Eu não sei o porquê de Atena não ter me reclamado como seu filho. Mas depois de tudo, com tudo o que poderia ter sido. Até acho que me dei bem, pelo que poderia ter sido, eu poderia ter sido reclamado por Ares ou Hefesto. Mas o sinal que pairava acima de mim não era tão ruim, ao invés das armas de Ares ou da forja de Hefesto, o símbolo com um raio estava logo acima de minha cabeça.

Todos olharam para mim.

– Não é possível! – Disparou um dos filhos de Atena

Quíron veio até mim e me analisou.

– Parece que temos um filho do rei dos deuses! Connor filho de Zeus! – Disse ele fazendo reverência

O acampamento o seguiu, e Jason veio até mim.

– Parece que somos irmãos agora... – Ele disse com um sorriso no rosto

Ele me levou até a mesa do chalé um. E ficamos lá, com mais ou menos todo o acampamento me olhando.

– Bem... Isso foi uma surpresa... – Disse Jason

– Você nem imagina quanto... –

Ele me olhou e deu risada e encarou Piper. A garota estava estranha desde que a havíamos salvado do animal de Seth.

– Jason... A Pieper é sempre assim quieta? –

– Bem... Ela anda meio estranha, mas acho que não é nada com que você deva se preocupar. Além do mais você já têm treinamento amanhã de manhã e têm toda sua história com Annabeth para resolver... – Disse ele

Eu olhei para ele espantado.

– Você sabe de tudo?! –

Ele deu risada.

– Percy me contou... Não me leve a mal, mas você está a cara dela! –

Fiquei com vergonha.

– Mais do que natural... Mas não conte nada a ela, ainda não é a hora! –

– Connor! Ela já é tão inteligente, acho que já percebeu alguma coisa... –

– Nem me fale... Mas será que podemos parar de falar dela... O chalé 6 todo está olhando para cá... –

Jason riu e continuou jantando.

Zeus... Era esse o deus que me havia “ADOTADO” neste meio tempo. Diferentemente de alguns outros, eu não tinha nada contra Zeus. E ter o Jason como irmão iria ser interessante, mesmo eu sendo mais velho que ele, ainda me sentia inseguro no acampamento e sentia que muitas coisas poderiam dar terrivelmente errado.

Caso descobrissem minha “magia egípcia”, tudo poderia ficar de cabeça para baixo no acampamento. Além de que, se descobrissem que os Deuses egípcios existem, assim como os gregos, tenho a sensação de que uma guerra iniciaria, seria o fim de toda a vida na Terra, o fim dos acampamentos, dos deuses. E tudo isso poderia dar errado, caso eu não conseguisse me controlar.

Vamos dizer que o Tyet brilhando a cada cinco minutos não ajuda muita coisa na minha tarefa de descrição. Ísis tinha que sair do acampamento, e só havia uma maneira de fazer isso. Eu deveria dividir os nossos espíritos e pedir a ela para ir para o Duat. Somente assim ela se afastaria e eu teria um pouco mais de descrição no acampamento.

Me concentrei para chegar a Ísis no fundo de minha mente.

– Connor... – Disse ela docemente

– Rainha dos Deuses... – Disse fazendo reverência

– Já sei o que veio me pedir... Não concordo, mas acho que será melhor para você! –

– É muito perigoso, caso descubram sobre você e os outros deuses, seria como incendiar uma tonelada de dinamite. Os Gregos são desconfiados, seria horrível caso algo acontecesse por minha causa! –

– Eu entendo... Os outros Deuses Egípcios também desconhecem o acampamento, sabem da existência dos Deuses Gregos, mas não se importam com isso. Os Deuses da Grécia também sabem de nossa existência, mas creio que não se importem em manter as culturas separadas. Acha mesmo que poderia causar uma guerra? –

– Não pelos deuses... Ou melhor pelos Deuses e pelos semideuses! Há muitos inimigos do Olimpo que adorariam causar um conflito somente pelo puro caos e ver os 12 Deuses principais caírem. O mesmo acontece com a Casa da Vida, Amós faz um bom trabalho no lugar de Desjardins e Ishkandar, mas há vários magos que não aceitam sua ligação com Set e adorariam colocar o caos na casa, declarando guerra contra o Olimpo. E não podemos nos esquecer de Setne... –

– Olhando por esse lado... Você têm razão, vou me retirar para o Duat. Mas caso precise de ajuda, desenhe um Tyet no chão ou o faça com hieróglifos, irei ajudá-lo! –

– Eu farei! –

Eu comecei a sentir o espírito de Ísis me deixando. O frio de Skadi começou a emanar pelo meu corpo novamente.

