The number 20. escrita por Lana


Capítulo 7
Capítulo sete.


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo! Espero que ainda estejam por aqui hahah



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— Agora vocês três se abracem e façam as pazes. – a senhora de cabelos brancos falou, a voz rígida. Os três irmãos a encararam com expressões variadas sem se mover.

— Nós não temos seis anos. – reclamou Rosalie.

— Então parem de agir como tal! – retrucou a avó. – Agora os três se abracem e se desculpem!

A avó continuou a encará-los, até que por fim se deram por vencidos e se levantaram, sabendo que não sairiam dali rapidamente se não fizessem como ela desejava.

— Desculpe ter sujado seu vestido. – Edward resmungou. Alice não estava em condições para aquilo. Não respondeu, apenas ficou parada e abraçou forçadamente o irmão mais velho. – E ter contado para mamãe. – Alice respirou fundo antes que pulasse no pescoço do irmão.

— Muito bem! – a senhora aprovou. – Agora, Alice vamos dar um jeito no seu vestido. Mostre-me o que aconteceu.

Alice e a avó foram averiguar a situação enquanto Edward e Rosalie saíram de fininho do quarto.

— Eu não acredito em você! – Rosalie acusou, dando um murro em dos braços de Edward quando eles já estavam fora do alcance de Alice. – Você é um traidor!

— Eu fiquei em pânico! – ele se defendeu. – Foi sem querer.

— Você não pode acusar tudo de acidente toda vez. – ela revirou os olhos e respirou fundo. – Alice está furiosa. E o pior que nem adianta falar com ela agora, do jeito que ela está as coisas só tendem a piorar.

— Dê um tempo a ela. Vamos fazer uma aparição lá embaixo, falar com a família e depois voltamos para ver o que podemos fazer. – Rosalie assentiu enquanto eles desciam.

A família toda estava lá. Eles se misturaram, conversaram com pessoas que não viam há anos, algumas que sequer se lembravam de conhecer. Rosalie aproveitou para mandar o endereço a Emmett e o horário que ele deveria encontrá-la.

— Escapando já? – Edward perguntou quando a encontrou na cozinha sozinha. Ela sorriu.

— Um pouco. Estava mandando o endereço de hoje para o Emmett. Ele vai me acompanhar hoje e amanhã ao casamento.

— Hm... Quer dizer que finalmente vocês dormiram juntos? – Rosalie franziu as sobrancelhas.

— Não! Eu já falei pra você. Não vai acontecer.

— Rose, pelo amor de Deus! Você claramente está afim desse cara e, honestamente, pelo que eu vi ele também parece estar de você.

— Não importa. – ela disse firme. – Ele não está entre os vinte. Além do mais, isso é apenas atração física. – Edward revirou os olhos. – E vamos ser honestos, o Emmett não presta. Quais as chances de isso dar certo?

— Maninha, tudo que não presta certamente deixa a vida mais divertida. – ele assegurou com um sorriso.

— Eu não estou mais na época de só me divertir, Edward. Eu tenho quase trinta anos. Não vou entrar num relacionamento só por diversão.

Algum tempo depois, Rosalie foi procurar Alice. A baixinha definitivamente não estava feliz de ver a irmã.

— Não adianta se afastar, eu vou ir atrás de você. – Rosalie avisou quando a morena começou a caminhar. Com um suspiro ela parou. – Eu realmente sinto muito por ter dormido com o Jasper. Não era minha intenção te magoar. Vocês tinham terminado há um tempo, eu estava muito bêbada e tinha acabado de levar um pé na bunda. Ele também estava muito bêbado, nós não pensamos. Sinto muito, mesmo, Alice! Faço o que você quiser para você me perdoar. – a loira falou numa respiração só. Alice cerrou os olhos.

— O papai acabou de chegar. Você vai ter que ficar comigo enquanto falo com a mamãe e me proteger dos surtos delas porque eu não estou em condições de lidar com outra crise. – ela decretou.

— Pode deixar. – concordou Rosalie. – E seu vestido? – Alice gemeu e fuzilou Edward, que passava atrás delas, com ódio.

