

Biquei a mão dele.

– Ai! –

Pousei no ombro dele (De Novo?!) e começamos a investigar a cidade.

Os troianos tinham construções tão incríveis quanto os Gregos. Seus templos eram maiores e sua arquitetura mais refinada. A cidade fervilhava comércio que vinha de todos os cantos do mundo. Continuamos andando até que avistamos, quer dizer, Percy avistou uma conhecida.

Ele correu para ela como se fosse uma criança.

­ - Reyna! – Gritou ele abraçando ela

A garota de olhos castanhos e cabelo negro, um certo ar latino. O abraçou como um velho amigo.

­– Percy?! O que é isso tudo?! Isso é um papagaio?! –

– Bem... Estamos em Tróia, a antiga cidade que se meteu em Guerra com os Gregos, durou cerca de 10 anos e os gregos venceram! – Disse ele quase sem fôlego

Reyna o olhou intrigada.

– Tá... Annabeth está afetando você... E isso é um papagaio?! – Disse olhando para mim

– É um amigo meu... Ele não consegue voltar a forma humana... E cuidado, ele é bem mal humorado! –

Alcei voo do ombro dele e biquei de novo a mão dele. Reyna estendeu a mão e pousei nela.

– É uma ave linda... – Disse ela

Fiquei com vergonha e tentei me concentrar para voltar a forma humana.

– Comigo você só me bica... Mas com ela fica tranquilo... – Reclamou Percy

Reyna me olhou.

– É um garoto Percy... O que você acharia de ficar pendurado no Jason?! –

– Tá... Entendo! –

Reyna passou a mão em mim.

Tá realmente eu estava gostando disso. Mas quanto mais tempo eu passo como uma ave, mais eu tenho vontade de continuar naquela forma. Então me esforcei para conseguir acessar alguns resquícios de magia em meu ser em forma de papagaio para voltar a ser um humano.

Demorou mas consegui, sai da mão de Reyna e voltei a forma humana.

– Graças aos deuses! – Comemorei

Percy riu e Reyna veio até mim e me estudou.

– Annabeth virou um garoto?! – Perguntou ela

– Longa hitória Rey... – Disse Percy

– Meu nome é Connor! – Disse apertando a mão dela

– Têm certeza que seu nome não é Annabeth?! – Perguntou ela

Percy riu mais alto e eu fiquei sem jeito...

– Tenho... – Disse com vergonha

– Tudo bem... Meu nome é Reyna, pretora do Acampamento Romano! –

– Acampamento Romano?! –

– Outra longa História... – Disse Percy

Nós dois nos cumprimentamos e passamos alguns minutos discutindo sobre Tróia e os outros. Mas aquilo não nos levaria a lugar nenhum.

– Tá bom... Precisamos encontrar algo incomum, algo que não deveria estar aqui! – Falei

– Bem, eu vi algo muito estranho na muralha central... Algo não parecia correto, enquanto todas as muralhas eram feitas de pedras normais. Aquela parecia feita de metal e tinha um estranho portão... – Disse Reyna

E então seguimos a líder romana até a muralha que guardava o forte de Tróia...

– Isso é moderno... Aço! – Reconheci

Reyna nos levou até o portão. Não era algo normal, era de outro período histórico e lembrava algo mais antigo... Mas ao mesmo tempo era mais novo.

Isso não é Troiano... Parece egípcio, as marcações feitas na base do portão são hieróglifos que ressaltam as viagens de Rá pelo Duat, a luta contra a serpente Apófis e até o caso de uma possível vitória da serpente sobre os Deuses... O destino final dos Deuses! – Exclemei

Percy e Reyna me olharam confusos.

– Consegue ler isso?! – Perguntou ela

– É fácil... Mas algo não se encaixa... Aquele leão no topo do portão! Aquilo não combina nem com Tróia, nem com o Egito... É algo Grego! –

Reyna veio até mim.

– Você é bem inteligente... –

– Obrigado... Mas eu ainda não entendo, o que isso tudo quer dizer... Uma porta de aço com hieróglifos e um símbolo grego, ainda por cima no meio da Guerra de Tróia?! –

– Connor... Isso é um sonho, não quer dizer nada! – Disse Percy

– É mesmo... Eu sei que estou em Nova Roma, dormindo... Só não sei o que você e este lindo garoto estão fazendo aqui... – Disse Reyna

Fiquei vermelho.