­Agora eu era apenas um semideus, Ísis havia se retirado para o Duat. O frio havia voltado e eu comecei a tremer na mesa do chalé um.

Jason me olhou e deu risada...

– Connor... Tá tremendo?! Está 37 graus aqui! – Disse ele

– Eu sei... Mas tá frio que dói! – Disse tremendo

Ele deu mais risada e eu continuei com o acampamento inteiro rindo de meu inverno...

Eu olhei para a mesa dos filhos de Atena e percebi que ao lado de Annabeth, havia uma garota de cabelos negros e olhos azuis intensos. Tinha a mesma altura de Skadi e tinha em torno de 15 anos.

Ao olhar para ela, ela sorri e pisca o olho para mim.

Isso explicava a volta do frio, mas mesmo assim...

– Jason, o que eu tenho que fazer amanhã? –

– Treino de armas de manhã... Nada a tarde e a noite o caça a bandeira! –

Eu realmente precisava de treino com a lança, em magia eu estava muito bem, mas em luta corpo a corpo eu poderia perder até para um sátiro. O jantar terminou e eu fui dar uma volta pelo acampamento. Por onde eu passava, as pessoas me olhavam desconfiadas, até que eu cheguei em frente ao chalé 6. O azul de Atena fazia meus olhos vibrarem, eu amava aquele local, mesmo tendo ficado apenas uma noite nele.

Annabeth veio até mim...

– Então Zeus... – Disse ela

– Pois é... Até eu me surpreendi! –

Ela me estudou.

– É Connor, né?-

– É sim... –

Ela riu.

– Mas afinal... Eu ainda não sei seu sobrenome... E quando te perguntei você correu, e agora, pode me dizer ou vai correr?! –

– Eu... Eu... – Comecei a tremer

Ela riu e me deu um tapa.

– Acho que isso ajuda você a se controlar... E então?! –

– Tá bom... Não me mate! Mas é Chase! Connor Chase! –

Ela me olhou um pouco assustada. E riu.

– Chase?! Você é uma versão masculina minha? – Perguntou ela rindo

– Não eu só... – Disse com vergonha

Ela parou de rir.

– Não precisa ter vergonha... Você só é parecido comigo e têm o mesmo sobrenome é coincidência! Mas, você ainda está tremendo! –

– Obrigado... É que estou morrendo de frio! –

– Mas está bem quente... Você tá com febre?! –

– Não... É natural, mas agora parece que está pior! –

– Tudo bem... Vá dormir Connor, e amanhã a gente se fala! – Disse ela saindo

Ela saiu e outra garota veio falar comigo. Era a que se parecia com Skadi.

– Boa noite Connor! – Disse ela rindo

– Skadi?! –

– Como sabe?! Está tão na cara?! – Perguntou ela fazendo beicinho

– Não... É que realmente a beleza se destaca entre as outras... –

Ela veio até mim e me abraçou.

– Porque você têm que ser tão fofo sempre?! –

– Skadi... Você parece uma adolescente... –

– Eu sou uma adolescente... Embora possa ter a idade que quiser... –

– O que faz aqui?! –

– Vim cuidar de você, já sei que dispensou Ísis, mas eu não vou embora... Sou uma filha de Atena! – Disse ela sorrindo

– Então quer dizer que minha mãe reconhece você e não me reconhece... E cadê a lógica?! –

– Não sei... Mas Connor, sentiu saudade? –

– Bem... Faz apenas um dia, mas você realmente me marcou... Você realmente gosta de mim? –

