Rebelde em Hogwarts escrita por Katty Weasley Mellark


Capítulo 39
Sangue Ruim


Notas iniciais do capítulo

Oi, Muffins :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473680/chapter/39

P.O.V. Diego Bustamante.

Eu estava enlouquecendo por passar tanto tempo com a figura maluca do Miguel, e deitado em uma cama. Só conseguia pensar repetidamente que eu queria sair dali, que queria voltar às aulas o mais rápido possível e rever minha linda vassoura. Felizmente, esse dia finalmente chegou.

Fui liberado numa tarde de quinta-feira chuvosa, mas que para mim era perfeita. Saí dali como se tivesse ganhado a Taça das Casas, ou um Torneio Tribuxo. Eu me sentia ótimo!

Na primeira curva, avistei Lupita. Ela folheava um livro, enquanto cantarolava lguma coisa - aparentemente, o hino de sua Casa, a Lufa-Lufa. Quando me viu, sua expressão se iluminou.

– Diego! - Ela sorriu. - Como se sente?

– Novinho em folha - Respondi, enchendo os pulmões e estufando o peito. - Como se tivesse renascido. E você? O que está lendo?

Ela baixou os olhos para o livro.

– É sobre Transfiguração - Ela me mostrou o livro, que eu não fiz questão alguma de ver e desviei o olhar para o rosto de Lupita. - Tenho me saído mal nessa matéria, principalmente naquele feitiço que transforma animais em cálices de...

– Isso é tão chato - Interrompi, cruzando os braços.

– Não é chato nada, Diego - Ela revirou os olhos. - Eu tenho que me esforçar para orgulhar minha tia e minha irmãzinha...

Sorri. Lupita era tão fofa, que parecia personagem de desenho animado. Passei a mão em seu cabelo preto, bagunçando-o, e ela protestou.

– Às vezes eu penso que você deveria ser Corvinal - Brinquei. - Beleza e inteligência, hm?

– Ah, Diego, você é tão bobo! - Reclamou ela, penteando os cabelos com os dedos.

– Ah, aí está você!

A voz viera de trás de mim e, quando me virei para ver quem era, deparei-me com um estrupício de cabelo vermelho. Sim, era Roberta.

Seu cabelo estava dividido em duas tranças, com uma franja caída na testa. Os olhos castanhos, como sempre, estavam envoltos em maquiagem preta. Como Roberta era louca, não pude deixar de notar que ela estava usando uma meia de cada cor - branca no pé esquerdo, preta no direito.

Ela passou direto por mim, agarrou o pulso de Lupita e saiu carregando-a.

– Ai, Lupe, te procurei por todo o castelo! - Resmungava Roberta. - Preciso que você me ajude com...

Ela pareceu me perceber, finalmente. Primeiro, ficou surpresa. Em seguida, seu olhar foi de ódio.

– Saia do meu caminho, bonequinho de plástico! - Gritou. - Podia ter ficado mais tempo na enfermaria! Eu tive que fazer aquele trabalho com a Barbie descerebrada, sabia?

Lupita me lançou um olhar que queria dizer "desculpe por isso". Eu detestava o modo como Roberta me tratava, mas como estava me acostumando, palavras como esta soavam mais como "boa-tarde, querido."

– Também te amo, Roberta - Falei, e ela ficou rubra de raiva. - Mas eu estava falando com a Lupita, se não se importa. Arrancar pessoas de uma conversa desse jeito é um tanto rude, não acha?

Ela borbulhava de raiva. Se olhar matasse, eu já teria morrido e ressucitado para morrer de novo.

– Rude é o meu sobrenome, amorzinho - Disparou ela. - Agora vamos, Lupe.

Lupita me lançou outro olhar cheio de culpa antes de ir. Enquanto eu via Roberta se afastar, acabei soltando algumas risadas.

Posteriormente, quando me virei para ir embora, acabei me deparando com Giovanni. Ele pintara o cabelo de novo, dessa vez de Rosa - às vezes, penso que ele queria ser um metamorfamago, daqueles que podem mudar a cor do cabelo sem tintura.

– Que tal irmos lá fora? - Sugeriu ele.

– Você está louco? Está chovendo!

Giovanni me lançou outro olhar maldoso.

– Eu vi umas gatinhas passarem para lá - Disse ele. - Pelo que eu entendi, elas foram ver o Hagrid.

– Hagrid está assim? - Soltei outra risada alta.

– A gente pode tentar espiá-las. Estão molhadas, então...

– Ok, fechado.

Giovanni e eu saímos para os jardins de Hogwarts e, menos de dois minutos depois, estávamos encharcados. Corremos até a cabana de Hagrid.

– Olha, Giovanni, é melhor que isso valha a pena.

Ele riu, mas não falou nada. Avançamos sorrateiramente para trás da cabana e olhamos pela pequena janela que... Que estava coberta por uma cortina. Eu senti vontade de dar um belo soco em Giovanni, mas acabei desabando ali, com as costas apoiadas na parede da cabana. A chuva estava ficando mais intensa, e felizmente, ali havia uma pequena cobertura.

– Vou ser sincero - Sussurrei. - Na verdade, eu não vim pelas garotas.

Giovanni deu uma guinada para trás, me olhando com seus olhões enormes.

– Ei, cara, não é que você não seja bonitinho, mas eu gosto de garotas, certo?

Revirei os olhos, quase batendo na própria testa.

– Para de ser palhaço, cara - Retruquei. - Estou dizendo que vim até aqui porque queria ficar um lugar calmo. Eu ultimamente ando pensando muito, então queria compartilhar isso com alguém.

Giovanni ficou quieto por algum tempo, e apenas o som da chuva era audível. O cheiro de terra molhada era tão bom... Eu poderia passar a tarde inteira ali.

– É sobre a Roberta, não é?

Fechei os olhos. Quando ele disse isso, meu coração errou uma batida.

– Eu acho que... Gosto dela, sabe? - Diminuí o tom de voz. - E eu gostar de alguém é tão, tão raro, que eu fico surpreso. Desde que eu conheci a Roberta, ela me trata como se eu fosse lixo, e eu pensei que a odiava, mas...

– Mas você gosta dela - Completou Giovanni. - Só tem uma coisa que eu não entendo: se você gosta dela, porque não fala para ela ou tenta se aproximar.

Abri os olhos e eles estavam marejados. Quando voltei-os para Giovanni, ele me olhava com tanta naturalidade, que parecia que tudo o que ele havia dito era simples. Eu me declarar. Dizer à ela sobre meus sentimentos... Não. Isso não era nada simples.

– Eu não posso.

Giovanni abriu a boca para protestar, mas eu o interrompi.

– Na minha família, todos são sangue-puros e, em sua grande maioria, sonserinos. Eles nunca aceitariam Roberta, e acho que nem eu mesmo, já que ela não passa de uma sangue ruim.

Giovanni ficou boquiaberto com a expressão - o que não fazia sentido, já que ele também era sangue-puro.

A chuva ia estiando, e eu estava ali, sentado ao lado de Giovanni refletindo sobre minha falta de sorte, quando escutei a porta da cabana de Hagrid se abrir. Apareceram, então, três garoras - uma com cabelos castanhos ondulados, a outra com o uniforme da Lufa-Lufa e, a do meio, com trancinhas vermelhas.

Roberta estava com olhos inundados.

– Escuta aqui, bonequinho de plástico - Ela gritou, com a voz tremulando. - Sangue ruim é a vadia da sua mãe!

E saiu correndo, me deixando sem nenhuma reação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Diego só fala merda :(