— Vovó disse que talvez consiga deixa-lo usável para amanhã, que resolveria. Mas eu vou precisar achar uma opção de emergência para o caso de não dar certo. Vou sair depois do almoço para ir à loja, mas não existe outro daquele. Eu quero matar o Edward.

— Respire fundo. – Rosalie disse, alisando o braço da irmã. – Tudo vai dar certo.

Nem tudo deu.

Quando Esme viu Carlisle chegando, não ficou nada feliz. Pelo contrário. Ficou ainda mais irritada com o fato de ele ter trazido a namorada para o evento. E não tentou esconder seu descontentamento. Tentou encurralar Alice no mínimo dez vezes para confrontá-la sobre a gravidez, mas Rosalie conseguiu tirar a irmã em todas as vezes.

Ao contrário da mãe, Rosalie estava deliciada do pai estar ali. Sua nova namorada era completamente agradável, apesar de um pouco mais jovem que ele. Bem, ela poderia ser sua filha, mas Rosalie não focou naquilo. O pai estava feliz, isso era o que importava. Após o almoço, Alice partiu para a loja de noivas com uma das damas de honra e Rosalie aproveitou para passar um tempo com seu pai.

— Como vai tudo, papai? – Ela perguntou quando eles se sentaram num balanço de madeira antigo que ele havia colocado no jardim para os filhos quando era mais novo. O pai havia se mudado para outro estado apenas um mês antes para morar com a nova namorada. Rosalie achara a decisão extrema, por que ela não vinha morar na cidade do pai? Mas guardou suas opiniões para si, certa de que ele sabia o que estava fazendo; o pai, afinal, era uma das pessoas mais sensatas que conhecia. Carlisle sorriu.

— Tudo vai ótimo. Estou muito feliz, Rose. – ele disse. – Adoro minha cidade nova. Nunca achei que seria um homem de Los Angeles, todo aquele calor, mas estou gostando muito de lá. A Julia ajuda muito, é claro, ela é ótima. Eu sei, eu sei... Ela é bem jovem. – Rose deu uma risada curta e o pai sorriu. – Mas eu não me importo. Ela me faz feliz, eu a faço feliz, não vejo motivos para não ficarmos juntos porque as pessoas acham que é interesse ou errado. – ele deu de ombros.

— Fico muito feliz por você, papai. – ela disse apertando uma das mãos dele. Ele retribuiu.

— E você, como vai? Não nos falamos em um tempo.

— Bom... eu estou trabalhando em um bar por uns tempos. E solteira. E estou na missão da minha vida no momento, mas não posso falar o que é. – ela contou e franziu os lábios. – Está sendo mais complicado do que achei e não estou alcançando lugar nenhum.

— Entendo. – o pai assentiu. – Parece uma missão difícil. – Rosalie riu e o pai sorriu.

— E é mesmo.

— Você pelo menos tem alguém te ajudando nela? – ele quis saber. – Você não precisa enfrentar todas as batalhas difíceis sozinha.

— Eu... tenho. Um amigo, Emmett. Você não o conhece. Ele está me ajudando com uma parte. O resto depende apenas de mim, eu acho.

— Fico feliz por você ter o Emmett então. – o pai assentiu. – Ele é um cara legal? – Rosalie sorriu e balançou a cabeça.

— Ele é ótimo. Bem engraçado, é espanhol e mora em frente ao meu apartamento. Ficamos muito próximos por causa dessa missão. Ele é ator e também trabalha no mesmo bar.

— Ele parece ser uma boa pessoa.

— É sim.

— E você gosta dele?

— Pai! – Rosalie revirou os olhos e o pai riu.

— Você mesma disse que está solteira...

— Emmett e eu não somos desse jeito. Somos amigos... Talvez haja alguma coisa ali, mas nada sério. Não tenho mais idade para ter casos e sair com qualquer um. A Alice está se casando! Eu deveria estar com alguém com quem eu vejo um futuro.