– Estamos todos dormindo... – Disse Percy

– Ótimo... E então Connor... Namorada?! – Perguntou Reyna

Rey?! – Espantou-se Percy

Por um momento quis voltar a ser um papagaio.

– E então Connor, o lance com a Alex é sério ou foi só coincidência?! –

– Eu não sei... A Alex é nova e eu estou meio confuso... –

Reyna soltou um sorriso com o canto da boca.

Eu nunca havia ficado tão envergonhado na vida... Aquele sonho poderia ter fim agora mesmo que eu não me importaria nenhum pouco. Reyna era linda, mas me dava um pouco de medo. E essa história de Romanos... Percy teria que me explicar muita coisa!

– Bem... Acho que já podemos acordar... – Disse Reyna

– Então tá... É só se concentrar! –

– Percy... Porque vocês não vêm até Nova Roma me explicar essa “longa história”?! – Perguntou Ela

Talvez Reyna... Eu te aviso! – Disse Percy desaparecendo

Eu me concentrei e não olhei para Reyna e quando percebi já estava acordado no chalé de Zeus... Deveriam ser perto das oito da manhã, ou seja, não havíamos prestado atenção na passagem de tempo no sonho. O pior era que eu estava me sentindo muito cansado, provavelmente por causa da magia usada antes.

Levantei, tomei banho e fui para o café com uma cara de sono impagável. Sentei na mesa do chalé um e esperei ver Percy e algum outro semideus... Mas nada, algo ainda estava errado. Eu ainda estava sonhando.

– Interessante não é?! Vocês viram tudo, a porta e os hieróglifos, mas não sabem nem da metade do que está prestes a acontecer... Os Gregos são brilhantes, mas muito inocentes... Filinho de Atena... Eu sei tudo sobre você e só estou jogando até agora! Você não sabe o que te espera... Só te digo uma coisa: “Irmãos lutarão e matarão uns aos outros!”. – Riu a voz diabolicamente

– Jamais deixarei que isso aconteça, já enfrentamos coisas muito piores que você! –

– Você nem sabe quem eu sou... Estou mais poderoso que você, que os Kane, tenho tudo ao meu lado para dominar o mundo que irá surgir... Lembre-se, a história da Terra é dividida em eras, e a era dos Deuses, de todos eles... Chegará ao fim... –

– Você realmente acha que pode destruir os deuses?! –

– Eu não... Vocês já vão fazer isso por mim, eu sou apenas um observador, por enquanto, aumente suas dúvidas, crie barreiras entre você e seus poderes... Isso vai ser sua ruína. E não se preocupe, eu estou mais perto do que você imagina... Logo, Logo receberá um presente meu... Espero que lhe machuque muito! – Disse a voz desaparecendo

Eu acordei na enfermaria, ao meu lado Percy estava desmaiado. Na sala estavam Quíron e Alex, Annabeth cuidava de Percy. Minha cabeça doía e eu me sentia extremamente cansado.

– O que aconteceu?! – Perguntei

– Você desmaiou na comemoração... Logo depois Percy também desmaiou. – Disse Alex

Deitei novamente na maca, eu não me lembrava de ter desmaiado.

– Vocês dois não pararam de falar de Tróia, hieróglifos e da Reyna... Com o que sonharam?! – Perguntou Annebeth

Eu não lembro... – Menti

Ela me olhou desconfiada.

– Talvez Percy lembre... Connor, você falou duas frases estranhas... Uma Há-wi e outra sobre transformar o Percy num papagaio... Estranho né? –

– Demais... Afinal o Percy me mataria... – Disse pouco à vontade

Annabeth sorriu... Só que eu fiquei tenso.

Eu sabia de quem era aquela voz... Eu me lembrava de vagas passagens de um antigo texto, principalmente a frase sobre os Irmãos... Ele não podia estar certo, os deuses são imortais, nada pode destruí-los. Por Atena, que nada do que penso esteja se tornando realidade, pois se acontecer, estaremos realmente, muito ferrados!


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Notas finais do capítulo

E aí?! Alguma teoria?! Crítica?! Sugestão?! Abraço?!

Deixo a pergunta para vocês... O que representa o Leão grego?

E ainda...

Por que Connor está tenso?!

Até o próximo!