Good Times escrita por Belle Grace Delacour


Capítulo 19
Recomeço




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Capítulo 19

– Posso falar com você? - John Scallifor estava parado na minha frente com a capa do uniforme em um ombro e a mochila por cima. Atraente. Eu costumava dizer muito essa palavra quando nós namorávamos.

– Não, não pode. - Malfoy se pôs do meu lado e olhava pro John como se fumaça fosse sair do seu nariz a qualquer momento.

– Ei. Você não é meu pai pra decidir com quem eu posso ou não falar. E eu sei me defender muito bem sozinha. - Soltei meu braço da mão do John e bufei um segundo antes do Alvo ficar na minha frente e me empurrar de leve pra trás.

– Mas eu sou seu primo. E tenho esse direito. - Ele argumentou olhando com a mesma intensidade do Malfoy pro John. - Esse cara tá te incomodando, Rose?

– Não, Al, tudo bem, vou falar com ele. - Falei olhando nos olhos dele e os afastando.

– Certeza?

– Tenho. Pode ir.

– Certo. Mas, se acontecer alguma coisa, é só gritar que eu venho correndo, tá?

– Tá, Sirius, pode ir. Vai. - Falei rindo e tranquilizando meu primo. Olhei para o lado e John e Malfoy ainda travavam uma luta de olhares bem estranha. - Ei. - Estalei os dedos na frente deles e olharam pra mim. - Podem parar agora? Obrigado. Você pode ir, Scorpius. - Ele me olhou provavelmente intrigado por eu tê-lo chamado pelo nome, mas assentiu e saiu com Alvo pela porta da sala.

– Estamos por aí! Se liga, búlgaro! - Ouvi Alvo gritar do lado de fora e revirei os olhos.

– O que você queria falar? - perguntei ao garoto na minha frente.

– Na verdade, eu queria conversar. Será que a gente podia dar uma volta nos jardins? - Ele me olhou com um sorriso de canto e eu assenti. Fomos andando em silêncio logo depois de ele se oferecer pra carregar minhas coisas. Eu, como linda que sou, aceitei, claro. Chegamos na parte de fora do castelo, nos sentamos na sombra de uma árvore perto do Lago e eu me virei pra ele.

– Será que agora dá pra dizer o que quer comigo? - Perguntei e ele riu por um instante.

– Você sempre foi muito ansiosa, Ro. Calma, não vou te obrigar nada. Se quiser ir embora daqui a pouco, pode ir. Mas antes, me escute. - Assenti pra ele continuar - Olha, eu sei que o que aconteceu na nossa história não foi legal. Sei também que o fim não foi como você esperava que fosse, mas, aconteceu muita coisa boa entre a gente e eu tenho pensado muito nisso ultimamente. Como quando a gente se conheceu na pracinha pequena daquela cidade, você com seu livro, eu te ofereci algodão doce e você me mandou embora com ele pra um lugar do mal, lembra? - Eu sorri e lembrei instantaneamente, a felicidade me invadiu e eu a deixei entrar por um tempinho.

– Em minha defesa, você estava enchendo o saco! - Começamos a rir feito dois idiotas com suas memórias e a lembrar fatos vergonhosos.

– Meu Merlin! E você lembra quando aquela garotinha veio me perguntar as horas e você mandou ela embora com ciúmes? Aquilo foi muito hilário... - Àquela altura eu já estava chorando de rir deitada no colo do John enquanto ele me fazia carinho nos cabelos.

– Mas ela estava dando em cima de você!

– Ela era três anos mais nova que nós! Como você acha que eu trocaria você por ela? Ou por qualquer outra? - Ele ria olhando o céu e eu fitava os olhos dele sorrindo por aquelas palavras. Me levantei e o encarei com uma expressão séria.

– Falou o cara mais galinha de Hogwarts depois que o meu primo se aposentou. - Argumentei com uma sobrancelha erguida.

– Sempre adorei quando você faz essa cara. - Desfiz minha pose e John colocou minhas mechas ruivas para trás da orelha. - E quanto à isso. Eu deixaria todas as garotas do mundo por uma só. E eu acho que você sabe de quem eu estou falando.

– John...

– É sério, Rose. Eu sei que não parece, mas eu ainda sou o mesmo cara que te ofereceu algodão doce na praça aquele dia. Eu faria tudo novamente, tudo pra te deixar feliz, se você me desse outra chance de te fazer isso. Eu ainda te amo, Ro. Nunca deixei de te amar. - Nesse momento ele me puxou e beijou meus lábios como eu sempre amei, o beijo que eu tanto senti falta. Nos separamos e ele me encarou com aqueles lindos olhos castanho-escuros que qualquer pessoa poderia dizer que eram pretos, mas eu sabia sua verdadeira cor, eu os observei por muito tempo.