– Sabe Connor. O inverno pode ser cruel, frio e pode parecer sem coração. Mas sem ele o ciclo da vida iria ser interrompido. O inverno é a estação mais romântica que existe, é estar agarrado com as pessoas que você ama. Mas também é a época de superação, aquele período em que você têm que batalhar por sua vida, superar o frio e sobreviver! Por fim, eu realmente gosto de você, e eu quero ser seu inverno... –

– Eu já estou sentindo o inverno... Mas porque tão frio assim?! –

– Você tem que liberar essa energia! Sabe, eu poderia te contar o porquê disso tudo... Mas está tão legal que nem você implorando... –

– Okay... Mas... Mas... Antes de tudo, como eu me esquento?! –

– Fique no sol, fogueiras... Seu corpo não está produzindo calor o suficiente para você se esquentar. Eu não sei o que você vai fazer. Mas se quiser vir falar comigo... É só aparecer aqui no chalé 6. Fique frio... – Disse ela indo embora rindo

Realmente eu sentia que meu corpo não produzia o calor necessário para me aquecer. Embora tenha me coberto com o que havia de mais quente no chalé 1, nada me aquecia. O princípio básico da física não acontecia, com meu corpo liberando calor para o ambiente. Foi uma noite mal dormida, fria e estranha.

O chalé um estava vazio, só eu e o Jason ocupávamos, mas tinha uma estranha estátua de Zeus, eu sentia que ela me olhava. E ao mesmo tempo sabia que estava ficando louco. O dia que se seguia era de treinamento.

De manhã tive minha primeira sessão de treinamento com o chalé de Apolo, quem dava aula era o Percy e por isso comecei a aprender a lutar melhor. Minha técnica com a lança não era muito boa, mas segundo ele eu tinha força e agilidade, seria só melhorar a coordenação que estaria pronto para enfrentar alguns monstros.

Na tarde que se seguiu, estaria livre para fazer o que quisesse, o que se tornou um verdadeiro tédio. Impedido de sair do acampamento, procurei algo para fazer durante algumas horas, até decidir visitar o oráculo. A única mortal no acampamento, uma tal de Rachel Elizabeth Dare.

O lugar onde ela morava era uma espécie de caverna, ela havia sido feita sobre medida por Apolo para o oráculo. Seria minha primeira visita a garota.

Entrei na caverna e a garota estava em pé pintando uma tela. Ela era ruiva, bonitinha, mas não muito.

Ela se virou para mim e sorriu.

– Connor?! – Perguntou ela

– Sim... Como você sabe?! –

– As notícias correm rápido por aqui... Como não iria saber do novo filho de Zeus, que permaneceu escondido por anos?! –

– Haha... É mesmo... –

– Bem, mas se veio aqui... Quer que eu veja seu futuro?! – Perguntou ela

– Seria a primeira vez... –

– Muito bem... Sente-se! – Apontou ela para uma cadeira

Eu sentei e ela sentou em minha frente. Olhou para mim e segurou minha mão.

Senti uma corrente elétrica vindo de minha espinha e começou.

Uma fumaça verde começou a sair da boca de Rachel.

Foi a coisa mais sinistra que já havia visto, mas Rachel começou a falar.

– Eu vejo duas Deusas, uma é Atena e a outra eu não reconheço... Atena está machucada e você está tentando ajudá-la. Eu vejo o Olimpo... Não, aquele não é o Olimpo... – Esbravejava ela

– Rachel... Acho melhor pararmos... –

– Eu vejo uma Árvore! Só que ela está morrendo, vejo Percy lutando contra a Annabeth, algo está errado com ela! –

– Rachel... –

– Eu vejo mais uma garota... Loira de olhos azuis, ela está com Percy, os dois estão tentando acalmar você. Um inverno, frio... Algo relacionado com a neve! – Disse ela

Ela soltou minha mão e colocou a mão na cabeça.

– Nossa... Que dor de cabeça! Sinto muito... Não pude ver mais! Mas isso que vi, parece ser coisa séria! Connor, temos que contar para Quíron rápido! – Disse ela se levantando

– Eu não sei se devemos contar Rachel! –

– Como não... Atena ela estava ferida e as lutas... Algo muito errado vai acontecer! – Disse ela se desesperando

– Rachel... –

– Sem mas... Eu vou contar para o Quíron agora mesmo! –

– Mas... Mas... Mas Rachel?! –

– Connor! Vamos contar e ponto! – Disse ela furiosa

– Tudo bem... – Disse decepcionado

Ela me olhou com pena e nos dois saímos para contar ao centauro.

