Rebelde em Hogwarts escrita por Katty Weasley Mellark


Capítulo 38
O Trabalho


Notas iniciais do capítulo

To meio sem ideias, por isso a demora kkkk



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P.O.V. Roberta Pardo.

Quando eu digo que sou uma sortuda, não estou brincando. Eu realmente tenho uma sorte enorme. Tão grande, mas tão grande, que quando pedi ao Madariaga para fazer dupla com a Josy, ele simplesmente não deixou.

"O trabalho é para desfazer a rincha entre sonserinos e grifinórios, portanto, dois grifinórios fazendo dupla não terá o menor sentido"

Ah. Eu às vezes odeio esse cara.

E, olhe, não foi só isso - quem me dera se fosse. Ele disse que eu teria de fazer dupla adivinha com quem? Se você disse "Poddle Rosa", ou "Barbie colecionável", você está certo.

A Mia quase voou no meu pescoço quando descobriu que eu ers sua nova dupla.

– Argh, sua caminhoneira, ridícula! - Berrou ela, indo para cima de mim, mas sendo impedida por Vick. - Primeiro você quase mata minha dupla, agora vai substituí-la? Eu te mato, garota!

Cruzei os braços, bufando. Mia conseguia ser uma imitação perfeita de um papagaio louco, o que era extremamente irritante.

– Mia, querida - Falei. - Você acha mesmo que eu quero ser sua dupla? Correndo o risco de pegar sua doença? Ah, por favor...

– ARGH! - Ela se debateu nos braços de Vick - Sua... Sua... Idiota! Eu te odeio! Eu te odeio!

Ela começou a choramingar.

– Vick, me solta.

Vick hesitou.

– ME SOLTA!

Vick a soltou, e recuou arrumando as vestes. Mia agora inspirava profundamente, se acalmando. Ela ajeitou a franja, e então me olhou.

– Muito bem - Disse, soltando o ar dos pulmões. - Eu tenho dois pergaminhos sobre Magia Negra. - Ela pegou seus pergaminhos e entregou-os à mim. - Eu estudei bastante, então você deve saber que ninguém brilha mais do que eu, entendeu?

Desenrolei um dos pergaminhos, ignorando-a completamente. Estávamos no corredor perto da sala, portanto ninguém escutou-a berrar feito uma cabra.

Seu trabalho era todo escrito com tinta rosa, com gliter nas margens. Arqueei as sobrancelhas, levantando um olhar surpreso para ela.

– Mia - Falei.

– Hm? - Ela sorriu. - Bem, eu reescrevi com uma das minhas tintas especiais, porque o Miguel...

– Mia. - Repeti, tornando a enrolar o pergaminho. - O trabalho é sobre Magia Negra, não Magia Rosa.

Ela revirou os olhos, enquanto Vick reprimia o riso.

– Ah, Roberta! - Ela pegou o pergaminho da minha mão. - Negro é uma cor tão chata! Rosa é bem mais bonito, ok?

Olhei bem para o seu rosto me perguntando se ela sempre fora estúpida, ou se perdera seu cérebro em algum acidente.

– Às vezes eu penso - Comentei. - Que o seu cérebro era um biscoito e você comeu ele.

– Sua boba - Ela jogou o cabelo para trás. - Eu não como biscoitos.

Fazer o trabalho com ela foi uma experiência perturbadora, afinal, ela não estava brincando quando disse que queria "brilhar". Sempre que eu tentava falar alguma coisa, ela me cortava. Quando eu tentava ler, ela arrancava o pergaminho da minha mão. Se eu desse um passo à frente, ela dava dois. Até que houve um momento em que eu não aguentei e puxei o pergaminho da sua mão.

– Mia, cala a boca! - Esbravejei. - Você não é nenhum vaga-lume e, ainda que fosse, vaga-lumes só brilham no escuro.

Mia enrubesceu violentamente.

– Argh, Roberta! Te odeio!

E então ela saiu da sala batendo o pé. Foi só ela cruzar a porta de entrada, que a turma irrompeu em gargalhadas. Dei de ombros.

– Bem, acho que já deu por hoje - Entreguei o pergaminho ao professor Madariaga. - Olha, não repara nas coisinhas rosas e brilhosas. Ela é a Mia Colucci, afinal.

Madariaga estava sério.

– Roberta - Disse. - Não foi legal isso que você fez.

– O quê?! - Exclamei. - Ela me irritou!

Mas Madariaga permaneceu com o mesmo olhar acusatório.

– Vá falar com ela.

– Mas...

– Roberta...

– Okay, okay - Ergui as mãos em rendição. - Eu vou. Mas se eu voltar aqui com uma estrelinha colada na testa, a culpa vai ser sua.

E então saí. Era inevitável concordar com Madariaga, pois eu sabia que tinha sido um pouco rígida com a Colucci. Ela era meio burrinha, e com certeza um tanto infantil demais, e isso às vezes me tirava do sério. Mas... Mesmo assim...

Encontrei-a na curva do próximo corredor. Ela não estava chorando, nem borbulhando de raiva como imaginei. Na verdade, ela parecia bem tranquila ao retocar seu batom rosa.

– Mia...

– Não fala - Ela me interrompeu, tampando o batom e guardando-o no bolso das vestes. - Eu sei que você tem razão. Me desculpa.

Lancei-lhe um olhar desconfiado.

– Você, por acaso, é um monstro que devorou a Mia e tomou o seu lugar?

Mia riu, aumentando ainda mais minhas suspeitas.

– Sim, eu sou o monstro mais lindo do mundo - Falou, com um leve sorriso.

É claro. Aquela era Mia, afinal. E esta foi a primeira vez em que a vi à deriva. Eu vi algo em seus olhos claros que sugeriam que ela não era apenas uma criança mimada e superficial. Havia uma pessoa em seu interior que lutava para sair, sem saber como fazê-lo.

– Mia, me desculpe - Baixei a cabeça. - Eu sempre pensei em você como uma Barbie sem sentimentos. Desculpe.

Ela suspirou, colocando a mão em meu ombro.

– Escuta aqui, você não precisa se desculpar pelas suas conclusões a respeito de mim. Você só pensava assim, porque eu transmitia essa imagem.

– Mas...

Ela me abraçou. Eu fiquei tão perplexa, que não consegui reagir.

– Obrigada, Roberta. - Disse, ao se separar. - O que você disse hoje, sobre vaga-lumes, abriu meus olhos. Agora, tchauzinho.

E ela saiu correndo, me deixando ali, parada, sem nem mesmo ter o que pensar.


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Notas finais do capítulo

Portiñón *--*