— Querida, essa é a coisa mais ridícula que você já falou. – o pai disse olhando para a filha. – Você não está velha para nada, sempre é hora de tentar algo. Você é jovem, tem toda a vida pela frente, não deveria se preocupar com o fato da sua irmã estar se casando. Não deveria se comparar com ninguém, Rose. Você sempre foi uma pessoa independente, desde criança. Nunca foi como a Alice. Vocês não estão numa corrida, onde precisa alcançar tudo que ela alcança. Você é uma das pessoas mais maravilhosas que eu já conheci e tenho certeza que existe alguém esperando por você por aí, e ele não vai demorar a aparecer. – Rosalie sorriu e revirou os olhos.

— Obrigada, papai.

— Não por isso, querida. – ele disse após levantar, puxando a filha para um abraço. – Agora venha, quero que você passe um tempo com a Julia. Acredito que você realmente vai gostar dela.

Eles voltaram para a casa e encontraram a namorada do pai. Rosalie de fato gostara da mulher, ela era bem humorada, muito humilde e claramente apaixonada por Carlisle, o que deixou a loura feliz. O jantar de ensaio seria as sete da noite, então por volta das quatro Rosalie viu Alice chegar e foi encontrar-se com ela.

A baixinha encontrara um vestido novo, mas estava visivelmente desagradada com aquilo. Ela viu que Alice estava por um fio e tentou ajudar a irmã como podia. Ambas se arrumaram para o jantar de ensaio e partiram para o hotel com a família, chegando lá pouco antes das sete.

O lugar estava lindo, como tudo que Alice se empenhava para fazer. Rosalie via claramente a cara da irmã na decoração. Ela e Edward foram pegar bebidas enquanto a mais nova se preocupava com coisas do casamento e recebia convidados.

— O que você achou da namorada nova do papai? – Rosalie perguntou.

— Ela parece ótima. Eu definitivamente daria em cima dela se fosse solteira. – ele riu e bebeu uma dose de uísque. Rose revirou os olhos.

— Ele parece muito feliz. – a loura sorriu. – Ela me ofereceu uma entrevista de emprego na empresa que trabalha. Ela trabalha com marketing em Los Angeles.

— Pfff, até parece que você vai se mudar para Los Angeles. – Edward revirou os olhos enquanto ela sorriu. – Mas você anda procurando empregos por aqui?

— Honestamente, não. Fiquei muito envolvida com minha caça para focar em outras coisas. Mas estou trabalhando no bar que o Emmett trabalha, então acabo ganhando uma graninha enquanto não acho nada certo.

— Falando nele, onde está o seu namorado? – Rosalie revirou os olhos.

— Onde está a sua?

— Por favor, como se eu fosse trazer alguém pra isso aqui. O casamento da Alice é a ocasião ideal para eu finalmente conseguir dormir com as amigas dela com quem ainda não dormi.

— Você é realmente um príncipe, Edward. Uma garota seria sortuda em te ter. – Rosalie disse revirando os olhos, sem emoção alguma na voz. Edward sorriu.

— Pelo que você me disse, sou igualzinho ao Emmett. Então acredito que existam pessoas que podem gostar, apesar da má imagem.

Rosalie suspirou e se afastou do seu irmão, indo até o toalete checar sua imagem. O vestido ficava bom nela, de fato. Sua maquiagem e cabelo estavam impecáveis. Rosalie sabia que seria uma das mulheres mais bonitas da noite, independente do que sua mãe resolvesse criticar naquele dia. Após uma última olhada, saiu do banheiro e encontrou Emmett parado, olhando em volta. Com um aceno em sua direção, ela começou a se aproximar dele.

Emmett não tirou os olhos dela enquanto ela se aproximava. Rosalie sorriu. Gostava de ver que Emmett também sentia atração por ela. Apesar de não poder agir sobre aquilo, era bom saber que não era a única impactada pelo outro.

— Obrigada por ter vindo. – ela disse o abraçando, dispensando qualquer outra saudação. – Minha família está impossível hoje. – ele sorriu.

— Não por isso. Você está linda. – ela sorriu.