Assustar um centauro não parece fácil. Mesmo com as visões apocalípticas da garota ruiva, ele não se assustou, disse apenas a Rachel que deveria ser algo diferente e não deveríamos levar as visões tão a sério, que poderia ser algo completamente diferente do que ela havia visto. Além disso, senti que ele ficava me olhando apreensivo.

Rachel estava ainda com dor de cabeça, mas ficou comigo até o início da noite, conversamos sobre tudo e, além disso, parecia que havíamos ficado amigos. Havia chegado a hora da caça a bandeira, o acampamento todo estava de armadura e os dois exércitos se preparavam para a batalha.

O exército azul liderado por Annebeth e o exército vermelho liderado pela filha de Ares, Clarisse. Eu estava no exército azul junto com Jason e os outros, tentaríamos capturar a bandeira vermelha para ganhar.

Eu estava com a Lança, com frio e com muito medo. Não me levem a mal, mas nunca havia participado de tal coisa.

A Quíron apita e os dois exércitos correm para iniciar a batalha.

Eu tentava evitar ao máximo os inimigos, na primeira meia hora não havia lutado com ninguém. Só avançava ainda mais dentro da floresta. Ouvia aos meu lado os barulhos de lanças, espadas e várias flechas sendo disparadas. Não havia ninguém comigo, mas as coisas iriam se tornar difíceis assim que eu chegasse...

– A bandeira! – Gritei e corri até ela

Cheguei a segurá-la, mas percebi que saindo de trás de uma árvore apareceram uma garota e um garoto.

– Novato... Não sabe que as bandeiras nunca estão sozinhas?! – Perguntou o garoto

– Agora teremos que te eliminar do jogo, mas assim você aprende! – Disse Clarisse

– E então Clarisse... Deixa comigo? – Perguntou o garoto

– Claro Adam... Ele é um novato, dê uma pequena lição nele e vamos ganhar este jogo... – Disse ela

– Como quiser... – Disse ele

– Sabe... Ele é filho de Hécate, a deusa da magia, armas não funcionam bem contra magia... – Disse Clarisse

O garoto veio em minha direção.

Eu poderia tentar lutar normalmente, mas não teria efeito, se quisesse ganhar e me defender seria uma luta de mago contra semideus.

O garoto estendeu a mão aberta para mim e começou a disparar bolas de fogo contra mim.

Eu simplesmente as apaguei no ar.

Ele olhou espantado e começou a disparar outras coisas. Tijolos, cadernos...

Nada fazia sentido, mas eu consegui desviar bem de tudo. Como se fosse à coisa mais fácil do mundo.

Ele ficou mais espantado ainda.

– Vamos transformar você em alguma coisa... –

Comecei a ouvir em minha mente, “você é um lagarto”, tentando vencer a minha vontade de permanecer na minha forma humana. Não cedi, mantive minha resistência e comecei a avançar em direção a ele. Sua voz começava a falhar, ele estava perdendo a concentração.

– E então... Nada?! – Perguntei

O alcancei e o acertei com a base da lança no estomago.

Ele caiu e se contorceu de dor. Agora o que me restava era Clarisse.

Ela me olhou e trincou os dentes.

Eu a olhei com um sorriso no rosto e Clarisse veio para cima. A lança dela não era normal, tinha uma ponta como se fosse uma para-raios. Ela era mais forte e mais rápida do que eu, as únicas vantagens que eu tinha na luta corpo a corpo haviam sido eliminadas, além de tudo, ela era mais habilidosa do que eu na lança.

Havia feito o bloqueio de diversos modos. Mas no final, ela acabou acertando meu peito e eu senti a corrente elétrica saindo da lança dela e queimando todo meu corpo.

Eu estava em estado de choque, literalmente, mal me mexia, mas conseguia me mover. Mas precisava levantar e ganhar daquela filha de Ares.

Forcei a lança no chão e consegui me levantar.