– Sim. - respondi.

– Sim? - Ele sorriu, se levantou, me puxou e me rodopiou, me dando mil beijos enquanto eu ria e ria.

– Sim, Jonathan Alexander Scallifor! Sim, sim! Tá bom pra você? - Eu gritei quando ele parou e me pôs no chão.

– Eu te amo, Rose Jane. - ele declarou e eu abaixei a cabeça, pensando mais um pouco. Resolvi não contar o principal fato por que eu o odiara por tanto tempo, não agora, não naquela dia em que eu estava tão feliz.

– Como é que vai ser daqui pra frente?

– Como assim? Vai ser ótimo, vamos ser felizes, como nós fomos.

– É disso que eu tenho medo. Da última vez acabou muito mal. Eu não quero que seja igual, John. - Ele me pôs no chão, e segurou meu rosto com as mãos.

– Ei. Calma. Não vai ser igual. Vai ser melhor, bem melhor. Eu prometo, Ro. - Assenti.

– Então... pronto pra diversão? - sorri e ele revirou os olhos.

– Com diversão vocè quis dizer contar pra todo mundo? Então não.

– Ah, qual é, medroso. Vai ser legal! Vamos? - fiz meu melhor biquinho, ele riu, me beijou outra vez e concordou.

...

– O QUÊ?! - Todos falaram ao mesmo tempo, mas Lily se aproximou mais rápido. Ah, Lily, a única que sabia da história toda, eu a contei porque precisava de alguém pra desabafar. Hugo e meus pais sabiam em parte, mas ela sabia de tudo. Estávamos todos reunidos no Salão da Sonserina. Quando eu digo todos, quero dizer todos mesmo.

– Rose, você só pode estar brincando com a minha cara. Por favor, me diga que está brincando.

– Não, Lils. Nós estamos namorando. Não é o máximo?! - E, sim, eu só queria colocar mais lenha na fogueira.

– Não, não é. - Alvo disse levantando e vindo até mim. - Escuta, eu não sei o que houve entre vocês, mas eu sei que você não namoraria com esse cara na boa. Ou seja... O QUE VOCÊ DEU À ROSE, SEU MARGINAL?! - Ele pulou pra cima do John e eu o segurei com a minha super - só que nunca - força.

– Calma, Alvo. Ele não me deu nada. Tá tudo bem. - O tranquilizei com o olhar e ele voltou contra a vontade para o lado da Lucy.

– E quanto ao meu dinheiro, Frederick II? - James perguntou sorrindo ao loiro-ruivo (Já disse que não sei a situação dele) do outro lado da sala que foi resmungando até ele.

– Aí você me quebra, Rose. - Fred II olhou pra mim com os braços abertos como se pedisse piedade.

– Eu posso saber o que tá rolando aqui? - perguntei confusa pra eles enquanto Fred entregava dez galeões na mão do Jay.

– Fred apostou dez galeões que você ia namorar o Scorpius até o fim do ano. - Domi disse revirando os olhos e rindo ao lado do James.

– Eu discordei. Disse que vocês iam namorar com outras pessoas antes de casar. E Louis falou depois que esse namoro com outras pessoas não ia durar nada. - James falou dando de ombros. Eu olhava perplexa de um para o outro. Não sabia com quem gritar primeiro. No final saiu um som estranho parecendo um "Argh".

– Quem é Scorpius? - John perguntou rindo um pouco da situação.

– Eu sou Scorpius, por quê? - Malfoy chegou no Salão jogando sua mochila em cima de um sofá e olhando ferozmente para o meu namorado.

– Ah, o esquentadinho. Está explicado. - John exclamou.

– Eu posso saber o que está explicado? E que reunião dos Weasley na Sonserina é essa?

– Estamos aqui porque Rose nos chamou. Ela está namorando! Com esse gostosão aí! - Roxanne falou e bateu palmas.

– Ei! - Louis reclamou e ela o beijou.

– Pra mim só existe você, amor.

– O quê?! - Malfoy sussurrou alto com uma expressão pasma no rosto. - Você estava fugindo desse cara, chorou por causa dele, e agora estão namorando?!

– Olha, ouça bem, o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida não é da sua conta! - respondi indignada por ele querer se meter. Não o convidei pra reunião por isso, ele se mete em tudo. E além disso, ele saberia mais cedo ou mais tarde.

– Que seja! Agora, se vocês brigarem não venha com choros idiotas pra cima de mim. - Ele exclamou e subiu a escada com a mochila nas costas e pisando duro. Ouvi Louis sussurrar no outro canto da sala:

– É melhor guardar meus galeões, Jay. Algo me diz que ainda vou ganhar essa aposta.


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