— Você não está nada mal também. – ele balançou a cabeça com um sorriso.

Ele não estava nada mal, muito pelo contrário. O corpo grande dele cabia perfeitamente no terno e dava pra notar, apesar de toda a roupa, que aquele era um homem que cuidava do seu corpo. Rosalie amava homens em ternos, então respirou fundo enquanto decidia que precisava de outra bebida para ficar tão perto dele a noite toda. Ela o levou até o bar, onde se serviram e foram então se sentar nas mesas que já começavam a encher.

Emmett foi gracioso com toda a família de Rosalie e a maioria pareceu adorá-lo; não foi o caso de sua mãe, é claro, que não ficou satisfeita com o fato dele ser ator, ou trabalhar em um bar. Ela trouxera Emmett para mostrar para a mãe que estava em um relacionamento que dava certo, mas repensou depois de algum tempo a ideia. Esme achara diversos motivos bobos para criticar o amigo, e Rosalie não conseguia entender da onde sua mãe tirava as ideias e críticas. Depois de um tempo, decidiu apenas evita-la na festa e ignorá-la.

Apesar da mãe, a noite fora muito divertida. Alice conseguira se acalmar, Jasper fazendo o possível para deixar a noiva no melhor humor possível, e após discutir com a mãe sobre a gravidez, ela contara ao pai, que ficara extremamente feliz por ter um netinho a caminho. Todos fizeram o possível para fazer daquele momento o mais especial possível para Alice e no fim conseguiram.

Rosalie passara a maior parte da noite com Emmett e Edward, que se davam extremamente bem. Edward saíra cedo da festa, acompanhado de uma morena alta de cabelos longos, e despediu-se da irmã com uma piadinha infame sobre o que ela deveria fazer àquela altura também. Rosalie prontamente o ignorou.

No final da noite, ela voltou para casa com Emmett, desesperada para dormir em sua própria cama e não na casa da mãe, como era o planejado inicialmente. Ao fim das escadas, ela virou-se para se despedir de Emmett. Rosalie não sabia se era a bebida, toda a conversa que tivera ou o fato dele estar num terno, mas naquele momento Emmett estava mais atraente que nunca.

Conhecendo a si mesma, forçou-se a fazer uma saída rápida, sabendo o que poderia acontecer se ficasse de muita conversa. Seu plano de ação ainda estava em processo e ela não ia desistir dele logo agora, que já passara por tanto para chegar até ali.

— Boa noite, Emm. – ela disse dando um passo em direção à sua porta. – Muito obrigada pela companhia hoje.

— Obrigado você pelo convite, cariño. – ele sorriu e deu um passo em direção à ela enquanto Rosalie destrancava sua porta.

— Não se esqueça, o casamento é às seis. Eu vou estar te esperando lá, pois vou me arrumar com a Alice e o resto das madrinhas. – ela soltou rápido quando viu a intenção nos olhos de Emmett. – Até amanhã! – falou e fechou a porta, trancando-a e encostando-se nela em seguida.

O grandão ficou parado, sem reação, e sem entender o que tinha acontecido ali. Com as sobrancelhas franzidas, ficou parado alguns segundos em frente a porta dela antes de virar-se e ir em direção a seu apartamento.

Rosalie tomou um banho frio, bebeu bastante água e foi deitar-se. Estava um pouco letárgica por causa de todo o álcool, mas ligou a televisão em um canal qualquer para ajudá-la a dormir. Na manhã seguinte, acordou cedo, indo se preparar para ir para o hotel onde todas fariam um brunch, se arrumariam e fariam as fotos antes de partir para a cerimônia.

O casamento seria em um dos salões de festa mais elegante que Rosalie já vira e parecia a cara da irmã mais nova, embora não fosse totalmente o estilo dela. Ela preferia algo mais casual, menos formal e mais divertido. Enquanto tomava um copo de suco, Rosalie colocou tudo que precisava em uma bolsa e terminou de se vestir, indo para a porta em seguida.