– Sabe Clarisse, você com toda certeza é mais forte e mais habilidosa com armas do que eu... Mas eu também tenho meus truques! –

Ela foi rápida e me acertou de novo no peito.

Senti o sangue na minha boca.

Ela continuou me acertando até eu me irritar.

– Há-Wi! – Gritei com a mão estendida

Os hieróglifos dourados apareceram na frente dela e explodiram a jogando para o outro lado.

Não queria ter usado magia contra ela, mas era minha única habilidade.

Ela levantou coberta de sujeira e com o braço machucado...

– Mas como?! – Ela se espantou e gritou

E correu para cima de mim.

Eu poderia ter usado mais magia, mas me contentei com aquele ataque. Vi ela correndo e girei meu corpo, utilizando a lança para fazê-la cair.

Ela desabou aos meus pés. Joguei a arma dela para longe e apontei a minha lança para o rosto dela.

Percebi que ao meu redor, os outros estavam olhando. O exército azul começou a vibrar e a comemorar. Levantei a bandeira inimiga e fui com os outros membros de minha equipe. Estávamos comemorando. Annabeth olhou para mim e me cumprimentou, assim como Percy e Jason. Rachel continuou me olhando de longe, assim como Piper. E Skadi, bem, ela comemorou comigo de um jeito diferente.

Ela me beijou na frente de todos os outros da equipe azul. Os filhos de Hermes pararam de comemorar e ficaram olhando, assim como Annabeth e Percy.

Depois ela saiu correndo envergonhada e eu fiquei lá parado feito um idiota. Percy e Annabeth se aproximaram.

– Bem... Parece que você e a Alex já estão bem entrosados! – Disse Annabeth

– Que entrosamento... – Comentou Percy

– Alex?! –

– Alexandra... Bem, ela é uma novata como você... – Disse Annabeth

– Nossa Connor... Um dia e já está arrasando corações?! Eu demorei cinco anos para ficar com a Annie... – Disse Percy dando risada

Annabeth deu um soco no braço dele e ficou séria.

– Agora você pode me dizer o que foi aquela explosão que aconteceu com Clarisse... – Disse ela me encarando

– Eu não sei... –

– Me diga a verdade Connor, eu vi aquela explosão, pareceu que pequenos desenhos dourados brilharam antes de explodirem bem em frente a Clarisse. –

– Eu juro que não sei... –

– Então jure pelo Estige! –

Eu sabia o que jurar pelo Estige queria dizer... Se eu o fizesse poderia ser destruído, pois sabia o que queria dizer.

– Não posso... Annabeth, eu sinto muito, mas isso você não vai descobrir! –

– Você vai me contar filho de Zeus... –

– Annabeth, você não manda em mim! –

– Vai me contar por bem ou por mal! – Ela disse ficando em posição de batalha

Eu a segui e fiquei também. Mas antes que começássemos uma brica irmão x irmã. Percy a segurou.

Ele estava nervoso e ao mesmo tempo confuso.

– Annabeth, você não é assim! Pare! –

Annabeth se debatia sem sucesso.

– Me deixe! Eu tenho que lutar e acabar com ele! –

Ela estava furiosa, seus olhos estavam vermelhos...

Eu nunca pensei em ver Annabeth assim. Uma energia estranha havia tomado conta do ambiente.

Cheguei perto dela com Percy a segurando, e fiz um símbolo com as mãos na testa dela.

– Há-Tep... – Disse calmamente

O sinal se formou (fique em paz) e ela se acalmou. Os olhos dela voltaram ao cinza e Percy a soltou.

– O que aconteceu?! – Perguntou ela

– Você quase me atacou... –

– Eu não me lembro de nada... Foi como se eu estivesse desligada! –

– Calma... Percy, leve ela para o Chalé 6... –

Ele a segurou pelo braço e foi puxando ela para o chalé 6.

Eu fiquei comemorando por mais algumas horas com os outros, mas a preocupação não me deixou. No antigo Egito, o vermelho era associado ao Caos, e os olhos dela estavam completamente vermelhos. Algo estava errado, ainda mais quando combinava isso com a visão de Rachel. Algo grande estava para acontecer.