P.O.V Roxanne Weasley

Ah meu Merlin! Meu nariz está sangrando! Não acredito nisso! O que será que tinha naquela maquiagem?! A Lily está na mesma situação, e Rose saiu, não sei pra onde. Ah, ela está voltando.

– Rose! - gritei quando ela se jogou no banco de novo. - Você tem que nos ajudar! Eu vou passear com o Louis hoje e não posso ir com ISSO! - apontei pro nariz.

– Por que eu?

– Porque você é a mais inteligente de nós, óbvio! - Lily falou impaciente e Rose revirou os olhos.

– Parem de drama, tá? - ela se levantou - Isso é SangraNariz. - vendo nossas caras de confusas ela bufou - Ah, fala sério! Vou ter que explicar até isso pra vocês? Devia ter ficado na cama. Isso - apontou pra nossa cara - é um produto das Gemialidades Weasley. Faz seu nariz sangrar, mas não de verdade. James e Domi colocaram na maquiagem de vocês enquanto as duas me enchiam de perguntas sobre namorados, lembram? Agora, se me dão licença, eu tenho coisa melhor pra fazer do que ficar olhando vocês reclamando ai. - E saiu.

– Ei! Você não disse como... tirar. - Falei e Lily já estava guardando tudo na bolsa.

– Vamos. - ela me puxou pela mão. - Temos que ir. Se a minha cunhada não nos ajudou, a sua vai.

Saímos andando a passos largos pelos corredores procurando a outra ruivinha enquanto tentávamos parar o sangue com um lenço de papel. Entramos no nosso salão comunal e subimos as escadas depressa, parando em frente ao dormitório. Lily tentou abrir, mas estava trancada.

– Você ta com sua varinha ai? - ela me perguntou. Procurei a varinha na minha roupa mas lembrei que tinha deixado na cama hoje de manhã.

– Não, ta lá dentro. - ela bufou.

– Fala sério! Quem não anda com a varinha?!

– Pelo visto, você, que está me pedindo a minha. - falei apontando pra Lily e ela me lançou um olhar mortal, achei que ela ia me dar um tapa naquela hora mas simplesmente se virou e começou a bater (Lê-se: Quase destruir a escola com socos) na porta do quarto.

– MOLLY! - ela gritou. - ABRA ESSA PORTA AGORA OU EU DERRUBO ELA! - esperamos uns cinco segundos e nada - UM! - ela começou a contar - DOIS... - aporta foi aberta e uma Molly de toalha com uma cara de pasma saiu dela.

– O que você acha que está fazendo?! Isso não é a casa dos três porquinhos! - O que? Três o que? Eu hein...

– O que?! - Lily expressou meus pensamentos e Molly revirou os olhos. - Não interessa. Acontece que o meu irmão idiota, que vai levar uma bela surra, e aquela loira aguada da Dominique fizeram a gente parecer um troll com neoplasia nasal! - Fiquei um instante me perguntando o que seria neoplasia nasal mas depois me lembrei de um dia em que Draco Malfoy foi na'Toca e disse pro meu pai que tinha um paciente com isso no St. Mungus e era bastante raro. Molly começou a rir me tirando dos meus pensamentos. Lily lhe lançou um olhar fuzilante e Molly revirou os olhos, entrou, pegou a varinha e voltou apontando-a pra nós, murmurou algo e eu tirei o lenço do rosto, entrando e olhando no espelho.

– AAAAH! - gritei dando pulinhos - Saiu! Saiu! Saiu! - voltei pro lado da Lily que estava com um pequeno espelho na mão sorrindo. - Obrigada cunhadinha linda! - abracei a Molly sorrindo.

– Eba... Ótimo. Agora vocês já podem me deixar terminar o banho, né? Obrigada. Não voltem sempre.

– Espera, você sabe onde a... - comecei a dizer mas ela bateu a porta na nossa cara. - Dominique está.