Quando estava trancando sua porta, ouviu a porta da frente se abrir. Rosalie congelou por um segundo, pensando por que Emmett estaria acordado tão cedo e o que falaria com ele agora, depois do comportamento súbito de ontem. Respirou fundo e se virou, mas Emmett não estava lá.

Victória estava. Saindo do apartamento de Emmett com uma saia preta apertada e uma das camisas dele, ela olhou para Rosalie com uma sobrancelha erguida e balançou a cabeça, como se a cumprimentando. A loura permaneceu sem reação por alguns segundos, vendo a ruiva descer as escadas.

Rosalie xingou mentalmente enquanto descia as escadas, irritada com a mulher, com Emmett, com Edward que enchera a cabeça dela de ideias e principalmente consigo mesma.

Chegou ao hotel para encontrar todos mal humorada e se esforçou para melhorar o humor e não estragar o dia de sua irmã. Aquele não era o momento para pensar por que aquela mulher a irritava tanto e por que o fato de Emmett ter dormido com Victoria de novo, especialmente quando antes ele estava com ela, a fazia querer esmurrá-lo com todas as suas forças.

Ela não queria ir ali, porque sabia que seria um poço sem fundo e que não traria paz a sua mente. Não queria admitir certas coisas, pois tinha um plano já traçado e sair de suas linhas não estava em seus planos. Assim, Rosalie ignorou o que viu, apesar de seu melhor julgamento, e engoliu sua raiva.

Ou tentou.

Ela ainda estava muito irritada com Emmett. Sentia-se traída, trocada, humilhada. Mas não podia esperar outra coisa dele, um cara solteiro que não tinha nada com ela. Ainda assim, a parte racional da sua mente não parecia funcionar tão bem, então sua raiva continuou lá.

O dia passou rápido. Após comerem o brunch, foram para o quarto da noiva, onde pouco mais tarde a avó chegou com o vestido original de Alice em perfeito estado. A baixinha quase chorou ao ver a peça desejada e a avó sorriu e se gabou de seus macetes enquanto pendurava o vestido. Os maquiadores e cabelereiros logo chegaram e começaram o trabalho nas mulheres, que sentaram-se imóveis por um longo tempo enquanto conversavam animadas sobre o dia que teriam pela frente.

Após todas prontas, foram tiradas as fotos com a família, as madrinhas e padrinhos e os noivos. Alice estava radiante e Rosalie não poderia estar mais feliz pela irmã. As fotos terminaram por volta das 17:00, quando Alice voltou para recompor sua maquiagem e dar os últimos toques para a cerimônia. Edward e Rosalie ficaram por perto, o irmão mais velho comentando sobre sua última conquista e Rosalie pensando sobre a última conquista de Emmett.

Por fim, cansada daquele sofrimento, Rosalie pegou uma garrafa de champanhe e puxou o irmão para uma das varandas. Sentaram-se sob o sol que se punha e começaram a beber.

— O que há de errado com você? – o irmão por fim perguntou. – Você está mal humorada e calada. – a loura suspirou.

— Não quero falar sobre isso. – respondeu. – Ah, quer saber, dane-se, quero sim falar sobre isso. O Emmett e eu voltamos para casa ontem e hoje eu descobri que ele dormiu com a Victoria! Depois da gente ter entrado em casa e se despedido!

— Quem é Victoria? Qual o problema dele dormir com ela?

— Qual o problema? Ele tinha passado a noite comigo, se despedido de mim, ido para casa! Ia me encontrar hoje de novo! – ela respondeu estupefata.

— Estou tento certa dificuldade em acompanhar sua raiva... Vocês tinham transado?

— Não!

— Se beijado? Prometido ficarem pra sempre um com outro? Estão em um relacionamento sem contato íntimo? – Rosalie olhou zangada para o irmão. – Rose, aconteceu algo entre vocês ontem?

— Não, mas...

— Sem mas. – o irmão a cortou. – Emmett é solteiro. Você diz não querer nada com ele. Vocês voltaram para casa, você disse que o chamou como um amigo. Ele te acompanhou como um amigo, te deixou em casa, alguém que diz não ter nenhum interesse nele, e foi atrás de alguém que tem. Não há nada de errado nisso. – Edward deu de ombros. Rosalie fez um cara feia. Ela sabia que Edward estava certo. Não mudava o fato de que ela se sentia totalmente traída. – Se está tão irritada com isso, talvez devesse repensar a questão de não querer nada com ele e parar com essa procura ridícula a seus ex idiotas.

— Estou mais certa do que nunca de que essa procura é a melhor coisa que posso fazer agora. – Rosalie sabia, sabia que daria errado com Emmett! Nem começara nada e já estava dando errado! Não arriscaria tudo por algo assim. Ela ainda tinha alguns caras para achar e iria atrás deles!

Por fim, o horário da cerimônia chegou e Rosalie e Edward foram até o salão, onde se encontraram com todos e foram posicionados em seus devidos lugares. De seu lugar, perto do padre, Rosalie viu Emmett chegar e se sentar, sorrindo para ela quando ele a viu.

Rosalie, depois do álcool, estava mais calma. Toda a conversa com Edward, tirar aquilo de seu peito, lhe fizera bem, e agora ela estava mais que nunca focada em aproveitar o casamento de sua irmã, deixar aquele dia feliz ser apenas isso, um dia feliz.

A cerimônia foi linda, Alice estava magnífica e o salão perfeitamente decorado. Rosalie viu a irmã, parecendo mais feliz que nunca ao lado de Jasper, como se não tivesse nenhum problema no mundo, e se perguntou se algum dia teria aquilo. Se algum dia encontraria um cara que a fizesse se sentir como Jasper fazia Alice se sentir. A loira esperava que sim.

Ao fim da cerimônia, todos bateram palmas e os noivos passaram pelo grande tapete estendido de braços dados e mais felizes do que qualquer um já os vira. Após a celebração, mais algumas fotos e por fim estavam todos liberados para aproveitar a festa.

Rosalie foi encontrar Emmett após as fotos, encontrando-o conversando com seu pai, que conhecera na noite anterior.

— Oi. – ela disse, dando um beijo no rosto do grandão. – Sinto muito não poder ter te encontrado antes. – ele deu de ombros.

— Tudo bem. Foi uma cerimônia muito bonita. – ele disse.

— Se vocês me dão licença, – disse Carlisle se levantando – é essa a hora onde eu acho a Alice e a puxo para dançar. – ele piscou e deu um beijo em Rosalie antes de sair.

— Você está maravilhosa. – Emmett elogiou enquanto puxava uma cadeira para Rosalie sentar e se sentava a seu lado. Ela sorriu.

— Obrigada, Emm.

Ali, naquele momento, Rosalie decidiu que seria isso. Ela falara tantas vezes para tantos que Emmett era apenas um amigo e nada mais, que de fato aquilo era o que ele seria. Talvez bem no fundo houvesse algo dentro dela que esperasse o contrário, mas ela sabia que o melhor era conservar o relacionamento deles daquele jeito mesmo, sem mais.

— Então, agora que estamos aqui, o que devemos fazer? – ele perguntou e com um sorriso crescente ela respondeu.

— Ficar bêbados.

Eles não se seguraram na tentativa de cumprir aquele objetivo. O jantar não demorou a ser servido, então após comerem eles voltaram a beber e quando uma de suas músicas preferidas começou a tocar, Rosalie arrastou Emmett para a pista de dança, onde várias pessoas se mexiam. O moreno era um ótimo dançarino e levava Rose com facilidade em seus braços. Ela, por outro lado, era um tanto desengonçada para dançar, especialmente embriagada e de salto alto, então tropeçou no par repetidamente, gerando várias risadas entre os dois.

— Estou ficando cansado de ser pisoteado. – Emmett alertou fingindo irritação enquanto levantava Rosalie pela cintura, tirando seus pés do chão e a balançando para lá e pra cá como se ela não pesasse nada. Ela riu como uma criança. Depois de alguns segundos, ele a colocou de volta no chão, fazendo um passo onde ela rolava para longe e voltava para seus braços. Quando prendeu-a ali, ele segurou-a junto a si, incerto.