– Tudo bem. Agora que eu estou linda de novo, vou procurar o meu namorado. Até mais, Rox. - Lily disse descendo as escadas pro Salão Comunal e eu entrei no dormitório, que por sorte tinha sido destrancado quando a Molly abriu a porta para nós, ou eu teria que dar um show como o da Lily pra ela me ouvir e sair do banheiro. Fui até minha cama e peguei a varinha colocando-a no bolso, não quero mais problemas por hoje. Escolhi uma roupa no armário bem simples, camisa de manga longa amarela e uma saia branca. Peguei minha toalha e fui até o banheiro que estava ocupado pela Molly, tentei me lembrar do show e reproduzi ele.

– MOLLY!

– O QUE FOI DESSA VEZ?!

– EU PRECISO TOMAR BANHO! VOU SAIR COM LOUIS HOJE E...

– EU PERGUNTEI SOBRE A SUA VIDA?! NÃO! ENTÃO RALA FORA!

Sorri de lado e peguei minha varinha, apontando-a pra porta do banheiro.

– Immobulus! - ouvi um grito lá de dentro e sorri mais ainda.

– Você ta maluca?! Se me paralisar eu nunca vou conseguir sair do banheiro!

– Ai é que você se engana. Eu posso te deixar ai até amanhã e ir no banheiro feminino ou você pode aceitar de boa vontade e sair do banheiro pra eu me arrumar.

– Ta, ta. Eu hein. Maluquice. - Molly desistiu, desfiz o feitiço e ela demorou um pouco lá dentro dizendo que ia tirar o sabonete, se enxugar e se vestir. Depois saiu e eu entrei no banheiro, tomei um bom e longo banho e me vesti.

Saí e procurei o Mapa do Maroto que a Molly roubou do Fred, que roubou do James, que roubou do Alvo, que roubou do tio Harry. Achei nas coisas dela e procurei pelo Louis, e adivinhem só, ele estava no Salão Principal, e Hugo do lado dele, só podia estar comendo, é só o que ele sabe fazer. Desci, passei pelo Salão Comunal, desci e subi um monte de escadas e finalmente cheguei ao Salão Principal. Louis estava sentado na mesa da Grifinória com Hugo, Lily, Fred e Molly. Hugo comendo, claro. Me sentei do lado do Louie e de frente para Hugo, fiquei observando ele comer com uma careta. Pra onde será que vai tanta comida?

– E ai, gente? Tudo na paz?

– Normal - Hugo respondeu enfiando outra colher na boca.

– E ai... - Fred disse simplesmente e Louis só acenou com a cabeça. - Vocês vão em Hogsmeade? Tava querendo te levar no Três Vassouras, Mollyta.

– Na verdade, eu acho que vou dar uma volta por aqui mesmo com a Annie, vocês vão ter que sobreviver sem mim. - Louis disse olhando pra comida e sorrindo levemente.

– Vem cá, o que é que vocês tem hein? - Fred perguntou - Vocês estão saindo há décadas mas...

– Nenhum de nós aqui tem décadas - Louis disse fazendo aspas com as mãos e eu ri um pouco.

– Mas não dizem que tem nada! - Fred continuou ignorando-o.

Parei um pouco pra pensar naquilo, é verdade que eu não sei mesmo o que ta acontecendo entre mim e o Louie mas nunca perguntei isso a ele. Louis pareceu pensar um pouco também e depois ficou me encarando. Eu adoro esse jeito dele, meio tímido, nunca sabe quando alguma garota lança um olhar impróprio pra ele. Tão ingênuo, e ao mesmo tempo tão idiota, me faz odiar ele por falar coisas nada angelicais e gostar dele ao mesmo tempo. Isso é possível? Faz algum sentido? Não sei, mas dizem que as coisas mais racionais são as que não tem lógica alguma.