— Rosalie, eu... Eu gosto de você. – ele disse com a voz meio hesitante, claramente embriagado pelo álcool depois de todo o champanhe.

— Ah, claro, tirando a bebida, a mãe louca e, obviamente, minha diarreia verbal. – ela disse com um sorriso que ele retribuiu.

— Não, não. Eu gosto muito de você. Exatamente do jeito que você é. – ele garantiu. Rosalie parou e encarou-o mais seriamente. Ele ainda a estava segurando, ainda mantendo-a perto dele.

— Emm, por que você está me dizendo isso? – ele olhou para ela por alguns segundos e parecia nervoso.

— Eu... Eu acho que...

— Não. – ela interrompeu em um sussurro.

O olhar de Emmett estava intenso sobre ela enquanto ele a segurava, seus rostos mais próximos do que já haviam estado em qualquer momento antes. A respiração da loura estava pesada e seus lábios entreabertos, um convite inconsciente para que ele aniquilasse a pequena distância que os separava dos dele.

Lentamente, ele aproximou seu rosto do dela. Enquanto sua mão descia pelo braço longo da loura e enfim chegava a seu pulso, a distância sumiu quando ele enfim a beijou. Ela envolveu o pescoço dele com os braços e retribuiu o beijo com urgência... antes de empurra-lo em um acesso de consciência.

— Eu não posso! – ela disse dando dois passos para trás, a respiração apressada.

— O que? – ele perguntou confuso.

— Você sabe que não posso. – ela encolheu os ombros.

— Por favor, diga que você está brincando. – ele pediu. – Eu não sei se consigo suportar essa tensão entre a gente por mais tempo.

— Me desculpe, Emm... mas você não está na minha lista. – ela sussurrou. Emmett a encarou, sem acreditar que ela ainda estava preocupada com números quando era óbvio que ambos estavam atraídos um pelo outro.

— Você não está falando sério. – ele falou encarando-a. Rosalie alisou o vestido, ajeitando-o no corpo.

— Eu falei sério desde o início. Não vou cruzar essa linha. Você sabia disso desde o começo. – falou, lutando contra si mesma conforme as palavras saiam.

Ela queria beijar Emmett! Como queria! Queria agarrá-lo e arrancar aquele terno dele. Queria leva-lo para sua cama e jamais deixa-lo sair. Mas vinte era seu limite.

Lembrou a si mesma que, além daquilo, Emmett era o maior galinha que conhecia, ontem mesmo dormira com outra! Mesmo se resolvesse se abrir e dar uma chance a ele, qual garantia teria de que ele seria de fato um relacionamento duradouro, digno daquela exceção? Rosalie não cruzaria o número final por um caso qualquer. Não queria se envolver com mais um homem que não daria em nada. E levando em conta o histórico de Emmett, e o próprio, a situação mais provável seria um final amargo.

Na sua frente, ele deu um longo suspiro e a encarou de forma séria.

— Não posso continuar nessa brincadeira pra sempre, Rosalie. – ele disse por fim, balançando a cabeça. – Foi divertido ver você indo atrás desses caras que claramente que não te darão futuro algum, mas não é mais.

— Ei, eu...

— Eu preciso ir. – ele interrompeu. – Obrigada pelo convite. Foi uma festa adorável. Se cuide, cariño. – ele se virou e começou a se afastar, deixando uma Rosalie bastante confusa para trás.


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Notas finais do capítulo

Olá!
Eu nem consigo acreditar que ainda existem leitoras aqui e que vocês quiseram vir ler essa história! Gratidão eterna por não desistirem dessa história e de mim! hahahah vocês são incríveis demais!
Não fui tão rapidinha quanto queria, mas me esforcei no meio da correria que anda a vida. Espero que tenham gostado! Pelo menos não demorou quatro anos de novo, né? hahaha
No mais, pretendo voltar logo com mais um capítulo. De novo, gratidão imensa por ainda estarem aqui!
Beijos enormes! Até breve.