– Vamos? Tenho um final de tarde ótimo pra você - ele sussurrou no meu ouvido e me fez arrepiar. Sorri e nos despedimos do resto do pessoal. Ele me puxou pra levantar e me abraçou pelo ombro, segurei a mão que estava sobre mim com a mão direita e abracei sua cintura com a outra. Saímos pela porta principal e ficamos andando um pouco pelas estradas cheias de flores caídas e árvores lindas e coloridas pela primavera - Que tal um piquenique? - Louis me levou por um caminho meio estreito e fomos parar em um pequeno muro com uma porta de madeira e ele tirou uma chave prateada do bolso para abri-la. Fiquei boquiaberta quando entrei, era um lugar magnífico! Tinha Ipês rosas, amarelos, e uma grama verdinha com flores nascendo do chão. Louis me levou a um lugar onde tinha uma árvore enorme e cheia de arbustos, nos sentamos perto da raiz em uma sombra onde tinha um pano xadrez grande e uma cesta de piquenique em cima.

– Fala sério. Louis, você não existe! - Falei dando um tapa em seu braço e rindo.

– Heey! Até quando eu faço uma coisa legal você me bate?

– Idiota! Eu te odeio, sabia?

– Aham, você me odeia. Sempre soube disso, duvidar pra que? (Detergente é Ypê. Não, brincadeira.) - ele disse sorrindo, segurou meus braços que o batiam e me beijou, eu e ele sorrindo entre o beijo. - Que tal uma boquinha? - ele disse apontando pra comida - To morrendo de fome. - se sentou em cima do pano e me puxou, me fazendo cair com a minha bunda em cima de um galho grande e dar um pequeno gritinho. - Nem reclama. Você tem estofamento natural no traseiro, foi amortecida! - Ele disse e começou a gargalhar sozinho, me fazendo revirar os olhos. - Ai ai... Vai comer ou não? - pegou um pedação de melão, passou no leite condensado e deu na minha boca. Era minha sobremesa predileta. - Você tem cada uma. Onde já se viu comer melão com leite condensado? - falando isso ele pegou uma fatia pra ele e comeu. Revirei os olhos e peguei um morango.

– Você é patético, Louis! - falei batendo no braço dele. - Me trouxe aqui, nesse lugar maravilhoso, com um piquenique lindo, deu minha sobremesa favorita na minha boca, pra ver se ganhava uns pontos comigo. Idiota... - falei rindo e revirei os olhos, isso se tornou constante quando estou com Louis.

– Heey! Eu não fiz isso com segundas intenções. E além do mais, eu já tenho muitos pontos com você. Todo esse tempo sendo romântico e lindo contigo valeram muito, ta?

– Você ta bêbado? É óbvio que você está mais pra imbecil do que romântico. Vai ter que fazer muito mais pra me conquistar, Louie. - dei um sorriso de lado e me aproximei dele.

– Ah é? Vou fazer uma coisa que vai fazer você ficar caidinha por mim. - ele se aproximou mais ficando a centímetros do meu rosto.

– Tipo o que?

– Tipo isso. - ele se aproximou mais e me beijou, colocando a mão na minha cintura e eu entrelacei as minhas mãos em sua nuca o trazendo para mais perto. Seu gosto de hortelã me enebriando cada vez mais. - Vamos comer? - ele perguntou quando nos separamos e começamos a comer de novo feito dois malucos, só enfiando muita comida na boca de uma vez e rindo. - Sabe que esse lugar é ótimo pra um banho?

– Mas não tem nenhum... - ele apontou pra um lago ali perto coberto de árvores que eu não tinha visto ao chegar. - FALA.SÉRIO! Louis, você não existe! - repeti.

– Você não sobreviveria sem mim. - ele disse com um sorriso de deboche.

– Seu monstro! - bati nele. - Você é um idiota, eu te odeio, Louis. - falei sem muita convicção enquanto nos levantávamos e andamos até o lago.

– Você não me pega! - ele gritou saindo correndo, me deixando plantada tirando meus sapatos e os deixando no chão.

– VOLTA AQUI! - gritei apontando pro chão na minha frente.

– Volto depois que me alcançar! - ele pulou em um pneu pendurado numa árvore que eu também não tinha visto, tirou a camisa, jogou de lado e caiu na água.

– Eu te mato. - murmurei andando a passos firmes até a beira do lago.

– Hey! O que você ta fazendo? Pelo pneu mocinha. - ele disse gargalhando na água.

– Ah ta, okay. O que você acha que vai me fazer pular naquilo? - apontei pro pneu ainda balançando.